PMHnet: Uma Nova Abordagem para Avaliação do Risco de Doenças Cardíacas
Avanços em aprendizado de máquina melhoram as previsões de risco para pacientes com doenças cardíacas.
― 7 min ler
Índice
Pacientes com doenças cardíacas geralmente precisam de avaliações de risco precisas pra guiar seu tratamento. Os métodos tradicionais de estimar esses riscos costumam depender de poucos fatores, o que pode não mostrar o quadro completo da saúde do paciente. Com os avanços na tecnologia, dá pra usar mais informações dos registros de saúde dos pacientes pra melhorar as decisões de tratamento.
A Necessidade de uma Melhoria na Avaliação de Risco
No passado, modelos como o GRACE eram usados pra avaliar o risco em pacientes com condições cardíacas específicas, como infartos. No entanto, esses modelos muitas vezes se baseavam em menos de dez pontos de dados e não usavam os dados ricos disponíveis nos registros eletrônicos de saúde modernos. Essa limitação pode levar a previsões menos precisas pros pacientes.
Usando métodos de Aprendizado de Máquina, especialmente redes neurais, é possível analisar uma gama maior de fatores sem precisar preencher lacunas de dados faltantes. Esses modelos avançados podem ajudar na criação de ferramentas melhores pra apoiar as decisões clínicas de pacientes com doenças cardíacas.
Aprendizado de Máquina e Doenças Cardíacas
Estudos recentes mostraram que abordagens de aprendizado de máquina podem fornecer previsões de risco melhores em comparação com modelos tradicionais. Por exemplo, pesquisadores descobriram que um algoritmo de aprendizado de máquina poderia combinar Dados Clínicos com dados de imagem, levando a previsões melhores de mortalidade para pacientes com doença cardíaca estável. Outros modelos conseguiram prever a re-hospitalização por insuficiência cardíaca depois de um infarto.
Porém, muitos modelos existentes de aprendizado de máquina não consideram o tempo que leva para eventos como a morte acontecer. Essa análise de tempo até o evento é crucial, pois permite uma melhor compreensão dos resultados dos pacientes ao longo do tempo. Ao levar em conta todos os dados de acompanhamento disponíveis, esses modelos podem distinguir entre pacientes que faleceram logo após o tratamento e aqueles que sobreviveram por mais tempo.
Apresentando o PMHnet
Pra resolver as limitações dos modelos anteriores, os pesquisadores desenvolveram um novo modelo de sobrevivência baseado em redes neurais chamado PMHnet. Esse modelo prevê o risco de morte por qualquer causa em pacientes com doenças cardíacas, usando um conjunto rico de dados de registros de saúde e registros eletrônicos. Ele considera uma ampla variedade de fatores-no total, 584-permitindo uma compreensão mais abrangente da condição de cada paciente.
Coleta de Dados
O PMHnet foi construído usando dados do Registro Nacional de Pacientes da Dinamarca e do Registro Cardíaco da Dinamarca Oriental. Esses dados incluíam informações de milhares de pacientes que se submeteram a uma angiografia coronária, que é um procedimento que permite aos médicos ver os vasos sanguíneos do coração. Ao vincular essa informação com registros de saúde da população, os pesquisadores tiveram acesso a um conjunto de dados robusto que incluía informações de saúde detalhadas ao longo de dez anos.
Seleção de Pacientes
A equipe de pesquisa focou em pacientes adultos diagnosticados com doença cardíaca isquêmica que fizeram sua primeira angiografia coronária entre 2006 e 2016. Eles monitoraram esses pacientes por cinco anos, observando se viveram ou morreram durante esse período. Um grande grupo de pacientes, quase 40.000, foi dividido em dois grupos: um para desenvolver as previsões do modelo e o outro pra testar como ele se saiu.
Construindo o Modelo
O modelo PMHnet foi projetado pra analisar as características coletadas e fazer previsões sobre a sobrevivência dos pacientes. As características foram categorizadas em informações clínicas, diagnósticos, procedimentos e resultados bioquímicos. Por exemplo, características clínicas podem incluir coisas como problemas de saúde anteriores ou medicamentos tomados, enquanto características bioquímicas envolvem resultados de exames laboratoriais.
Estrutura do Modelo
A rede neural usada no PMHnet processa informações de um jeito que imita a tomada de decisão humana. Ela avalia vários aspectos dos dados de saúde ao mesmo tempo, permitindo que o modelo considere muitos fatores que influenciam o risco de um paciente. Usando uma abordagem estruturada, o modelo prevê a probabilidade de mortalidade em diferentes intervalos de tempo.
Validação do PMHnet
Uma vez que o modelo foi desenvolvido, sua precisão foi testada no grupo de pacientes excluído do treinamento inicial. As previsões foram avaliadas em vários pontos no tempo-seis meses, um ano, três anos e cinco anos após a primeira angiografia. As previsões do PMHnet mostraram alta precisão em comparação com o modelo GRACE existente.
Pra validar ainda mais o PMHnet, os pesquisadores também o testaram com dados da Islândia, onde havia uma população de pacientes semelhante. Essa validação externa é crucial, pois demonstra que a precisão do modelo se aplica a diferentes configurações de saúde.
Resultados do Uso do PMHnet
O desempenho do PMHnet foi medido usando uma métrica chamada área sob a curva dependente do tempo (tdAUC), que indica quão bem o modelo consegue distinguir entre pacientes que provavelmente viverão mais e aqueles que podem não viver tanto. O modelo obteve resultados impressionantes, superando métodos tradicionais como o GRACE consistentemente em todos os períodos de avaliação.
Importância das Características
A pesquisa também analisou quais características do modelo foram mais impactantes nas previsões. Ao usar uma técnica chamada SHAP (Explicações Aditivas de Shapley), os pesquisadores puderam determinar como cada fator influenciou a previsão final para pacientes individuais.
Com essa análise, foi descoberto que certas condições de saúde, como doença pulmonar obstrutiva crônica, idade e o número de vasos coronários afetados, desempenharam papéis significativos nas previsões de sobrevivência. Ao entender quais características são mais importantes, os médicos podem focar nos aspectos mais críticos da saúde de um paciente.
Considerando Fatores Genéticos
Além dos dados tradicionais de saúde, os pesquisadores também examinaram o impacto potencial dos escores de risco genético. Esses escores incorporam informações sobre a composição genética de um paciente, o que pode prever a suscetibilidade a doenças cardíacas. No entanto, os resultados mostraram que adicionar esses dados genéticos não melhorou visivelmente as previsões do modelo. Parece que os dados de saúde históricos coletados ao longo dos anos tiveram mais influência nos resultados dos pacientes do que os fatores genéticos.
Conclusão
O desenvolvimento do modelo PMHnet representa um passo significativo em como os clínicos podem avaliar o risco dos pacientes com doença cardíaca isquêmica. Ao utilizar uma ampla gama de dados e técnicas analíticas avançadas, o PMHnet não só melhora as previsões de mortalidade, mas também serve como uma base para estratégias de tratamento personalizadas.
À medida que a saúde se torna cada vez mais orientada a dados, integrar modelos assim na prática clínica pode ajudar a balancear os tratamentos de risco. Isso vai melhorar o cuidado dos pacientes ao identificar indivíduos que podem se beneficiar de um tratamento mais intenso, enquanto permite a redução segura de intervenções desnecessárias para pacientes de menor risco.
A pesquisa e validação contínuas em populações diversas vão aprimorar ainda mais a aplicabilidade desse modelo. Garantir que os modelos permaneçam precisos ao longo do tempo em resposta a mudanças nas práticas médicas e na demografia dos pacientes é essencial. No final das contas, o objetivo é usar essas ferramentas avançadas pra apoiar decisões clínicas e melhorar os resultados pra todos os pacientes com doenças cardíacas.
Título: Development and validation of a neural network-based survival model for mortality in ischemic heart disease
Resumo: BackgroundCurrent risk prediction models for ischemic heart disease (IHD) use a limited set of established risk factors and are based on classical statistical techniques. Using machine-learning techniques and including a broader panel of features from electronic health records (EHRs) may improve prognostication. ObjectivesDeveloping and externally validating a neural network-based time-to-event model (PMHnet) for prediction of all-cause mortality in IHD. MethodsWe included 39,746 patients (training: 34,746, test: 5,000) with IHD from the Eastern Danish Heart Registry, who underwent coronary angiography (CAG) between 2006-2016. Clinical and genetic features were extracted from national registries, EHRs, and biobanks. The feature-selection process identified 584 features, including prior diagnosis and procedure codes, laboratory test results, and clinical measurements. Model performance was evaluated using time-dependent AUC (tdAUC) and the Brier score. PMHnet was benchmarked against GRACE Risk Score 2.0 (GRACE2.0), and externally validated using data from Iceland (n=8,287). Feature importance and model explainability were assessed using SHAP analysis. FindingsOn the test set, the tdAUC was 0.88 (95% CI 0.86-0.90, case count, cc=196) at six months, 0.88(0.86-0.90, cc=261) at one year, 0.84(0.82-0.86, cc=395) at three years, and 0.82(0.80-0.84, cc=763) at five years. On the same data, GRACE2.0 had a lower performance: 0.77 (0.73-0.80) at six months, 0.77(0.74-0.80) at one year, and 0.73(0.70-0.75) at three years. PMHnet showed similar performance in the Icelandic data. ConclusionPMHnet significantly improved survival prediction in patients with IHD compared to GRACE2.0. Our findings support the use of deep phenotypic data as precision medicine tools in modern healthcare systems.
Autores: Søren Brunak, P. C. Holm, A. D. Haue, D. Westergaard, T. Röder, K. Banasik, V. Tragante, A. H. Christensen, L. Thomas, T. H. Nost, A. H. Skogholt, K. K. Iversen, F. Pedersen, D. E. Hofsten, O. B. Pedersen, S. R. Ostrowski, H. Ullum, M. N. Svendsen, I. M. Gjodsbol, T. Gudnason, D. Gudbjartsson, A. Helgadottir, K. Hveem, L. Kober, H. Holm, K. Stefansson, H. Bundgaard
Última atualização: 2023-06-20 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.16.23291527
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.16.23291527.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.