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Entendendo a Conexão Entre Ansiedade Social e Autoestima

Explorando como os estilos de apego afetam a ansiedade social e a autoestima.

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A ansiedade social é o medo de ser julgado ou avaliado negativamente pelos outros. A maioria das pessoas enfrenta esse tipo de ansiedade em certas situações, como durante entrevistas de emprego ou em primeiros encontros. No entanto, algumas pessoas lidam com a ansiedade social mais frequentemente, o que pode atrapalhar decisões do dia a dia. Isso pode fazer com que evitem encontros sociais ou se sintam muito desconfortáveis neles. Níveis mais altos de ansiedade social frequentemente resultam em relacionamentos menos satisfatórios e podem até aumentar o risco de depressão.

O que é o Transtorno de Ansiedade Social (TAS)?

A ansiedade social existe em uma escala. Algumas pessoas podem sentir desconforto ocasional, enquanto outras podem atender aos critérios para o Transtorno de Ansiedade Social (TAS). Na Europa, cerca de 2% das pessoas têm TAS, sendo que jovens e mulheres são mais afetados. Esse transtorno geralmente começa na infância ou na adolescência.

Por que as pessoas sentem ansiedade social?

Apesar de muito estudo, as razões por trás da ansiedade social não são totalmente compreendidas. Uma teoria comum vem da teoria do apego, que analisa como relacionamentos precoces com cuidadores moldam nossos sentimentos sobre nós mesmos e sobre os outros. Estudos mostram que estilos de apego na vida adulta estão relacionados à ansiedade social, sugerindo que nossas experiências com apego podem influenciar como vemos a nós mesmos em situações sociais.

O papel da Teoria do Apego

A teoria do apego foi desenvolvida para explicar como laços próximos se formam, especialmente entre bebês e seus cuidadores. Ela sugere que bebês nascem com uma habilidade natural de se apegar a seus cuidadores, o que leva a comportamentos que ajudam a formar esses laços. A qualidade das interações entre cuidadores e bebês desempenha um papel fundamental na formação do comportamento futuro da criança em relacionamentos.

Cuidadores que são responsivos às necessidades dos bebês ajudam a fomentar apegos seguros. Por outro lado, aqueles que são inconsistentes podem levar a apegos inseguros. Existem três tipos principais de padrões de apego: seguro, evitativo e ansioso-ambivalente. Crianças com apegos seguros se sentem seguras explorando o mundo, enquanto aquelas com apegos evitativos podem se afastar de seus cuidadores por causa da ansiedade. Crianças ansioso-ambivalentes frequentemente parecem angustiadas e excessivamente pegajosas, o que pode levar a sentimentos de raiva ou frustração.

Com o tempo, essas experiências iniciais de apego podem impactar a saúde mental e o funcionamento de relacionamentos na vida adulta. Pesquisas sugerem que a maneira como formamos apegos na infância pode informar como vemos a nós mesmos e aos outros em relacionamentos românticos mais tarde.

Estilos de Apego na Vida Adulta

À medida que as pessoas crescem, elas levam seus estilos de apego para relacionamentos românticos na vida adulta. Pesquisas indicam que o amor romântico adulto é influenciado por esses padrões de apego, sendo que apegos inseguros frequentemente levam a uma maior ansiedade social. No entanto, os estilos de apego podem ser vistos em um contínuo em vez de categorias fixas. As pessoas podem mostrar diferentes graus de ansiedade e evitação relacionadas ao apego.

Investigações sobre a conexão entre apego e ansiedade social revelam que, à medida que a ansiedade relacionada ao apego aumenta, a ansiedade social também aumenta. Estudos mostram que indivíduos com apegos inseguros costumam experimentar mais ansiedade social, sugerindo um forte vínculo entre os dois.

O impacto da Autoestima

A autoestima, ou como valorizamos a nós mesmos, é outro fator importante na equação. Pesquisas sugerem que a autoestima pode mediar a relação entre a ansiedade relacionada ao apego e a ansiedade social. Se alguém se sente inseguro ou não merece, pode também se sentir mais ansioso em situações sociais.

Baixa autoestima pode levar as pessoas a temerem rejeição ou julgamento negativo por parte dos outros. Esse medo pode se transformar em ansiedade social, reforçando um ciclo de evitação e desconforto. Portanto, a autoestima pode atuar como uma ponte conectando como vemos nossos relacionamentos com os outros e nossos sentimentos de ansiedade.

O propósito do Estudo

Um estudo recente teve como objetivo explorar se a autoestima influencia a relação entre a ansiedade relacionada ao apego e a ansiedade social. As principais perguntas foram:

  1. Existe uma conexão entre a ansiedade relacionada ao apego e a ansiedade social?
  2. A autoestima desempenha um papel nessa conexão?

Os pesquisadores tinham algumas previsões baseadas na teoria do apego. Eles acreditavam que níveis mais altos de ansiedade relacionada ao apego estariam correlacionados com um aumento da ansiedade social, ao mesmo tempo em que estariam ligados a uma autoestima mais baixa.

Participantes e Métodos

O estudo incluiu um grupo diverso de adultos da população geral, com a maioria sendo mulheres jovens. Os participantes completaram várias pesquisas projetadas para avaliar seus níveis de ansiedade relacionada ao apego, ansiedade social e autoestima.

As ferramentas utilizadas incluíam:

  1. Subescala de Ansiedade ECR-R - Mediu a ansiedade em relacionamentos românticos.
  2. Escala de Ansiedade em Interação Social (SIAS) - Avaliou a ansiedade social geral.
  3. Escala de Autoestima de Rosenberg (RSES) - Avaliou os níveis de autoestima dos participantes.

Os dados foram coletados por meio de pesquisas online, garantindo que os participantes permanecessem anônimos e suas informações fossem confidenciais.

Resultados do Estudo

O estudo encontrou conexões significativas entre as três variáveis. A maior ansiedade relacionada ao apego estava ligada à maior ansiedade social e à menor autoestima. Além disso, a autoestima parecia mediar a relação entre a ansiedade relacionada ao apego e a ansiedade social.

Ao controlar a autoestima, a conexão direta entre a ansiedade relacionada ao apego e a ansiedade social ficou mais fraca, indicando que a autoestima desempenha um papel importante.

Implicações dos Resultados

Esses resultados sugerem que melhorar a autoestima pode ajudar a reduzir a ansiedade social, especialmente para aqueles com alta ansiedade relacionada ao apego. Em contextos terapêuticos, focar na autoestima poderia ajudar os pacientes a se sentirem menos ansiosos em situações sociais.

Além disso, essa pesquisa contribui para a compreensão de como experiências precoces de apego cultivam sentimentos de ansiedade na vida adulta. Ela destaca a importância de abordar essas experiências iniciais em planos de tratamento para ansiedade social.

Limitações do Estudo

Embora o estudo tenha fornecido insights valiosos, houve algumas limitações. O tamanho da amostra foi relativamente pequeno, aumentando o risco de erros estatísticos. Além disso, como os dados eram transversais, não foi possível estabelecer uma relação clara de causa e efeito.

O uso de uma versão abreviada do ECR-R também levantou questões sobre a validade da medição da ansiedade relacionada ao apego. Pesquisas futuras deveriam considerar usar escalas totalmente validadas para garantir resultados precisos.

Sugestões para Pesquisas Futuras

Futuras pesquisas devem investigar a relação entre a evitação relacionada ao apego e a ansiedade social, além de explorar o papel de outros potenciais mediadores. Uma exploração mais aprofundada de como fatores cognitivos e emocionais se relacionam com a ansiedade social poderia fornecer uma compreensão mais profunda dessa questão psicológica.

Além disso, estudos longitudinais seriam benéficos para estabelecer a direcionalidade dessas relações. Isso poderia ajudar a esclarecer como estilos de apego, autoestima e ansiedade social se influenciam ao longo do tempo.

Conclusão

A ansiedade social impacta muitas pessoas, e entender suas raízes pode ajudar a encontrar opções de tratamento eficazes. Esta pesquisa mostra que há um vínculo claro entre a ansiedade relacionada ao apego, a autoestima e a ansiedade social. Melhorar a autoestima pode oferecer um caminho para reduzir a ansiedade social, especialmente para aqueles que lutam com estilos de apego inseguros. Através de mais pesquisas e prática clínica, podemos desenvolver melhores estratégias para apoiar indivíduos lidando com a ansiedade social em suas vidas.

Fonte original

Título: Attachment-related anxiety and social anxiety: the mediating role of self-esteem

Resumo: Numerous studies have found an association between attachment-related anxiety and social anxiety. However, none have investigated the potential role of the internal working model of the self in explaining this relationship. The purposes of this study were to replicate the finding that attachment-related anxiety and social anxiety are associated, and to test whether the internal working model of the self mediated this relationship. The internal working model of the self was operationalised by measuring self-esteem. It was hypothesised that attachment-related anxiety, self-esteem, and social anxiety would be intercorrelated, and that self-esteem would mediate the relationship between attachment-related anxiety and social anxiety. A sample of 63 adults (79.4% female) was recruited through social media, University course groups, and snowball sampling. Participants completed an online survey that consisted of a reduced version of the anxiety subscale of the Experiences in Close Relationships-Revised Scale, the Rosenberg Self-Esteem Scale, and the Social Interaction Anxiety Scale. Ethical approval was given by the University of Edinburgh School of Health in Social Science Research Ethics Committee. Pearson correlation tests showed that attachment-related anxiety, self-esteem, and social anxiety were intercorrelated. A mediation analysis conducted using the PROCESS v4.0 macro for SPSS, found that the indirect effect of attachment-related anxiety on social anxiety through self-esteem was significant. This finding is congruent with a theoretical account linking attachment-related anxiety to social anxiety through the mediating role of the internal working model of the self.

Autores: Jacob Lincoln, L. Tip, S. De La Fuente Garcia

Última atualização: 2024-05-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.28.24308030

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.28.24308030.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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