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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Analisando a Sensibilidade dos Anticorpos na COVID-19

Estudo analisa como a sensibilidade dos anticorpos diminui com o tempo em testes de COVID-19.

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Durante a pandemia de COVID-19, os profissionais de saúde se basearam em Testes que medem Anticorpos no sangue pra entender quantas pessoas foram infectadas pelo vírus. Esses testes, conhecidos como ensaios sorológicos, ajudam a estimar quantas pessoas tiveram o vírus, quão graves podem ter sido suas infecções e como tá o nível de imunidade na população. Eles também ajudam a prever o que pode acontecer nas futuras ondas de infecções.

Mas, tem um lance importante a se considerar: os níveis de anticorpos diminuem com o tempo após a infecção. Essa queda pode dificultar a detecção precisa de infecções passadas. Chamamos essa queda na precisão do teste de "sororeversão". Isso é um grande problema potencial quando tentamos estimar infecções totais, o que por sua vez afeta decisões de saúde pública, como estratégias de vacinação.

De um jeito mais amplo, entender a sororeversão pode ser útil pra gerenciar outras doenças que podem aparecer no futuro. Estudar a COVID-19 dá uma chance única de analisar esse problema por causa das suas características específicas, como sintomas claros, testes amplos e um tempo relativamente curto entre a infecção e os sintomas. Além disso, em alguns grupos de pessoas, pode-se assumir que reinfecções são raras, especialmente após a primeira onda de infecções. Muitos testes diferentes foram realizados pra medir anticorpos durante a pandemia, o que dá pros pesquisadores uma montanha de dados pra analisar.

Apesar dessa quantidade de dados, não tem muita orientação disponível na literatura sobre como corrigir a sororeversão ao interpretar os resultados dos testes. Alguns estudos observaram como a Sensibilidade diminui com o tempo, mas geralmente focam em um número limitado de testes ou períodos curtos. Outros examinaram mudanças nas quantidades de anticorpos, mas esses achados não são tão úteis pra contar infecções. Portanto, é essencial revisar e analisar sistematicamente os estudos sorológicos disponíveis pra entender melhor como a sororeversão afeta os resultados dos testes.

Visão Geral do Estudo

Neste análise, a gente se propôs a fazer uma revisão abrangente e combinar resultados de vários estudos que examinaram os testes de anticorpos da COVID-19. O objetivo era caracterizar melhor como a sororeversão ocorre em diferentes tipos de testes. Coletamos dados específicos sobre como a sensibilidade desses testes muda ao longo do tempo a partir de estudos que focaram em indivíduos diagnosticados com COVID-19 que não tinham sido vacinados.

A gente revisou mais de 400 estudos, mas no final selecionou 76 estudos que usaram 50 testes diferentes, produzindo um total de 290 pontos de dados. Essa análise em larga escala permite que a gente apresente estimativas de como a sensibilidade dos testes varia ao longo do tempo e como essa queda depende de características específicas dos testes utilizados.

Metodologia de Busca na Literatura

Pra reunir estudos relevantes, fizemos uma busca sistemática até julho de 2022. Também procuramos em várias bases de dados online por estudos adicionais usando palavras-chave específicas. Definimos critérios claros sobre quais estudos incluir ou excluir com base na relevância e nas características dos sujeitos. A maioria dos estudos que incluímos testou pessoas em 2020, o que sugere que o risco de reinfecção era baixo entre os participantes. Esse contexto é crucial pra interpretar os resultados com precisão.

Características e Análise dos Testes

Os diferentes tipos de testes sorológicos funcionam de maneiras variadas e têm níveis de sensibilidade diferentes. Pra manter nossa análise simples, focamos em algumas características-chave dos testes. Analisamos se um teste é quantitativo ou se é um teste rápido (ensaio de fluxo lateral). Não olhamos pra outros tipos de testes de anticorpos já que o IgG é padrão em todos os testes. Agrupamos os testes com base no tipo de proteínas virais que eles visam: nucleocapsídeo, proteína spike e RBD (Domínio de Ligação ao Receptor).

Pra analisar como a sensibilidade dos testes muda ao longo do tempo, usamos um modelo estatístico que ajuda a estimar a relação entre as características dos testes e a sensibilidade ao longo do tempo. Incluímos diferentes fatores nesse modelo pra ver como eles afetavam os resultados.

Resultados: Sensibilidade ao Longo do Tempo

A princípio, olhamos pra sensibilidade dos testes sem considerar suas características específicas. Descobrimos que havia uma quantidade significativa de variação em como a sensibilidade diminuía entre os diferentes testes. Enquanto a maioria dos testes mostrou uma diminuição na sensibilidade ao longo do tempo, alguns chegaram a mostrar um aumento, o que é inesperado. Esse aumento na sensibilidade não poderia ser atribuído a uma eficácia inicial baixa ou a reinfecções reais, já que os dados sugerem que reinfecções eram improváveis entre os indivíduos amostrados.

Também notamos diferenças consideráveis entre os estudos, mesmo quando o mesmo tipo de teste foi utilizado. Isso destaca a variabilidade nos resultados, que é um fator importante a se considerar ao interpretar dados de diferentes estudos.

Em seguida, exploramos como as características do teste influenciavam a queda da sensibilidade. Nossos achados indicaram que testes que usam tecnologia de fluxo lateral tinham uma taxa de queda na sensibilidade mais rápida em comparação com testes quantitativos com medições diretas de anticorpos. Além disso, testes que focavam em anticorpos de nucleocapsídeo tendiam a cair mais rápido do que aqueles que visavam anticorpos de proteína spike.

Com essas informações, podemos avaliar melhor como testes específicos se saem ao longo do tempo. Por exemplo, descobrimos que um tipo específico de teste que se concentra em anticorpos de ligação ao RBD geralmente mostrava uma queda mais lenta na sensibilidade, o que tá alinhado com observações anteriores sobre testes semelhantes.

Implicações para Estudos Sorológicos

Entender como a sensibilidade dos testes muda ao longo do tempo é crucial pra pesquisadores e profissionais de saúde pública. Saber as características dos testes utilizados e o tempo desde uma onda epidêmica pode ajudar na correção dos resultados pra maior precisão. Isso é especialmente importante em estudos que visam estimar quantas pessoas foram infectadas pela COVID-19.

As diferenças de sensibilidade entre os vários testes sublinham a necessidade de selecionar cuidadosamente os métodos de teste em levantamentos sorológicos. Alguns testes podem fornecer resultados mais confiáveis ao longo do tempo do que outros, o que adiciona uma camada de complexidade à interpretação dos dados.

Risco de Viés na Literatura Publicada

A gente também analisou com que frequência a literatura existente considerou o risco de viés devido à sororeversão. Muitos estudos usaram testes com alto risco de sororeversão, o que poderia levar a subestimar o número de infecções passadas. Descobrimos que mesmo alguns meses depois da pessoa ter COVID-19, a sensibilidade de alguns testes caiu abaixo de 75% da eficácia inicialmente declarada.

Nossa investigação mostra que, conforme o tempo passava durante a pandemia, o uso de testes de alto risco diminuiu, mas eles ainda representavam uma parte significativa dos estudos revisados. Essa descoberta destaca a importância de considerar a sororeversão ao analisar achados de pesquisas anteriores relacionadas a infecções por COVID-19.

Conclusão

Considerar como a sensibilidade dos anticorpos diminui ao longo do tempo é essencial pra entender a extensão das infecções por COVID-19 e as implicações pra saúde pública. Alguns tipos de testes são particularmente propensos a uma queda rápida na sensibilidade, enquanto outros mantêm resultados mais confiáveis ao longo do tempo. Essa pesquisa fornece insights e estimativas valiosos que podem ajudar os pesquisadores a ajustar o viés de sororeversão em suas análises.

Usando esses achados, os pesquisadores podem interpretar melhor os dados sorológicos e planejar futuros estudos de maneira mais eficaz. As percepções obtidas ao estudar a COVID-19 também podem servir como um guia valioso pra gerenciar outras doenças infecciosas emergentes no futuro, garantindo uma resposta mais informada aos desafios de saúde pública.

Fonte original

Título: Dynamics of SARS-CoV-2 seroassay sensitivity: a systematic review and modeling study

Resumo: BackgroundSerological surveys have been the gold standard to estimate the numbers of SARS-CoV-2 infections, epidemic dynamics, and disease severity. Serological assays have decaying sensitivity with time that can bias their results, but there is a lack of guidelines to account for this phenomenon for SARS-CoV-2. AimOur goal is to assess the sensitivity decay of seroassays for detecting SARS-CoV-2 infections, the dependence of this decay on assay characteristics, and to provide a simple method to correct for this phenomenon. MethodsWe performed a systematic review and meta-analysis of SARS-CoV-2 serology studies. We included studies testing previously diagnosed individuals, without any SARS-CoV-2 vaccines, and excluded studies of cohorts highly unrepresentative of the general population (e.g. hospitalised patients). ResultsOf the 488 screened studies, 76 studies reporting on 50 different seroassays were included in the analysis. Sensitivity decay depends strongly on the antigen and the analytic technique used by the assay, with average sensitivities ranging between 26% and 98% at 6 months after infection, depending on assay characteristics. We find that a third of the included assays depart considerably from manufacturer specifications after 6 months. ConclusionsSeroassay sensitivity decay depends on assay characteristics, and for some types of assays it can make manufacturer specifications highly unreliable. We provide a tool to correct for this phenomenon, and to assess the risk of decay for a given assay. Our analysis can guide the design and interpretation of serosurveys for SARS-CoV-2 and other pathogens, and quantify systematic biases in the existing serology literature.

Autores: Daniel Herrera-Esposito, N. Owusu-Boaitey, T. W. Russell, G. Meyerowitz-Katz, A. T. Levin

Última atualização: 2023-02-27 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.09.08.22279731

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.09.08.22279731.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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