Avaliando a Resposta ao Tratamento em Pacientes com Câncer de Fígado
Estudo analisa NLR e mRECIST pra prever os resultados do TACE em pacientes com HCC.
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Índice
O câncer de fígado, especificamente o carcinoma hepatocelular (HCC), é um problema de saúde sério que afeta muita gente. Nos últimos anos, o número de mortes por HCC aumentou. Apesar de agora existirem tratamentos melhores, muitos pacientes ainda têm poucas chances de sobrevivência. Só um número pequeno consegue ser tratado com cirurgia ou transplantes devido ao estado avançado da doença ou problemas no fígado.
Opções de Tratamento
Um tratamento comum para o HCC em estágio inicial é chamado de quimioembolização transarterial (TACE). Esse método é usado para tumores grandes que não podem ser removidos cirurgicamente ou quando há múltiplos tumores que não estão se espalhando para vasos sanguíneos importantes. O TACE também é usado para pacientes que estão esperando por um transplante de fígado. Embora o TACE possa ajudar os pacientes a viverem mais, os resultados podem variar bastante de pessoa para pessoa.
As diferenças nos resultados podem estar relacionadas a fatores como o tamanho do tumor, a saúde do paciente e a função do fígado. Muitos sistemas foram desenvolvidos para ajudar a prever como os pacientes se sairão após o TACE, mas nenhum deles é perfeito para avaliar sua eficácia.
O Papel da Inflamação
Nos pacientes com HCC, a resposta do corpo à inflamação desempenha um papel significativo. Uma medida que tem sido usada para prever resultados é a relação neutrófilo-linfócito (NLR). Essa relação analisa dois tipos de glóbulos brancos no sangue. Pesquisas mostraram que uma NLR mais alta pode indicar um pior resultado para pacientes em tratamento com TACE.
Nas diretrizes recentes, houve uma pressão para medir a resposta ao tratamento usando um sistema de pontuação chamado Critérios de Avaliação de Resposta Modificados em Tumores Sólidos (mRECIST). Esse sistema observa mudanças no tamanho do tumor por meio de testes de imagem para avaliar como o tratamento está funcionando. O objetivo desse estudo foi avaliar quão bem o mRECIST e a NLR preveem os resultados após o TACE em pacientes com HCC.
Visão Geral do Estudo
Esse estudo focou em pacientes que receberam TACE em um hospital ao longo de dois anos. Os médicos revisaram as imagens de ressonância magnética feitas antes e depois do TACE para avaliar os tumores. O radiologista especialista usou os critérios mRECIST para definir como o tratamento funcionou.
- Resposta Completa (CR): Sem sinais do tumor remanescente.
- Resposta Parcial (PR): Mais de 30% de diminuição no tamanho do tumor.
- Doença Estável (SD): Sem mudanças significativas.
- Doença Progressiva (PD): Aumento do tamanho do tumor em mais de 20%.
Os pacientes foram classificados como “respondedores” se tiveram CR ou PR e “não-respondedores” se tiveram SD ou PD. Os pesquisadores também coletaram informações demográficas, histórico médico e exames laboratoriais dos pacientes.
Descobertas
Um total de quarenta pacientes participou do estudo. A idade média era em torno de 62 anos, e a maioria dos pacientes era do sexo masculino. Alguns pacientes fizeram TACE duas vezes. Antes do TACE, o tamanho médio do tumor era de cerca de 39.5 milímetros. Os resultados laboratoriais mostraram que muitos pacientes tinham contagens de células sanguíneas baixas antes do tratamento.
Após o TACE, a NLR média aumentou de 2.3 para 3.2, indicando uma mudança significativa. De acordo com os critérios mRECIST, 6 pacientes alcançaram CR, 16 alcançaram PR, 18 tiveram SD e nenhum teve PD. No total, cerca de 55% dos pacientes foram classificados como respondedores.
Os pesquisadores descobriram que a idade média dos pacientes não-respondedores era maior do que a dos respondedores. Também houve uma diferença significativa nas contagens de linfócitos entre os dois grupos após o TACE. Os não-respondedores tinham contagens de linfócitos mais baixas e contagens de neutrófilos mais altas.
Ao olhar para a NLR após o TACE, o estudo encontrou que os não-respondedores tinham quase o dobro da NLR em comparação com os respondedores. A análise mostrou que a NLR após o TACE era um melhor preditor de resposta ao tratamento do que a NLR antes do tratamento.
Importância das Descobertas
A descoberta-chave do estudo é que a NLR calculada 28 dias após o TACE pode ajudar a prever como os pacientes responderão ao tratamento. Um valor de 2.6 para NLR foi encontrado como o melhor ponto de corte para diferenciar entre bons e maus resultados.
No entanto, a NLR pré-tratamento não forneceu informações úteis para prever resultados.
Tendências no HCC
A taxa de HCC tem aumentado nos últimos anos. Com o crescimento da população mais velha e o aumento das doenças hepáticas, o desafio de tratar o HCC continua crescendo. Embora os avanços na tecnologia tenham levado à detecção mais precoce do câncer de fígado, muitos pacientes ainda aparecem com tumores avançados que não podem ser removidos totalmente.
O TACE é frequentemente usado para tratar esses tumores, mas não elimina totalmente o câncer, e as taxas de recorrência permanecem altas. Terapias adjuvantes, como ablação por radiofrequência e micro-ondas, também são consideradas para ajudar a reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia.
Estatísticas Atuais
Em uma grande revisão, mostrou-se que o TACE tem uma taxa de sucesso no tratamento de cerca de 52.5%. O tempo médio de sobrevida para pacientes que receberam esse tratamento foi de cerca de 19 meses, com uma taxa de sobrevida de cinco anos de aproximadamente 32.4%. Neste estudo, o fato de que 55% dos pacientes responderam ao TACE se alinha com descobertas anteriores.
Uso do mRECIST
Os critérios mRECIST ajudam os médicos a avaliar o quanto o tumor encolheu com base em testes de imagem. Em estudos anteriores, foi mostrado que pacientes que não respondem ao tratamento têm uma taxa de sobrevivência muito pior.
Os resultados deste estudo indicam que a NLR pode ser uma ferramenta complementar aos critérios mRECIST. Embora alguns estudos anteriores tenham sugerido que a NLR antes do TACE era significativa, este estudo não encontrou tal associação.
Contagens mais altas de linfócitos podem sinalizar uma resposta imunológica saudável contra células tumorais, enquanto o aumento das contagens de neutrófilos pode indicar um sistema imunológico enfraquecido, permitindo a progressão do câncer.
Limitações do Estudo
Este estudo teve algumas limitações. A pesquisa foi baseada em pacientes de um único hospital, e o tamanho da amostra foi relativamente pequeno. O tempo de acompanhamento também foi limitado, e o estudo analisou apenas uma medida de NLR após o tratamento. Esses fatores podem influenciar os resultados do estudo e limitar a capacidade de fazer conclusões mais amplas.
Conclusão
O TACE é um tratamento importante para pacientes com HCC. Mais esforços são necessários nas práticas clínicas para entender melhor o comportamento dos tumores e escolher os melhores candidatos para o tratamento. A combinação de NLR e mRECIST pode ajudar na avaliação da resposta ao tratamento. No entanto, medir a NLR ao longo do tempo pode proporcionar resultados mais informativos. Estudos adicionais com tamanhos de amostra maiores e acompanhamentos mais longos são necessários para entender melhor essas relações e melhorar os resultados dos pacientes.
Título: Neutrophil-to-lymphocyte Ratio (NLR) as an Index of Response to Treatment in Patients with Hepatocellular Carcinoma after Receiving Trans-arterial Chemoembolization (TACE)
Resumo: BackgroundTrans-arterial chemoembolization (TACE) is commonly used for patients with large, un-resectable tumors or bridge therapy in patients with hepatocellular carcinoma (HCC) prior to liver transplantation. We evaluated the response to TACE treatment in patients with hepatocellular carcinoma according to modified RECIST criteria and determined the prognostic value of neutrophil-to-lymphocyte ratio (NLR). MethodsPatients with definitive diagnosis of HCC referred for TACE were studied. The response rate to TACE treatment was assessed based on dynamic MRI 28-days after treatment according to modified RECIST. The NLR value was calculated and its prognostic value was evaluated to predict the response to treatment. ResultsForty patients with HCC who underwent TACE were included in the study. The response to TACE treatment in included patients was: complete response (CR) in 6 patients (15%), partial response (PR) in 16 patients (40%) and stable disease (SD) in 18 patients (45%). No progressive disease (PD) was found. Responders (CR+PR) were 22 (55%) cases. The mean NLR after treatment in the non-responder group was significantly higher than the responder group (4.2 vs 2.4, P-value=0.026). NLR values greater than 2.6 after treatment had a sensitivity of 70.6% and a specificity of 77.3% in the diagnosis of non-responders with an Area Under the Curve of 0.73 [95% confidence interval 0.58-0.89], P-value=0.011). ConclusionCompared to responders, higher levels of NLR after treatment were observed in the non-responder group. NLR level more than 2.6 after treatment is believed to be able to discriminate non-responders as a moderate prognostication tool.
Autores: Mohammad Taher, N. Shayegan, N. Ayoobi, E. Mohammadi, H. Saberi, F. Salahshour, F. Alborzi, N. Sadighi
Última atualização: 2023-05-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.16.23290061
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.16.23290061.full.pdf
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