Melhorando o Atendimento à Sepse em Crianças na África
Um sistema de triagem digital mostra potencial em reduzir os tempos de tratamento da sepse.
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Índice
- Identificando Crianças Gravemente Doentes
- Ferramentas Digitais para Triagem e Tratamento
- Implementando o Smart Triage
- Locais do Estudo
- Desafios Enfrentados Durante o Estudo
- Como os Participantes Foram Selecionados
- O Processo de Implementação
- Medindo o Sucesso
- Resultados do Estudo
- Taxas de Mortalidade
- Desafios na Implementação
- Conclusão
- Fonte original
A Sepse é uma condição séria que pode levar à morte, especialmente em crianças gravemente doentes. É uma das principais causas de mortes evitáveis no mundo todo. Na África Subsaariana, as taxas de morte por sepse em crianças são alarmantemente altas. Muitas dessas mortes estão ligadas a doenças como malária, pneumonia e diarreia, que podem levar à sepse. O tratamento precoce é essencial; lidar com a sepse na primeira hora da chegada da criança a um hospital pode melhorar muito as chances de sobrevivência. Infelizmente, reconhecer e tratar a sepse rapidamente nos hospitais tem sido um grande desafio.
Identificando Crianças Gravemente Doentes
Para enfrentar esse problema, a equipe médica pode identificar rapidamente crianças gravemente doentes usando um processo chamado Triagem. A triagem ajuda os profissionais de saúde a priorizar os pacientes com base em quão doentes eles estão. Vários sistemas foram desenvolvidos para melhorar os processos de triagem em locais com recursos limitados. Isso inclui o sistema de Avaliação e Tratamento de Triagem de Emergência (ETAT), a Escala de Triagem Pediátrica da África do Sul (PSATS) e diretrizes para gerenciar doenças infantis. Apesar de serem colocados em prática, esses sistemas têm enfrentado dificuldades em oferecer resultados eficazes de forma consistente, fazendo com que muitos pacientes sejam atendidos com base em quando chegam, em vez de quão urgentemente precisam de cuidado.
Ferramentas Digitais para Triagem e Tratamento
Recentemente, houve esforços para melhorar as decisões de triagem e tratamento usando ferramentas digitais que seguem diretrizes de especialistas. Essas plataformas digitais podem fornecer orientações úteis com base em dados do mundo real, dando aos profissionais de saúde insights que eles podem usar para melhorar a qualidade do atendimento. No entanto, mudanças abrangentes em todo o sistema de saúde ainda são necessárias para realmente aprimorar o cuidado em ambientes desafiadores.
Uma plataforma digital de triagem chamada Smart Triage foi desenvolvida para ajudar com esse problema. O Smart Triage inclui recursos como avaliação de risco, rastreamento de pacientes e Tratamentos, um painel para monitoramento em tempo real e relatórios automatizados para garantir atendimento rápido em casos de emergência. Usando dados, a plataforma Smart Triage pode identificar o nível de doença das crianças e orientar os profissionais de saúde sobre como responder rapidamente.
Implementando o Smart Triage
O Smart Triage foi testado em departamentos de atendimento ambulatorial pediátrico de quatro hospitais no Uganda e no Quênia. O objetivo era ver se essa plataforma poderia reduzir o tempo que as crianças levam para receber tratamento. O estudo analisou os resultados, como taxas de Mortalidade, internações e readmissões.
Para examinar os efeitos do Smart Triage, foi empregado um método chamado análise de séries temporais interrompidas. Esse método mede quaisquer mudanças no tempo que leva desde a chegada da criança ao hospital até o recebimento de cuidados urgentes após a introdução da plataforma.
Locais do Estudo
Este estudo focou em quatro hospitais públicos no Quênia e no Uganda. Cada país tinha um local de intervenção onde o Smart Triage foi usado e um local de controle onde não foi utilizado. Os hospitais incluíam o Hospital do Condado de Mbagathi e o Hospital de Referência do Condado de Kiambu no Quênia, além do Hospital de Referência Regional de Jinja e do Hospital de Referência Regional de Gulu no Uganda.
Desafios Enfrentados Durante o Estudo
Durante o estudo, a pandemia de COVID-19 apresentou desafios significativos. Houve bloqueios que restringiram a movimentação dentro dos distritos, o que afetou como os serviços de saúde foram prestados. Além disso, houve escassez de trabalhadores da saúde devido a greves e rotações de pessoal. Esses fatores dificultaram a implementação eficaz da triagem e das medidas de melhoria da qualidade.
Como os Participantes Foram Selecionados
Todas as crianças que apresentassem uma doença aguda nos departamentos de atendimento ambulatorial eram elegíveis para o estudo. Pais ou responsáveis legais tinham que dar consentimento informado para que seus filhos participassem. Crianças acima de uma certa idade também davam seu consentimento. No entanto, o estudo excluiu casos relacionados a trauma, procedimentos eletivos ou consultas de follow-up para se concentrar apenas em doenças agudas.
O Processo de Implementação
O estudo seguiu um método estruturado que incluiu uma fase de linha de base, uma fase de desenvolvimento e uma fase de intervenção. Os dados foram coletados usando um aplicativo móvel especificamente projetado para este estudo. Enfermeiros treinados usaram tablets para coletar dados pré-definidos sobre cada paciente. Cronômetros monitoraram a duração até o início dos tratamentos. Sinais vitais como níveis de oxigênio, frequência cardíaca e temperatura foram medidos usando equipamentos médicos padrão.
Dentro da plataforma Smart Triage, um modelo de predição de risco com nove variáveis foi usado para guiar o processo de triagem. A plataforma foi projetada para rastrear os pacientes enquanto eles se moviam pela instalação de saúde, garantindo que os casos urgentes recebessem atenção em tempo hábil. As informações coletadas durante a triagem eram exibidas em painéis acessíveis pela equipe médica.
Os profissionais de saúde receberam treinamento sobre como usar o Smart Triage e sobre a importância de reconhecer e tratar a sepse rapidamente. Feedback regular sobre métricas de desempenho foi fornecido às instalações, o que ajudou a melhorar a qualidade e a consciência do processo de sepse.
Medindo o Sucesso
O principal objetivo do estudo foi reduzir o tempo que as crianças levaram para receber Antimicrobianos intravenosos após chegarem ao departamento ambulatorial. Os objetivos secundários incluíam medir taxas de tratamento, internações, readmissões, duração das internações e mortalidade dentro de sete dias após a alta.
Os dados foram coletados de forma digital e armazenados com segurança para análise. Tamanhos de amostra foram calculados com base em estudos anteriores, com uma meta de coletar dados de milhares de triagens. Diversos métodos estatísticos foram aplicados para comparar resultados entre os locais de controle e de intervenção.
Resultados do Estudo
Os resultados mostraram mudanças nos tempos de tratamento. No Quênia, o tempo de linha de base para receber antimicrobianos intravenosos diminuiu em ambos os locais após a intervenção. No entanto, os dados iniciais indicavam um tempo maior para tratamento em um local, possivelmente devido a problemas de pessoal durante a temporada de festas. Melhorias foram notadas em termos de redução do tempo para tratamento.
No Uganda, o estudo também encontrou algumas mudanças no tempo para tratamento. No entanto, os resultados não foram tão claros devido à falta de dados de linha de base e ao tempo de implementação do local de controle.
No geral, as descobertas revelaram uma redução nas taxas de internação e de tratamento em ambos os locais no Quênia e no Uganda. Apesar da diminuição nas taxas de tratamento e internação, não houve aumento nas readmissões ou no uso de antimicrobianos.
Taxas de Mortalidade
Significativamente, o estudo encontrou reduções nas taxas de mortalidade. No Quênia, foi relatada uma diminuição de 25% na mortalidade dentro de sete dias, enquanto o Uganda mostrou uma notável redução de 75% nos locais de intervenção em comparação com períodos anteriores. Isso é encorajador e sugere que o reconhecimento e tratamento melhorados da sepse podem levar a melhores resultados para as crianças.
Desafios na Implementação
Apesar dessas melhorias, o estudo enfrentou desafios na aplicação consistente da plataforma Smart Triage. A complexidade de implementar ferramentas de apoio à decisão clínica pode levar a resultados mistos, especialmente em ambientes com recursos limitados. Fatores que podem afetar a implementação incluem a natureza da doença, interações tecnológicas e apoio dos profissionais de saúde e dos pacientes.
A pandemia de COVID-19 agravou problemas dentro dos sistemas de saúde, como superlotação, escassez de pessoal e recursos limitados para tratamento em tempo hábil. Abordar não apenas elementos clínicos, mas também questões relacionadas ao sistema, é crucial para o sucesso de intervenções digitais como o Smart Triage.
Conclusão
No geral, a plataforma Smart Triage foi efetivamente utilizada em ambientes com poucos recursos no Quênia e no Uganda. Embora as melhorias nos tempos de tratamento tenham sido variáveis, as reduções nas taxas de internação e mortalidade são indicadores promissores que merecem investigação adicional. Os desafios enfrentados durante o estudo destacam a necessidade de suporte abrangente na implementação de ferramentas digitais em ambientes de saúde complexos. As percepções obtidas podem ajudar a melhorar esforços futuros para abordar lacunas no atendimento à sepse em crianças e aprimorar a entrega geral dos serviços de saúde.
Título: Implementation of Smart Triage combined with a quality improvement program for children presenting to facilities in Kenya and Uganda: An interrupted time series analysis.
Resumo: Sepsis occurs predominantly in low-middle-income countries. Sub-optimal triage contributes to poor early case recognition and outcomes from sepsis. We evaluated the impact of Smart Triage using improved time to intravenous antimicrobial administration in a multisite interventional study. Smart Triage was implemented (with control sites) in Kenya (February 2021-December 2022) and Uganda (April 2020-April 2022). Children presenting to the outpatient departments with an acute illness were enrolled. A controlled interrupted time series was used to assess the effect on time from arrival at the facility to intravenous antimicrobial administration. Secondary analyses included antimicrobial use, admission rates and mortality (NCT04304235). During the baseline period, the time to antimicrobials decreased significantly in Kenya (132 and 58 minutes) at control and intervention sites, but less in Uganda (3 minutes) at the intervention site. Then, during the implementation period in Kenya, the time to IVA at the intervention site decreased by 98 min (57%, 95% CI 81-114) but increased by 49 min (21%, 95% CI: 23-76) at the control site. In Uganda, the time to IVA initially decreased but was not sustained, and there was no significant difference between intervention and control sites. At the intervention sites, there was a significant reduction in IVA utilization of 47% (Kenya) and 33% (Uganda), a reduction in admission rates of 47% (Kenya) and 33% (Uganda) and a 25% (Kenya) and 75% (Uganda) reduction in mortality rates compared to the baseline period. We showed significant improvements in time to intravenous antibiotics in Kenya but not Uganda, likely due to COVID-19, a short study period and resource constraints. The reduced antimicrobial use and admission and mortality rates are remarkable and welcome benefits but should be interpreted cautiously as these were secondary outcomes. This study underlines the difficulty of implementing technologies and sustaining quality improvement in health systems. Author SummaryImplementing the Smart Triage platform and quality improvement program for children in Kenya and Uganda resulted in inconsistent improvements in time to intravenous antimicrobial administration. The time to IVA decreased significantly in Kenya during baseline and reduced further during the intervention while increasing at the control site. In Uganda the time to treatment initially decreased but was not sustained. The treatment times were significantly influenced by the improvements during baseline data collection and multiple external health system factors such as drug shortages, the COVID -19 pandemic, staff shortages and strikes. The dramatic reduction in treatment, admission, and mortality rates should be further investigated.
Autores: J Mark Ansermino, Y. Pillay, A. Tagoola, C. Zhang, D. Dunsmuir, S. Kamau, J. Kigo, C. Agaba, I. A. Aye, B. Hwang, S. K. Novakowski, C. Huxford, M. O. Wiens, D. Kimutai, M. Ouma, I. Ahmed, P. Mwaniki, F. Oyella, E. Tenywa, H. Nambuya, B. O. Toliva, N. Kenya-Mugisha, N. Kissoon, S. Akech
Última atualização: 2024-02-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.09.24302601
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.09.24302601.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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