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# Ciências da saúde# Epidemiologia

O Impacto das Influências dos Pais na Saúde da Criança

Analisando como as mães e os pais influenciam a saúde das crianças.

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O jeito que nossa saúde se desenvolve pode começar cedo na vida, até mesmo antes de nascermos. Pesquisadores estão analisando como coisas como o ambiente da mãe durante a gravidez podem moldar a saúde futura de uma criança. Essa área de estudo é conhecida como a hipótese das Origens Desenvolvimentais da Saúde e Doença (DOHaD). A maioria das pesquisas foca nas mães e como suas experiências durante a gravidez afetam seus bebês. No entanto, está crescendo o interesse em entender como os pais ou parceiros também podem influenciar a saúde de uma criança.

Influências Maternas

Quando falamos sobre influências maternas, geralmente nos referimos a fatores relacionados à mãe durante a gravidez. Isso pode incluir coisas como a dieta dela, níveis de estresse, fumar, beber álcool e mais. Muitos estudos coletam dados das mães sobre o que elas fazem durante a gravidez e como isso pode afetar a saúde dos filhos. Por exemplo, fumar durante a gravidez é conhecido por levar a pesos de nascimento mais baixos nos bebês.

Os pesquisadores normalmente focam nas mães porque elas são as que estão carregando o bebê. A maioria dos estudos coleta uma tonelada de informações das mães, o que facilita entender a influência delas na saúde da criança.

Influências Paternas

Embora a maioria dos estudos olhe para as mães, pesquisas recentes sugerem que os pais ou parceiros também podem ter efeitos importantes na saúde dos filhos. Esses efeitos podem acontecer de duas maneiras. Uma é através da transmissão genética, ou seja, os pais passam genes para os filhos. A outra é por influência indireta, como os hábitos do pai afetando a mãe.

Por exemplo, se um pai fuma, isso pode levar à exposição da mãe à fumaça de segunda mão, o que pode afetar o bebê. Os pais também podem dar apoio às mães, ajudando-as a parar com hábitos prejudiciais como fumar ou beber. No entanto, não houve tanta pesquisa sobre o comportamento de pais ou parceiros durante a gravidez em comparação com as mães.

Desafios na Pesquisa sobre os Efeitos dos Parceiros

Um desafio que os pesquisadores enfrentam é a falta de dados disponíveis sobre pais ou parceiros em muitos estudos. Enquanto muitos dados são coletados das mães, as informações coletadas dos pais costumam ser limitadas. Muitos estudos não fazem as mesmas perguntas detalhadas para os pais que fazem para as mães, levando a lacunas na compreensão de como seus comportamentos podem afetar a saúde das crianças.

Além disso, estudos mostram que os parceiros que participam geralmente vêm de contextos socioeconômicos mais altos e podem não representar a população mais ampla. Isso pode levar a um viés de seleção, significando que os resultados podem não refletir a verdadeira imagem de como todos os pais ou parceiros influenciam a saúde infantil.

Por que a Participação dos Parceiros é Importante

A falta de dados sobre os comportamentos de pais ou parceiros pode dificultar a compreensão do verdadeiro impacto deles na saúde das crianças. Quando os pesquisadores não têm informações completas sobre ambos os pais, isso pode levar a mal-entendidos sobre como seus comportamentos estão relacionados a resultados como o peso ao nascer.

Por exemplo, se os pesquisadores olham apenas para mães que têm parceiros que participaram do estudo, podem perder insights importantes de famílias onde os parceiros não participaram. Isso pode resultar em dados distorcidos e conclusões potencialmente enganosas.

Analisando Dados de Estudos

Para entender melhor esses problemas, os pesquisadores analisaram dados de três grandes estudos no Reino Unido. Esses estudos focaram em comportamentos de saúde durante a gravidez, especificamente fumar, consumo de álcool, ingestão de café e atividade física. O objetivo era ver que tipo de dados estavam disponíveis tanto para as mães quanto para os parceiros, além de como essa informação poderia afetar os resultados do estudo.

  1. Estudo Longitudinal de Pais e Crianças de Avon (ALSPAC): Este estudo recrutou mulheres durante a gravidez e coletou dados de mães e seus parceiros. O estudo acompanhou como vários comportamentos de saúde impactaram a saúde das crianças ao longo do tempo.

  2. Nascido em Bradford (BiB): Semelhante ao ALSPAC, este estudo focou em mulheres grávidas em Bradford, coletando dados sobre comportamentos de saúde. No entanto, teve menos pontos de dados dos parceiros em comparação com o ALSPAC.

  3. Estudo de Coorte do Milênio (MCS): Este estudo olhou para famílias em todo o Reino Unido, focando em como Fatores socioeconômicos e comportamentos afetam a saúde das crianças. Coletou dados sobre ambos os pais, mas teve protocolos diferentes para a coleta de informações.

Comparando a Disponibilidade de Dados

Os pesquisadores observaram que os dados dos parceiros eram coletados com menos frequência e em menos detalhes do que os dados das mães nos estudos. Por exemplo, enquanto as mães eram questionadas sobre seus hábitos de fumar em vários momentos durante a gravidez, os parceiros frequentemente eram questionados apenas uma vez ou em menos momentos. Essa inconsistência limita a capacidade de fazer conclusões sólidas sobre como os comportamentos dos parceiros impactam a saúde infantil.

Comportamentos de Saúde e Participação dos Parceiros

Os pesquisadores descobriram que as famílias com parceiros participantes eram geralmente diferentes daquelas sem. Por exemplo, famílias com status socioeconômico mais alto (SEP) eram mais propensas a ter parceiros envolvidos no estudo. Em contraste, famílias com menor SEP-que podem incluir menos educação ou renda-tinham menos parceiros participando. Essa dinâmica poderia levar a viés nos achados, já que os comportamentos e origens dos parceiros participantes podem não representar os de toda a população.

O Papel dos Fatores Socioeconômicos

Fatores socioeconômicos, como educação e renda, estavam ligados à participação dos parceiros no estudo. Níveis de educação mais altos entre os parceiros geralmente significavam uma maior probabilidade de participação na pesquisa. A mesma tendência foi observada com o estado civil; aqueles que eram casados eram mais propensos a participar.

Isso mostra que os pesquisadores devem considerar os contextos das famílias ao examinar a influência dos comportamentos dos parceiros na saúde infantil. Não fazer isso pode levar a superestimar ou subestimar certos efeitos.

A Importância do Ajuste Mútuo

Uma estratégia que os pesquisadores podem usar para garantir maior precisão em suas descobertas é ajustar mutuamente os dados maternos e dos parceiros em suas análises. Isso significa olhar para como os comportamentos e circunstâncias de ambos os pais podem interagir e impactar a saúde da criança.

Ao levar em conta os comportamentos de ambos os pais, os estudos podem oferecer conclusões mais precisas sobre resultados de saúde como o peso ao nascer. Por exemplo, se os pesquisadores analisam apenas o fumo materno sem considerar o fumo do parceiro, podem perder interações significativas que poderiam informar suas conclusões.

Estudos de Simulação e Resultados

Para obter insights mais profundos, os pesquisadores realizaram simulações usando os dados que coletaram. O objetivo era ver como o viés de seleção poderia influenciar as estimativas da relação entre os comportamentos parentais e a saúde infantil.

As simulações mostraram que os viéses eram relativamente pequenos, especialmente ao avaliar os efeitos do fumo materno e o peso ao nascer da criança. Na maioria dos cenários, as estimativas estavam próximas dos valores verdadeiros. No entanto, alguns cenários indicaram um potencial de viés nas estimativas relacionadas aos parceiros, particularmente ao avaliar o fumo do parceiro.

No geral, as simulações destacaram que, embora a falta de dados dos parceiros pudesse levar a viés em certos contextos, o impacto geral nas estimativas relacionadas aos efeitos maternos parecia ser mínimo.

Recomendações para Pesquisas Futuras

Dadas as descobertas, os pesquisadores fizeram várias recomendações para futuros estudos:

  1. Maximizar o Recrutamento de Parceiros: Devem ser feitos esforços para engajar os parceiros na pesquisa tanto quanto possível. Isso poderia incluir estratégias de divulgação e apoio para encorajar a participação.

  2. Coletar Dados com Perguntas Consistentes: É importante que tanto as mães quanto os parceiros sejam questionados de forma similar para garantir que os dados coletados sejam comparáveis.

  3. Capturar Relatos Maternos sobre Parceiros: Se os parceiros não participarem, os pesquisadores ainda devem coletar informações com base nas observações da mãe sobre os comportamentos do parceiro. Em muitos casos, as mães podem fornecer insights precisos sobre os hábitos de seus parceiros.

  4. Considerar Paternidade: É fundamental coletar dados sobre se os parceiros são pais biológicos, pois isso pode influenciar os resultados de saúde das crianças.

  5. Ajustes Mútuos: Ao analisar os resultados de saúde, os estudos devem ajustar os efeitos maternos pelos dados do parceiro e vice-versa. Isso ajudará a minimizar o viés de fatores que podem afetar ambos os pais.

Conclusão

Em conclusão, a relação entre os comportamentos parentais durante a gravidez e a saúde da criança é complexa e multifacetada. Embora haja um forte foco nas mães e em seus comportamentos de saúde, é claro que os pais ou parceiros também desempenham um papel crucial.

A pesquisa nessa área pode ser melhorada ao prestar mais atenção à coleta de dados dos parceiros, garantindo que ambos os pais sejam igualmente representados nos estudos e ajustando influências mútuas. Através desses esforços, os pesquisadores podem obter uma compreensão mais precisa de como ambos os pais impactam a saúde de seus filhos desde o começo.

As descobertas também destacam a necessidade de mais investigação sobre os efeitos dos pais e parceiros, já que essa área de pesquisa ainda está em desenvolvimento. Ao agir com base nessas recomendações, futuros estudos podem desbloquear insights mais profundos sobre as influências iniciais na saúde e bem-estar das crianças.

Fonte original

Título: Challenges in using data on fathers/partners to study prenatal exposures and offspring health

Resumo: IntroductionPaternal exposures (and other non-maternal factors) around pregnancy could have important effects on offspring health. One challenge in research of paternal effects is that study samples with data on partners are usually a subgroup of those with data on mothers, which could introduce selection bias and limit generalisability of the findings. Here, we use maternal and father/partner data on prenatal behaviours to explore the extent to which selection in partner analyses might bias findings. MethodsWe characterise the availability of data on father/partner and mother health behaviours (smoking, alcohol consumption, caffeine consumption and physical activity) in the prenatal period from three UK cohort studies: the Avon Longitudinal Study of Parents and Children (ALSPAC), Born in Bradford (BiB) and the Millennium Cohort Study (MCS). We assess the extent of sample selection in these cohorts by comparing the characteristics of families where the father/partner does and does not participate. Using the association of parental smoking during pregnancy and child birthweight as an exemplar, we used simulations to explore the extent to which missing father/partner data may bias estimates. ResultsIn all three cohorts, data on prenatal health behaviours of fathers/partners were less detailed and collected at fewer timepoints than data on prenatal health behaviours of mothers. Partners of mothers who had a lower socioeconomic position were less likely to participate. Estimates of the association between maternal smoking and offspring birthweight were similar in samples with and without participating partners in all three cohorts. In simulations based on ALSPAC data, there was little evidence of selection bias in associations of maternal smoking with birthweight, and although bias was observed for father/partner smoking, its magnitude was relatively small. DiscussionUsing real and simulated data, we show that bias due to selected recruitment of partners into ALSPAC, BiB and MCS had a relatively small impact on estimates of the effects of maternal and partner smoking on offspring birthweight. In other applications, the impact of selection bias will depend on both the analysis model and the selection mechanism. We have shown how to use a simulation study to assess that and recommend that applied researchers working with partner data use simulations and other sensitivity analyses to assess the robustness of their results.

Autores: Kayleigh Easey, A. Gkatzionis, L. A. C. Millard, K. Tilling, D. A. Lawlor, G. Sharp

Última atualização: 2023-08-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.08.23293816

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.08.23293816.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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