Riscos de Perda Auditiva em Sobreviventes de Câncer Infantil
Estudo revela ligação entre vincristina e perda auditiva em jovens pacientes com câncer.
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Índice
- O que causa perda auditiva em Sobreviventes de Câncer Infantil?
- O que é vincristina?
- Pesquisa limitada sobre vincristina e perda auditiva
- O objetivo do estudo
- Quem foi incluído no estudo?
- Coletando informações
- Medindo a perda auditiva
- Analisando os dados
- Resultados do estudo
- O risco de perda auditiva
- Considerando outros fatores
- Conclusão
- Recomendações para pesquisas futuras
- Fonte original
A Perda Auditiva pode ser um efeito colateral sério para crianças em tratamento contra o câncer, especialmente aquelas que estão recebendo quimioterapia com base em platina. Esse tipo de tratamento pode levar à perda auditiva permanente, o que pode afetar como as crianças pensam e aprendem depois da luta contra o câncer. Embora estudos anteriores tenham destacado alguns fatores que aumentam o risco de perda auditiva devido a esses medicamentos, ainda há muitas perguntas sobre por que algumas crianças são mais afetadas do que outras.
O que causa perda auditiva em Sobreviventes de Câncer Infantil?
Vários fatores podem contribuir para a perda auditiva entre crianças que sobreviveram ao câncer. Esses fatores incluem:
- Idade ao ser diagnosticado com câncer
- Tipo de medicamento à base de platina usado no tratamento
- A quantidade total de medicamento à base de platina administrada
- Se também receberam radiação na cabeça
- Se tiveram um transplante de células-tronco
No entanto, esses fatores não explicam completamente por que algumas crianças experimentam perda auditiva enquanto outras não. Alguns pesquisadores acham que pode haver outros fatores, como o uso de um medicamento chamado Vincristina.
O que é vincristina?
Vincristina é um medicamento frequentemente usado no tratamento de diferentes tipos de câncer, incluindo em crianças. Embora seja eficaz no combate ao câncer, a vincristina também pode causar danos nos nervos, o que pode levar a problemas de audição. Sabe-se que pode prejudicar o nervo auditivo, que é essencial para a audição. Isso poderia resultar em problemas de como o som é processado pelo cérebro.
Pesquisa limitada sobre vincristina e perda auditiva
Apesar dos riscos potenciais, houve pouca pesquisa sobre como a vincristina afeta a audição quando usada junto com medicamentos à base de platina. Apenas dois estudos analisaram essa questão, e eles não exploraram completamente quanto de vincristina foi administrado ou como interagiu com outros tratamentos. Essa falta de conhecimento mostra a necessidade de mais pesquisas.
O objetivo do estudo
Para preencher essas lacunas, os pesquisadores analisaram um grupo de sobreviventes de câncer infantil que receberam quimioterapia à base de platina e avaliaram sua capacidade auditiva. O objetivo era:
- Medir como a exposição à vincristina se relaciona com a perda auditiva causada por medicamentos à base de platina.
- Verificar se a vincristina interage com outros tratamentos conhecidos por afetar a audição.
- Conferir se há uma ligação entre a quantidade de vincristina administrada e o risco de perda auditiva.
Quem foi incluído no estudo?
Os pesquisadores examinaram registros de um banco de dados nacional de sobreviventes de câncer infantil tratados em clínicas especializadas na Suíça de 1990 a 2014. Para ser incluído no estudo, os participantes tinham que:
- Estar registrados no registro nacional de câncer.
- Ter sido tratados por câncer aos 18 anos ou menos.
- Não ter tido perda auditiva antes de começar o tratamento do câncer.
- Ter feito um teste auditivo após terminar a quimioterapia.
Coletando informações
Os pesquisadores coletaram informações detalhadas sobre o câncer, os tratamentos e a audição de cada criança. Eles consideraram vários fatores, incluindo:
- Sexo da criança
- Tipo de câncer que tinham
- Idade no diagnóstico
- O momento do diagnóstico
- Tipo e quantidade total de medicamento à base de platina usado
- Se receberam radiação ou transplantes de células-tronco
Em 2015, a maioria dessas informações foi coletada, mas eles voltaram aos registros médicos em 2022 para descobrir quanto de vincristina cada criança recebeu.
Medindo a perda auditiva
Depois do tratamento, os pesquisadores avaliaram a capacidade auditiva das crianças. Usaram um sistema de classificação específico para categorizar a perda auditiva. Se a perda auditiva de uma criança caísse em uma certa categoria, era rotulada como clinicamente significativa. Se uma orelha estava mais afetada do que a outra, eles usaram a orelha mais afetada para a classificação.
Analisando os dados
Os pesquisadores compararam quantas crianças com tratamento de vincristina e sem tratamento experimentaram perda auditiva significativa. Eles também ajustaram para outros fatores que poderiam impactar a perda auditiva. Usando análises estatísticas, eles procuraram relações entre a exposição à vincristina, o tipo de medicamento à base de platina usado e outros tratamentos como radiação ou transplantes de células-tronco.
Resultados do estudo
No total, o estudo envolveu 270 sobreviventes de câncer infantil. A idade média do diagnóstico era em torno de 6,8 anos, e a maioria fez seus testes auditivos cerca de cinco anos após o tratamento do câncer.
Os pesquisadores descobriram que crianças tratadas com vincristina tiveram uma taxa significativamente maior de perda auditiva em comparação com aquelas que não receberam vincristina. Especificamente, quase 49% das crianças tratadas com vincristina experimentaram perda auditiva, em comparação com apenas cerca de 22% daquelas que não foram tratadas com vincristina.
Ao olhar mais de perto para o tipo de medicamentos à base de platina usados, as diferenças foram ainda mais pronunciadas para aqueles tratados apenas com cisplatina. Nesse grupo, 68% das crianças que receberam vincristina tiveram perda auditiva em comparação com apenas 21% daquelas sem vincristina.
O risco de perda auditiva
A análise mostrou que a exposição à vincristina estava ligada a um risco maior de perda auditiva. Os pesquisadores descobriram que a vincristina aumentou a probabilidade de perda auditiva em cerca de cinco vezes, mesmo depois de levar em conta outros fatores. No entanto, não encontraram evidências de que a quantidade de vincristina administrada afetasse o risco de perda auditiva, o que significa que simplesmente dar mais vincristina não parecia levar a problemas de audição maiores.
Considerando outros fatores
Os pesquisadores também checaram se ter um tumor cerebral impactou o risco de perda auditiva, mas não teve efeito significativo na análise deles. Isso significa que, embora a vincristina claramente desempenhe um papel, outros fatores relacionados ao tipo de câncer ou tratamentos adicionais podem não aumentar diretamente o risco de perda auditiva.
Conclusão
Os achados indicam que crianças tratadas para câncer com medicamentos à base de platina e vincristina têm um risco maior de perda auditiva. A vincristina parece aumentar esse risco, mas as razões exatas para isso ainda não estão claras.
É crucial reconhecer esses riscos para que os profissionais de saúde possam monitorar e proteger melhor a audição das crianças em tratamento contra o câncer. Estudos futuros devem buscar explorar como a vincristina afeta a audição por conta própria e determinar se fatores genéticos poderiam contribuir para esse risco.
Recomendações para pesquisas futuras
A necessidade de estudos mais abrangentes é evidente. Esses estudos deveriam incluir:
- Avaliações detalhadas da perda auditiva entre crianças que recebem vincristina sem medicamentos à base de platina.
- Investigações sobre fatores genéticos que possam impactar como as crianças respondem a esses tratamentos.
- Avaliações de tratamentos adicionais que poderiam influenciar a audição, como certos antibióticos.
- Consideração do uso de testes auditivos especializados para obter insights mais profundos sobre como a vincristina afeta o sistema auditivo.
Ao abordar essas áreas, os pesquisadores podem entender melhor e potencialmente reduzir os riscos de perda auditiva em sobreviventes de câncer infantil.
Título: Hearing loss after exposure to vincristine and platinum-based chemotherapy among childhood cancer survivors
Resumo: BackgroundVincristine poses a suspected additional risk factor for hearing loss among childhood cancer survivors (CCS) treated with platinum-based chemotherapy, yet evidence is scarce since no study reports vincristine doses. We examined the association of vincristine with hearing loss in a national cohort of CCS. MethodsWe included CCS registered in the Swiss Childhood Cancer Registry treated at age [≤] 18 years with platinum-based chemotherapy between 1990-2014. All participants in our retrospective cohort study had audiogram and treatment data from medical records. We identified CCS exposed to vincristine and calculated the total cumulative dose. We defined clinically relevant hearing loss as grade [≥] 2 using the International Society of Pediatric Oncology Boston Ototoxicity Scale at latest follow-up. ResultsOur study population included 270 CCS (43% female; median age at cancer diagnosis 6.8 years; interquartile range [IQR]: 2.1-11.7 years) with median age at audiogram 13.5 years (IQR: 9.3-17.0 years). Vincristine exposure was associated with an increased risk of hearing loss in the multivariable logistic regression analysis (odds ratio [OR] 4.8; 95% confidence interval [CI]: 1.8-12.9). We found no evidence of dose-response relationship (OR 1.0; 95% CI: 0.97-1.04) or effect modification from vincristine from other ototoxic treatments, such as type of platinum agent, cranial radiotherapy, and hematopoietic stem cell transplantation. ConclusionVincristine is associated with a higher risk of hearing loss in CCS treated with platinum-based chemotherapy. We suggest future studies investigate the underlying mechanism and causality among CCS without exposure to other ototoxic cancer treatments.
Autores: Claudia E. Kuehni, S. Strebel, L. Mader, P. Joerger, N. Waespe, S. Uhlmann, N. von der Weid, M. Ansari
Última atualização: 2023-03-02 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.02.23286688
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.02.23286688.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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