Efeitos Persistentes do SARS-CoV-2: Novas Descobertas
Estudo mostra que antígenos do SARS-CoV-2 podem ficar no sangue muito tempo depois da recuperação.
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Índice
Depois que uma pessoa se infecta com o SARS-CoV-2, o vírus pode deixar partes que ficam no corpo por semanas ou até meses. Embora geralmente se pense que as infecções terminam rápido, os cientistas descobriram que algumas partes do vírus podem demorar mais pra sumir. Isso pode rolar por várias razões, relacionadas a como o vírus age e como o sistema imunológico do corpo reage. Em alguns casos, ter essas partes virais no corpo tá ligado a problemas de saúde que continuam depois da doença inicial.
Nos primeiros dias da pandemia de COVID-19, algumas pessoas continuaram a eliminar o vírus pelo nariz ou intestino por 90 dias ou mais, mesmo depois de se sentirem melhor. Estudos mais recentes mostraram que, muito depois que os sintomas iniciais de COVID-19 desapareceram, as pessoas ainda podiam testar positivo para partes do vírus em seus corpos. Pesquisas encontraram esses restos virais em diferentes tecidos, como amostras retiradas do intestino, até dois anos depois da Infecção inicial. Mas ainda não tá claro o que esses achados significam para a saúde das pessoas.
Propósito do Estudo
Esse estudo investigou se os Antígenos do SARS-CoV-2, que são pedaços do vírus, ainda poderiam ser encontrados no Sangue das pessoas depois que elas se recuperaram da COVID-19. Os pesquisadores queriam ver se a presença desses antígenos no sangue era mais comum em pessoas que sobreviveram à COVID-19 em comparação com um grupo de pessoas que não tinham sido infectadas. Eles também procuraram possíveis ligações entre a quantidade de restos virais no corpo e a gravidade da doença inicial, entre outros fatores de saúde.
Design do Estudo
Os pesquisadores compararam dois grupos: um que sobreviveu à COVID-19 e outro que não foi exposto ao vírus. O primeiro grupo incluía pessoas de um estudo em San Francisco que se candidataram depois de se recuperar da primeira infecção por COVID-19. O segundo grupo, que era de um estudo que começou antes da pandemia, incluía pessoas que não estavam infectadas com o vírus.
Os participantes compartilharam informações sobre sua saúde, histórico e experiências relacionadas à COVID-19. Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue para teste. O sangue foi armazenado corretamente e depois testado pra ver se havia antígenos do SARS-CoV-2.
Participantes do Estudo
O estudo analisou um total de 171 sobreviventes da COVID-19 e 250 pessoas que não tinham sido infectadas com o vírus. Metade dos sobreviventes da COVID-19 era mulher, e a idade média era de cerca de 46 anos. Alguns também tinham sido infectados pelo HIV. O grupo de controle tinha menos mulheres e era uma mistura de idades e origens.
Resultados da Detecção de Antígenos
O estudo descobriu que apenas um pequeno número de pessoas no grupo pré-pandemia tinha antígenos do SARS-CoV-2 detectáveis. Em contraste, muitos do grupo pós-COVID tinham essas partes virais no sangue em vários momentos depois da infecção. O antígeno mais comumente detectado foi chamado de Spike, e níveis mais altos foram vistos nos primeiros seis meses após a infecção.
Das 660 amostras de sangue coletadas de sobreviventes da COVID-19, cerca de 9% tinham antígenos do SARS-CoV-2 detectáveis. A maioria das pessoas testou positivo por apenas um tipo de antígeno por vez, e a presença de múltiplos antígenos foi rara.
Níveis de Antígenos ao Longo do Tempo
O estudo também analisou por quanto tempo os antígenos permaneceram no corpo. Embora fosse raro que as pessoas mostrassem esses antígenos em múltiplos momentos de teste, alguns participantes tinham níveis detectáveis pelo menos uma vez após se recuperarem da COVID-19. A maioria das vezes, esses antígenos foram encontrados antes de os participantes receberem qualquer vacina contra a COVID-19, destacando que a presença dos antígenos estava provavelmente relacionada à infecção inicial.
Os pesquisadores avaliaram se demografias específicas ou fatores de saúde estavam associados à presença de antígenos detectáveis. Eles não encontraram uma ligação clara entre idade, gênero, raça ou outros fatores de saúde pessoais. No entanto, houve uma forte conexão entre a gravidade da doença durante a infecção inicial e a presença de antígenos depois. Aqueles que foram hospitalizados por COVID-19 tinham quase o dobro da chance de ter antígenos detectados em comparação com os que não foram hospitalizados.
Implicações dos Resultados
A detecção persistente de antígenos do SARS-CoV-2 por mais de um ano após a infecção levanta questões importantes sobre os efeitos a longo prazo da COVID-19. Embora a presença dessas partes virais no corpo possa influenciar problemas de saúde em andamento, mais pesquisas são necessárias para esclarecer a relação entre antígenos persistentes e sintomas pós-COVID.
Esse estudo se junta a descobertas anteriores que sugerem que o SARS-CoV-2 pode não ser uma infecção de curto prazo para todo mundo. Evidências mostram que partes do vírus podem permanecer em algumas pessoas por períodos prolongados. Estudos de autópsia revelaram vestígios do vírus em vários tecidos do corpo muito tempo depois que a doença acabou.
Limitações do Estudo
Embora o estudo tenha fornecido insights valiosos, teve várias limitações. Os participantes eram, em grande parte, uma amostra de conveniência e podem não representar todos que tiveram COVID-19. Os resultados também foram baseados em amostras coletadas antes do surgimento de variantes mais novas do vírus, que podem apresentar características diferentes. Além disso, os pesquisadores não verificaram infecções silenciosas em cada oportunidade de teste.
Apesar dessas limitações, o estudo destaca a necessidade de pesquisas contínuas para entender melhor as implicações da persistência dos antígenos do SARS-CoV-2. Compreender como esses antígenos podem se relacionar a sintomas, resultados de saúde e tratamentos eficazes é crucial, especialmente enquanto o mundo continua lidando com as consequências da pandemia.
Conclusão
Em resumo, essa pesquisa mostrou que as pessoas podem continuar a carregar pedaços do vírus SARS-CoV-2 em seus corpos muito tempo depois de se recuperarem da COVID-19. O estudo revelou que uma proporção significativa de indivíduos tinha antígenos detectáveis em seu sangue por mais de um ano após a infecção inicial. Embora a detecção de antígenos tenha sido menos comum do que em alguns estudos anteriores, os resultados ressaltam a importância de explorar os efeitos a longo prazo da COVID-19.
Mais investigações são necessárias para determinar se esses restos virais causam problemas de saúde contínuos ou se eles simplesmente representam resquícios da infecção antiga. Enquanto a comunidade científica continua a estudar essas questões, é essencial monitorar a saúde dos indivíduos que se recuperam da COVID-19 e desenvolver estratégias para lidar com possíveis efeitos persistentes causados pela infecção.
Título: Plasma-based antigen persistence in the post-acute phase of SARS-CoV-2 infection
Resumo: BACKGROUNDPersistent symptoms among some persons who develop COVID-19 has led to the hypothesis that SARS-CoV-2 may, in some form or location, persist for long periods following acute infection. Several studies have shown data in this regard but are limited by non-representative and small study populations, short duration since acute infection, and lack of a true-negative comparator group to assess assay specificity. METHODSWe evaluated adults with RNA-confirmed COVID-19 at multiple time points following acute infection (pandemic-era participants) and adults with specimens collected prior to 2020 (pre-pandemic era). Using once-thawed plasma, we employed the Simoa(R) (Quanterix) single molecule array detection platform to measure SARS-CoV-2 spike, S1, and nucleocapsid antigens. RESULTSCompared to 250 pre-pandemic participants who had 2% assay positivity, detection of any SARS-CoV-2 antigen was significantly more frequent among 171 pandemic-era participants at three different time periods in the post-acute phase of infection. The absolute difference in SARS-CoV-2 plasma antigen prevalence was +11% (95% CI: +5.0% to +16%) at 3.0-6.0 months post-onset of COVID-19; +8.7% (95% CI: +3.1% to +14%) at 6.1 to 10.0 months; and +5.4% (95% CI: +0.42% to +10%) at 10.1-14.1 months. Hospitalization for acute COVID-19 and, among the non-hospitalized, worse self-reported health during acute COVID-19 were associated with greater post-acute phase antigen detection. CONCLUSIONSCompared to uninfected persons, there is an excess prevalence of SARS-CoV-2 antigenemia in SARS-CoV-2-infected individuals up to 14 months after acute COVID-19. These findings motivate an urgent research agenda regarding the short-term and long-term clinical manifestations of this viral persistence.
Autores: Michael J. Peluso, Z. N. Swank, S. A. Goldberg, S. Lu, T. Dalhuisen, E. Borberg, Y. Senussi, M. A. Luna, C. Chang Song, A. Clark, A. Zamora, M. Lew, B. Viswanathan, B. Huang, K. Anglin, R. Hoh, P. Y. Hsue, M. S. Durstenfeld, M. A. Spinelli, D. V. Glidden, T. J. Henrich, J. D. Kelly, S. G. Deeks, D. R. Walt, J. N. Martin
Última atualização: 2023-12-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.24.23297114
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.24.23297114.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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