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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Impacto dos Problemas Auditivos em Sobreviventes de Câncer Infantil

Estudo revela como a perda auditiva afeta a qualidade de vida dos sobreviventes de câncer infantil.

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O tratamento de Câncer pode causar problemas de audição. Muitos Sobreviventes de câncer infantil relatam Perda Auditiva e Zumbido nos ouvidos, conhecido como tinnitus. Estudos mostram que esses sobreviventes têm mais perda auditiva e tinnitus em comparação com seus irmãos que não tiveram câncer. Certos tratamentos, especialmente aqueles que usam drogas fortes ou radiação na cabeça, são conhecidos por danificar a audição. Outros tratamentos também podem ter efeitos prejudiciais na audição, incluindo alguns medicamentos e procedimentos relacionados ao cuidado do câncer.

Problemas auditivos, como perda de audição e tinnitus, podem causar muitos transtornos para os sobreviventes de câncer infantil. Esses problemas podem afetar a educação e o bem-estar emocional deles. Podem tornar o aprendizado mais difícil e levar a sentimentos de angústia. No geral, esses problemas auditivos podem prejudicar a Qualidade de Vida dos sobreviventes.

No entanto, apenas alguns estudos analisaram de perto como os problemas auditivos afetam a qualidade de vida dos sobreviventes. Estudos anteriores geralmente tinham poucos participantes ou variavam na inclusão das pessoas, dificultando a comparação dos resultados. A relação entre tinnitus e a qualidade de vida desses sobreviventes ainda não está clara. Enquanto alguns estudos analisaram as taxas de perda auditiva em sobreviventes tratados com drogas específicas, não há muitos que olhem para todo o grupo de sobreviventes de câncer infantil como um todo.

Para ter uma visão mais clara, foi feito um grande estudo usando informações de quatro países europeus para entender melhor quão comum é a perda auditiva e o tinnitus entre os sobreviventes de câncer infantil e como essas questões impactam sua qualidade de vida.

População do Estudo

O estudo analisou dados de um projeto europeu chamado PanCareLIFE, focado nos efeitos a longo prazo dos tratamentos de câncer infantil. O objetivo era avaliar não apenas a audição, mas também outros problemas como fertilidade e qualidade de vida geral. Os participantes eram sobreviventes de câncer infantil da Suíça, República Tcheca, Alemanha e França.

Para participar do estudo, os participantes precisavam atender a critérios específicos. Eles deviam ter sido diagnosticados com câncer quando tinham 18 anos ou menos e ter sobrevivido por pelo menos cinco anos após o diagnóstico. Todos os participantes precisavam ter terminado o tratamento contra o câncer no momento do estudo e ter entre 25 e 44 anos quando responderam às pesquisas.

Procedimento do Estudo

Entre 2005 e 2017, pesquisas foram enviadas aos participantes em cada país. A maioria das pesquisas foi enviada pelo correio, mas na República Tcheca, a equipe da clínica as distribuiu durante as visitas de acompanhamento. As pesquisas faziam uma variedade de perguntas sobre qualidade de vida, capacidade auditiva e detalhes pessoais como educação e estilo de vida.

Os respondentes que não responderam inicialmente foram incentivados a preencher as pesquisas. Registros médicos foram usados para coletar mais informações sobre o diagnóstico de câncer e os tratamentos que cada participante recebeu.

Avaliando a Qualidade de Vida

A qualidade de vida foi medida usando uma pesquisa conhecida chamada Short-Form 36 (SF-36). Essa pesquisa é amplamente usada e cobre vários aspectos da saúde física e mental. A pesquisa inclui diferentes seções, cada uma focando em diferentes áreas de saúde. Os resultados fornecem pontuações que permitem que os pesquisadores avaliem a saúde física e mental geral dos participantes.

Pontuações mais altas na pesquisa indicam uma melhor qualidade de vida. O estudo converteu as respostas em um formato padrão para garantir que os resultados pudessem ser comparados de maneira justa entre diferentes países e populações.

Complicações Auditivas

O estudo focou especificamente em duas áreas principais: perda auditiva e tinnitus. Os participantes foram questionados se tinham passado por alguma dessas condições. Diferenças sutis em como as perguntas foram formuladas em cada pesquisa foram ajustadas na análise dos dados.

Aqueles que não responderam às perguntas sobre audição foram considerados como tendo audição normal, enquanto aqueles que relataram tinnitus foram analisados separadamente. O estudo buscou entender como esses problemas auditivos poderiam estar relacionados à qualidade de vida dos sobreviventes de câncer infantil.

Informações Clínicas e Demográficas

Vários fatores que poderiam impactar a qualidade de vida também foram coletados. Isso incluiu idade, sexo, nível de educação, situação profissional, condições de vida, hábitos de estilo de vida como fumar e beber, peso corporal e detalhes específicos sobre o diagnóstico de câncer, tratamentos e quaisquer recidivas.

Análise Estatística

Os pesquisadores usaram métodos estatísticos para examinar a relação entre problemas auditivos e qualidade de vida. Eles analisaram as diferenças nas pontuações de qualidade de vida entre participantes com perda auditiva ou tinnitus e aqueles sem. Modelos multivariáveis foram usados para levar em conta vários fatores que poderiam influenciar os resultados.

Características da População do Estudo

Um total de 6.318 sobreviventes de câncer infantil participaram do estudo. A maioria era da Alemanha, seguida pela Suíça, República Tcheca e França. Entre esses participantes, mais da metade eram mulheres, e a idade média no momento da pesquisa era de 31 anos. A maioria dos sobreviventes tinha sido diagnosticada com leucemia, linfoma ou tumores no sistema nervoso central.

O tratamento desses sobreviventes de câncer incluiu cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Prevalência de Complicações Auditivas

A análise mostrou que 7,5% dos participantes relataram ter experienciado perda auditiva. Para aqueles cujos dados estavam disponíveis, 7,6% relataram ter tinnitus. Entre aqueles que tinham tinnitus, uma porcentagem significativa também relatou perda auditiva.

Certos tipos de câncer estavam mais relacionados à perda auditiva. Sobreviventes de tumores no sistema nervoso central e outros cânceres específicos tinham taxas mais altas de problemas auditivos em comparação com aqueles que tiveram leucemia.

Associação de Complicações Auditivas com Qualidade de Vida

Os participantes com perda auditiva relataram pontuações de qualidade de vida mais baixas em comparação com aqueles com audição normal. Para aqueles com perda auditiva, as pontuações médias em áreas relacionadas à saúde, como saúde física e mental, eram notavelmente mais baixas. As maiores diferenças nas pontuações foram vistas em áreas relacionadas à função física, saúde geral e interações sociais.

Da mesma forma, aqueles com tinnitus também relataram uma qualidade de vida mais baixa em todos os domínios de saúde medidos. O maior impacto do tinnitus foi observado em áreas relacionadas à saúde física, atividades diárias e interações sociais.

Nos modelos estatísticos, tanto a perda auditiva quanto o tinnitus se mantiveram ligados a uma qualidade de vida mais baixa, mesmo considerando outros fatores, enfatizando a relevância desses problemas auditivos.

Causalidade entre Complicações Auditivas e Qualidade de Vida

O estudo sugeriu que a combinação de perda auditiva e tinnitus resultou em uma qualidade de vida geral mais baixa em comparação com a experiência de apenas um ou outro. Isso aponta para um impacto negativo mais forte na vida diária para os sobreviventes que lidam com ambos os problemas.

Forças e Limitações

Este estudo é um dos maiores do tipo, oferecendo dados substanciais ao combinar informações de vários países. Ele fornece uma compreensão abrangente de como as complicações auditivas impactam a qualidade de vida dos sobreviventes de câncer infantil. No entanto, o estudo também enfrentou limitações. Diferenças na forma de coletar dados entre os países participantes podem ter influenciado os resultados.

A dependência de dados auto-relatados levanta a possibilidade de subnotificação, especialmente para condições como tinnitus, que podem passar despercebidas por alguns sobreviventes. Além disso, o instrumento de qualidade de vida usado não aborda especificamente questões ligadas a problemas auditivos.

Conclusão

Resumindo, a perda auditiva e o tinnitus são questões importantes para os sobreviventes de câncer infantil que podem impactar significativamente sua qualidade de vida. Há uma necessidade clara de apoio contínuo e encaminhamentos oportunos para cuidados especializados para esses sobreviventes, a fim de lidar com suas complicações auditivas. Este estudo destaca a importância da conscientização e compreensão de como tais problemas de saúde afetam aqueles que sobrevivem ao câncer na infância.

Fonte original

Título: Auditory Complications among Childhood Cancer Survivors and Health-related Quality of Life: A PanCareLIFE study

Resumo: Auditory complications are potential side effects from childhood cancer treatment. Yet, limited evidence exists about the impact of auditory complications--particularly tinnitus--on health-related quality of life (HRQoL) among childhood cancer survivors (CCS). We determined the prevalence of hearing loss and tinnitus in the large European PanCareLIFE cohort of CCS and examined its effect on HRQoL. We included CCS from four European countries who were diagnosed at age [≤] 18 years; survived [≥] 5 years; and aged 25-44 years at study. We assessed HRQoL (Short Form 36), hearing loss, and tinnitus using questionnaires. We used multivariable linear regression to examine associations between these two auditory complications and HRQoL adjusting for socio-demographic and clinical factors. Our study population consisted of 6,318 CCS (53% female; median age at cancer diagnosis 9 years interquartile range [IQR] 5-13 years) with median age at survey of 31 years (IQR 28-35 years). Prevalence was 7.5% (confidence interval [CI]: 6.9-8.2) for hearing loss and 7.6% (CI: 6.4-9.0) for tinnitus. CCS with hearing loss had impaired physical (coefficient [coef.] - 4.3, CI: -7.0 to -1.6) and mental (coef. -3.2, CI: -5.5 to -0.8) HRQoL when compared with CCS with normal hearing. Tinnitus was also associated with impaired physical (coef. -8.2, CI: -11.8 to -4.7) and mental (coef. -5.9, CI: -8.8 to -3.1) HRQoL. We observed the lowest HRQoL among CCS with both hearing loss and tinnitus. Our findings indicate timely treatment of hearing loss and tinnitus may contribute to quality of life of survivors.

Autores: Claudia E. Kuehni, S. Strebel, K. Baust, D. Grabow, J. Byrne, T. Langer, A. am Zehnhoff-Dinnesen, R. Kuonen, A. Weiss, T. Kepak, J. Kruseova, C. Berger, G. Calaminus, G. Sommer

Última atualização: 2023-03-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.30.23286995

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.30.23286995.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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