Impacto do COVID-19 na Capacidade de Trabalho e Atestados de Saúde
Estudo revela os efeitos da COVID-19 na capacidade de trabalho e na emissão de atestados de saúde.
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Índice
- Design do Estudo
- População do Estudo
- Medidas do Estudo
- Métodos Estatísticos
- Descrição da População do Estudo
- Taxas Gerais de Atestados
- Taxa do Primeiro Atestado por Demografia
- Regressão de Cox por Período de Acompanhamento
- Resultados em Contexto
- Implicações para a Política
- Pesquisas Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
No Reino Unido, os médicos podem emitir um atestado de aptidão, também conhecido como atestado médico, se a pessoa estiver doente por mais de sete dias e a doença afetar sua capacidade de trabalhar. No ano de 2021-22, mais de 11 milhões de atestados foram emitidos na Inglaterra. Longos períodos de afastamento do trabalho podem causar problemas não só para as pessoas, mas também para a economia. Isso pode resultar em dificuldades financeiras, redução das atividades sociais e maiores diferenças de Saúde entre vários grupos de pessoas. Portanto, é essencial melhorar a saúde e a produtividade em geral, além de reduzir o número de pessoas dependendo de benefícios sociais.
A pandemia de COVID-19 afetou bastante a saúde e o trabalho. Em novembro de 2022, cerca de 82% das pessoas na Inglaterra foram estimadas como infectadas com o vírus que causa a COVID-19. Além disso, cerca de 1,9 milhão de pessoas relataram sintomas duradouros associados à COVID-19, conhecidos como COVID longo, com muitos sofrendo por pelo menos um ano. Os mais afetados tendem a ser mulheres, pessoas de 35 a 69 anos e aquelas vivendo em áreas mais pobres. Pesquisas mostram que os atestados são mais comumente emitidos para mulheres e para pessoas em empregos manuais do que para outros. Antes da pandemia, os principais motivos para receber atestados eram problemas de saúde mental e problemas musculares e ósseos. No entanto, houve muito pouca pesquisa sobre atestados para pessoas se recuperando da COVID-19 na Inglaterra.
Dada a contínua possibilidade de COVID longa, é importante avaliar como a COVID-19 afeta a capacidade das pessoas de trabalhar. A COVID longa pode variar muito de pessoa para pessoa, tornando difícil defini-la. Além disso, os registros de COVID longa na atenção primária não são muito confiáveis, dificultando a descoberta de quantas pessoas ainda estão sofrendo com sintomas duradouros. Nosso estudo teve três principais objetivos: 1) olhar para os detalhes Demográficos e de saúde das pessoas que receberam atestado após terem COVID-19, 2) ver como a taxa de atestados mudou ao longo do tempo após o diagnóstico, e 3) comparar as taxas de atestados de pessoas com COVID-19 com as da população geral e aquelas hospitalizadas com pneumonia.
Design do Estudo
Realizamos um estudo usando dados de registros de saúde de médicos de família (GP) na Inglaterra. Analisamos registros de cerca de 40% da população inglesa que está registrada em práticas de GP. Todos os dados foram manipulados e analisados de forma segura através de uma plataforma projetada para dados de saúde no NHS. As informações deste estudo foram codificadas e mantidas em sigilo.
População do Estudo
Focamos em adultos de 18 a 64 anos que estavam com o mesmo GP por pelo menos um ano antes do diagnóstico de COVID-19. Esse grupo etário foi escolhido porque representa indivíduos mais propensos a estarem trabalhando. Identificamos grupos de pessoas que tiveram um caso registrado de COVID-19 entre 1 de fevereiro e 30 de novembro nos anos de 2020, 2021 e 2022. Esses grupos foram formados com base em um teste positivo registrado para COVID-19 ou um diagnóstico da doença.
Criamos também grupos para comparação, que foram pareados em termos de idade, sexo e região geográfica. Incluímos dados de um grupo histórico de 2019 para ver como as coisas mudaram ao longo do tempo. Também realizamos uma análise secundária para aqueles que foram hospitalizados devido à COVID-19 e os comparamos com pessoas hospitalizadas por pneumonia.
Medidas do Estudo
O principal resultado que focamos foi o primeiro atestado emitido durante o período de acompanhamento. Monitoramos cuidadosamente quem recebeu atestados, excluindo aqueles que receberam notas de isolamento relacionadas à COVID-19. Coletamos várias características demográficas e de saúde dos pacientes que receberam atestados, incluindo idade, sexo, região geográfica, etnia e indicadores de condições de saúde existentes que podem agravar o impacto da COVID-19.
Métodos Estatísticos
Para avaliar a taxa de primeiros atestados, medimos quantas pessoas receberam atestados por 100 meses-pessoa em diferentes grupos. Usamos modelos estatísticos para comparar as taxas de atestados entre aqueles que tiveram COVID-19 e aqueles da população geral, ajustando para características demográficas e de saúde. Acompanhamos como as taxas de atestados mudaram ao longo de diferentes períodos após o diagnóstico.
Descrição da População do Estudo
Em 2020, encontramos 365.421 indivíduos com um caso confirmado de COVID-19, dos quais 22.015 foram hospitalizados. Em 2021, o número subiu para 1.206.555 casos, com 30.205 hospitalizados, e em 2022, havia 1.321.313 casos, com 34.692 hospitalizados. Para comparação, havia 29.673 pessoas hospitalizadas com pneumonia em 2019.
No geral, os detalhes demográficos mostraram que a coorte de COVID-19 ficou mais velha e mais propensa a ser mulher, com uma proporção maior se identificando como brancos em 2022 em comparação com os anos anteriores. Pacientes hospitalizados com COVID-19 tendiam a ser mais velhos e mais frequentemente homens, vivendo em áreas carentes em comparação com indivíduos nas coortes gerais de COVID-19.
Taxas Gerais de Atestados
Dentre todos os indivíduos nos grupos de COVID-19, muitos receberam atestados durante o período de acompanhamento, com 34.377 atestados emitidos em 2020, 102.949 em 2021 e 152.859 em 2022. No entanto, a taxa de atestados por 100 meses-pessoa diminuiu ao longo do tempo, de 4,88 em 2020 para 2,66 em 2021 e 1,73 em 2022. Isso sugere que, enquanto mais atestados foram emitidos no total, a taxa por pessoa diminuiu a cada ano.
Taxa do Primeiro Atestado por Demografia
A taxa de atestados foi maior entre os hospitalizados, com 6,78 atestados por 100 meses-pessoa em 2020, 7,19 em 2021 e 4,13 em 2022. Em contraste, as taxas variaram entre diferentes grupos demográficos, com taxas mais altas em indivíduos mais velhos, mulheres e aqueles de certos grupos étnicos. Pessoas vivendo em áreas mais carentes eram mais propensas a receber atestados.
No grupo da COVID-19, os atestados eram mais comuns em 2020, enquanto as taxas caíram em 2022 para todos os demográficos, exceto para os mais jovens de 18 a 24 anos. O impacto da carência nos atestados diferiu, com padrões menos claros observados mais tarde no estudo.
Regressão de Cox por Período de Acompanhamento
No geral, indivíduos com COVID-19 tinham uma taxa de atestados mais alta em comparação com a população geral, especialmente nos primeiros dias após o diagnóstico. Esse risco elevado persistiu ao longo do período de acompanhamento. No primeiro mês após o diagnóstico, a taxa de atestados estava significativamente elevada. Para pacientes hospitalizados, a taxa de atestados era menor do que a de pacientes com pneumonia, especialmente em 2022.
Resultados em Contexto
A evolução da pandemia, incluindo vacinas e mudanças na propagação do vírus, alterou os impactos na saúde para diferentes grupos. A pesquisa mostrou um aumento no número de indivíduos com testes positivos para COVID-19 ao longo dos anos, mas curiosamente, a taxa de atestados diminuiu na população geral em 2020 em comparação com outros anos. Isso pode ser atribuído a mudanças nos padrões de trabalho que limitaram a necessidade de atestados.
Implicações para a Política
À medida que avançamos na pandemia, a vacinação reduziu a gravidade da doença, mas muitos continuam a sofrer com efeitos a longo prazo. A crescente taxa de reinfecções levanta preocupações sobre o potencial para um aumento nos sintomas a longo prazo. Este estudo destaca a necessidade contínua de acompanhar como a COVID-19 afeta a capacidade de trabalho das pessoas, ilustrando os impactos duradouros na saúde e na economia.
Pesquisas Futuras
Investigações futuras poderiam se concentrar em quanto tempo as pessoas recebem atestados, quais motivos são citados para esses atestados e como essas tendências mudaram ao longo do tempo. Além disso, comparar atestados para aqueles com e sem COVID-19 pode fornecer mais insights sobre os impactos duradouros da saúde do vírus.
Resumindo, este estudo mostra um aumento notável no risco de receber atestados entre aqueles com COVID-19 em comparação com a população geral, se estendendo mesmo nos anos posteriores da pandemia, quando os tratamentos e as vacinas melhoraram. A maioria dos atestados foi emitida logo após o diagnóstico, mas os problemas de saúde contínuos demonstram os desafios a longo prazo impostos pela COVID-19.
Título: Fit notes associated with COVID-19 in 24 million patients' primary care records: A cohort study in OpenSAFELY-TPP
Resumo: BackgroundFit notes ("sick notes") are issued by general practitioners (GPs) when a person cant work for health reasons and is an indication of the public health and economic burden for people recovering from COVID-19. MethodsWith NHS England approval, we used routine clinical data from >24 million patients to compare fit note incidence in people 18-64 years with and without evidence of COVID-19 in 2020, 2021 and 2022. We fit Cox regression models to estimate adjusted hazard ratios, overall and by time post-diagnosis and within demographic subgroups. ResultsWe identified 365,421, 1,206,555 and 1,321,313 people with evidence of COVID-19 in 2020, 2021 and 2022. The fit note rate was 4.88 per 100 person-months (95%CI 4.83-4.93) in 2020, 2.66 (95%CI 2.64-2.67) in 2021, and 1.73 (95%CI 1.72-1.73) in 2022. Compared with the age, sex and region matched general population, the hazard ratio (HR) adjusted for demographics and clinical characteristics over the follow-up period was 4.07 (95%CI 4.02-4.12) in 2020 decreasing to 1.57 (95%CI 1.56-1.58) in 2022. The HR was highest in the first 30 days post-diagnosis in all years. ConclusionsDespite likely underestimation of the fit note rate, we identified a considerable increase among people with COVID-19, even in an era when most people are vaccinated. Most fit notes are associated with the acute phase of the disease, but the increased risk several months post-diagnosis provides further evidence of the long-term impact. Evidence before this studyWe searched Pubmed from 1 March 2020 to 30 June 2023 using the following search terms: ("COVID-19" OR "SARS-CoV-2" OR "coronavirus") AND ("United Kingdom" OR "England" OR "Britain" OR "Scotland" OR "Wales") AND ("fit note" OR "sick note" OR "sick leave" OR "sickness absence"). We also searched the reference list of relevant articles. We included both peer-reviewed research studies and grey literature that quantified receipt of fit notes or sick leave during the COVID-19 pandemic. We found two peer-reviewed studies and one briefing by an independent think tank. A study of 959,356 National Health Service (NHS) employees in England quantified receipt of non-COVID-19 related fit notes during the first wave of the pandemic. They found that the overall fit note rate was lower in 2020 compared with 2019. However, increases in the number of people receiving fit notes were observed for respiratory, infectious disease, and mental health conditions. The second study of 15,931 domiciliary care workers in Wales between Mar 2020 and Nov 2021 found that 15% had been issued a fit note over the study period. Fit notes were more common among women, people [≥]45 years, and those with comorbidities. The briefing found that the percentage of sickness absence days taken by NHS employees was higher in 2022 (5.6%) compared with 2019 (4.3%), with a particular increase in absences due to mental health and infectious diseases. In 2022, 18% of sickness absence days were attributable to COVID-19. Added value of this studyThis study is the first to quantify changes in fit note rate since the start of the COVID-19 pandemic among people with a reported SARS-CoV-2 infection and how this compares with the general population in the UK. We found that people with evidence of SARS-CoV-2 infection had a higher fit note rate than the general population, even after adjusting for demographics and clinical characteristics. While this increased risk was greatest in 2020 (hazard ratio [HR] = 4.07, 95%CI 4.02-4.12), it continued to a lesser extent even into 2022 (HR = 1.57, 95%CI 1.56-1.58). The fit note rate was greatest in the first 30 days post-diagnosis, suggesting that most sick leave is associated with the acute phase. In subgroup analyses, the groups with the greatest relative increased risk changed over the years. People aged 18-24 years had a larger relative increased risk of fit notes (as measured by HR) in 2022 than 2021, when compared with the general population in each year. Additionally, while in 2020 and 2021 the HR increased along with lessening deprivation, this effect dissipated in 2022. In contrast, people hospitalised with COVID-19 were less likely to be issued a fit note than the pneumonia cohort, suggesting the long-term effects may be similar to comparable severe respiratory infections cases resulting in hospitalisation. Implications of all the available evidenceWhile we have likely underestimated the fit note rate due to overcounting of people in the workforce and misclassification of COVID-19 status, we still identified a substantial increased risk of receiving a fit note in people with COVID-19 compared with the general population over all years, even after adjusting for demographics and a wide range of clinical characteristics. The increased risk persisted into 2022, in an era where most people are vaccinated and the severity of COVID-19 illness is lessened. Given the high infection rates still occurring, these findings provide evidence for a substantial impact of COVID-19 on productivity and further evidence of the long-term impacts of COVID-19.
Autores: Andrea L Schaffer, R. Y. Park, J. Tazare, K. Bhaskaran, B. MacKenna, S. Denaxas, I. Dillingham, The OpenSAFELY Collaborative, A. Mehrkar, C. Bates, B. Goldacre, F. Greaves, J. Macleod, National Core Studies Collaborative, L. Tomlinson, A. J. Walker
Última atualização: 2023-09-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.28.23293269
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.28.23293269.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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