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Novas redes de inseticida mostram promessa contra a malária

Pesquisas mostram uma nova rede que combate a malária e resiste à resistência dos mosquitos.

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As Redes tratadas com inseticidas (ITNs) tiveram um papel importante na redução dos casos de malária na África subsaariana nas últimas duas décadas. Essas redes são feitas pra proteger as pessoas dos mosquitos que transmitem malária, seja matando eles ou mantendo eles longe. O principal motivo pelo qual essas redes funcionam é porque são revestidas com inseticidas. Os piretroides são os inseticidas mais comuns usados pra tratar essas redes, pois são eficazes, baratos e seguros para os humanos.

Mas, com o tempo, muitos mosquitos desenvolveram resistência aos piretroides. Isso quer dizer que os insetos não são mais mortos por esses químicos, o que levanta preocupações sobre a eficácia das ITNs no controle da malária. Estudos recentes sugerem que a resistência aos piretroides está ligada a uma desaceleração nos esforços de controle da malária no mundo todo, levando a uma busca por novos tipos de inseticidas que possam trabalhar junto com os piretroides.

ITNs de Próxima Geração

Em resposta ao crescente problema da resistência aos piretroides, os pesquisadores desenvolveram novos tipos de ITNs que combinam piretroides com outros inseticidas que também podem matar mosquitos resistentes. Uma das combinações mais promissoras envolve um novo inseticida chamado Clorfenapir (CFP), que funciona de um jeito diferente em comparação com os inseticidas tradicionais. O CFP não afeta o sistema nervoso dos insetos, tornando-se um bom parceiro para os piretroides, já que ainda pode matar mosquitos que se tornaram resistentes a esses químicos.

Testes de laboratório mostraram que redes tratadas com alfa-cipermetrina (um tipo de piretroide) e CFP podem matar efetivamente mosquitos resistentes que carregam malária, alcançando taxas de mortalidade semelhantes às vistas com redes que usam apenas piretroides. Ensaios clínicos em países como Benin e Tanzânia mostraram que essas redes combinadas podem reduzir significativamente os casos de malária em crianças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que essas novas redes sejam distribuídas em áreas com altos níveis de resistência a piretroides.

Nova ITN Aprovada para Uso

Uma adição recente à lista de ITNs aprovadas é a PermaNet® Dual, que é tratada com uma combinação de Deltametrina (outro piretroide) e CFP. Ela passou pelos testes rigorosos da OMS para segurança e eficácia, tornando-se disponível para uso em larga escala em áreas onde a malária é comum.

Pra ser aprovada pela OMS, cada nova ITN deve passar por uma avaliação completa de sua segurança, qualidade e eficácia. Isso inclui estudos de laboratório pra entender como a rede funciona, quanto tempo dura e quão resistente ela é a lavagens, garantindo que continue eficaz após o uso repetido.

Importância da Lavagem e Regeneração

Quando as ITNs são lavadas, o inseticida na superfície pode se desgastar com o tempo. Pra entender quanto tempo essas redes permanecem eficazes, os pesquisadores olham pra algo chamado "tempo de regeneração." Esse é o tempo que leva pra que o inseticida recupere sua eficácia depois que uma rede é lavada.

Testar o tempo de regeneração é crucial porque ajuda a determinar com que frequência as redes podem ser lavadas enquanto ainda são eficazes. Se as redes forem lavadas muito cedo depois de perderem a proteção do inseticida, isso pode levar a resultados imprecisos ao testar sua eficácia.

As diretrizes da OMS recomendam que as redes sejam lavadas em intervalos que permitam que o inseticida reconstrua sua eficácia entre as lavagens. Se os intervalos forem muito curtos, pode parecer que as redes são menos eficazes do que realmente são.

Visão Geral do Estudo

Neste estudo, os pesquisadores testaram o tempo de regeneração, eficácia e resistência à lavagem da PermaNet® Dual. Eles a compararam com outras duas redes: a PermaNet® 2.0 (que usa apenas deltametrina) e a Interceptor® G2 (que combina outro piretroide com CFP). Usando diferentes cepas de mosquitos, incluindo tanto aqueles que são suscetíveis quanto os que são resistentes a piretroides, eles avaliaram quanto tempo as redes permaneceram eficazes após a lavagem.

A pesquisa foi conduzida em uma instalação certificada que segue diretrizes rigorosas pra garantir precisão e confiabilidade. O estudo começou caracterizando as cepas de mosquitos usadas, garantindo que representassem ambos os tipos de forma eficaz.

Testando a Eficácia das Redes

Os pesquisadores realizaram bioensaios, que são experimentos pra avaliar quão eficazes as redes são em matar mosquitos. Eles realizaram dois tipos de testes: bioensaios em cone e testes em túnel. Os bioensaios em cone envolvem expor mosquitos a uma rede tratada colocada em um cone, enquanto os testes em túnel simulam condições reais nas quais os mosquitos encontrariam a rede enquanto procuram por uma refeição de sangue.

Bioensaios em Cone

Nos testes em cone, os pesquisadores registraram quantos mosquitos foram derrubados ou mortos após a exposição às redes. Esses testes mostram quão bem as redes se saem em um ambiente controlado. Os resultados indicaram que a PermaNet® Dual teve um desempenho moderadamente bom contra a cepa suscetível Kisumu, mostrando um nível significativo de derrubada e mortalidade.

Porém, ao serem testadas em mosquitos resistentes a piretroides, os números foram muito mais baixos com ambos os tipos de redes de piretroide-CFP. As taxas de mortalidade foram quase insignificantes, demonstrando que os testes em cone poderiam subestimar a eficácia do componente CFP, que depende da atividade metabólica dos insetos.

Testes em Túnel

Os testes em túnel, que imitam um ambiente mais natural onde os mosquitos interagem com as redes de forma mais livre, demonstraram resultados muito melhores para ambos os tipos de redes. Esses testes confirmaram que a PermaNet® Dual e a Interceptor® G2 poderiam matar mosquitos resistentes a piretroides de forma eficaz, alcançando quase 100% de mortalidade em ambos os casos.

Com base nos resultados desses testes, os pesquisadores concordaram que os testes em túnel são um método mais adequado pra avaliar a eficácia das redes tratadas com CFP.

Tempo de Regeneração e Resistência à Lavagem

Pra avaliar quão bem a rede PermaNet® Dual se saiu ao longo do tempo e com lavagens repetidas, os pesquisadores realizaram estudos de tempo de regeneração. Eles examinaram quanto tempo o inseticida levava pra recuperar sua eficácia após as redes serem lavadas.

Os resultados mostraram que tanto o componente deltametrina quanto o CFP da PermaNet® Dual se recuperaram rapidamente após a lavagem, permanecendo eficazes por mais tempo do que o esperado. As descobertas iniciais indicaram que a regeneração ocorria rapidamente, sugerindo que as redes poderiam ser lavadas mais frequentemente sem perder sua eficácia.

Nos estudos de resistência à lavagem, que simularam várias lavagens ao longo do tempo, o componente deltametrina manteve sua eficácia melhor do que o CFP. Isso quer dizer que, enquanto ambos os componentes funcionam bem inicialmente, o piretroide mostrou maior durabilidade contra a lavagem.

Análise da Composição Química

Pra avaliar a composição química das redes, amostras foram coletadas para análise. Os resultados indicaram que a PermaNet® Dual estava em conformidade com os padrões necessários estabelecidos pela OMS para os ingredientes ativos utilizados. Os níveis de deltametrina e CFP estavam dentro dos limites aceitáveis, mostrando que a rede foi feita de acordo com as diretrizes.

A análise também mostrou que havia pouca variação na distribuição do inseticida em diferentes áreas da rede, o que é importante pra garantir eficácia consistente.

Conclusão

O estudo concluiu que a PermaNet® Dual atende aos padrões da OMS para eficácia contra mosquitos transmissor de malária, tanto os que são suscetíveis quanto os que são resistentes a piretroides. Ela se saiu bem nos testes de laboratório e é uma opção viável pra controlar a malária em áreas onde a resistência dos mosquitos é um problema.

O bom desempenho dessa nova rede destaca a necessidade contínua de soluções inovadoras na luta contra a malária. À medida que os mosquitos continuam a evoluir e se adaptar, combinar diferentes inseticidas nas ITNs representa uma estratégia promissora pra melhorar o controle da malária.

No geral, a introdução de produtos como a PermaNet® Dual traz esperança na luta contra a malária, abrindo caminho pra melhor proteção das populações vulneráveis em regiões endêmicas.

Fonte original

Título: Laboratory evaluation of the regeneration time, efficacy and wash-resistance of PermaNet(R) Dual (a deltamethrin-chlorfenapyr net) against susceptible and pyrethroid-resistant strains of Anopheles gambiae

Resumo: Pyrethroid-chlorfenapyr nets have been recommended for malaria control by the World Health Organisation (WHO) after an alpha-cypermethrin-chlorfenapyr net showed improved impact in epidemiological trials. PermaNet(R) Dual is a new deltamethrin-chlorfenapyr net developed by Vestergaard Sarl to expand options to control programmes. We performed a series of laboratory studies according to WHO guidelines to assess the regeneration time, efficacy and wash-resistance of PermaNet(R) Dual. Regeneration time was determined by subjecting net pieces to cone bioassays and tunnel tests before and 0, 1, 2, 3, 5 and 7 days after washing. The wash-resistance of PermaNet(R) Dual was evaluated compared to WHO-prequalified pyrethroid-only (PermaNet(R) 2.0) and pyrethroid-chlorfenapyr (Interceptor(R) G2) nets by testing net pieces washed 0, 1, 3, 5, 10, 15 and 20 times in cone bioassays and tunnel tests. Tests were performed with susceptible and pyrethroid-resistant strains of Anopheles gambiae to separately assess the pyrethroid and chlorfenapyr components. Net pieces were also analysed to determine insecticide content. In regeneration time studies, the biological activity of the deltamethrin and chlorfenapyr components of PermaNet(R) Dual regenerated within 1 day after washing and a 1-day washing interval was adopted for wash-resistance studies. PermaNet(R) Dual induced high mortality (98%) and blood-feeding inhibition (98%) of the susceptible strain after 20 washes fulfilling WHO efficacy criteria in tunnel tests ([≥]80% mortality, [≥]90% blood-feeding inhibition). Similar results were obtained with PermaNet(R) 2.0 (99% mortality, 99% blood-feeding inhibition) and Interceptor(R) G2 (99% mortality, 98% blood-feeding inhibition) washed 20 times. In wash-resistance tunnel tests against the pyrethroid-resistant strain, PermaNet(R) Dual washed 20 times induced high mortality (91%) and blood-feeding inhibition (73%) which was similar to Interceptor(R) G2 (87% mortality, 79% blood-feeding inhibition) and superior to PermaNet(R) 2.0 (47% mortality, 68% blood-feeding inhibition). PermaNet(R) Dual fulfilled WHO efficacy criteria in laboratory bioassays and showed potential to improve control of pyrethroid-resistant malaria vectors.

Autores: Thomas William Syme, B. N'dombidje, D. Todjinou, V. Ariori, C. Ngufor

Última atualização: 2024-01-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.28.577674

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.28.577674.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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