Novas Insights sobre Interações do Gene do Alzheimer
Pesquisas mostram relações complexas entre genes no Alzheimer, destacando interações únicas nas células do cérebro.
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A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição que afeta o cérebro de forma progressiva, causando perda de memória e dificuldades em pensar e raciocinar. Essa doença piora com o tempo, impactando a vida diária e, em casos graves, levando à morte. Várias teorias foram propostas para explicar o que causa a DA. Algumas sugerem que certas proteínas no cérebro, como a amiloide-beta, têm um papel fundamental, enquanto outras apontam a inflamação ou estresse oxidativo como possíveis gatilhos. Os pesquisadores ainda estão tentando entender exatamente como esses fatores contribuem para o desenvolvimento da doença.
Estudos recentes que analisaram todo o genoma identificaram vários locais genéticos onde mudanças podem afetar o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer. No entanto, descobrir exatamente como essas variações genéticas contribuem para a doença ainda é uma tarefa complicada. À medida que mais estudos com amostras maiores são realizados, novos fatores de risco genéticos são encontrados regularmente, mas ainda estamos devendo para entender os mecanismos específicos envolvidos.
Novos métodos na pesquisa genética, como a análise de células individuais, oferecem insights sobre quais genes estão ativos em diferentes tipos de células do cérebro. Esse progresso pode levar a abordagens melhores para estudar como as diferenças genéticas podem desregular a função cerebral na Alzheimer. Pesquisas usando sequenciamento de RNA de célula única (scRNAseq) permitem que os cientistas vejam como os genes funcionam em células individuais, esclarecendo as variações nos tipos de células no contexto da Alzheimer.
Vários estudos já usaram scRNAseq para obter insights sobre Alzheimer. Esses estudos geralmente analisam a quantidade e o tipo de células presentes, como os genes são expressos de maneira diferente ou se novos tipos de células surgem. Um aspecto interessante do scRNAseq é que ele trata cada célula como uma entidade única, organizando-as em tipos específicos com base na atividade genética.
Uma abordagem com scRNAseq envolve combinar medições de muitos genes dentro de grupos definidos de células, permitindo que os pesquisadores criem conjuntos de dados maiores que representem os níveis médios de Expressão Gênica dentro desses grupos. Isso pode ajudar a identificar como a atividade gênica é influenciada por diferentes condições, como estado de saúde ou presença de Alzheimer.
No entanto, analisar dados de scRNAseq ainda apresenta desafios. Por exemplo, muitos genes podem mostrar níveis de expressão baixos, resultando frequentemente em grandes quantidades de leituras zero. Isso pode levar a resultados de correlação enganadores, onde os genes podem parecer relacionados com base em apenas algumas observações. Usando dados agregados de grupos de células, os pesquisadores conseguem representar esses genes com baixa expressão de maneira mais confiável, permitindo comparações significativas.
Para lidar com esses problemas, os pesquisadores combinaram sete conjuntos de dados scRNAseq publicados focados em Alzheimer. A partir disso, criaram sete conjuntos de dados específicos para diferentes tipos de células do cérebro, como Neurônios e Células Gliais. Essa grande coleção incluiu amostras de muitas pessoas, possibilitando analisar como os genes interagem de maneira diferente em indivíduos saudáveis em comparação com aqueles com Alzheimer.
A análise envolveu observar como pares de genes se correlacionavam entre si em indivíduos saudáveis e aqueles com Alzheimer. Diferente da análise de expressão diferencial, que simplesmente analisa como a atividade gênica difere, essa análise de correlação diferencial (DCA) foca em como as relações entre os genes mudam no contexto da doença. Isso pode revelar se os genes atuam juntos ou de forma independente e como eles podem interagir entre si.
Por meio dessa análise, os pesquisadores identificaram um número significativo de pares de genes com relações alteradas em pacientes com Alzheimer. Por exemplo, muitos genes mostraram mudanças na força de suas Correlações, com alguns se tornando mais fortemente associados e outros menos. A maioria dessas mudanças foi encontrada em neurônios excitatórios, que têm um papel fundamental na transmissão de sinais no cérebro.
Notavelmente, alguns genes mostraram relações diferentes com a idade ou a progressão da doença. Por exemplo, certos genes que estavam correlacionados com a idade em indivíduos saudáveis exibiram padrões diferentes em diagnosticados com Alzheimer. Isso sugere que a forma como os genes se comportam em resposta ao envelhecimento pode ser desregulada na Alzheimer.
Os pesquisadores também verificaram se as mudanças nas correlações gênicas estavam ligadas a mudanças nos níveis de expressão gênica. Curiosamente, a maioria dos genes que tiveram correlações alteradas não apresentava diferenças significativas em seus níveis de expressão. Isso implica que, mesmo quando não há uma mudança perceptível em quanto um gene é expresso, suas interações com outros genes ainda podem mudar drasticamente em estados de doença.
O estudo focou em identificar "hubs", ou genes altamente conectados, dentro das redes formadas pelas correlações diferenciais. Esses hubs eram em sua maioria específicos para tipos de células individuais, embora um número pequeno fosse compartilhado entre múltiplos tipos. A presença desses hubs sugere que eles podem desempenhar papéis importantes na regulação das interações gênicas, especialmente no contexto da Alzheimer.
Entre os hubs identificados, muitos eram conhecidos por suas funções regulatórias importantes. Por exemplo, alguns eram fatores de transcrição reconhecidos, que são proteínas que podem controlar a atividade de outros genes. Ao examinar esses hubs, os pesquisadores puderam buscar padrões ou características compartilhadas que poderiam indicar seus papéis funcionais na doença.
Um esquema de priorização também foi estabelecido para classificar genes próximos a fatores de risco conhecidos para Alzheimer. Essa abordagem enfatizou o número de correlações alteradas que um gene tinha, fornecendo uma forma de identificar genes potencialmente críticos envolvidos na doença. Ao comparar esse método à análise tradicional baseada na expressão gênica, a priorização baseada na correlação diferencial levou a um maior número de genes associados ao Alzheimer sendo identificados.
O estudo também envolveu examinar como a expressão gênica em diferentes tipos de células poderia interagir. Os pesquisadores descobriram que havia conexões significativas entre neurônios excitatórios e vários outros tipos de células, incluindo neurônios inibitórios e astrócitos. Essas interações sugerem uma possível direcionalidade em como diferentes tipos de células podem influenciar umas às outras em nível gênico.
A análise de co-expressão indicou que genes em células gliais, como os astrócitos, eram mais propensos a se conectar com genes em neurônios excitatórios do que o oposto. Por exemplo, alguns genes identificados em astrócitos estavam conectados a um maior número de genes de neurônios excitatórios, sugerindo a ideia de que os astrócitos podem ter um papel mais significativo em influenciar a atividade dos neurônios excitatórios.
Em resumo, essa pesquisa lança luz sobre as relações complexas entre os genes na Doença de Alzheimer, destacando como certos genes podem servir como pontos críticos de interação. As descobertas sublinham a importância de entender a atividade e as relações dos genes em nível de célula única, o que pode levar a novos insights sobre como a Alzheimer opera em nível molecular. Os resultados podem guiar pesquisas futuras para descobrir novos alvos de tratamento e aprofundar nossa compreensão sobre a saúde cerebral diante de doenças neurodegenerativas.
Título: Single-cell RNA sequencing data reveals rewiring of transcriptional relationships in Alzheimer's Disease associated with risk variants
Resumo: Understanding how genetic risk variants contribute to Alzheimers Disease etiology remains a challenge. Single-cell RNA sequencing (scRNAseq) allows for the investigation of cell type specific effects of genomic risk loci on gene expression. Using seven scRNAseq datasets totalling >1.3 million cells, we investigated differential correlation of genes between healthy individuals and individuals diagnosed with Alzheimers Disease. Using the number of differential correlations of a gene to estimate its involvement and potential impact, we present a prioritization scheme for identifying probable causal genes near genomic risk loci. Besides prioritizing genes, our approach pin-points specific cell types and provides insight into the rewiring of gene-gene relationships associated with Alzheimers.
Autores: Gerard A Bouland, K. I. Marinus, R. E. van Kesteren, A. B. Smit, A. Mahfouz, M. J. T. Reinders
Última atualização: 2023-05-16 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.15.23289992
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.15.23289992.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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