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Avaliação da Composição Corporal: BIA vs DXA

Um estudo compara dois métodos para medir gordura corporal e massa magra.

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Índice

A Composição Corporal se refere à composição do corpo, focando nas quantidades de gordura e massa magra. Entender a composição corporal é importante porque está relacionada à saúde, nutrição e fitness. Níveis altos de gordura corporal podem aumentar o risco de problemas cardíacos e morte precoce. Por isso, medir a composição corporal ajuda a avaliar o estado nutricional e a saúde geral.

Métodos de Medir a Composição Corporal

Dois métodos comuns para medir a composição corporal são a Análise de Impedância Bioelétrica (BIA) e a absorptometria de raios-X de dupla energia (DXA).

Análise de Impedância Bioelétrica (BIA)

A BIA funciona enviando uma pequena corrente elétrica pelo corpo. A resistência a essa corrente, causada pelo conteúdo de água do corpo, ajuda a estimar a Massa de Gordura (FM) e a massa livre de gordura (FFM). A BIA é rápida, acessível e não envolve radiação, tornando-se uma escolha popular para estudos em larga escala.

Absorptometria de Raios-X de Dupla Energia (DXA)

A DXA envolve escanear o corpo com dois níveis diferentes de energia de raios-X. Esse método mede com precisão a FM, a massa magra e a massa mineral óssea. É frequentemente considerado o padrão ouro para medição da composição corporal devido à sua alta precisão.

Comparação de BIA e DXA

Pesquisas analisaram quão bem a BIA e a DXA concordam nas medições da composição corporal. Os resultados mostraram que as medições podem variar dependendo do sexo e dos grupos de índice de massa corporal (IMC). Por exemplo, alguns estudos relataram que a BIA pode superestimar ou subestimar a FM e a FFM em diferentes indivíduos.

Em adolescentes com sobrepeso, a BIA foi encontrada como leve superestimação da FFM. Em indivíduos com IMC entre 18.5 e 40, a BIA superestimou a FFM e subestimou a FM. Para aqueles com IMC abaixo de 16, os resultados foram invertidos. Outros estudos mostraram que a BIA subestimou a FFM em homens com doenças pulmonares crônicas, mas superestimou em mulheres.

Estudo do UK Biobank

O UK Biobank é um grande estudo que inclui cerca de 500.000 participantes com idades entre 40 e 69 anos. Desde 2014, cerca de 100.000 participantes passaram por estudos de imagem onde tanto a BIA quanto a DXA foram realizadas. Esse conjunto de dados é valioso para comparar os dois métodos de medição.

Participantes e Métodos

Os participantes foram recrutados por todo o Reino Unido entre 2006 e 2010. O estudo coletou vários dados, como estilo de vida, estado de saúde e histórico médico. Em 2014, o estudo de imagem começou, que desde então coletou dados de composição corporal de cerca de 50.000 participantes usando tanto a BIA quanto a DXA.

Para os escaneamentos DXA, uma máquina específica foi usada, que era calibrada regularmente para manter a precisão. Os escaneamentos BIA foram feitos usando um dispositivo diferente, onde os participantes precisavam ficar em uma plataforma com os pés descalços.

Outras Mensurações

Outras medições feitas incluíram altura, peso, status socioeconômico, etnia e fatores de estilo de vida, como hábitos de fumar e beber. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado.

Análise Estatística

O estudo focou na FM e FFM do corpo todo. Participantes que tinham dados completos de ambos os escaneamentos BIA e DXA foram incluídos. Aqueles com valores ausentes ou leituras implausíveis foram excluídos.

Estatísticas descritivas resumiram os dados, e coeficientes de correlação de Pearson foram calculados para avaliar a concordância entre as medições de BIA e DXA. Auxiliares visuais, como gráficos de dispersão, ilustraram a relação entre as medições. Um teste t para amostras emparelhadas comparou as diferenças entre os dois métodos.

A análise de Bland-Altman ajudou a visualizar as diferenças entre os métodos a um nível individual, indicando o grau de viés e variabilidade.

Características Básicas dos Participantes

Na análise, mais de 34.000 participantes foram incluídos, com uma distribuição quase igual entre homens e mulheres. A altura média era de cerca de 169 cm, e o peso médio era de cerca de 76 kg. A maioria dos participantes se identificou como brancos e muitos completaram ensino superior. A maioria era consumidora de álcool, enquanto uma porcentagem menor eram fumantes.

Resultados de Correlação

A correlação entre as medições de composição corporal da BIA e DXA foi considerada alta, com coeficientes de 0.96 para FM e 0.97 para FFM. Isso sugere que ambos os métodos fornecem resultados similares.

No entanto, algumas diferenças foram notadas. Por exemplo, a BIA mostrou uma correlação ligeiramente maior para FFM em mulheres em comparação com homens. Para FM, a correlação foi a mesma para ambos os sexos, mas variou em categorias de IMC, com correlações mais fortes em aqueles com um IMC mais baixo.

Diferenças Entre BIA e DXA

De modo geral, a BIA mostrou menor FM em comparação com a DXA e maior FFM. Especificamente, a FM derivada da BIA foi menor em cerca de 1.84 kg, enquanto a FFM foi maior em 2.56 kg. Essas diferenças foram mais significativas em homens do que em mulheres. A BIA subestimou consistentemente a FM e superestimou a FFM em todas as categorias de IMC.

A análise de Bland-Altman mostrou que, embora houvesse uma boa correlação entre a BIA e a DXA, as diferenças individuais variavam bastante. Essa variabilidade é importante para o monitoramento da saúde pessoal.

Análise Multivariada

Uma análise mais aprofundada considerou possíveis fatores que influenciam as diferenças entre as medições de BIA e DXA. Fatores como idade, IMC, circunferência da cintura, FM e FFM foram considerados. Essas variáveis explicaram uma parte significativa da variação nas diferenças observadas.

Por exemplo, uma FM mais alta estava associada a uma maior diferença na FM medida entre os dois métodos, enquanto uma FFM mais alta mostrou uma tendência similar. O IMC esteve consistentemente associado a diferenças em ambas FM e FFM.

Calibração das Medidas de BIA

Usando a DXA como padrão ouro, modelos foram desenvolvidos para calibrar os valores de BIA para diferentes grupos de sexo e IMC. Esses modelos mostraram boa capacidade preditiva em todos os grupos.

O estudo demonstrou que, embora a BIA seja um bom método para estimar a composição corporal em estudos populacionais, ela funciona melhor quando calibrada em relação às medições da DXA.

Vantagens da BIA

A BIA oferece várias vantagens em comparação com a DXA, incluindo menor custo, avaliações mais rápidas e nenhuma exposição à radiação. Para estudos ou populações em grande escala, a BIA fornece uma opção prática para medir a composição corporal.

Limitações do Estudo

O estudo tem algumas limitações. Ele é baseado em uma amostra de cerca de 35.000 participantes, que é uma parte do UK Biobank maior. A análise é ligeiramente mais jovem do que o coorte geral, mas ainda comparável em tamanho e composição.

Além disso, o estudo não comparou diretamente a massa magra devido aos diferentes modelos usados pela BIA e DXA. Composições segmentares também não foram analisadas, significando que diferenças regionais na composição corporal não puderam ser avaliadas.

Além disso, o design do estudo foi transversal, limitando a capacidade de observar mudanças na composição corporal ao longo do tempo.

Conclusão

Em resumo, esta análise dos participantes do UK Biobank mostra uma forte correlação entre os métodos BIA e DXA para medir a composição corporal. No geral, a BIA serve como uma alternativa confiável à DXA em nível populacional, especialmente quando calibrada.

As diferenças nas medições devem ser levadas em consideração para o monitoramento da saúde pessoal. Estudos futuros poderiam aproveitar as medidas derivadas da BIA, aumentando os tamanhos de amostra enquanto asseguram avaliações precisas. Reconhecer os fatores que influenciam as diferenças nas medições é crucial para melhorar as avaliações da composição corporal em configurações clínicas e de pesquisa.

Fonte original

Título: Comparison of body composition measures assessed by bioelectrical impedance analysis versus dual-energy X-ray absorptiometry in UK Biobank

Resumo: BackgroundBioelectrical impedance analysis (BIA) and dual-energy X-ray absorptiometry (DXA) are used commonly for assessing body composition. This study aimed to evaluate the agreement between BIA and DXA measures to assess the validity of BIA measures in UK Biobank. MethodsUK Biobank participants with body fat mass (FM) and fat free mass (FFM) estimates derived from BIA and DXA measures performed on the same date were included. BIA and DXA-derived estimates were compared using Pearson correlation coefficients. Bland-Altman analysis was performed to quantify the differences and its distribution. Multivariable linear regression was used to identify predictors for the difference between the two measures. Finally, prediction models were developed to calibrate BIA measures against DXA measures. Results34437 participants (female 51.4%, mean age 55.2 years) were included. BIA and DXA measurements were highly correlated (correlation coefficient 0.96 for FM and 0.97 for FFM), with similar values in males and females and across body mass index subgroups. BIA underestimates FM by 1.84 kg (23.77 vs. 25.61), but overestimated FFM by 2.56 kg (52.49 vs. 49.93). The BIA-DXA difference was associated with individual FM, FFM, BMI and waist circumference. Prediction models showed overall good model performance in the training and testing data. ConclusionWe found good agreement between BIA-and DXA-derived body composition measures at a population level in UK Biobank. However, BIA-DXA difference existed at individual level, and was associated with anthropometric measures. Future studies may consider using prediction models to calibrate BIA measures.

Autores: Qi Feng, J. Besevic, M. Conroy, W. Omiyale, B. Lacey, N. Allen

Última atualização: 2023-11-01 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.01.23297916

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.01.23297916.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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