Bem-Estar a Longo Prazo dos Pais de Sobreviventes de Câncer na Infância
Analisando a qualidade de vida dos pais anos depois do diagnóstico de câncer de um filho.
Katharina Roser, S. Kaelin, J. Baenziger, L. Mader, E. Harju, F. Gumy-Pause, F. Niggli, G. Sommer, G. Michel
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Índice
Receber um diagnóstico de câncer infantil pode mudar muita coisa, não só para a criança, mas também para os pais. Esse diagnóstico geralmente faz com que os pais enfrentem desafios que podem afetar o bem-estar e a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) deles. A QVRS mede como as pessoas se sentem em relação à saúde física, mental e social.
Os pais podem ter uma QVRS mais baixa em diferentes momentos após o diagnóstico de câncer do filho. Durante a fase de tratamento ativo, muitos pais, especialmente os que têm filhos pequenos, relataram níveis de QVRS mais baixos do que o normal para a população em geral. Eles notaram especialmente uma queda em áreas como energia, Saúde Mental e capacidade de lidar com estresse emocional.
O tempo desde o diagnóstico é outro fator importante. Em um estudo com pais de crianças gravemente doentes na Austrália, descobriram que a qualidade de vida dos pais melhorava após cerca de sete meses do diagnóstico inicial. Da mesma forma, na Holanda, pais de crianças com leucemia mostraram melhorias no bem-estar mental após três anos do diagnóstico. No entanto, alguns estudos apontam que mesmo anos depois, alguns pais ainda relatam níveis mais baixos de QVRS em comparação com os padrões.
Pais de Sobreviventes de Câncer Infantil a longo prazo geralmente apresentam uma QVRS similar ou ligeiramente melhor do que a população em geral após muitos anos do diagnóstico. No entanto, esses pais às vezes relatam mais problemas de saúde mental em comparação com dados típicos. Compreender se a baixa QVRS persiste muito tempo após o diagnóstico de câncer da criança é essencial, pois essa informação pode ajudar a identificar a necessidade contínua de apoio para os pais.
Pesquisas também mostraram diferenças na QVRS entre mães e pais de crianças com câncer. Em geral, as mães relatam saúde mental e psicológica mais baixa em comparação com os pais. Com o tempo, a diferença entre os níveis de QVRS deles parece diminuir. Além do gênero, vários fatores influenciam a QVRS dos pais de sobreviventes de câncer infantil. Por exemplo, níveis de escolaridade mais altos estão ligados a uma melhor QVRS, enquanto fatores específicos relacionados ao câncer, como tipo de tratamento, podem resultar em uma QVRS mais baixa.
Visão Geral do Estudo
Este estudo examinou a QVRS dos pais de sobreviventes de câncer infantil a longo prazo (CCS) na Suíça. O objetivo era comparar a QVRS desses pais com a de pais da população geral e investigar fatores que poderiam influenciar sua QVRS.
Participantes e Método
Os participantes incluíram pais de CCS que faziam parte de um estudo mais amplo sobre os resultados tardios desses pais. Os dados para o estudo vieram de um registro nacional que acompanha casos de câncer infantil na Suíça. Os pais de CCS foram convidados a participar do estudo por meio de cartas, seguidas de questionários que foram enviados para serem preenchidos individualmente.
Um grupo de comparação também foi selecionado da população geral suíça. Esse grupo consistia de pais que tinham pelo menos um filho com 20 anos ou mais na época do estudo.
Ambos os grupos receberam materiais do estudo nas principais línguas da Suíça, garantindo inclusão. Versões diferentes do convite foram enviadas para ajudar a captar diferentes perspectivas sobre o estudo.
Avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
Para avaliar a QVRS, foi utilizado o Short Form-36 versão 2 (SF-36v2). Essa ferramenta avalia várias dimensões da saúde e bem-estar, incluindo funcionamento físico, saúde mental e papéis sociais. O questionário é simples e geralmente leva de 5 a 10 minutos para ser completado, tornando-se acessível para os participantes.
Os resultados do SF-36v2 foram processados para derivar pontuações representando tanto a QVRS física quanto mental. Pontuações mais altas indicam uma melhor qualidade de vida.
Características Sociodemográficas e Relacionadas ao Câncer
Os questionários coletaram várias informações sociodemográficas dos pais, incluindo gênero, idade, Nível Educacional, situação de emprego e se tinham alguma condição de saúde crônica. Para os pais de CCS, também foram coletadas informações específicas sobre o diagnóstico de câncer da criança, tratamento e quaisquer efeitos a longo prazo.
Resultados sobre a Qualidade de Vida dos Pais
Dentre os pais entrevistados, um número significativo completou os questionários. As comparações entre pais de CCS e aqueles da população geral mostraram similitudes notáveis na QVRS em ambos os domínios de saúde física e mental.
As mães de CCS geralmente tinham QVRS comparável às mães da população geral, exceto em funcionamento físico, onde as mães de CCS relataram melhores resultados. Os pais de CCS não mostraram diferenças significativas na QVRS quando comparados aos pais da população geral.
Fatores que Influenciam a QVRS
Na análise, vários fatores foram identificados como influenciadores da QVRS dos pais de CCS. Baixa escolaridade, viver em certas regiões da Suíça e ter condições de saúde crônicas estavam associados a uma QVRS física mais baixa. Em termos de QVRS mental, ser mãe, ter um histórico de migração e viver nas regiões de fala francesa ou italiana da Suíça estavam ligados a pontuações mais baixas.
Curiosamente, enquanto muitos fatores relacionados ao câncer não mostraram um impacto significativo na QVRS, alguns estudos indicaram que coisas como o tempo desde o diagnóstico ou a intensidade do tratamento também podem influenciar a qualidade de vida dos pais.
Conclusão
Resumindo, o estudo forneceu insights importantes sobre a QVRS a longo prazo dos pais de sobreviventes de câncer infantil na Suíça. Esses pais mostraram níveis de QVRS similares aos dos pais da população geral, sugerindo que conseguiram se recuperar após os desafios impostos pela doença do filho.
Embora algumas diferenças tenham aparecido entre mães e pais, as descobertas gerais indicaram que as questões que afetam os pais não estavam relacionadas apenas ao câncer do filho. Muitos fatores sociodemográficos foram encontrados para influenciar sua qualidade de vida, sugerindo que o apoio aos pais deve focar em uma gama mais ampla de desafios que eles podem enfrentar além da crise imediata do diagnóstico de câncer da criança.
Seguindo em frente, é essencial continuar apoiando esses pais, especialmente os que enfrentam desafios adicionais, garantindo seu bem-estar muito tempo depois da fase de tratamento inicial de seus filhos. Compreender os impactos contínuos de ter um filho com câncer pode ajudar a melhorar estratégias de apoio e recursos disponíveis para pais em situações semelhantes.
Título: Health-related quality of life in parents of long-term childhood cancer survivors: a report from the Swiss Childhood Cancer Survivor Study - Parents
Resumo: PurposeHaving a child with cancer can profoundly impact parents health-related quality of life (HRQOL). However, there is a lack of knowledge about the long-term effects of childhood cancer on parents well-being. The current study aimed to 1) describe the HRQOL of parents of long-term childhood cancer survivors (CCS) and compare it with that of parents from the general population in Switzerland, and 2) investigate sociodemographic and cancer-related determinants of lower HRQOL in parents of CCS. MethodsIn this cross-sectional study, a total of 751 parents of CCS (mean time since diagnosis = 23.7 years, SD = 6.7 years) and 454 parents from the general population reported their HRQOL by completing the Short Form-36 (SF-36v2). Sociodemographic and cancer-related characteristics were also collected. ResultsMultilevel regression analyses showed that parents of CCS and parents from the general population had similar physical and mental HRQOL. When comparing mothers and fathers separately, there were no differences between the samples, except for higher HRQOL in the domain of physical functioning in mothers of CCS. Cancer-related characteristics were not associated with HRQOL in parents of CCS. Several sociodemographic characteristics such as being female, being from the French or Italian-speaking part of Switzerland, having a lower education, having a chronic condition, and having a migration background were associated with lower HRQOL. ConclusionParents of CCS are doing well a long time after their childs cancer diagnosis. Nevertheless, tailored support should be provided for at-risk demographic groups. Plain English summaryHaving a child with cancer might have a profound impact on various aspects of parents well-being, including their quality of life. However, not much is known about how parents are doing very long after their childs cancer diagnosis. Our study aimed to describe the quality of life of parents of childhood cancer survivors and compare it to that of parents from the general population. Furthermore, we sought to compare mothers and fathers separately. We conducted a questionnaire survey with 751 parents of childhood cancer survivors, on average 24 years after the diagnosis. Additionally, 454 parents from the general population completed a similar questionnaire. We found that parents of survivors reported a similar quality of life to parents from the general population. When comparing mothers and fathers separately, we found no differences between the samples, except for higher quality of life in the domain of physical functioning among mothers of survivors compared to mothers of the general population. We conclude that overall, parents of childhood cancer survivors are doing well long after their childs cancer diagnosis.
Autores: Katharina Roser, S. Kaelin, J. Baenziger, L. Mader, E. Harju, F. Gumy-Pause, F. Niggli, G. Sommer, G. Michel
Última atualização: 2024-10-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.28.24316262
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.28.24316262.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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