Avaliando o Triage Inteligente para o Atendimento de Emergência Pediátrica
Um estudo comparando sistemas de triagem para a eficácia do atendimento pediátrico urgente.
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Índice
A superlotação nos hospitais, especialmente nos departamentos de emergência (DE), é um grande problema que afeta muitos lugares pelo mundo. Uma das principais razões pra isso é que não existem sistemas eficazes que ajudem os profissionais de saúde a decidir quais pacientes precisam de atendimento primeiro. A triagem é um método usado pra classificar os pacientes com base na gravidade da condição deles. Isso ajuda a priorizar o atendimento pra quem precisa com urgência. Pra crianças, isso é ainda mais importante, já que as doenças podem variar muito em gravidade.
A triagem classifica os pacientes em diferentes níveis de urgência: casos de emergência precisam de atenção imediata, casos prioritários precisam de cuidado urgente, e casos não urgentes podem esperar. Ao identificar rapidamente as crianças criticamente doentes, a triagem pode reduzir os tempos de espera pra quem realmente precisa de tratamento. No entanto, em lugares com recursos limitados, a triagem nem sempre é usada de maneira eficaz, o que pode levar a atrasos no atendimento das crianças mais doentes.
Vários sistemas de triagem foram criados e usados em hospitais ao redor do mundo pra ajudar os profissionais de saúde a melhorar a precisão da triagem. Um sistema bastante utilizado é o guia de Avaliação e Tratamento de Triagem de Emergência (ETAT) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora o ETAT possa ser muito útil, ele enfrenta desafios em situações da vida real, incluindo alta rotatividade de funcionários e falta de recursos pra um treinamento adequado.
Um novo modelo chamado Smart Triage foi desenvolvido pra enfrentar alguns desses desafios. Ele utiliza um modelo de regressão logística baseado em dados coletados de um hospital em Uganda. Esse modelo analisa vários fatores dos pacientes pra avaliar a probabilidade de hospitalização. O Smart Triage tem como objetivo simplificar o processo de triagem pros profissionais de saúde que podem ter um treinamento limitado. Ele também pode ser usado com tecnologia, reduzindo a necessidade de memorização de protocolos complexos.
Objetivo do Estudo
Esse artigo discute um estudo que teve como objetivo comparar a eficácia do sistema ETAT e do modelo Smart Triage na classificação de crianças que se apresentaram no DE. Os resultados podem ajudar a determinar quão bem cada sistema identifica crianças que precisam de atenção médica urgente.
Desenho do Estudo
O estudo foi realizado em dois hospitais públicos no Quênia durante vários meses. O objetivo era coletar dados sobre pacientes pediátricos que chegaram aos departamentos de emergência com doenças agudas. Crianças com menos de 15 anos eram elegíveis pra participar do estudo, enquanto aquelas que vinham pra cuidados de rotina, como vacinas ou check-ups, foram excluídas.
Durante o estudo, as enfermeiras fizeram exames clínicos e coletaram dados usando um aplicativo seguro. Elas mediram sinais vitais, como frequência cardíaca e níveis de oxigênio, e avaliaram os sintomas. Depois, um clínico qualificado revisou cada criança pra decidir sobre os tratamentos necessários. Além disso, foram feitos acompanhamentos uma semana depois pra verificar os resultados dos pacientes após saírem do hospital.
Sistemas de Triagem
Sistema ETAT
O sistema ETAT usa sinais clínicos pra categorizar os pacientes com base no nível de doença deles. Os profissionais de saúde verificam sinais de emergência específicos e atribuem as crianças a diferentes categorias: emergência, Prioridade ou não urgente. Crianças com problemas que ameaçam a vida são marcadas como Emergências, enquanto aquelas que precisam de atenção urgente são marcadas como prioridade.
Modelo Smart Triage
O Smart Triage é um novo modelo que usa nove fatores dos pacientes pra classificar as crianças nas mesmas categorias de urgência. Ele inclui fatores contínuos, como temperatura e frequência cardíaca, e fatores categóricos, como se a criança tá tendo dificuldade pra respirar ou tem palidez visível. Esse modelo foi recalibrado pra garantir que identifique efetivamente as crianças que estão em alto risco.
O Smart Triage também inclui gatilhos independentes pra casos de emergência e prioridade. Esses gatilhos são usados pra classificar os pacientes com base em condições específicas, garantindo que as crianças criticamente doentes não sejam perdidas.
Resultados
O estudo avaliou mais de 5.000 crianças, sendo a maioria do sexo masculino e com menos de dois anos. Um número significativo de pacientes foi admitido no hospital, enquanto uma porcentagem menor infelizmente não sobreviveu. Cada sistema de triagem classificou os pacientes em suas respectivas categorias, e os resultados mostraram diferenças notáveis entre ETAT e Smart Triage.
O ETAT categorizou uma parte maior das crianças como não urgentes, enquanto os modelos Smart Triage classificaram mais crianças nas categorias de prioridade e emergência. Isso indica que o Smart Triage pode ser mais eficiente em identificar crianças que precisam de cuidado imediato.
O estudo revelou uma mudança nas classificações do sistema ETAT pro Smart Triage. Muitas crianças inicialmente marcadas como não urgentes no ETAT foram reclassificadas como prioridade ou emergência pelo modelo Smart Triage. Essa mudança destaca a eficácia do Smart Triage em identificar aquelas em maior risco.
Discussão
O principal objetivo da triagem pediátrica é identificar eficientemente as crianças que precisam de cuidados médicos urgentes, permitindo que outras aguardem em segurança. Idealmente, menos crianças devem cair na categoria de emergência em comparação com os grupos de prioridade e não urgentes, pois isso garante que recursos críticos estejam disponíveis pra quem realmente precisa.
O modelo Smart Triage mostra potencial em aprimorar a capacidade de distinguir entre os níveis de urgência das crianças que se apresentam no departamento de emergência. Ele classifica mais crianças como prioridade ou emergência em comparação com o ETAT, o que reflete seu potencial pra melhorar os resultados dos pacientes e a alocação de recursos em ambientes hospitalares movimentados.
Tanto os modelos ETAT quanto Smart Triage identificaram com sucesso as crianças criticamente doentes, já que a maioria das admissões e casos de mortalidade foram classificados adequadamente. No entanto, a adição de gatilhos independentes no Smart Triage melhorou a eficácia do sistema na classificação de crianças que enfrentavam os maiores riscos de internação e morte.
O Smart Triage integra vários fatores dos pacientes em um modelo de previsão, permitindo que avalie efetivamente a urgência dos pacientes. Diferente dos métodos tradicionais, que podem depender muito do julgamento do clínico, esse modelo pode fornecer uma abordagem mais sistemática nas decisões de triagem.
Limitações
O estudo teve algumas limitações. A coleta de dados foi feita apenas durante os dias da semana e em horários limitados, significando que os resultados podem não representar completamente a situação em todos os momentos. Além disso, o estudo se baseou em certos indicadores, como admissões hospitalares, pra avaliar a eficácia da triagem, o que pode não ser infalível.
Conclusão
O Smart Triage oferece uma forma promissora de melhorar como os trabalhadores da saúde classificam pacientes pediátricos em situações de emergência. Ao aprimorar a identificação das crianças que precisam de cuidados urgentes e integrar gatilhos independentes, o Smart Triage pode potencialmente levar a melhores resultados em ambientes com poucos recursos. Pesquisas adicionais são essenciais pra confirmar esses achados e avaliar o modelo em diferentes ambientes de saúde.
Os achados do estudo ressaltam a importância de sistemas de triagem eficazes nos departamentos de emergência. Ao refinar esses sistemas, os hospitais podem garantir que as crianças criticamente doentes recebam o cuidado que precisam com urgência, ao mesmo tempo em que otimizam o uso de recursos limitados. O Smart Triage é um passo adiante pra enfrentar esses desafios e melhorar o atendimento de emergência pras crianças.
Título: Comparison between the Smart Triage model and the Emergency Triage Assessment and Treatment (ETAT) guidelines in triaging children presenting to the emergency departments of two public hospitals in Kenya.
Resumo: Several triage systems have been developed, but little is known about their performance in low-resource settings. Evaluating and comparing novel triage systems to existing triage scales provides essential information about their added value, reliability, safety, and effectiveness before adoption. This prospective observational study included children aged < 15 years who presented to the emergency departments of two public hospitals in Kenya between February and December 2021. We compared the performance of Emergency Triage Assessment and Treatment (ETAT) guidelines and Smart Triage (ST) models (ST-only model, ST model with independent triggers, and recalibrated ST model with independent triggers) in categorizing children into emergency, priority, and non-urgent triage categories. We visualized changes in classification of participants using Sankey diagrams. 5618 children were enrolled, and the majority (3113, 55.4%) were aged between one and five years of age. Overall admission and mortality rates were 7% and 0.9%, respectively. ETAT classified less children, 513 (9.2%), into the emergency category compared to 790 (14.1%), 1163 (20.8%) and 1161 (20.7%) by the ST-only model, ST model with independent triggers and recalibrated model with independent triggers, respectively. ETAT also classified more children, 3089 (55.1%), into the non-urgent triage category compared to 2442 (43.6%), 2097 (37.4%) and 2617 (46.7%) for the respective ST models. ETAT classified 191/395 (48.4%) of admitted patients as emergency compared to more than half by all the ST models. ETAT and the ST-only model classified 25/49 (51%) children who died as emergencies, while the ST models with independent triggers classified 39/49 (79.6%) children as emergencies. Smart Triage shows potential for identifying critically ill children in low-resource settings, particularly when combined with independent triggers. Additionally, it performs comparably to ETAT. Evaluation of Smart Triage in other contexts and comparison to other triage systems is required. Author summaryPrioritizing children according to the level of severity of illness in the outpatient department is crucial to ensure very sick children are identified and receive life-saving treatment while those with less severe symptoms can safely wait in the queue. Appropriate triage prevents avoidable paediatric mortality. As new triage systems are developed, it is essential to evaluate their performance before being used by healthcare professionals to manage patients. In this study, we compared a newly developed triage algorithm, Smart Triage, to the World Health Organizations Emergency Triage Assessment and Treatment (ETAT) guidelines. Here, we highlight how participants were categorised into emergency, priority, and non-urgent categories by both triage systems. We also assessed changes in triage categorization by comparing the Smart Triage model only (with and without site specific recalibration) and the model with independent emergency and priority triggers aligned with ETAT. Our study shows that Smart Triage had comparable performance to ETAT, and it can be used to triage children in resource-limited settings. Smart Triage can be integrated into a digital device allowing frontline healthcare workers to rapidly triage children presenting to the outpatient department and recognize very sick children faster, so that they can be treated in a timely manner.
Autores: Stephen Kamau, J. Kigo, P. Mwaniki, D. Dunsmuir, Y. Pillay, C. Zhang, B. Nyamwaya, D. Kimutai, M. Ouma, I. Mohammed, K. Gachuhi, M. Chege, L. Thuranira, J. M. Ansermino, S. Akech
Última atualização: 2023-11-09 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.08.23298265
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.08.23298265.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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