O Papel da Atividade Diária na Redução do Risco de Câncer
Aumentar a atividade física diária pode reduzir significativamente o risco de câncer.
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Índice
Estudos recentes mostram que muitos tipos novos de Câncer em países ricos poderiam ser evitados mudando nosso estilo de vida. Isso inclui fazer mais exercícios. No entanto, descobrir quanto de atividade é necessário para ajudar a prevenir câncer pode ser complicado. Muitas pesquisas dependem das pessoas relatarem seus níveis de atividade, o que pode levar a erros. Por exemplo, a maioria das pessoas diz que se exercita em um nível moderado a alto, mas pode esquecer de outras atividades ou não relatá-las com precisão. Estudos sobre uso do tempo indicam que muitos indivíduos passam a maior parte do tempo em tarefas de trabalho e casa, com grande parte do tempo ativo sendo em atividades leves. A maioria das pessoas não está atingindo os níveis recomendados de atividades que focam, principalmente, em exercícios moderados a vigorosos. Por causa disso, há um interesse crescente em saber se medições precisas da Atividade Física podem mostrar benefícios reais para reduzir o risco de câncer e se promover atividades leves pode ajudar a prevenir doenças.
Usando dispositivos vestíveis como acelerômetros, conseguimos obter medições diretas de todas as atividades diárias, incluindo momentos em que as pessoas estão sentadas ou se movendo em casa, no trabalho ou durante o tempo livre. Esses dispositivos permitem ver como mudar o tempo sentado para atividades leves ou mais intensas pode afetar os riscos à saúde. A maioria das pesquisas atuais usando esses dispositivos tem olhado principalmente para mortes por câncer, focando um pouco menos em câncer de mama.
Propósito do Estudo
Para preencher lacunas de conhecimento, buscamos entender como as atividades diárias e sua intensidade se relacionam com o risco de desenvolver câncer. Nos concentramos em 13 tipos de câncer que estudos anteriores relacionaram com baixa atividade física. Como um objetivo secundário, queríamos examinar os riscos de cada um desses 13 cânceres individualmente quando havia casos suficientes. Também analisamos como mudar o tempo de sentado para atividades leves e moderadas-vigorosas poderia impactar o risco de câncer. Por fim, queríamos ver como a contagem diária de passos se relaciona com o risco de desenvolver câncer. A contagem de passos é fácil de acompanhar e é registrada por muitos dispositivos de fitness.
População do Estudo
O estudo UK Biobank envolveu 502.536 adultos da Inglaterra, Escócia e País de Gales que se juntaram entre 2006 e 2010. Os participantes responderam a questionários, forneceram amostras biológicas e permitiram que seus registros de saúde fossem vinculados para referência futura. Entre junho de 2013 e dezembro de 2015, participantes com endereços de e-mail válidos foram convidados a usar um acelerômetro de pulso por uma semana.
Processamento de Dados do Acelerômetro
Processamos os dados dos acelerômetros para calcular diferentes tipos de atividade física. A atividade total foi calculada medindo o movimento ao longo do tempo. Isso nos ajudou a entender a duração e a intensidade das atividades. Usamos métodos avançados para analisar quanto tempo as pessoas passaram dormindo, sentadas ou ativas em diferentes intensidades. Quando havia lacunas nos dados devido ao não uso do dispositivo, estimamos esses tempos faltantes usando a média do comportamento em dias válidos.
Também analisamos o número de Passos Diários dados por cada participante. Essa contagem de passos ajuda a entender como alguém está ativo de uma forma simples.
Avaliação de Resultados
O principal resultado que medimos foi a chance de desenvolver câncer em 13 locais associados anteriormente a baixa atividade física. Coletamos dados sobre câncer através de serviços de saúde oficiais. Em análises secundárias, examinamos cânceres que não estavam diretamente relacionados à atividade física, mas tinham casos suficientes para análise.
Amostra Analítica
Processamos dados brutos de 103.614 participantes, eliminando aqueles que desistiram do estudo ou tinham erros em seus dados. Incluímos apenas pessoas que não tinham câncer antes de usar o acelerômetro e tinham dados completos. No final, nossa análise incluiu 86.556 participantes.
Atividade Física e Risco de Câncer
Descobrimos que uma maior atividade física diária estava conectada a uma menor chance de desenvolver câncer. Para cada aumento na atividade geral medida, o risco de câncer diminuía. Notamos que essa tendência se aplicava a vários tipos de câncer especificamente relacionados à atividade física.
Entre aqueles com níveis de atividade mais altos, o risco foi significativamente reduzido para vários cânceres, como os do estômago, fígado, bexiga, pulmões, útero, cólon e mama. Também encontramos algumas evidências sugerindo riscos mais baixos para outros cânceres, embora esses resultados não fossem tão fortes.
Análise de Dados Composicionais
Também analisamos como mudar o tempo gasto em diferentes atividades afetava o risco de câncer. Por exemplo, se alguém aumentasse seu exercício leve em uma hora por dia, isso estava ligado a um menor risco de desenvolver câncer. Aumentar a atividade moderada a vigorosa também mostrou benefícios semelhantes. Por outro lado, passar mais tempo sentado estava associado a um maior risco de câncer.
Além disso, analisamos como redistribuir o tempo de sentado para qualquer forma de atividade física reduziu o risco de câncer. Especificamente, gastar uma hora a menos sentado e mais tempo em atividades leves ou moderadas-vigorosas foi benéfico.
Passos Diários e Risco de Câncer
Descobrimos que mais passos diários estavam associados a uma menor chance de desenvolver câncer. Comparados a indivíduos que davam 5.000 passos por dia, aqueles que davam 9.000 passos tinham um risco 18% menor de desenvolver cânceres relacionados ao exercício, enquanto os que estavam em 13.000 passos tinham um risco 23% menor.
Também analisamos a intensidade dos passos dados em curtos períodos e encontramos algumas associações positivas antes de ajustar pela contagem total de passos diários.
Análises de Sensibilidade
Quando ajustamos para o peso corporal em nossos modelos, descobrimos que níveis mais altos de atividade física ainda mostravam riscos mais baixos de câncer. No entanto, esse ajuste reduziu ligeiramente a força da associação. Os achados permaneceram consistentes mesmo quando ajustamos para diferentes fatores dietéticos.
Analisamos também os padrões separadamente para homens e mulheres e encontramos resultados semelhantes em como a atividade física se relacionava com o risco de câncer. Os efeitos protetores de níveis mais altos de atividade foram consistentes em ambos os sexos.
Conclusão
No geral, nosso estudo sugere que fazer mais atividade física diária e reduzir o tempo sentado em favor de exercícios leves ou moderados pode diminuir o risco de certos cânceres. Caminhar e outras atividades leves são maneiras práticas de incorporar mais movimento na vida diária, o que se alinha com os objetivos de saúde pública focados na prevenção do câncer.
Essa pesquisa acrescenta à compreensão de como estar ativo pode impactar o risco de câncer e enfatiza a importância de incentivar tanto atividades leves quanto mais intensas nas rotinas diárias.
Título: Amount and intensity of physical activity and risk of incident cancer in the UK Biobank
Resumo: ImportanceThe influence of total daily and light intensity activity on cancer risk remains unclear, as most existing knowledge is drawn from studies relying on self-reported leisure-time activities of moderate-vigorous intensity. ObjectiveTo investigate associations between total daily activity, including step counts, and activity intensity on incident cancer risk. Design, Setting, and ParticipantsProspective analysis of cancer-free UK Biobank participants who wore accelerometers for 7-days (between 2013-2015), followed for cancer incidence through national registries (mean follow-up 5.8 years (SD=1.3)). ExposuresTime-series machine learning models derived daily total activity (average acceleration), behaviour time, step counts, and peak 30-minute cadence from wrist-based accelerometer data. Main Outcomes and MeasuresA composite cancer outcome of 13 cancers previously associated with low physical activity (bladder, breast, colon, endometrial, oesophageal adenocarcinoma, gastric cardia, head and neck, kidney, liver, lung, myeloid leukaemia, myeloma, and rectum) based on previous studies of self-reported activity. Cox proportional hazards regression models estimated hazard ratios (HR) and 95% confidence intervals (CI), adjusted for age, sex, ethnicity, smoking, alcohol, education, Townsend Deprivation Index, and reproductive factors. Associations of reducing sedentary time in favour of increased light and moderate-vigorous activity were examined using compositional data analyses. ResultsAmong 86 556 participants (mean age 62.0 years (SD=7.9) at accelerometer assessment), 2 669 cancers occurred. Higher total physical activity was associated with a lower overall cancer risk (HR1SD=0.85, [95%CI 0.81-0.89]). On average, reallocating one hour/day from sedentary behaviour to moderate-vigorous physical activity was associated with a lower risk (HR=0.92, [0.89-0.95]), as was reallocating one hour/day to light-intensity physical activity (HR=0.94, [0.92-0.96]). Compared to individuals taking 5 000 daily steps, those who took 9 000 steps had an 18% lower risk of physical-activity-related cancer (HR=0.82, [0.74-0.90]). We found no significant association with peak 30-minute cadence after adjusting for total steps. Conclusion and RelevanceHigher total daily physical activity and less sedentary time, in favour of both light and moderate-vigorous intensity activity, were associated with a lower risk of certain cancers. For less active adults, increasing step counts by 4 000 daily steps may be a practical public health intervention for lowering the risk of some cancers. KEY POINTSO_ST_ABSQuestionC_ST_ABSWhat insights can we gain about the relationships between total daily activity, step counts, and activity intensity on cancer risk using accelerometer data? FindingsIn an analysis of 86 556 individuals from the UK Biobank who provided a week of accelerometer-based activity data, higher levels of total physical activity, reducing sedentary time in favour of light or moderate-vigorous intensity activities, and higher daily step counts were associated with a lower risk of certain cancers. MeaningFor less active adults, increasing activity time and accumulating more daily steps may be practical interventions for lowering the risk of some cancers.
Autores: Aiden Doherty, A. H. Shreves, S. R. Small, R. Walmsley, S. Chan, P. F. Saint-Maurice, S. C. Moore, K. Papier, K. Gaitskell, R. C. Travis, C. E. Matthews
Última atualização: 2023-12-04 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.04.23299386
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.04.23299386.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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