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Aumentando a Responsabilidade da Polícia com Tecnologia de Reconhecimento de Voz

A pesquisa investiga o uso de reconhecimento de voz na análise de filmagens de câmeras corporais da polícia.

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Câmeras corporais da polícia viraram moda em vários departamentos policiais nos Estados Unidos. Essas câmeras têm a expectativa de tornar as ações da polícia mais responsáveis e transparentes. Mas, o problema é que elas gravam milhões de horas de filmagem que muitas vezes passam despercebidas e não são revisadas. Isso limita os benefícios que essas câmeras poderiam trazer. Pra ajudar a resolver esse lance, esse artigo explora como a tecnologia avançada de reconhecimento de fala pode ajudar na revisão das filmagens, especialmente nas interações durante abordagens de trânsito.

O Problema com as Câmeras Corporais

Apesar de as câmeras corporais terem algumas vantagens, como fornecer provas em casos de má conduta policial ou preconceito racial, a maioria das filmagens não é revisada a menos que faça parte de um incidente significativo ou de um processo judicial. Revisões manuais são demoradas e não conseguem acompanhar o volume de filmagens coletadas.

Com as melhorias recentes na tecnologia de reconhecimento de fala, há esperança de que consigamos transcrever automaticamente a fala dos policiais nas filmagens das câmeras corporais. Isso permitiria que os departamentos de polícia analisassem as gravações de forma mais eficaz, sem precisar depender de transcrições manuais caras.

Tecnologia de Reconhecimento de Fala

O progresso recente na tecnologia de reconhecimento de fala foi impressionante, especialmente com modelos grandes pré-treinados. Esses modelos, como Whisper e Wav2Vec2, mostraram que conseguem entender a fala bem em diversos conjuntos de dados. Eles também foram usados em aplicações de bem social, como monitoramento de materiais relacionados a cuidados com idosos e proteção infantil. Mas, quando aplicados a conversas em ambientes barulhentos com vários falantes, esses modelos frequentemente precisam de ajustes específicos.

Esse artigo desenvolve um método para reconhecimento automático de fala (ASR) e identificação de quais partes do áudio pertencem aos policiais durante as abordagens de trânsito. Isso poderia ampliar a análise de preconceito racial e adesão aos procedimentos policiais, facilitando a busca nas filmagens.

Coleta de Dados

A principal fonte de dados para esse estudo são gravações de 1.040 abordagens de trânsito de um departamento policial em um único mês. Em trabalhos anteriores, transcritores humanos já tinham anotado quais partes do áudio eram faladas por policiais e Membros da Comunidade. Esses dados existentes ajudam a criar conjuntos de treino e teste para ASR e identificação da fala dos policiais.

O estudo avalia a performance dos Modelos ASR, como eles diferem entre policiais e membros da comunidade, e oferece uma visão dos desafios de identificar a fala com precisão nesse contexto.

Descobertas e Importância

A pesquisa revelou várias descobertas chave sobre a eficácia do reconhecimento de fala nas filmagens das câmeras corporais da polícia:

  1. Ajustar os modelos ASR melhora significativamente o desempenho na transcrição da fala dos policiais.
  2. A precisão do ASR para a fala dos policiais é muito melhor do que para a fala dos membros da comunidade.
  3. Identificar qual fala pertence aos policiais continua sendo um desafio.

Essas descobertas indicam que, embora haja potencial para o ASR melhorar a responsabilidade das ações policiais, ainda existem obstáculos a superar, especialmente em capturar toda fala relevante com precisão.

Desafios dos Dados de Áudio

A qualidade dos dados coletados pode variar bastante. As abordagens de trânsito geralmente têm ruídos de fundo como vento e trânsito, e a presença de múltiplos falantes pode dificultar a identificação precisa de quem está falando. Policiais secundários, motoristas e passageiros podem estar longe do dispositivo de gravação, complicando ainda mais a tarefa de reconhecimento de fala.

Além disso, as transcrições anteriores não foram criadas com o objetivo de desenvolver ferramentas de processamento de fala, o que significa que nem sempre são completas ou precisas. Por exemplo, os transcritores podem ter deixado de fora certos diálogos ou confundido os falantes. Essa inconsistência pode prejudicar ainda mais o desempenho dos sistemas de reconhecimento de fala.

Preparação dos Dados

Pra preparar os dados para análise, a equipe alinhou as transcrições existentes com os timestamps e corrigiu quaisquer erros de transcrição. Em seguida, criaram conjuntos de treino e teste distintos, garantindo que filmagens do mesmo policial não fossem incluídas em ambos os conjuntos. Isso ajuda a manter a integridade do processo de teste.

Usando várias técnicas, os pesquisadores alinharam as falas com os respectivos timestamps. Eles também filtraram quaisquer dados de baixa qualidade, focando em falas claras e transcritas com precisão. Essa preparação rigorosa dos dados é crucial para treinar modelos ASR eficazes.

Avaliação do Modelo

Os pesquisadores compararam o desempenho de vários modelos de reconhecimento de fala, especificamente Wav2Vec2 e Whisper, pra ver quão bem eles transcreviam a fala das filmagens das câmeras corporais. Os modelos passaram por ajustes usando o conjunto de dados de treinamento pra melhorar sua precisão.

Ajustar os modelos envolveu ajustar vários parâmetros de treinamento e garantir que eles aprendessem efetivamente das particularidades da fala dos policiais. Os resultados mostraram que o Whisper, quando ajustado, se saiu particularmente bem na transcrição da fala dos policiais, mas os pesquisadores também notaram que ele às vezes teve dificuldade com segmentos complicados.

Desempenho Entre Demográficos

O estudo examinou ainda como os modelos ASR se saíram em função de diferentes fatores, como o papel do falante (policial ou membro da comunidade), diferenças raciais e gênero. Foi constatado que o ASR funcionou significativamente melhor para a fala dos policiais em comparação com os membros da comunidade. Os membros da comunidade costumavam estar mais longe dos microfones, o que afetava a clareza.

Curiosamente, a análise não mostrou diferenças significativas no desempenho com base na raça ou gênero dos falantes. As descobertas sugerem que, embora os modelos ASR tenham melhorado os esforços de responsabilidade, eles não comprometeram significativamente a privacidade dos membros da comunidade.

Detecção da Fala dos Policiais

Identificar segmentos de fala pertencentes especificamente aos policiais foi outro grande desafio. Os pesquisadores desenvolveram modelos para detectar quando os policiais principais estavam falando. Esse processo foi crucial para avaliar o desempenho dos modelos ASR em relação aos segmentos de fala dos policiais.

Durante o treinamento, os pesquisadores usaram várias técnicas para filtrar segmentos sem fala e criar um conjunto de dados equilibrado. Eles também aplicaram diferentes modelos para classificar segmentos de áudio, determinando quais continham a fala dos policiais.

Limitações e Questões Éticas

Embora os resultados iniciais sejam promissores, o estudo não está sem limitações. Os dados vêm de um departamento policial, então há incerteza sobre se essas descobertas se aplicariam a outros departamentos ou tipos de interações policiais. Também há o risco de que a tecnologia possa ser usada de forma inadequada para atividades além de seu propósito pretendido, como vigilância sem autorização.

Devido a esse potencial de uso indevido e à sensibilidade dos dados, os pesquisadores decidiram não liberar seus modelos publicamente. Eles enfatizam que considerações éticas devem sempre desempenhar um papel no desenvolvimento tecnológico, especialmente em áreas relacionadas à aplicação da lei.

Conclusão

No geral, essa pesquisa identifica um potencial significativo para o uso da tecnologia de reconhecimento de fala pra aumentar a responsabilidade da polícia. Embora tenha havido avanços, vários desafios permanecem em refinar os modelos e garantir a precisão do reconhecimento de fala em ambientes barulhentos e complexos. As descobertas sugerem um caminho a seguir para desenvolver ferramentas eficazes que possam ajudar os departamentos de polícia a revisar melhor suas filmagens de câmeras corporais, ao mesmo tempo que enfatizam a importância das considerações éticas na implementação de tais tecnologias.

Fonte original

Título: Developing Speech Processing Pipelines for Police Accountability

Resumo: Police body-worn cameras have the potential to improve accountability and transparency in policing. Yet in practice, they result in millions of hours of footage that is never reviewed. We investigate the potential of large pre-trained speech models for facilitating reviews, focusing on ASR and officer speech detection in footage from traffic stops. Our proposed pipeline includes training data alignment and filtering, fine-tuning with resource constraints, and combining officer speech detection with ASR for a fully automated approach. We find that (1) fine-tuning strongly improves ASR performance on officer speech (WER=12-13%), (2) ASR on officer speech is much more accurate than on community member speech (WER=43.55-49.07%), (3) domain-specific tasks like officer speech detection and diarization remain challenging. Our work offers practical applications for reviewing body camera footage and general guidance for adapting pre-trained speech models to noisy multi-speaker domains.

Autores: Anjalie Field, Prateek Verma, Nay San, Jennifer L. Eberhardt, Dan Jurafsky

Última atualização: 2023-06-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2306.06086

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2306.06086

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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