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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Engajamento no Tratamento do HIV na África do Sul

Estudo revela desafios no engajamento dos pacientes durante o primeiro ano de tratamento de HIV.

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Problemas de engajamentoProblemas de engajamentode pacientes com HIVno tratamento do HIV.Estudo destaca desafios de desconexão
Índice

Na África subsaariana, os países com altas taxas de HIV estão melhorando em testar as pessoas e ajudar quem está em Tratamento. Mas, manter os pacientes na medicação, chamada Terapia Antirretroviral (TAR), ainda é um problema grande, especialmente no primeiro ano de tratamento. Muita gente para de ir às consultas depois que começa a TAR, principalmente nos primeiros seis meses. Estudos recentes mostram que cerca de 26% das pessoas na África do Sul param de comparecer às consultas nos primeiros seis meses após iniciar o tratamento.

Contexto

Embora existam muitos estudos sobre como as pessoas mantêm o tratamento, ainda não tem informações suficientes sobre quando e por que os pacientes param de ir às consultas. Alguns estudos anteriores analisaram como as pessoas ficam em acompanhamento ao longo de vários anos, mas isso não dá uma visão clara do que acontece nos primeiros meses críticos após o início do tratamento.

Para enfrentar essa questão, este estudo analisa os registros dos pacientes em clínicas de três províncias da África do Sul. O objetivo é descobrir quando os pacientes param de comparecer e identificar comportamentos específicos que podem ajudar a melhorar a adesão ao tratamento.

Detalhes do Estudo

A pesquisa foi feita em clínicas de saúde pública localizadas em Gauteng, Mpumalanga e KwaZulu-Natal. Foram coletados dados de seis clínicas em cada distrito, escolhidas pela sua tamanho e diversidade. Autorizações de várias autoridades de saúde foram necessárias para acessar os dados dos pacientes.

Analisamos um grande conjunto de registros médicos que continham informações como quando cada paciente começou o tratamento, quando eles visitaram a clínica, a idade deles e se ainda estavam vivos ou transferidos para outra clínica. Essas informações ajudaram a entender com que frequência os pacientes iam às consultas.

População do Estudo e Dados

Para a análise, incluímos pacientes que começaram a TAR a partir de 1º de janeiro de 2018. Focamos aqueles que tinham pelo menos 14 meses de acompanhamento nos registros. Esse período garantiu que tivéssemos informações suficientes sobre a frequência deles às consultas logo após o início do tratamento.

Alguns registros não foram incluídos na análise, como os de pacientes com menos de 18 anos ou que não tinham visitas agendadas registradas. Os dados foram cuidadosamente revisados para garantir precisão e confidencialidade.

Medindo a Frequência dos Pacientes

Classificamos cada visita que um paciente fez após começar a TAR em um dos três grupos, dependendo de quando ocorreu em relação à consulta agendada:

  1. No horário: Visitas que ocorreram como planejado.
  2. Atrasado dentro de 28 dias: Visitas feitas após a data agendada, mas dentro de 28 dias.
  3. Atrasado além de 28 dias: Visitas feitas mais de 28 dias depois.

Além disso, marcamos qualquer visita agendada que não foi comparecida dentro de um período de 28 dias após a consulta perdida como "não comparecida."

Padrões de Envolvimento do Paciente

O estudo definiu diferentes padrões de envolvimento com base no comportamento dos pacientes:

  • Envolvidos continuamente: Pacientes que compareceram a todas as suas consultas pontualmente.
  • Envolvidos ciclicamente: Pacientes que atrasaram, mas ainda compareceram a algumas visitas.
  • Desconectados: Pacientes que pararam de ir às consultas completamente.

Analisando esses padrões, conseguimos ver como os pacientes interagiam com a saúde deles ao longo do tempo.

Processo de Análise

Primeiro, descrevemos as características dos pacientes no início do tratamento. Em seguida, vimos quantas visitas foram feitas nos primeiros seis meses e novamente nos seis meses seguintes.

Também comparamos os padrões de envolvimento nos marcos de seis e doze meses, observando quantos pacientes permaneceram engajados e quantos se desconectaram durante esses períodos.

Por fim, examinamos fatores que poderiam prever se os pacientes parariam de ir às consultas, focando principalmente na idade e no timing das visitas.

Resultados

No total, o estudo incluiu 33.821 pacientes. Nos primeiros seis meses após iniciar o tratamento, cerca de 57% dos pacientes permaneceram continuamente engajados, enquanto 14% mostraram um padrão de Engajamento cíclico e 16% se desconectaram do cuidado.

Entre os que se desconectaram, 58% fizeram isso logo após o início do tratamento, e 10% nos primeiros três meses. Transferências para outras clínicas corresponderam a 11% da coorte, enquanto apenas 1% dos pacientes morreram nos primeiros seis meses.

No marco de um ano, apenas 38,5% dos pacientes permaneceram engajados continuamente durante todo o ano, e 23% dos pacientes se desconectaram do tratamento.

Padrões de Envolvimento por Região e Demografia

Os padrões de engajamento variaram um pouco entre as três províncias. KwaZulu-Natal teve a menor taxa de desconexão, enquanto Mpumalanga teve taxas mais altas. Pacientes jovens de 18 a 25 anos foram mais propensos a se desconectar em comparação com grupos etários mais velhos.

O estudo também revelou que o número de visitas feitas pelos pacientes variava por idade, com os participantes mais velhos comparecendo a mais consultas que os mais jovens.

Importância do Engajamento Inicial

Os achados destacaram que os primeiros seis meses de tratamento com TAR são cruciais para manter o engajamento do paciente. Padrões de engajamento estabelecidos durante esse período tiveram um impacto significativo sobre se os pacientes continuariam ou não o tratamento.

Entender que muitos pacientes estavam atrasados para suas consultas indicou a necessidade de intervenções para melhorar a frequência e adesão ao tratamento durante os primeiros meses.

Desafios e Direções Futuras

Apesar das melhorias no acesso ao tratamento do HIV, os desafios permanecem em manter os pacientes engajados. Os resultados sugerem que os sistemas de saúde podem precisar adaptar seus modelos de entrega de serviços para melhor apoiar os pacientes durante os primeiros seis meses de tratamento.

Em abril de 2023, mudanças foram anunciadas na África do Sul para permitir um acesso mais cedo a modelos de entrega de medicação menos exigentes, o que pode ajudar a manter os pacientes em cuidados.

Conclusão

Este estudo enfatiza a necessidade crítica de focar no engajamento do paciente durante os primeiros meses de tratamento do HIV. Intervenções personalizadas são essenciais para manter os pacientes engajados e garantir que continuem recebendo o suporte necessário para um resultado de tratamento bem-sucedido a longo prazo. Compreender as barreiras e necessidades dos pacientes, especialmente os jovens adultos, é vital para melhorar a retenção nos cuidados e, no final, ajudar a combater a epidemia de HIV.

Fonte original

Título: Patterns of retention in care during clients first 12 months after HIV treatment initiation in South Africa: a retrospective cohort analysis using routinely collected data

Resumo: BackgroundRetention in HIV care during the early treatment period is one of the most serious challenges facing HIV programs, but the timing and patterns of early disengagement from care remain poorly understood. We describe patterns of engagement in HIV care during the first and second 6-month periods after initiation. MethodsWe analysed retrospective datasets of routinely collected EMR data from [≥]18-year-old clients who initiated ART at public sector clinics in South Africa after 01/01/2018 and had [≥]14 months potential follow up. Using scheduled visit dates, we classified observed visits into "as planned" or "late" and characterized engagement in care as continuous (all scheduled visits attended [≤]28 days late), cyclical (at least one visit >28 days late with a return visit observed) or disengaged (visit not attended and no return visit to the same facility observed). Results33,821 client records were included (65% female, median age 33). By six months after ART initiation, 57% had remained continuously in care, 14% had engaged cyclically, 11% had transferred to another facility, 1% had died and 16% had disengaged from care at the initiating facility. Among disengagers in the first 6 months, 58% did not return after their initiation visit, 10% disengaged within the first three months, and the remaining 32% disengaged between 3-6 months. By 12 months after initiation, the overall proportion disengaged was 23%, and only 38% of the cohort had maintained continuous engagement for the full 12 -month period.. Patterns of engagement that were established during the first 6 months on ART demonstrated little change in months 7-12, with participants who were cyclically engaged in months 0-6 were nearly twice as likely to disengage in months 7-12 as continuous engagers in months 0-6 (relative risk 1.8, 95% CI: 1.70-1.99). ConclusionsAs recently as 2018, fewer than 60% and 45% of clients starting ART in South Africa were continuously engaged in care (no interruptions >28 days) at 6 and 12 months, respectively, at their initiating facilities. The needs of continuous and cyclical engagers and disengagers during the first 6 months after initiation may differ and require different interventions or models of care.

Autores: Sydney Rosen, M. Maskew, M. Benade, A. Huber, S. Pascoe, L. Sande

Última atualização: 2023-06-16 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.13.23291348

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.13.23291348.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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