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Melhorando a Saúde Infantil com um Modelo de Triagem Inteligente

Um novo modelo tem como objetivo melhorar o atendimento a crianças doentes em hospitais.

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As taxas de mortalidade infantil diminuíram bastante desde os anos 90, especialmente entre as crianças mais velhas. Mas ainda tem muita criança com menos de cinco anos morrendo, principalmente em países de baixa e média renda, como os da África Subsaariana e do Sul da Ásia. Em 2020, cinco milhões de crianças nessa faixa etária morreram de várias doenças, com uma boa parte sendo recém-nascidos com infecções. Os principais motivos de morte são diarreia, infecções respiratórias, meningite e malária.

A sepse, que é uma resposta severa a infecções, causa muitas idas ao hospital em áreas com poucos recursos. Classificar rapidamente os pacientes, que se chama triagem, é super importante. Isso ajuda a identificar os casos mais críticos logo de cara e dá prioridade a eles. Muitas mortes acontecem nos hospitais nas primeiras 24 horas, então ter um atendimento rápido é essencial.

Pra ajudar nesse processo, a Organização Mundial da Saúde criou diretrizes chamadas Avaliação e Tratamento de Emergência por Triagem (ETAT). Essas diretrizes servem pra ajudar a equipe a avaliar e tratar crianças doentes em hospitais com recursos limitados. Mas implementar o ETAT pode ser complicado. Exige muito treinamento e conhecimento, o que é difícil de manter em hospitais lotados onde a rotatividade de funcionários é alta.

Uma solução é criar ferramentas eletrônicas que usam dados pra ajudar a priorizar o atendimento. Um exemplo disso é o modelo Smart Triage, que analisa nove fatores pra determinar o risco das crianças doentes. Mas esses modelos precisam ser testados em diferentes ambientes pra garantir que funcionem direitinho em todo lugar.

A Importância de Testar Modelos

Modelos de predição podem ajudar a tomar decisões informadas sobre saúde. Antes de usar esses modelos em hospitais reais, eles precisam ser testados pra confirmar que funcionam fora do ambiente inicial. Esse processo se chama validação externa. Ajuda a garantir que as previsões do modelo sejam confiáveis e aplicáveis a várias populações.

A validação externa pode avaliar se um modelo precisa de ajustes com base nos novos dados que ele encontra. Usar os mesmos fatores do modelo original pode às vezes ajudar a manter a capacidade preditiva. Por isso, é importante adaptar os modelos existentes pra se encaixar em novos contextos.

Duas maneiras de avaliar modelos de predição são validação geográfica e subdividir os dados. Em um estudo recente, o modelo Smart Triage foi testado com dados de vários hospitais em Uganda e Quênia. O estudo olhou pra diferentes faixas etárias pra ver como o modelo se comportava com cada grupo. Como a idade é um fator crítico nos riscos de saúde, os pesquisadores queriam avaliar a precisão do modelo focando nos pacientes mais novos, especialmente os recém-nascidos.

O período Neonatal é conhecido por ter o maior risco devido a vários fatores. O estudo buscava criar um modelo específico pra essa faixa etária, atualizando cuidadosamente o modelo existente.

Desenho do Estudo e Coleta de Dados

O modelo Smart Triage foi desenvolvido inicialmente com base em um estudo realizado em um grande hospital em Uganda. Ele atende muitos pacientes diariamente e funciona de forma semelhante aos departamentos de emergência em países mais ricos. Com o tempo, o modelo foi testado em outros hospitais em Uganda e Quênia. A aprovação ética de pesquisa foi obtida para todas as localidades, garantindo que o estudo seguisse os padrões éticos.

A coleta de dados envolveu enfermeiros treinados recolhendo informações de saúde de crianças que buscavam tratamento. Esse processo garantiu que procedimentos simples fossem seguidos, facilitando a coleta de dados de saúde precisos. Os mesmos métodos foram usados em todos os locais, garantindo consistência.

O estudo incluiu crianças com menos de cinco anos que buscavam tratamento para doenças agudas. Os pais ou cuidadores precisaram dar consentimento, e as crianças mais velhas também tiveram que concordar. Aqueles que estavam programados para procedimentos eletivos ou consultas agendadas não foram incluídos no estudo.

Medindo Resultados

O objetivo principal do estudo era acompanhar os resultados dos pacientes, focando na internação hospitalar por mais de 24 horas, readmissões e taxas de mortalidade. Esses resultados foram verificados por meio de chamadas de acompanhamento com os cuidadores após a inscrição no estudo.

Além disso, os pesquisadores compararam os resultados das crianças mais novas (com menos de cinco anos) com as de mais de seis meses de idade. Os resultados mostraram que as crianças mais novas tinham mais chances de precisar de internação.

Desempenho do Modelo Smart Triage

O modelo Smart Triage usa uma combinação de nove preditores pra avaliar riscos, como idade, frequência cardíaca e temperatura. Quando testado, o modelo mostrou que funcionava bem de forma geral pra crianças com menos de cinco anos, mas sua eficácia diminuiu pra grupos mais jovens, especialmente recém-nascidos. O desempenho caiu porque os fatores que influenciam os riscos de saúde mudam bastante nas crianças mais novas.

Por exemplo, quando o modelo foi testado apenas em bebês, suas previsões ficaram menos precisas, destacando a necessidade de um modelo dedicado pra essa faixa etária. Os pesquisadores decidiram atualizar o modelo especificamente pra recém-nascidos, focando em fatores que são cruciais pra saúde deles.

Atualizando o Modelo para Recém-Nascidos

O processo de atualização do modelo pra recém-nascidos envolveu ajustar os fatores principais e testá-los com novos dados. Era essencial garantir que o modelo atualizado estivesse bem calibrado pra prever com precisão os riscos de saúde desse grupo vulnerável.

Depois de passar por várias etapas de ajuste, o modelo melhorado mostrou uma capacidade preditiva melhor pra recém-nascidos em comparação com o original. A capacidade do modelo de distinguir entre casos de alto e baixo risco melhorou significativamente.

Ao selecionar novos limites pra categorias de baixo e alto risco, o modelo atualizado permitiu que os trabalhadores de saúde priorizassem eficazmente o atendimento de casos de emergência, identificando corretamente um número significativo de recém-nascidos que precisavam de atenção urgente.

Implicações Práticas do Estudo

O modelo Smart Triage atualizado tem aplicações em hospitais em Uganda e Quênia, onde é usado pra identificar rapidamente crianças criticamente doentes. O modelo mostrou melhorar a qualidade do atendimento e os resultados dos pacientes, além de ser econômico. Sua simplicidade facilita o uso por parte dos profissionais de saúde, mesmo em condições difíceis com recursos limitados.

Embora o modelo funcione bem em ambientes semelhantes, ele ainda precisa de mais testes em diferentes contextos pra demonstrar sua confiabilidade em populações mais diversas. Estudos futuros podem envolver testes do modelo em diferentes países ou tipos de instalações de saúde pra garantir que funcione de forma eficiente em vários contextos.

Forças e Limitações

A maior força deste estudo está em seu grande conjunto de dados de várias localidades, oferecendo um poder estatístico robusto. O uso de procedimentos padrão para coleta de dados reduziu as chances de informações faltando. No entanto, o estudo também enfrentou algumas limitações, como o fato de todas as localizações hospitalares estarem em regiões próximas, o que pode ter afetado a generalização dos achados.

Manter um equilíbrio entre reprodutibilidade e aplicabilidade a diferentes cenários é essencial. O objetivo final é refinar o modelo pra garantir que ele possa ser usado de forma confiável pra melhorar o atendimento neonatal em ambientes com poucos recursos.

O trabalho contínuo com o modelo Smart Triage mostra um compromisso em melhorar a saúde infantil usando métodos científicos pra criar ferramentas eficazes pra os profissionais. Com a pesquisa e desenvolvimento contínuos, há esperança de resultados melhores pra crianças ao redor do mundo, especialmente nas áreas que mais precisam.

Fonte original

Título: Geographical validation of the Smart Triage Model by age group

Resumo: Age is an important risk factor among critically ill children with neonates being the most vulnerable. Clinical prediction models need to account for age differences and must be externally validated and updated, if necessary, to enhance reliability, reproducibility, and generalizability. We externally validated the Smart Triage model using a combined prospective baseline cohort from three hospitals in Uganda and two in Kenya using admission, mortality, and readmission. We evaluated model discrimination using area under the receiver-operator curve (AUROC) and visualized calibration plots. In addition, we performed subsetting analysis based on age groups (< 30 days, [&le;] 2 months, [&le;] 6 months, and < 5 years). We revised the model for neonates (< 1 month) by re-estimating the intercept and coefficients and selected new thresholds to maximize sensitivity and specificity. 11595 participants under the age of five (under-5) were included in the analysis. The proportion with an outcome ranged from 8.9% in all children under-5 (including neonates) to 26% in the neonatal subset alone. The model achieved good discrimination for children under-5 with AUROC of 0.81 (95% CI: 0.79-0.82) but poor discrimination for neonates with AUROC of 0.62 (95% CI: 0.55-0.70). Sensitivity at the low-risk thresholds (CI) were 0.85 (0.83-0.87) and 0.68 (0.58-0.76) for children under-5 and neonates, respectively. Specificity at the high-risk thresholds were 0.93 (0.93-0.94) and 0.96 (0.94-0.98) for children under-5 and neonates, respectively. After model revision for neonates, we achieved an AUROC of 0.83 (0.79-0.87) with 13% and 41% as the low- and high-risk thresholds, respectively. The Smart Triage model showed good discrimination for children under-5. However, a revised model is recommended for neonates due to their uniqueness in disease susceptibly, host response, and underlying physiological reserve. External validation of the neonatal model and additional external validation of the under-5 model in different contexts is required. Author summaryClinical prediction model has become evermore popular in various medical fields as it can improve clinical decision-making by providing personalized risk estimate for patients. It is a statistical technique that incorporates patient-specific factors to personalize treatment and optimize health resources allocation. Clinical prediction models need to be validated in a different setting and population, and updated accordingly to ensure accuracy and relevance in clinical settings. We aim to evaluate one such model currently being implemented at the outpatient pediatric department at multiple hospitals in Uganda and Kenya. This model has been incorporated into a digital platform that is used to quickly identify critically ill children at triage. After validating the model against different age groups, we found the current model is not well suited for neonates and thus attempted to update the model. Our study provides new insight into clinical variables that impact neonatal outcome and we hope to improve neonatal morality for low-resource settings.

Autores: Cherri Zhang, M. O. Wiens, D. Dunsmuir, Y. Pillay, C. Huxford, D. Kimutai, E. Tenywa, M. Ouma, J. Kigo, S. Kamau, M. Chege, N. Kenya-Mugisha, S. Mwaka, G. Dumont, N. Kissoon, S. Akech, J. M. Ansermino

Última atualização: 2023-07-06 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.29.23292059

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.29.23292059.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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