O Impacto da Educação Infantil no Uso de Serviços de Saúde
A educação na infância influencia muito as necessidades e resultados de saúde no futuro.
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Índice
Multimorbidade é viver com duas ou mais condições de saúde crônicas. Isso tem se tornado mais comum nos últimos 20 anos e impacta tanto os sistemas de saúde quanto a vida diária das pessoas. Quem vem de famílias mais pobres geralmente enfrenta multimorbidade mais cedo na vida. Pessoas com vários problemas de saúde costumam ter muitas consultas médicas e visitas ao hospital. Isso pode ser estressante e caro, e às vezes as pessoas nem vão às consultas. Muitas idas ao hospital também podem prejudicar o bem-estar e a qualidade de vida de alguém.
A Relação Entre Condições de Saúde e Uso de Saúde
Pesquisas mostram que quem tem mais condições de saúde crônicas tende a ter mais consultas médicas e internações. Vários fatores na vida adulta, como nível de educação, situação de emprego e gênero, também podem influenciar com que frequência as pessoas usam os serviços de saúde. Mas ainda se sabe pouco sobre como fatores da infância afetam o uso de serviços de saúde mais tarde.
Experiências na infância, incluindo fatores sociais, econômicos e educacionais, podem influenciar os resultados de saúde ao longo da vida. Estudos encontraram conexões entre fatores da infância e saúde na vida adulta, como estabilidade econômica, saúde da família, taxas de criminalidade e satisfação com a vida. Com o envelhecimento das populações, estratégias de prevenção a longo prazo se tornam mais importantes, tornando essencial examinar como fatores socioeconômicos da infância afetam o uso de serviços de saúde ao longo da vida.
Estrutura de Pesquisa Sobre Fatores da Infância
Para entender melhor como os fatores da infância afetam os riscos de saúde no futuro, os pesquisadores desenvolveram uma estrutura que destaca diferentes áreas de influência. Nos estudos, eles identificaram 12 domínios de fatores de risco da infância que podem impactar a chance de desenvolver multimorbidade mais tarde. Esses fatores incluem várias influências sociais, econômicas, educacionais e ambientais.
Um estudo analisou especificamente a educação infantil e a capacidade acadêmica e como esses fatores se relacionam ao uso de serviços de saúde na vida adulta. Os pesquisadores consideraram como fatores da vida adulta, como peso, hábitos de fumar, emprego e situação de moradia, poderiam influenciar essa relação.
A População do Estudo
Os dados para essa pesquisa vieram do estudo Aberdeen Children of the 1950s, que acompanhou mais de 12.000 participantes nascidos na Escócia entre 1950 e 1956. Durante a infância, esses participantes fizeram testes de leitura e matemática. O desempenho acadêmico inicial deles foi vinculado a outros registros importantes, como informações de nascimento e saúde materna.
Em 1999, os pesquisadores conseguiram rastrear muitos desses participantes e, mais tarde, um questionário foi enviado para coletar dados auto-relatados sobre saúde e hábitos. Quem respondeu era mais propenso a ser mulher e vir de classes sociais mais altas. Os registros de saúde deles, incluindo visitas a médicos e internações hospitalares, foram então ligados às informações auto-relatadas.
Medindo o Peso da Saúde
As internações hospitalares e as consultas ambulatoriais foram medidas ao longo de cinco anos. Os pesquisadores definiram limites específicos para o que constitui um peso no uso de serviços de saúde, visando números que provavelmente representariam desafios para muitas pessoas. Por exemplo, eles consideraram ter cinco ou mais consultas ambulatoriais e duas ou mais internações como indicadores de um peso nos serviços de saúde.
O foco principal era entender a conexão entre educação na infância e o uso de serviços de saúde mais tarde. Eles analisaram como fatores, como frequência escolar, tipo de escola e desempenho acadêmico, poderiam impactar o número de serviços de saúde utilizados na vida adulta.
Importância da Educação Infantil
Os pesquisadores descobriram que ter uma educação e capacidade acadêmica melhores na infância está relacionado a taxas mais baixas de consultas ambulatoriais e internações na vida adulta. Essa conexão não foi completamente explicada por condições de saúde crônicas existentes ou fatores da vida adulta. No entanto, a idade em que os participantes deixaram a escola foi um fator significativo, indicando que a educação na infância tem efeitos duradouros sobre a saúde.
As descobertas deles indicaram que a educação desempenha um papel vital em minimizar os pesos dos serviços de saúde mais tarde na vida, reforçando a ideia de que o apoio educacional precoce pode levar a melhores resultados de saúde na vida adulta.
O Papel dos Mediadores Adultos
O estudo explorou vários fatores da vida adulta que poderiam mediar a relação entre educação infantil e uso de serviços de saúde. Esses incluíram peso corporal, estado de fumar, emprego e a presença de condições de saúde crônicas. Embora esses fatores fossem relevantes, eles não explicaram completamente a ligação entre a educação infantil e o uso de serviços de saúde.
Mesmo após considerar os mediadores da vida adulta, a conexão entre o desempenho acadêmico da infância e as visitas ao médico permaneceu significativa. Isso mostra que o impacto da educação na infância é substancial e não depende apenas das circunstâncias da vida adulta.
Desafios e Considerações
Embora o estudo fornecesse insights importantes, houve algumas limitações. Por exemplo, o número de participantes com certas condições de saúde crônicas era menor, o que dificultou uma análise mais profunda sobre como diferentes problemas de saúde poderiam afetar essa relação. Além disso, não foi possível avaliar alguns comportamentos de saúde, como dieta e exercícios, devido à falta de dados disponíveis.
As medidas de resultado escolhidas para definir o peso dos serviços de saúde eram um tanto arbitrárias. Embora esses cortes tenham sido desenvolvidos com base em input de pacientes e conselheiros públicos, pode haver maneiras alternativas de definir o que constitui um peso significativo na saúde.
Os pesquisadores também observaram que não puderam considerar a literacia em saúde, que é um fator essencial para entender como os indivíduos se envolvem com os serviços de saúde.
O Caminho a Seguir
Essa pesquisa destaca o papel significativo da educação e do desempenho acadêmico na previsão do uso de serviços de saúde mais tarde na vida. Sugere que fatores da infância podem ter efeitos duradouros sobre a saúde, enfatizando a importância de intervenções voltadas a apoiar crianças na sua educação.
Focando na educação infantil, podemos ajudar a reduzir os pesos futuros nos serviços de saúde e melhorar os resultados de saúde a longo prazo. Pesquisas futuras devem continuar investigando as ligações entre experiências da infância e o uso de serviços de saúde mais tarde, considerando uma gama mais ampla de fatores e resultados.
Em conclusão, abordar as disparidades educacionais pode ser uma das chaves para promover uma saúde melhor e reduzir os pesos sobre os sistemas de saúde. Isso reforça a ideia de que concentrar-se nas experiências iniciais das crianças pode levar a adultos mais saudáveis e engajados, beneficiando, em última análise, a sociedade como um todo.
Título: Exploring the Relationship Between Education and Academic Ability in Childhood with Healthcare Utilisation in Adulthood: Findings from the Aberdeen Children of the 1950s (ACONF)
Resumo: BackgroundInteractions with secondary care, including multiple outpatient appointments and hospital admissions, represents a common and often burdensome aspect of healthcare utilisation for people living with multiple long-term conditions. Lifecourse factors such as education and academic ability may play a role in shaping the risk of healthcare utilisation later in adulthood. We explored the association between education and academic ability in childhood and both outpatient appointments and hospital admissions in adulthood, accounting for the mediating role of adult factors, including long-term conditions. MethodThe analytical sample consisted of 7183 participants in the Aberdeen Children of the 1950s. Three outcomes were measured using routine healthcare records (SMR00/SMR001/SMR004) over a five-year period (2004-2008) using the burden cut-offs of: (1) [≥]5 outpatient appointments, (2) [≥]2 hospital admissions, or (3) [≥]3 outpatient appointments plus [≥]1 hospital admission. We constructed a childhood (age 6-11) education and academic ability domain and calculated predicted risk scores of the three outcomes for each cohort member. Nested logistic regression models investigate the association between domain predicted risk scores and odds of each of the three outcomes accounting for childhood confounders (maternal age, Rutter behaviour, physical grade at birth, birthweight, sex mothers pre-marital occupation, and fathers social class) and self-reported adult mediators, including body mass index, smoking, employment status, housing tenure, having long-term conditions, and age left school. ResultAdjusting for childhood confounders, lower childhood education and academic ability was associated with [≥] 5 outpatient appointments (OR1.03 95%CI 1.01-1.05), [≥] 2 hospital admissions (OR1.04 95%CI 1.03-1.6) and combined [≥]3 outpatient appointments plus [≥] 1 hospital admissions (OR1.04 95%CI 1.02-1.06). Accounting for adult mediators (including long-term conditions), associations remained statistically significant, but their effect sizes were slightly reduced. When age left school was included in the final model, the association between the exposure and the combined outpatient appointments and hospital admissions (OR1.02 95%CI 1.00-1.04), [≥] 2 hospital admissions (OR1.02 95%CI 0.99-1.05) and [≥] 5 outpatient appointments (OR1.01 95%CI 0.99-1.03) were attenuated. ConclusionsEducation and academic ability in early life may be related to the burden of multiple hospital admissions and outpatient appointments later in life. This relationship was not fully explained by accounting for multiple long-term conditions and other potential mediating factors in adulthood. However, the age at which the participant left school seems to substantially mediate this relationship underscoring the positive impact of time spent in formal education on health during the lifecourse.
Autores: Sebastian Stannard, S. Fraser, R. Owen, A. Berrington, S. Paranjothy, N. A. Alwan
Última atualização: 2024-10-08 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.08.24315078
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.08.24315078.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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