Novas Técnicas para Detecção Precoce de Perda de Sangue
Estudo apresenta métodos não invasivos pra detectar perda de sangue usando machine learning avançado.
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Índice
Hemorragia, ou perda severa de sangue, é uma das principais causas de morte evitável, especialmente em casos de trauma. Detectar a perda de sangue cedo pode ser complicado, principalmente em pessoas saudáveis, porque o corpo consegue compensar isso de várias formas. Sinais vitais tradicionais como pressão arterial e frequência cardíaca muitas vezes não mostram mudanças claras na perda de volume sanguíneo nas fases iniciais. Este estudo explora um novo jeito de detectar a perda de sangue usando técnicas avançadas em sinais não invasivos.
Contexto
Em emergências médicas, avaliar rapidamente a condição de um paciente é crucial. Normalmente, os médicos se baseiam em vários sinais vitais para avaliar os pacientes. No entanto, quando se trata de perda de sangue, esses sinais vitais podem não apresentar mudanças claras até que a situação esteja crítica. Métodos tradicionais para medir a perda de volume sanguíneo podem ser invasivos e nem sempre fornecem informações precisas nas fases iniciais da hemorragia.
Para resolver esse problema, pesquisadores desenvolveram modelos que simulam a perda de sangue de forma artificial. Um dos modelos usados é chamado de Pressão Negativa no Corpo Inferior (LBNP), onde participantes saudáveis são colocados em uma câmara que aplica pressão negativa em seus corpos inferiores. Isso simula os efeitos da perda de sangue ao desviar o sangue das partes centrais do corpo.
A Importância do Monitoramento Não Invasivo
Métodos não invasivos, como a fotopletismografia (PPG), usam luz para medir mudanças no volume sanguíneo pela pele. Essa técnica fornece monitoramento contínuo e captura as respostas fisiológicas associadas à perda de sangue. O objetivo é criar um sistema que consiga identificar a perda de sangue antes que ela leve a complicações sérias.
Objetivo do Estudo
O objetivo deste estudo é duplo: primeiro, determinar quão bem a análise avançada de formas de onda de sinais não invasivos pode identificar níveis de perda de volume sanguíneo e, segundo, avaliar um novo modelo de aprendizado profundo que utiliza esses sinais para classificar a hipovolemia, ou volume sanguíneo baixo.
Métodos
Participantes
O estudo envolveu 23 voluntários saudáveis com idades entre 18 e 40 anos. Aqueles com gravidez ou condições cardiovasculares foram excluídos.
Desenho Experimental
Os participantes passaram pelo LBNP de uma maneira única. Em vez de reduzir gradualmente a pressão de forma previsível, o estudo introduziu aleatoriedade nas mudanças de pressão. Esse método mimetiza melhor situações reais onde um paciente pode receber tratamento como ressuscitação hídrica enquanto ainda está perdendo sangue.
Cada participante passou por três testes desse protocolo dinâmico de LBNP, resultando em um total de 69 testes.
Coleta de Dados
Dois tipos de sinais não invasivos foram monitorados:
- Eletrocardiograma (ECG) para medir a atividade do coração.
- Fotopletismografia (PPG) para acompanhar mudanças no volume sanguíneo.
Os dados foram coletados a uma taxa de 1000 Hz para garantir precisão.
Estrutura de Aprendizado de Máquina
Uma estrutura de aprendizado profundo foi desenvolvida para analisar os dados coletados. O modelo utilizou diferentes métodos para classificar os níveis de perda de sangue em três categorias:
- Classe 1: Perda leve de sangue
- Classe 2: Perda moderada de sangue
- Classe 3: Perda severa de sangue
Processamento de Dados
Os dados passaram por uma fase completa de processamento, que envolveu dividir os sinais em segmentos. Cada segmento, que durava 15 segundos, incluía múltiplos batimentos cardíacos e foi rotulado de acordo com o nível correspondente de LBNP.
Extração de Características
A análise incluiu a extração de características dos sinais de ECG e PPG. A análise tempo-frequência foi utilizada para obter insights detalhados dos sinais. Esse método permite uma melhor compreensão dos dados ao gerenciar sua complexidade e melhorar a precisão.
Resultados
Os resultados do estudo mostraram que o modelo de aprendizado de máquina proposto classificou efetivamente os níveis de perda de sangue com base nos sinais monitorados. A classificação da perda de volume sanguíneo teve métricas de desempenho impressionantes, indicando que o modelo era confiável em distinguir entre perda leve, moderada e severa de sangue.
Métricas de Desempenho
- AUROC (Área sob a curva da característica de operação do receptor): Essa métrica mede a capacidade do modelo de distinguir entre diferentes classes. Valores mais altos indicam melhor desempenho.
- AUPRC (Área sob a curva de precisão-recall): Isso reflete a capacidade do modelo de manter precisão e recall em diferentes limiares.
- F-score, Sensibilidade e Especificidade: Essas métricas avaliaram ainda mais o desempenho do modelo em identificar níveis de perda de sangue com precisão.
Os resultados indicaram que a PPG superou o ECG em termos de sensibilidade e especificidade, sugerindo que esse método não invasivo é particularmente eficaz em detectar mudanças no volume sanguíneo.
Discussão
Os achados deste estudo destacam o potencial do uso de modelos avançados de aprendizado de máquina para analisar formas de onda não invasivas. Ao focar nas formas de onda coletadas por PPG, o modelo captura mudanças sutis relacionadas à perda de sangue de forma mais eficaz do que os sinais vitais tradicionais.
Vantagens da PPG
A PPG tem algumas vantagens sobre outros métodos devido à sua capacidade de fornecer dados contínuos e sua sensibilidade a mudanças no volume sanguíneo causadas por sangramentos. Isso a torna uma candidata ideal para monitoramento em tempo real em ambientes clínicos.
Implicações Clínicas
A classificação bem-sucedida da hipovolemia usando métodos não invasivos pode levar a uma detecção e intervenção mais precoces para pacientes que estão perdendo sangue. Isso pode, em última análise, salvar vidas, já que a capacidade de agir com base nesses sinais antes que condições críticas surjam é inestimável em situações médicas de emergência.
Limitações
Embora o estudo forneça insights valiosos, algumas limitações devem ser observadas. Os participantes eram todos saudáveis, o que não representa totalmente as complexidades envolvidas em casos reais de trauma. Além disso, o modelo foi treinado com dados com classes desequilibradas, o que pode influenciar o desempenho.
Direções Futuras
Trabalhos futuros vão focar em testar o modelo em populações diversas, incluindo aquelas com condições reais de perda de sangue, para melhorar suas capacidades de diagnóstico. Os pesquisadores também pretendem investigar o potencial de usar outras técnicas de aprendizado de máquina que podem eliminar a necessidade de extração de características, tornando o processo ainda mais eficiente.
Conclusão
Este estudo abre caminho para a utilização de tecnologia avançada para melhorar a detecção de hipovolemia por meios não invasivos. O desenvolvimento de um modelo de aprendizado profundo que classifica com sucesso os níveis de perda de sangue pode contribuir significativamente para melhorar os resultados dos pacientes durante eventos traumáticos. O monitoramento contínuo com PPG oferece uma solução promissora para avaliação em tempo real, o que é crítico em cuidados médicos de emergência.
Resumindo, aproveitar sistemas eletrônicos e aprendizado de máquina para monitorar sinais vitais pode levar a abordagens inovadoras na gestão do cuidado ao paciente, especialmente em cenários envolvendo hemorragia. Os achados demonstram que a tecnologia pode desempenhar um papel vital na melhoria dos resultados clínicos em situações de emergência.
Título: Non-invasive Waveform Analysis for Emergency Triage via Simulated Hemorrhage: An Experimental Study using Novel Dynamic Lower Body Negative Pressure Model
Resumo: The extent to which advanced waveform analysis of non-invasive physiological signals can diagnose levels of hypovolemia remains insufficiently explored. The present study explores the discriminative ability of a deep learning (DL) framework to classify levels of ongoing hypovolemia, simulated via novel dynamic lower body negative pressure (LBNP) model among healthy volunteers. We used a dynamic LBNP protocol as opposed to the traditional model, where LBNP is applied in a predictable step-wise, progressively descending manner. This dynamic LBNP version assists in circumventing the problem posed in terms of time dependency, as in real-life pre-hospital settings, intravascular blood volume may fluctuate due to volume resuscitation. A supervised DL-based framework for ternary classification was realized by segmenting the underlying noninvasive signal and labeling segments with corresponding LBNP target levels. The proposed DL model with two inputs was trained with respective time-frequency representations extracted on waveform segments to classify each of them into blood volume loss: Class 1 (mild); Class 2 (moderate); or Class 3 (severe). At the outset, the latent space derived at the end of the DL model via late fusion among both inputs assists in enhanced classification performance. When evaluated in a 3-fold cross-validation setup with stratified subjects, the experimental findings demonstrated PPG to be a potential surrogate for variations in blood volume with average classification performance, AUROC: 0.8861, AUPRC: 0.8141, $F1$-score:72.16%, Sensitivity:79.06 %, and Specificity:89.21 %. Our proposed DL algorithm on PPG signal demonstrates the possibility of capturing the complex interplay in physiological responses related to both bleeding and fluid resuscitation using this challenging LBNP setup.
Autores: Naimahmed Nesaragi, Lars Øivind Høiseth, Hemin Ali Qadir, Leiv Arne Rosseland, Per Steinar Halvorsen, Ilangko Balasingham
Última atualização: 2023-03-01 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2303.06064
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2303.06064
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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