Desnutrição infantil e padrões de crescimento na Etiópia
Analisando as taxas de atraso de crescimento e o impacto da desnutrição em crianças pequenas.
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Índice
- Importância de Combater a Desnutrição
- Contexto do Estudo
- Desenho do Estudo
- População do Estudo
- Coleta de Dados
- Análise Estatística
- Resultados das Mediadas de Comprimento
- Prevalência e Incidência de Crescimento Insuficiente
- Reversão do Crescimento Insuficiente
- Implicações dos Resultados
- Comparação com Dados Existentes
- Limitações do Estudo
- Conclusão
- Fonte original
O desenvolvimento infantil é um foco importante dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente nas tentativas de acabar com a fome e melhorar a educação. A Nutrição tem um papel crucial nesse processo, já que afeta tanto o desenvolvimento físico quanto o do cérebro. Infelizmente, a Desnutrição continua sendo uma preocupação significativa de Saúde pública, especialmente em países de baixa renda, onde é uma das principais causas de doenças e mortes entre crianças pequenas. Aproximadamente 53% dos óbitos em crianças abaixo de cinco anos estão relacionados à desnutrição. Para combater esse problema, uma das metas dos ODS é eliminar todas as formas de desnutrição até 2030, incluindo a redução do Crescimento insuficiente em crianças menores de cinco anos até 2025. O crescimento insuficiente, definido como ser mais baixo do que o esperado para a idade, indica desnutrição crônica e está intimamente relacionado às condições de vida e à nutrição.
Importância de Combater a Desnutrição
Em 2019, cerca de 144 milhões de crianças abaixo de cinco anos estavam com crescimento insuficiente globalmente. Para alcançar os ODS e acabar com todas as formas de desnutrição, pesquisadores reuniram evidências extensas para identificar estratégias de intervenção eficazes. Um estudo recente envolvendo mais de 100 mil crianças de vários países descobriu que as taxas de crescimento insuficiente são mais altas durante os primeiros três meses de vida. A recuperação do crescimento insuficiente é rara, com apenas 5% das crianças conseguindo melhorar sua altura a cada mês. Na África subsaariana, a desnutrição é especialmente problemática, incluindo a Etiópia, onde 38% das crianças abaixo de cinco anos estavam com crescimento insuficiente em 2016. A Etiópia estabeleceu a meta de reduzir o crescimento insuficiente para 27% até 2025, mas os dados atuais mostram uma taxa de redução muito mais lenta.
Contexto do Estudo
Para combater a desnutrição de maneira eficaz, é essencial realizar estudos que retratem com precisão os padrões de crescimento das crianças ao longo do tempo. Atualmente, falta dados, especialmente de populações carentes em áreas de poucos recursos. Muitas pesquisas nutricionais desconsideram bebês com menos de seis meses, mesmo esse período sendo crucial para o crescimento e suscetível a problemas nutricionais. A coorte materno-infantil de Birhan na Etiópia visa preencher essas lacunas coletando dados sobre o crescimento infantil desde o nascimento até os dois anos.
Desenho do Estudo
O estudo está localizado na região de Amhara, na Etiópia, onde o site de Birhan cobre 16 vilarejos com uma população de cerca de 77.766 pessoas. O site foca em pesquisa e treinamento em saúde materno-infantil. A coorte MCH inscreve cerca de 2.000 mulheres grávidas e seus recém-nascidos a cada ano, acompanhando-os durante os primeiros dois anos de vida, com dados coletados em vários pontos.
População do Estudo
As crianças inscritas no estudo MCH são monitoradas do nascimento até os dois anos. A coorte de nascimento inclui crianças cujas mães participaram durante a gravidez, enquanto a coorte não nativa inclui crianças inscritas após o nascimento em diferentes idades. Medidas de comprimento são feitas regularmente durante as visitas de acompanhamento.
Coleta de Dados
As medições de comprimento são realizadas durante visitas domiciliares e em unidades de saúde usando ferramentas de medição padronizadas. Estas medidas são registradas na unidade de 0,1 cm. O foco principal do estudo é definir o crescimento insuficiente, medido através de um sistema de pontuação especializado. As medições de comprimento são feitas em vários pontos-chave: nascimento, quatro semanas, seis semanas, seis meses, 12 meses e 24 meses.
Análise Estatística
Os dados sobre medições de comprimento são agrupados por sexo para entender melhor as tendências de crescimento. Os pesquisadores calculam as taxas de crescimento mensais e as comparam com os padrões globais definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A análise também observa novos casos de crescimento insuficiente e as taxas de recuperação em crianças que eram previamente afetadas.
Resultados das Mediadas de Comprimento
Na população do estudo, as crianças foram consistentemente medidas como mais baixas do que os padrões globais da OMS em todos os pontos-chave. As taxas de crescimento foram mais lentas durante o período neonatal, mas mostraram alguma melhoria ao longo do tempo. Ao final do estudo, muitas crianças apresentaram um aumento significativo na prevalência de crescimento insuficiente, chegando a 57,9% entre os de dois anos.
Prevalência e Incidência de Crescimento Insuficiente
O estudo encontrou que a prevalência de crescimento insuficiente era de 16,5% ao nascimento, aumentando gradualmente depois disso. A maior taxa de novos casos de crescimento insuficiente ocorreu entre 12 e 24 meses. Entre os recém-nascidos que não estavam com crescimento insuficiente ao nascer, 24,4% se tornaram com crescimento insuficiente dentro do primeiro mês. No geral, aos um ano de idade, 38,6% das crianças estavam com crescimento insuficiente pela primeira vez, subindo para 56,6% aos dois anos.
Reversão do Crescimento Insuficiente
Curiosamente, muitas crianças que estavam com crescimento insuficiente conseguiram se recuperar, especialmente nos primeiros seis meses de vida. Entre aquelas com crescimento insuficiente ao nascer, 64,1% não estavam mais com crescimento insuficiente aos seis meses. Aos dois anos, 45,3% dessas crianças recuperaram seu crescimento. Isso indica um potencial para intervenções positivas na primeira infância.
Implicações dos Resultados
A pesquisa destaca que os padrões gerais de crescimento entre as crianças dessa área estão abaixo dos padrões globais. A maior parte da perda de crescimento ocorre nos primeiros meses de vida e entre seis meses e dois anos. Isso se alinha com pesquisas anteriores, mostrando um problema prevalente de desnutrição que pode estar ligado à insegurança alimentar em casa, práticas alimentares ruins e maior exposição a doenças.
Comparação com Dados Existentes
Os achados refletem pesquisas anteriores que notaram uma tendência crescente na prevalência de crescimento insuficiente até os dois anos. No entanto, ao contrário de alguns estudos que sugeriram picos nas taxas de crescimento insuficiente nos primeiros três meses, este estudo descobriu que o crescimento insuficiente continuou a aumentar durante os primeiros dois anos. As altas taxas de reversão na primeira infância podem refletir intervenções contínuas para melhorar a nutrição e o acesso aos cuidados de saúde.
Limitações do Estudo
O estudo reconhece limitações, incluindo a variabilidade nas medições de comprimento e dados faltantes de algumas crianças. Certas crianças podem ter sido inscritas tardiamente ou não completaram todas as visitas agendadas. Esses problemas podem afetar a precisão dos achados. Apesar disso, o estudo acrescenta informações valiosas sobre o crescimento das crianças na região de Amhara, onde os dados costumam ser escassos.
Conclusão
No geral, este estudo destaca a complexidade da desnutrição e do crescimento em crianças pequenas. As dinâmicas do crescimento insuficiente são notáveis, revelando que crianças abaixo de dois anos nessa região enfrentam desafios persistentes para alcançar um crescimento saudável. Para atender às metas globais e abordar a desnutrição de forma eficaz, estratégias direcionadas devem se concentrar nos períodos críticos de crescimento, particularmente na primeira infância. Abordar essas questões é essencial para melhorar a saúde e os resultados de desenvolvimento infantil na Etiópia e em regiões semelhantes.
Título: Child stunting from birth to age two years: The Birhan Cohort in Ethiopia.
Resumo: ObjectiveAlthough there has been a reduction in stunting (low height/length for age), the prevalence of malnutrition in Ethiopia is still high. Child growth patterns and estimates of stunting are needed to determine vulnerabilities and potential for recovery. We collected longitudinal data to determine the prevalence, incidence and reversal of stunting among children aged 0-24 months. MethodsWe conducted a cohort study of 4,354 children between December 2018 and November 2020 in the Birhan maternal and child health cohort in North Shewa Zone, Amhara Ethiopia. Children who had their length measured at least once were included in this study. ResultsAmong the 4,354 children enrolled, 3,674 (84.4%) were included. Our findings indicate that median population-level length is consistently below global standards from birth to age two. Growth velocity was slowest compared to global standards during the neonatal period and after children reached six months of age. The observed prevalence of stunting was highest at age two (57.9%). Incidence of stunting increased over time and reversal was highest between the ages of birth to six months. We found substantial heterogeneity in anthropometric measurements, which we addressed by fitting modeled growth trajectories for each child. ConclusionOverall, the evidence from this study highlights a chronically malnourished population with much of the burden driven by growth faltering during the neonatal periods as well as after 6 months of age. To end all forms of malnutrition, growth faltering in populations such as that in young children in Amhara, Ethiopia needs to be addressed. Article SummaryThrough longitudinal anthropometry data from birth to two years of age, we provide rigorous evidence on the burden, incidence and reversal pattern of childhood stunting. What is Known on This SubjectThere is a high prevalence of childhood stunting in Ethiopia. Prior studies show high spatial heterogeneity with highest prevalence in the Amhara region. Ethiopia aims to reduce stunting in children under 5 to meet global targets but remains off track. What This Study AddsWe provide longitudinal data and modeled trajectories to describe patterns of linear growth and onset of growth faltering or recovery. The evidence generated serves as critical input to meet national and global targets of ending malnutrition. Contributors Statement PageDr Frederick G. B. Goddard conceptualized and designed the study, curated the data, carried out the initial analyses and interpretation of data, drafted the manuscript and critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. Dr Bezawit M. Hunegnaw conceptualized and designed the study, designed the data collection instruments, supervised data collection, contributed to analyses and interpretation of data, drafted the manuscript and critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. Dr Sebastien Haneuse and Jonathan Luu contributed to analysis and interpretation of data, and critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. Dr Mesfin Zeleke, Yahya Mohammed, Chalachew Bekele and Daniel Tadesse contributed to the design of data collection instruments, supervised data collection and critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. Meles Solomon contributed to the interpretation of data and critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. Dr Delayehu Bekele oversaw study implementation, contributed to the design of data collection instruments, critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. Dr Grace J. Chan obtained funding, conceptualized and designed the study, contributed to analyses and interpretation of data, and critically reviewed and revised the manuscript for important intellectual content. All authors approved the final manuscript as submitted and agree to be accountable for all aspects of the work.
Autores: Grace J Chan, F. G. B. Goddard, B. M. Hunegnaw, J. Luu, S. Haneuse, M. Zeleke, Y. Mohammed, C. Bekele, M. Solomon, D. Tadesse, D. Bekele
Última atualização: 2023-05-26 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.20.23290246
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.20.23290246.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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