Treinando Profissionais de Saúde em eFAST para Atendimento de Trauma
Estudo mostra que pessoal sem imagem pode aprender técnicas eFAST para avaliação de trauma.
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Índice
FAST, ou Avaliação Focada com Ultrassonografia para Trauma, é um exame de UltrassomRÁPIDO usado em pacientes traumatizados assim que chegam ao hospital. Esse método começou a ser utilizado em medicina de emergência em 1988. A versão estendida desse exame, conhecida como eFAST, busca por líquido livre e ar na região do peito. O FAST é útil para diagnosticar rapidamente sangramentos internos em casos de trauma. Se for encontrado sangramento, os pacientes podem ser enviados direto para a cirurgia para salvar suas vidas. O FAST é reconhecido por ser preciso e sensível em encontrar lesões ocultas, como um pulmão colapsado.
Em várias partes do mundo, trauma é uma das principais causas de morte e deficiência. Por exemplo, Uganda tem altas taxas de acidentes de trânsito, especialmente envolvendo motos. Esses acidentes geralmente causam lesões abdominais graves e levam a muitas internações e mortes. Antes da introdução do FAST, os médicos frequentemente usavam métodos invasivos, como cirurgia exploratória, para encontrar lesões. O FAST é uma maneira mais segura e rápida de diagnosticar essas condições graves, mas ainda não é amplamente utilizado, especialmente em lugares com menos recursos.
A Necessidade de Treinamento em eFAST
Há uma lacuna significativa no treinamento do pessoal médico para usar FAST e eFAST, principalmente em áreas rurais. Em Uganda, embora o Ministério da Saúde tenha começado a fornecer máquinas de ultrassom para hospitais menores, a falta de pessoal treinado faz com que essas máquinas frequentemente fiquem paradas. Muitos trabalhadores da saúde querem saber usar ultrassom para avaliações rápidas, mas precisam de treinamento adequado, especialmente em situações de emergência.
Esse estudo teve como objetivo ver se era possível treinar trabalhadores da saúde sem experiência em imagens nos métodos eFAST e avaliar quão bem esses trainees poderiam usar o conhecimento e as habilidades que adquiriram.
Visão Geral do Estudo
O estudo ocorreu no Hospital Kiwoko em Uganda de 20 de setembro de 2022 a 30 de maio de 2023. O Kiwoko é um hospital rural que vê muitos casos de trauma diariamente. O treinamento envolveu ensinar clínicos como realizar eFAST e, em seguida, avaliar suas habilidades três meses depois.
Os participantes incluíram oficiais clínicos, médicos e cirurgiões que lidam diretamente com pacientes traumatizados. Dezenove indivíduos foram selecionados para o treinamento, mas apenas aqueles sem formação anterior em ultrassom à beira do leito (POCUS) foram incluídos.
Programa de Treinamento
O programa de treinamento foi elaborado por um grupo de especialistas em radiologia que definiu metas claras sobre o que os trainees deveriam aprender. O foco era encontrar líquido livre em quatro áreas principais: fígado, baço, coração e região pélvica. Durante o treinamento, os profissionais de saúde receberam palestras por quatro semanas que cobriam os fundamentos do ultrassom, como operar a máquina de ultrassom e técnicas para realizar o exame.
Para a experiência prática, os trainees praticaram com voluntários saudáveis e pacientes com condições leves. O treinamento incluiu demonstrações para que os trainees pudessem ver achados normais e anormais durante o exame de ultrassom.
Tratamento e Análise de Dados
Para analisar os dados coletados durante o estudo, os pesquisadores usaram um software específico. Eles verificaram quantos participantes realizaram cada tarefa corretamente e compararam os resultados para ver se houve mudanças após o treinamento inicial.
Considerações Éticas
Antes de começar o estudo, foi obtida aprovação ética e todos os participantes concordaram por escrito em participar. A privacidade dos participantes foi cuidadosamente protegida durante toda a pesquisa.
Avaliação Inicial do Treinamento
Duas semanas após o treinamento, os pesquisadores avaliaram as habilidades dos clínicos. Os resultados mostraram que a maioria deles conseguiu posicionar a sonda de ultrassom corretamente e obter imagens de qualidade. Por exemplo, 91,7% dos clínicos posicionaram a sonda corretamente na visão sub-xifóide, que é uma área chave para detectar líquido. Os clínicos se saíram bem, especialmente em identificar estruturas importantes nas imagens que capturaram.
No entanto, algumas áreas mostraram espaço para melhorias, especialmente na visão do quadrante superior esquerdo (LUQ) e nas visões de pneumotórax, onde o desempenho foi mais baixo.
Avaliação de Acompanhamento
Três meses após o treinamento, foi realizada uma avaliação de acompanhamento. A maioria dos clínicos mostrou que ainda conseguia realizar eFAST, mas algumas áreas apresentaram uma leve queda no desempenho. Por exemplo, houve problemas com o posicionamento da sonda em algumas visões, incluindo as do quadrante superior direito e pneumotórax.
Embora muitos clínicos tenham produzido imagens excelentes com pequenos problemas, nenhum alcançou a qualidade excepcional vista anteriormente no treinamento. Uma queda notável foi observada na qualidade das imagens da visão do LUQ.
Apesar dessas mudanças, a maioria dos clínicos ainda conseguiu responder corretamente às perguntas relevantes sobre a avaliação em todas as cinco visões.
Uso do Ultrassom Após o Treinamento
Durante o acompanhamento de três meses, quase metade dos clínicos realmente usou o ultrassom em situações reais. Muitos relataram que o uso do ultrassom mudou a maneira como gerenciavam seus pacientes, ajudando-os a tomar decisões mais rápidas. A maioria dos exames realizados aconteceu no segundo mês após o treinamento.
Principais Descobertas e Discussão
O objetivo deste estudo foi verificar se profissionais de saúde sem experiência em imagens poderiam aprender a realizar exames eFAST e reter o que aprenderam. Os resultados indicaram que, com o treinamento e supervisão adequados, esses clínicos poderiam realizar o exame eFAST e reconhecer condições anormais em pacientes traumatizados.
Na avaliação inicial, os clínicos se saíram bem, especialmente no posicionamento da sonda de ultrassom. No entanto, desafios ainda ocorreram em áreas como qualidade da imagem e interpretação em certas visões. Embora tenha havido uma leve queda no desempenho na avaliação de três meses, muitos clínicos ainda demonstraram habilidades aceitáveis.
Isso destaca que treinamento contínuo e suporte são vitais para reter as habilidades no uso do ultrassom. O estudo mostrou que com mais tempo reservado para treinamento, supervisão regular e apoio dedicado, os clínicos poderiam melhorar suas habilidades de ultrassom em cuidados de trauma.
Conclusão
As evidências sugerem que trabalhadores da saúde sem experiência anterior em ultrassom podem aprender a realizar eficazmente exames eFAST após o treinamento. Apesar de alguma queda na qualidade da imagem e desempenho em visões específicas, houve uma boa retenção do conhecimento e habilidades fundamentais. Para otimizar o uso do eFAST em ambientes de trauma, treinamento, avaliação e suporte regulares são essenciais.
Esse estudo acrescenta insights valiosos à discussão sobre como implementar cuidados eficazes em trauma em ambientes de poucos recursos. Se recursos suficientes e treinamento estruturado forem oferecidos, os trabalhadores da saúde podem melhorar significativamente suas capacidades de diagnóstico para melhorar os resultados dos pacientes em situações de emergência.
Título: Implementation of Point of Care Ultrasound in extended Focused Assessment with Sonography for Trauma at a rural hospital in Uganda.
Resumo: IntroductionFocused Assessment with Sonography for Trauma (FAST) is a rapid bedside ultrasound examination performed at presentation of a trauma patient whereas the extended FAST (eFAST) examines each hemithorax for the presence of free fluid and air. It is an extension of the trauma clinical assessment process and aids rapid diagnosis with an aim of identifying free peritoneal fluid which allows for immediate transfer to theatre or further imaging. FAST can be performed by surgeons, emergency physicians, and paramedics as a screening test to detect post-traumatic pericardial effusion or hemoperitoneum, performed at presentation of a trauma patient. ObjectiveThe purpose of this study was to evaluate the feasibility of implementing a point of care ultrasound training in trauma for non-imaging health professionals and evaluate the ability of the trainees to apply the knowledge and skills gained to perform the ultrasound examination among trauma patients. MethodsIt was a prospective cohort study conducted at Kiwoko hospital, a rural based hospital in Uganda. The study involved developing a curriculum and training of clinicians in point of care ultrasound for trauma patients through didactic lectures and practical sessions as well as assessing them at baseline and thereafter further assessment at three months follow up. ResultsA total of 19 clinicians were initially enrolled however, 12 were evaluated at baseline and nine were followed up for three months. The median length of time in clinical practice of the clinicians in this study was 11(2-36) months. At baseline, majority of the clinicians correctly identified and named all the anatomical structures pertinent to images obtained in eFAST; sub-xiphoid view 7(58.3%), right upper quadrant view 5(41.7%), left upper quadrant view 6(50.0%), suprapubic view 7(58.3%), thoracic-pleural fluid view 7(58.3%), and thoracic-pneumothorax view 4(33.3%). At follow-up, the clinicians demonstrated acceptable competency in ultrasound technique when performing eFAST in most views assessed. However, compared to the baseline observation, a statistically significant decline (p=0.001) in image quality was noted in evaluation of organs in the left upper quadrant. ConclusionClinicians generally demonstrated acceptable competency in performing eFAST assessment in trauma patients. With more training, frequent hands-on practice, regulation and adequate supervision, clinicians can ably perform eFAST procedures to aid in management of trauma patients.
Autores: Rita Nassanga, S. Bugeza, F. Ameda, D. I. Nalweyiso, H. Nakiberu, T. Semaganda, F. Olweny, R. Nagawa, A. G. Mubuuke
Última atualização: 2023-12-26 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.21.23300400
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.21.23300400.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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