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# Ciências da saúde# Neurologia

Novas Descobertas sobre Transtornos Tic em Crianças

Pesquisas mostram características do cérebro relacionadas à gravidade dos tics em crianças.

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Transtornos de tiques são condições onde a galera sente movimentos ou sons repentinos e repetitivos que não conseguem controlar. Isso pode incluir coisas como piscar, sacudir a cabeça ou fazer barulhos como grunhidos ou limpar a garganta. Surpreendentemente, pesquisas mostram que os transtornos de tiques são mais comuns do que a gente achava, especialmente entre crianças da escola primária.

Entendendo os Tiques

Os tiques podem ser passageiros, conhecidos como tiques transitórios, e são vistos em pelo menos 20% das crianças. No entanto, apenas cerca de 3% de todas as crianças têm tiques que duram um ano inteiro. Se uma criança tem tiques por menos de um ano, pode ser diagnosticada com Transtorno de Tique Provisório. Se os tiques durarem mais, podem ser diagnosticados com algum tipo de transtorno crônico de tiques ou Síndrome de Tourette.

Apesar do avanço nas pesquisas, os cientistas ainda estão tentando entender o que causa os tiques e como funcionam no cérebro. Muito do trabalho recente tem se concentrado em usar exames avançados do cérebro para aprender mais, mas ainda temos um longo caminho pela frente.

O Papel dos Exames Cerebrais

Como não existem muitos estudos que analisaram transtornos de tiques post-mortem, os estudos de imagem são cruciais. Esses estudos olham para a estrutura e função do cérebro para descobrir como pode ser diferente em crianças com transtornos de tiques em comparação com aquelas sem. Alguns estudos não encontraram diferenças em certas áreas do cérebro, como os Gânglios da Base, entre crianças com síndrome de Tourette e aquelas que não têm tiques.

Alguns estudos relataram que crianças com síndrome de Tourette podem ter volumes maiores em regiões como o putâmen. Por outro lado, outros estudos maiores contradizeram esses achados. Alguns pesquisadores até identificaram que uma parte específica do cérebro, o caudato, é menor em crianças com síndrome de Tourette em comparação com crianças sem tiques. Enquanto alguns estudos mostraram que áreas menores do cérebro estão ligadas a sintomas piores de tiques, outros não encontraram diferenças significativas.

O Estudo NewTics

Para esclarecer mais, um novo estudo chamado NewTics analisou crianças que tinham experiências de tiques por menos de nove meses. Antes disso, muito pouco se sabia sobre esse grupo específico. Os pesquisadores queriam ver se certas estruturas cerebrais poderiam prever quão severos seriam os tiques após um ano.

Em análises anteriores, volumes cerebrais menores não previam os resultados dos tiques, mas os pesquisadores sugeriram que poderia ser porque estavam olhando apenas para volumes totais. Então, neste estudo, o foco mudou para examinar as formas de regiões cerebrais específicas.

Como as Formas Importam

Os pesquisadores usaram técnicas avançadas para analisar as formas tridimensionais de várias áreas do cérebro. Eles queriam verificar se mudanças locais de forma poderiam nos contar mais sobre os sintomas de tiques ao longo do tempo. O estudo incluiu um número maior de crianças do que estudos anteriores, oferecendo dados mais confiáveis.

Os pesquisadores chutaram que haveria diferenças nos volumes cerebrais entre crianças com novos tiques, aquelas com síndrome de Tourette, e crianças sem tiques. Eles também pensaram que as formas nas sub-regiões do cérebro mostrariam padrões únicos em crianças com transtornos de tiques.

Detalhes dos Participantes

O estudo envolveu 187 crianças divididas em três grupos: aquelas com novos tiques, crianças sem tiques, e aquelas diagnosticadas com síndrome de Tourette. As crianças tinham entre cinco e quinze anos. As que tinham novos tiques foram monitoradas por um ano para avaliar a gravidade dos tiques e como os sintomas mudaram ao longo do tempo.

Avaliações detalhadas foram realizadas, incluindo avaliações para a gravidade dos tiques e quaisquer condições associadas, como TDAH ou TOC. Os pesquisadores coletaram dados de imagem cerebral de todos os participantes e tomaram medidas para minimizar qualquer movimento que pudesse afetar os resultados.

Analisando os Dados de Imagem Cerebral

A análise começou com um software especializado projetado para segmentar diferentes estruturas cerebrais. Esse software ajudou os pesquisadores a visualizar várias regiões de interesse no cérebro, com foco específico nas áreas subcorticais conhecidas por estarem envolvidas no controle motor.

Enquanto os pesquisadores olhavam para os volumes dessas regiões cerebrais, eles também examinavam como as formas diferiam entre os grupos. A análise mostrou que o grupo com novos tiques tinha diferenças específicas de volume e forma em comparação com os outros grupos.

O Que os Pesquisadores Encontraram?

Eles descobriram que o Hipocampo direito era maior em crianças com novos tiques em comparação com crianças sem tiques. Além disso, os pesquisadores descobriram que volumes maiores em regiões cerebrais específicas poderiam levar a menos melhora nos sintomas de tiques ao longo do tempo. Isso sugere que crianças com um tamanho maior em certas áreas do cérebro podem não se recuperar de tiques tão bem quanto outras.

Ao examinar a forma das estruturas subcorticais, eles identificaram alguns padrões. Em particular, o putâmen mostrou uma perda local de volume no grupo com novos tiques em comparação com crianças sem tiques. Em contraste, eles observaram um aumento de volume em outras áreas do cérebro para crianças com síndrome de Tourette.

Prevendo Resultados com Características Cerebrais

Os pesquisadores também queriam ver se o tamanho ou a forma das áreas cerebrais no início poderia prever como os sintomas de tiques mudariam no ano seguinte. Eles descobriram que, embora algumas áreas do cérebro tivessem mudanças específicas de forma, essas não previam de forma confiável como os sintomas mudariam no futuro.

Entendendo os Achados

Os resultados mostraram que crianças com novos tiques tinham um volume maior do hipocampo direito em comparação com aquelas sem tiques. Surge a pergunta - por que isso pode ser importante? O hipocampo desempenha um papel vital na memória, especialmente no aprendizado e nas habilidades motoras. Um hipocampo direito maior pode significar que essas crianças têm uma memória mais forte de seus padrões motores, potencialmente levando a uma maior persistência nos tiques.

Além disso, crianças com volumes basais maiores no pálido e tálamo mostraram menos melhora em seus sintomas de tiques ao longo do tempo. Isso indica que essas áreas podem ser críticas no controle da gravidade dos tiques.

Implicações para o Tratamento

Os achados têm implicações importantes para o tratamento. Ao focar nas características cerebrais associadas à gravidade dos tiques, os pesquisadores esperam encontrar maneiras de prever quais crianças podem se beneficiar de certas intervenções. Muitas crianças com novos tiques mostrarão melhora em um ano, mas saber quem pode continuar a ter dificuldades pode ajudar a direcionar as terapias de forma mais eficaz.

Limitações do Estudo

O estudo tem algumas limitações. Por exemplo, os pesquisadores não tinham dados de acompanhamento para todos os participantes, o que poderia influenciar sua capacidade de prever resultados. Além disso, o grupo de controle saudável veio de estudos diferentes, o que pode introduzir variabilidade nos dados.

Conclusão

Os transtornos de tiques em crianças são complexos e não totalmente compreendidos, mas este estudo lança luz sobre a relação entre a estrutura cerebral e os sintomas de tiques. Com pesquisas contínuas, podemos ver melhorias na identificação de quais crianças estão em risco de tiques mais severos e quais tratamentos podem ser mais eficazes. Ao desvendar essas características neurológicas, esperamos abrir caminho para um melhor cuidado e apoio para crianças que vivem com transtornos de tiques.

Fonte original

Título: Predicting Clinical Course from Subcortical Shape in Provisional Tic Disorder

Resumo: The NewTics study examined children at the onset of tic disorder (with tics for less than 9 months: NT group), a population on which little research exists. Here, we investigate relationships between the shape of subcortical nuclei and tic symptom outcomes. 187 children were assessed at baseline and a 12-month follow-up: 88 with NT, 60 tic-free healthy controls (HC), and 39 with chronic tic disorder or Tourette syndrome (TS), using T1-weighted MRI and total tic scores (TTS) from the Yale Global Tic Severity Scale to evaluate symptom change. Subcortical surface maps were generated using FreeSurfer-initialized large deformation diffeomorphic metric mapping, and linear regression models were constructed to correlate baseline structural shapes with follow-up TTS while accounting for covariates, with relationships mapped onto structure surfaces. We found that the NT group had a larger right hippocampus compared to healthy controls. Surface maps illustrate distinct patterns of inward deformation (localized lower volume) in the putamen and outward deformation (localized volume gain) in the thalamus for the NT group compared to healthy controls. We also found distinct patterns of outward deformation in almost all studied structures when comparing the TS group to healthy controls. In the significant vertices of this comparison, the caudate further exhibited an overall trend of greater outward deformation (compared to the template) in the TS group compared to both the NT group and controls. When comparing the NT and TS groups, the NT group showed consistent outward deformation in the caudate, accumbens, putamen, and thalamus. Since the NT group has had tics only for a few months, we can rule out the possibility that these subcortical volume differences are caused by living with tics for years; they are more likely related to the cause of tics. Subsequent analyses including clinical symptoms revealed that a larger pallidum and thalamus at baseline predicted less improvement of tic symptoms in the future. These observations constitute some of the first prognostic biomarkers for tic disorders and suggest that these subregional volume differences may be associated with outcome of tic disorders.

Autores: Tiffanie Che, S. Kim, D. J. Greene, A. Heywood, J. Ding, T. Hershey, B. L. Schlaggar, K. J. Black, L. Wang

Última atualização: 2023-03-01 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2021.11.04.21265815

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2021.11.04.21265815.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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