Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Neurociência

Avanços no Estudo da Doença de Parkinson com Pesquisa de Células-Tronco

Pesquisas sobre neurônios dopaminérgicos revelam insights sobre os mecanismos da doença de Parkinson.

― 8 min ler


Avanços em Células-TroncoAvanços em Células-Troncona Pesquisa de PDmeio de estudos genéticos.compreensão da doença de Parkinson porNovas descobertas melhoram a
Índice

Os Neurônios dopaminérgicos, que produzem a dopamina, são essenciais para o funcionamento do cérebro. Eles são especialmente importantes pra entender doenças como a doença de Parkinson (DP), que afeta o movimento. Desde os anos 50, os cientistas sabem que a perda desses neurônios em uma área específica do cérebro leva aos sintomas da DP. Apesar desse conhecimento, as razões exatas para a morte desses neurônios ainda não estão claras. Os modelos de pesquisa tradicionais têm limitações em mostrar as complexidades da DP, especialmente através de fatores genéticos que podem contribuir pra doença.

As variantes no Gene GBA1, que afeta uma proteína chamada glucocerebrosidase, são os fatores de risco genéticos mais comuns conhecidos pra DP. Cerca de 5-10% dos pacientes com DP têm essas variantes. Enquanto os pacientes com DP relacionada ao GBA1 apresentam sintomas semelhantes aos da forma esporádica da doença, há diferenças, como um início mais precoce e progressão mais rápida em alguns casos.

Curiosamente, pessoas com algumas mutações no GBA1 podem desenvolver uma doença rara de armazenamento chamada doença de Gaucher (DG), mas não necessariamente mostram sintomas de DP. Isso sugere que outros fatores podem influenciar se alguém com DG desenvolve parkinsonismo ou não.

Oportunidade de Pesquisa

Pra estudar como diferentes genomas influenciam a DP, os pesquisadores examinaram neurônios dopaminérgicos feitos a partir de Células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) tiradas de três irmãs que compartilhavam um genoma similar. Duas delas tinham DG tipo 1 e compartilhavam as mesmas mutações no GBA1, enquanto uma irmã que não tinha as mutações não apresentou sinais de DP.

Pra aumentar a produção de neurônios dopaminérgicos e deixar as culturas mais consistentes, os pesquisadores usaram um método pra inserir um gene de resistência nos neurônios. Essa técnica permitiria que eles usassem um remédio pra selecionar apenas os neurônios que expressavam esse gene, garantindo uma população pura de neurônios pra seus estudos.

Desafios na Pesquisa

Tem vários desafios envolvidos na pesquisa desses neurônios derivados de iPSCs. Primeiro, pode ser difícil encontrar informações clínicas detalhadas sobre os doadores das iPSCs. A maioria dos estudos só informa detalhes básicos como gênero e idade, mas muitas vezes faltam dados abrangentes sobre sintomas e progressão da doença. Isso torna difícil comparar e interpretar os achados de diferentes linhagens celulares.

Outro desafio é a inconsistência em quão bem as iPSCs se transformam em neurônios dopaminérgicos. Diferentes linhagens de iPSC podem se comportar de maneiras diferentes em termos de eficiência de Diferenciação, dificultando a conclusão de resultados. Alguns estudos tentaram melhorar o processo de diferenciação adicionando produtos químicos específicos pra imitar como essas células se desenvolvem no corpo, mas fatores-chave ainda podem variar entre diferentes linhagens celulares.

Por fim, as culturas finais de neurônios dopaminérgicos costumam conter outros tipos de células, o que pode dificultar a visualização dos verdadeiros efeitos relacionados à DP.

Métodos pra Melhorar a Pesquisa

Pra lidar com esses desafios, vários métodos foram testados. Uma abordagem é otimizar a diferenciação pra cada linhagem de iPSC, mas isso pode levar muito tempo e introduzir viés. Alguns pesquisadores tiveram sucesso usando fatores de transcrição específicos pra gerar diferentes tipos de neurônios, incluindo neurônios dopaminérgicos, mas resultados consistentes ainda não foram alcançados.

Outro método envolve usar uma substância química chamada mitomicina-C pra remover células que se dividem rapidamente das culturas de neurônios. Além disso, pesquisadores tentaram separar neurônios dopaminérgicos de outros tipos de células usando técnicas como classificação de células ativada por fluorescência (FACS), que rotula os neurônios pra seleção.

Recentemente, um avanço significativo envolveu o uso de um gene de resistência pra selecionar neurônios dopaminérgicos. Esse método mostrou que, após tratar as culturas com um remédio específico, a quantidade de neurônios dopaminérgicos aumentou significativamente enquanto removia outros tipos de células que não expressavam o gene.

Apresentação Clínica das Irmãs

As irmãs envolvidas nessa pesquisa apresentaram várias características clínicas ligadas aos seus genomas. Duas das irmãs tinham DG diagnosticada na infância e experimentaram uma gama de sintomas. Uma irmã teve melhor controle dos sintomas através de terapia de reposição enzimática, mas acabou falecendo de outra doença sem sinais de DP.

Já a segunda irmã foi diagnosticada com DP mais tarde na vida, experienciando sintomas motores típicos como tremores e rigidez, que responderam bem ao tratamento. A terceira irmã não tinha as mutações no GBA1 e não apresentou sinais de DP. Entender essas variações apresenta uma oportunidade única pra estudar o que contribui pras diferenças na manifestação da DP entre indivíduos com genomas similares.

Engenharia Genética de iPSCs

Como parte da pesquisa, os cientistas usaram a tecnologia CRISPR pra introduzir o gene de resistência no gene GBA1 das iPSCs derivadas das irmãs. O objetivo era facilitar a identificação e enriquecimento de neurônios dopaminérgicos, proporcionando um modelo melhor pra estudar a doença.

Os pesquisadores criaram um design específico pra garantir que o gene introduzido fosse expresso apenas nos neurônios dopaminérgicos. Eles também garantiram que essa modificação genética não impedisse a capacidade das células de se diferenciarem no tipo de neurônio desejado.

Após a edição genética bem-sucedida, eles confirmaram a presença do gene modificado e verificaram que as iPSCs editadas mantiveram suas características normais.

Diferenciação em Neurônios Dopaminérgicos

O próximo passo envolveu transformar as iPSCs modificadas em neurônios dopaminérgicos. Os pesquisadores seguiram um protocolo específico que envolvia tratar as células com vários fatores de crescimento e produtos químicos ao longo de várias semanas. O objetivo era produzir um alto número de neurônios dopaminérgicos enquanto minimizava outros tipos de células.

O processo foi monitorado de perto, e a imuno-histoquímica foi usada pra confirmar que os neurônios produzidos eram de fato dopaminérgicos. Eles mediram a eficiência da produção neuronal e garantiram que a modificação genética não afetasse quão bem as células se diferenciavam.

Resultados do Estudo

Os cientistas descobriram que as iPSCs modificadas conseguiram se diferenciar em neurônios dopaminérgicos, com uma proporção maior desses neurônios depois de aplicar o remédio pra seleção. Eles conseguiram produzir culturas com um aumento significativo de neurônios dopaminérgicos em comparação com culturas sem seleção.

Além disso, eles realizaram uma Análise Proteômica nessas culturas de neurônios pra obter uma compreensão detalhada das proteínas expressas pelas células. Essa análise mostrou que os neurônios modificados tinham uma abundância aumentada de marcadores importantes específicos para neurônios dopaminérgicos.

Aumentando a Consistência nas Culturas de Neurônios

Ao otimizar o método pra selecionar neurônios dopaminérgicos, os pesquisadores acharam uma maneira de reduzir a variabilidade que costuma existir entre culturas de neurônios de diferentes indivíduos. As novas culturas enriquecidas permitiram uma melhor comparação entre diferentes linhagens de iPSC derivadas das irmãs.

Os resultados indicaram que o novo método de seleção genética ajudou a harmonizar as culturas, tornando-as mais adequadas pra comparar como as diferenças genéticas contribuem pro desenvolvimento e progressão de doenças como a DP. A análise revelou que os neurônios dopaminérgicos derivados das irmãs tinham níveis semelhantes de certas proteínas e marcadores lipídicos, sugerindo que outros fatores genéticos também poderiam influenciar a manifestação da doença.

Conclusão

A pesquisa demonstrou o potencial de usar iPSCs como um modelo valioso pra estudar doenças complexas como a DP. As melhorias feitas na seleção e enriquecimento de neurônios dopaminérgicos de pacientes com genomas relacionados fornecem uma base sólida pra estudos futuros.

Esse método não só permite que os cientistas investiguem os mecanismos subjacentes da DP de forma mais eficaz, mas também abre caminho pra potenciais estratégias terapêuticas ao identificar modificadores genéticos associados a diferentes desfechos clínicos. No fim, ao obter insights sobre as mudanças celulares relacionadas à doença, os pesquisadores esperam contribuir pra uma melhor compreensão e opções de tratamento pra pacientes com doença de Parkinson e distúrbios relacionados.

Fonte original

Título: Comparative study of enriched dopaminergic neurons from siblings with Gaucher disease discordant for parkinsonism

Resumo: Inducible pluripotent stem cells (iPSCs) derived from patient samples have significantly enhanced our ability to model neurological diseases. Comparative studies of dopaminergic (DA) neurons differentiated from iPSCs derived from siblings with Gaucher disease discordant for parkinsonism provides a valuable avenue to explore genetic modifiers contributing to GBA1-associated parkinsonism in disease-relevant cells. However, such studies are often complicated by the inherent heterogeneity in differentiation efficiency among iPSC lines derived from different individuals. To address this technical challenge, we devised a selection strategy to enrich dopaminergic (DA) neurons expressing tyrosine hydroxylase (TH). A neomycin resistance gene (neo) was inserted at the C-terminus of the TH gene following a T2A self-cleavage peptide, placing its expression under the control of the TH promoter. This allows for TH+ DA neuron enrichment through geneticin selection. This method enabled us to generate comparable, high-purity DA neuron cultures from iPSC lines derived from three sisters that we followed for over a decade: one sibling is a healthy individual, and the other two have Gaucher disease (GD) with GBA1 genotype N370S/c.203delC+R257X (p.N409S/c.203delC+p.R296X). Notably, the younger sister with GD later developed Parkinson disease (PD). A comprehensive analysis of these high-purity DA neurons revealed that although GD DA neurons exhibited decreased levels of glucocerebrosidase (GCase), there was no substantial difference in GCase protein levels or lipid substrate accumulation between DA neurons from the GD and GD/PD sisters, suggesting that the PD discordance is related to of other genetic modifiers.

Autores: Yu Chen, E. Hertz, G. Perez, Y. Hao, K. Rytel, C. Ma, M. Kirby, S. Anderson, S. Wincovitch, K. Andersh, T. Ahfeldt, J. Blanchard, Y. A. Qi, G. Lopez, N. Tayebi, E. Sidransky

Última atualização: 2024-02-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.25.581985

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.25.581985.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes