Melhorando os Cuidados Críticos Pediátricos em Locais com Poucos Recursos
Um estudo mostra que novos métodos podem melhorar o atendimento a crianças gravemente doentes.
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Índice
Cuidar de crianças gravemente doentes em lugares com recursos limitados pode ser complicado. Muita gente acha que fornecer esse tipo de atendimento é muito difícil ou caro nesses lugares. Mas estudos mostram que métodos simples e baratos podem melhorar muito os resultados de saúde. Isso aumentou a demanda por Cuidados Críticos pediátricos em várias áreas que têm poucos recursos.
Apesar dessa demanda crescente, ainda tem muitos casos onde a necessidade de cuidados críticos é muito maior do que o que está disponível. É super importante encontrar jeitos de aproveitar ao máximo os recursos limitados pra oferecer um atendimento justo e sustentável. Esse problema é bem visível em regiões rurais de países de baixa e média renda, onde menos Profissionais de Saúde e recursos levam a uma grande falta de acesso aos cuidados críticos pediátricos.
Ferramentas de avaliação de risco podem ajudar a alocar os poucos recursos de maneira mais eficaz. No entanto, as ferramentas criadas para regiões ricas costumam ser complicadas e precisam de testes que podem não estar disponíveis em lugares mais pobres. É fundamental ter ferramentas que sejam feitas especificamente para o contexto de lugares com poucos recursos, já que vários fatores podem afetar os resultados dos pacientes.
Contexto do Estudo
Pra lidar com esses desafios, um estudo foi feito no Hospital Angkor para Crianças em Siem Reap, Camboja, pra avaliar os escores de gravidade pediátrica existentes e desenvolver um novo modelo de previsão adaptado pra ser usado em áreas com poucos recursos. O foco do estudo foram as crianças internadas na UTI pediátrica (PICU) entre janeiro de 2018 e janeiro de 2020.
Esse hospital, que funciona sem apoio do governo, oferece uma grande variedade de serviços e atende pacientes de todo o Camboja. A PICU tem 14 leitos e cuida de cerca de 1.000 crianças por ano. É a única unidade que fornece cuidados críticos para crianças no norte do Camboja, tornando-se um recurso vital.
O estudo coletou informações dos registros médicos das crianças internadas na PICU e checou com os registros de admissão do hospital pra garantir a precisão. Os pesquisadores usaram formulários estruturados pra coletar os dados, que foram revisados duas vezes pra manter a qualidade.
Avaliação dos Escores de Gravidade
Ao revisar os escores de gravidade existentes, 49 modelos foram considerados no início, mas muitos foram excluídos porque precisavam de testes que não estão disponíveis em ambientes com poucos recursos ou incluíam variáveis irrelevantes. No final, nove escores de gravidade foram escolhidos para uma análise mais aprofundada.
O principal objetivo era avaliar esses escores pra ver quão bem eles poderiam prever quais crianças estavam em risco de morte. Esses escores existentes foram comparados com um novo modelo de previsão especificamente feito para contextos com recursos limitados.
Processo de Coleta de Dados
A coleta de dados incluiu todas as admissões de emergência de crianças entre 28 dias e 16 anos. A equipe de pesquisa obteve aprovação de comitês de ética relevantes, garantindo que o estudo seguisse diretrizes éticas.
O hospital tem todas as instalações necessárias, mas a eletricidade pode ser interrompida de vez em quando. Um gerador reserva mantém a energia durante esses momentos.
Descobertas sobre Admissões de Crianças
Entre janeiro de 2018 e janeiro de 2020, houve mais de duas mil admissões na PICU. A maioria dessas crianças estava sofrendo de infecções, com muitas que buscaram atendimento em várias fontes antes de chegar ao hospital. A idade média das crianças admitidas era de cerca de 14 meses, e uma boa parte delas enfrentava desafios de saúde severos.
Os principais fatores que influenciam a sobrevivência incluem problemas de saúde anteriores, a presença de comorbidades e a gravidade da doença na admissão. Crianças que mostravam sinais de dificuldade respiratória ou cardiovascular tinham mais chances de não sobreviver.
Avaliação dos Escores Existentes
Os nove escores de gravidade existentes incluídos no estudo mostraram desempenho semelhante em termos de previsão de resultados, exceto por um que não forneceu informações úteis. Cada um dos escores mostrou que escores mais altos estavam correlacionados com uma maior probabilidade de morte. No entanto, apenas alguns escores foram eficazes em mudar significativamente a probabilidade de uma criança morrer com base em seu escore de admissão.
Desenvolvimento de um Novo Modelo de Previsão
Um novo modelo foi criado pra estimar a chance de uma criança admitida na PICU não sobreviver. Esse modelo levou em conta vários fatores, como o histórico da criança, a jornada até o hospital e indicadores de saúde chave na admissão.
Quando testado, o novo modelo mostrou desempenho muito melhor na previsão de resultados em comparação com os escores existentes. Ele avaliou com precisão o risco de morte de uma criança, permitindo a alocação estratégica de recursos.
Aplicações Práticas do Modelo
O novo modelo fornece uma forma de agrupar crianças em categorias de alto e baixo risco com base em uma porcentagem de chance de sobrevivência. Por exemplo, ele pode ajudar a garantir que crianças com maior risco sejam priorizadas para atendimento em áreas com mais recursos. Essa abordagem pode ajudar hospitais a gerenciar melhor seus recursos limitados.
Usando esse modelo, os profissionais de saúde podem tomar decisões informadas baseadas em dados claros em vez de confiar apenas na experiência ou intuição.
Importância dos Fatores Contextuais
O estudo destacou a complexidade dos cuidados críticos pediátricos em ambientes com poucos recursos. Fatores como as experiências de saúde anteriores da criança e o tempo levado pra chegar ao hospital desempenham um papel fundamental na determinação dos resultados de saúde. O modelo leva em consideração esses fatores contextuais, fornecendo uma avaliação abrangente da doença crítica.
Limitações e Direções Futuras
Enquanto o novo modelo mostrou promessas, ele precisa passar por mais testes pra garantir que funcione bem em diferentes contextos. Os pesquisadores reconhecem que o modelo precisa de validação externa pra ser aceito e usado amplamente.
É importante notar também que os dados coletados vieram de registros médicos rotineiros, que podem não refletir sempre a situação exata de cada paciente. No entanto, a abordagem estruturada de coleta de dados ajudou a manter a falta de informações ao mínimo.
Conclusão
Este estudo representa um passo essencial para melhorar os cuidados críticos pediátricos em ambientes de recursos limitados. Validando escores existentes e criando um novo modelo de previsão especificamente projetado para esses contextos, podemos identificar melhor as crianças em risco e melhorar os resultados.
A implementação desse modelo pode facilitar um uso mais eficaz dos recursos limitados de saúde e, em última análise, salvar mais vidas. Ele reforça a necessidade de mais pesquisas e validações pra garantir que todas as crianças, independentemente de suas circunstâncias, tenham acesso ao melhor atendimento possível em situações críticas.
Título: Derivation of a prognostic model for critically ill children in locations with limited resources
Resumo: BackgroundCapacity and demand for paediatric critical care are growing in many resource-constrained contexts. However, tools to support resource stewardship and promote sustainability of critical care services are lacking. MethodsThis study assessed the ability of nine severity scores to risk stratify children admitted to a paediatric intensive care unit (PICU) in Siem Reap, northern Cambodia. It then developed a bespoke clinical prediction model to enable risk stratification in resource-constrained PICU contexts. The primary outcome was death during PICU admission. Results1,550 consecutive PICU admissions were included, of which 97 (6.3%) died. Most existing severity scores achieved comparable discrimination (area under the receiver operating characteristic curves [AUCs] 0.71-0.76) but only three scores demonstrated moderate diagnostic utility for triaging admissions into high- and low-risk groups (positive likelihood ratios 2.65-2.97 and negative likelihood ratios 0.40-0.46). The newly derived model outperformed all existing severity scores (AUC 0.84, 95% CI 0.80-0.88; p < 0.001). Using one particular threshold, the model classified 13.0% of admissions as high-risk, amongst which probability of mortality was almost ten-fold greater than admissions triaged as low-risk (PLR 5.75; 95% CI 4.57-7.23 and NLR 0.47; 95% CI 0.37-0.59). Decision curve analyses indicated that the model would be superior to all existing severity scores and could provide utility across the range of clinically plausible decision thresholds. ConclusionsExisting paediatric severity scores have limited potential as risk stratification tools in resource-constrained PICUs. If validated, the prediction model developed herein would provide a readily implementable mechanism to support triage of critically ill children on admission to PICU and could be tailored to suit a variety of contexts where resource prioritisation is important.
Autores: Arjun Chandna, S. Keang, M. Vorlark, B. Sambou, C. Chhingsrean, H. Sina, P. Vichet, K. Patel, E. Habsreng, A. Riedel, L. Mwandigha, C. Koshiaris, R. Perera-Salazar, P. Turner, N. Chanpheaktra, C. Turner
Última atualização: 2023-05-26 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.19.23290233
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.19.23290233.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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