Vínculos genéticos entre distúrbios musculares e defeitos cardíacos
Pesquisas ligam variantes genéticas no ACTC1 a problemas musculares e cardíacos.
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Índice
- Artrôgipo Distal: Uma Condição Genética
- Descobertas de Famílias com AD e Defeitos Cardíacos
- Sequenciamento de Exoma: Buscando Variantes Genéticas
- Simulações de Dinâmica Molecular: Entendendo Mudanças nas Proteínas
- Analisando o Comportamento das Proteínas
- Variantes Encontradas em Famílias
- Entendendo o Impacto das Variantes de ACTC1
- Implicações para Pesquisas Futuras
- Conclusão
- Fonte original
Sarcomeros são as unidades básicas das células musculares que se juntam para formar Músculos esqueléticos e cardíacos. Eles são feitos de filamentos grossos de miosina e filamentos finos de actina, além de outras proteínas que ajudam esses filamentos a trabalhar juntos. Quando os filamentos de miosina e actina se conectam, eles criam ligações cruzadas, fazendo o músculo contrair. Esse processo é essencial para o movimento e a estabilidade.
Cada tipo de músculo, seja esquelético ou cardíaco, tem suas próprias proteínas específicas que são codificadas por genes. Por exemplo, certos genes codificam proteínas que são encontradas principalmente no músculo esquelético, enquanto outras são encontradas no músculo cardíaco. Alguns desses genes incluem TNNI2, MYH3 e ACTA1 para o músculo esquelético, e TNNI3, MYH6 e ACTC1 para o músculo cardíaco.
Artrôgipo Distal: Uma Condição Genética
A artrôgipo distal (AD) é uma condição genética causada por alterações em certos genes que afetam as proteínas no músculo esquelético. Essa condição resulta em Contraturas congênitas dos membros, o que significa que as articulações costumam ser rígidas desde o nascimento. Algumas pessoas também podem ter problemas com o rosto, pescoço e crescimento geral.
As razões exatas pelas quais essas contraturas ocorrem não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que as mudanças nos genes atrapalhem a contração ou relaxamento normal dos músculos. Isso pode levar a um movimento reduzido no útero, afetando como os membros se desenvolvem.
Vários outros genes, além dos que codificam as principais proteínas sarcoméricas, foram ligados a outras formas de AD. Esses genes têm papéis indiretamente relacionados a como os músculos funcionam.
Descobertas de Famílias com AD e Defeitos Cardíacos
Pesquisadores encontraram famílias onde indivíduos com AD também têm defeitos cardíacos congênitos. Nesses casos, um gene específico chamado ACTC1 foi identificado. Esse gene é responsável por codificar um tipo de actina que é importante tanto na função do músculo cardíaco quanto no esquelético.
Em um estudo de famílias, vários membros foram encontrados com alterações raras no gene ACTC1. As mudanças nesse gene podem levar a problemas tanto musculares quanto cardíacos. A natureza dessas mudanças e seus efeitos nos tecidos musculares e cardíacos estão sendo estudadas mais a fundo.
Sequenciamento de Exoma: Buscando Variantes Genéticas
Para descobrir mais sobre as mudanças genéticas em famílias com AD, os pesquisadores realizaram sequenciamento de exoma. Esse processo analisa todos os genes em uma amostra para encontrar quaisquer alterações nocivas que possam estar causando a condição.
Um grupo de famílias com várias contraturas congênitas foi selecionado para este estudo. Cada família foi verificada para mutações nocivas nos genes que poderiam explicar sua condição. O sequenciamento foi feito com consentimento informado, garantindo que todos os participantes estivessem cientes do estudo e de seu propósito.
Simulações de Dinâmica Molecular: Entendendo Mudanças nas Proteínas
Para analisar como as mudanças no gene ACTC1 afetam a função da proteína, os pesquisadores usaram um método chamado simulações de dinâmica molecular. Essa técnica ajuda a visualizar como as proteínas se comportam e mudam de forma ao longo do tempo.
Os modelos iniciais da proteína actina cardíaca foram criados usando estruturas conhecidas de proteínas semelhantes. Uma vez que os modelos foram construídos, os pesquisadores fizeram mudanças específicas para representar as variantes genéticas encontradas nas famílias. Isso permitiu prever como essas mudanças poderiam afetar a forma como as proteínas funcionam em cenários da vida real.
Analisando o Comportamento das Proteínas
As simulações avaliaram como as mutações impactaram a estrutura e o movimento das proteínas de actina. Os pesquisadores procuraram diferenças entre proteínas normais e aquelas com mutações. Descobriram que as mutações levaram a mudanças estruturais sutis nas proteínas, o que poderia afetar sua capacidade de funcionar corretamente.
No geral, as proteínas com mutações apresentaram menos flutuação em sua estrutura do que as proteínas normais. Isso sugere que as mutações tornaram as proteínas mais rígidas, o que poderia influenciar como os músculos se contraem e trabalham juntos.
Variantes Encontradas em Famílias
Os pesquisadores encontraram variantes específicas no gene ACTC1 em diferentes famílias. Essas variantes estavam associadas a um padrão de problemas musculares e cardíacos. Nas famílias estudadas, indivíduos com as mesmas mutações apresentavam sintomas semelhantes, confirmando uma ligação entre as mudanças genéticas e as condições observadas.
Os sintomas comuns incluíam contraturas de diferentes articulações, pescoços em forma de membrana e defeitos cardíacos, como buracos entre os compartimentos do Coração. A ligação entre a variante genética e os sintomas mostrou a importância do teste genético para entender e diagnosticar essas condições.
Entendendo o Impacto das Variantes de ACTC1
As mudanças identificadas no gene ACTC1 podem explicar a presença de problemas tanto musculares quanto cardíacos em indivíduos. Isso é significativo porque, até agora, o gene estava principalmente associado a condições cardíacas, não a uma combinação de problemas musculares e cardíacos.
As quatro mutações estudadas mostraram que elas poderiam interromper a estrutura normal da proteína, levando a potenciais problemas com o desenvolvimento e funcionamento dos tecidos musculares e cardíacos. Os achados ressaltam a necessidade de mais pesquisas para explorar essas conexões e os mecanismos por trás delas.
Implicações para Pesquisas Futuras
O estudo destaca a necessidade de testes Genéticos em indivíduos com contraturas congênitas e sintomas associados. Se essas variantes genéticas estiverem presentes, opções de diagnóstico precoce e tratamento podem ser exploradas. Entender como essas mudanças genéticas afetam a função muscular e cardíaca pode levar a um melhor cuidado para aqueles afetados.
Além disso, os pesquisadores planejam investigar mais como essas mutações alteram a função das proteínas dentro das células musculares. Isso pode ajudar no desenvolvimento de terapias direcionadas para resolver os problemas causados por essas mudanças genéticas.
Conclusão
Em resumo, os pesquisadores estão descobrindo a complexa relação entre variantes genéticas no gene ACTC1 e condições associadas, como artrôgipo distal e defeitos cardíacos congênitos. As descobertas sugerem que essas mudanças genéticas podem levar a problemas significativos na função muscular e cardíaca. Entender essa conexão pode ajudar a melhorar o diagnóstico e o tratamento para indivíduos afetados, abrindo caminho para futuros estudos nessa área.
Título: Variants in ACTC1 underlie distal arthrogryposis accompanied by congenital heart defects
Resumo: Contraction of the human sarcomere is the result of interactions between myosin cross-bridges and actin filaments. Pathogenic variants in genes such as MYH7, TPM1, and TNNI3 that encode parts of the cardiac sarcomere cause muscle diseases that affect the heart, such as dilated cardiomyopathy and hypertrophic cardiomyopathy. In contrast, pathogenic variants in homologous genes MYH2, TPM2, and TNNI2, that encode parts of the skeletal muscle sarcomere, cause muscle diseases affecting skeletal muscle, such as the distal arthrogryposis (DA) syndromes and skeletal myopathies. To date, there have been few reports of genes (e.g., MYH7) encoding sarcomeric proteins in which the same pathogenic variant affects both skeletal and cardiac muscle. Moreover, none of the known genes underlying DA have been found to contain mutations that also cause cardiac abnormalities. We report five families with DA due to heterozygous missense variants in the gene actin, alpha, cardiac muscle 1 (ACTC1). ACTC1 encodes a highly conserved actin that binds to myosin in both cardiac and skeletal muscle. Mutations in ACTC1 have previously been found to underlie atrial septal defect, dilated cardiomyopathy, hypertrophic cardiomyopathy, and left ventricular noncompaction. Our discovery delineates a new DA condition due to mutations in ACTC1 and suggests that some functions of actin, alpha, cardiac muscle 1 are shared in cardiac and skeletal muscle.
Autores: Jessica Chong, M. C. Childers, C. T. Marvin, A. J. Marcello, H. Gonorazky, L.-N. Hazrati, J. J. Dowling, F. Al Amrani, Y. Alanay, Y. Nieto, M. A. Marin, A. Aylsworth, K. Buckingham, K. M. Shively, O. Sommers, K. Anderson, M. Regnier, M. Bamshad, University of Washington Center for Mendelian Genomics, University of Washington Center for Rare Disease Research
Última atualização: 2023-03-09 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.07.23286862
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.07.23286862.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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