Transtornos Hipertensivos na Gravidez e Risco Cardíaco
Estudo liga hipertensão na gravidez a riscos maiores de doenças cardíacas mais tarde na vida.
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Transtornos hipertensivos da gravidez (THGs) são problemas de saúde relacionados à pressão alta que podem rolar durante a gravidez. Eles são uma preocupação significativa, pois afetam muitas mulheres e podem causar sérios problemas de saúde para as mães e seus bebês.
Prevalência e Tipos
Em 2019, cerca de uma em cada oito mulheres que deram à luz nos Estados Unidos teve THGs. Esses transtornos foram ligados a uma parte significativa das mortes maternas no país entre 2017 e 2019. Globalmente, houve mais de 18 milhões de novos casos de THGs em 2019. Os principais tipos de THGs incluem:
- Hipertensão Gestacional: É pressão alta que aparece depois de 20 semanas de gravidez, sem outras complicações.
- Pré-eclâmpsia: Essa condição séria acontece quando a mulher tem pressão alta junto com proteínas na urina ou sinais de problemas nos órgãos.
- Eclâmpsia: É uma forma severa de pré-eclâmpsia que causa convulsões.
- Síndrome HELLP: Uma forma grave de pré-eclâmpsia que afeta o fígado e as células sanguíneas.
Fatores de Risco
Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver THGs. Eles incluem:
- Índice de massa corporal (IMC) alto antes da gravidez
- Diabetes antes da gravidez
- Pressão alta crônica
- Doenças autoimunes crônicas
- Idade materna mais avançada
Os THGs podem causar complicações imediatas, como natimorto e parto prematuro. Com o tempo, esses transtornos podem aumentar o risco de problemas cardíacos e outras questões de saúde para as mães após a gravidez, incluindo diabetes e colesterol alto.
Conexões Entre THGs e Doenças Cardíacas
Pesquisas mostram uma ligação entre THGs e doenças cardíacas mais tarde na vida. Ambas as condições compartilham muitos fatores de risco, sugerindo que podem ser os mesmos problemas de saúde em diferentes estágios. Durante a gravidez, detectar THGs pode ajudar a identificar mulheres que poderiam ter um risco mais alto de doenças cardíacas no futuro.
Propósito e Design do Estudo
Para entender mais sobre como os THGs podem contribuir para doenças cardíacas, um estudo foi realizado usando dados do UK Biobank. O estudo focou em mais de 487.000 indivíduos, incluindo homens e mulheres. O objetivo era examinar como fatores genéticos relacionados à pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional podem influenciar o risco de doenças cardíacas e problemas de saúde associados.
Os pesquisadores incluíram homens e mulheres que nunca estiveram grávidos para ver se o risco genético de THGs também afetava a saúde cardíaca, mesmo que nunca tivessem vivenciado esses transtornos.
Metodologia do Estudo
O UK Biobank é um grande estudo de saúde que cadastrou mais de meio milhão de pessoas no Reino Unido. Os participantes forneceram informações genéticas, dados de saúde e detalhes de estilo de vida.
Para este estudo, os pesquisadores analisaram informações genéticas para ver como genes específicos relacionados à pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional estavam associados à saúde cardiovascular. Eles usaram várias ferramentas estatísticas para analisar esses dados com cuidado.
Resultados do Estudo
Características Gerais de Saúde
O estudo incluiu mais mulheres do que homens. A idade média dos participantes era em torno de 56 anos. Uma parte tanto de homens quanto de mulheres relatou ter experimentado doenças cardiovasculares, incluindo infartos e AVCs.
Ligação com Doenças Cardíacas
Os resultados mostraram que a pré-eclâmpsia e a hipertensão gestacional estavam associadas a riscos aumentados de doenças cardíacas tanto em homens quanto em mulheres. Especificamente:
- Para a pré-eclâmpsia, o risco de doenças cardíacas aumentou em cerca de 20% para mulheres e quase 30% para homens.
- A hipertensão gestacional também mostrou resultados semelhantes, aumentando o risco de doenças cardíacas em cerca de 22% para mulheres e 28% para homens.
Pressão Arterial e Outros Fatores de Saúde
Tanto a pré-eclâmpsia quanto a hipertensão gestacional também estavam ligadas a uma pressão arterial mais alta na vida adulta. Isso sugere que a pressão alta durante a gravidez pode levar a problemas persistentes de pressão arterial depois do parto.
Além disso, o estudo indicou que mesmo com riscos genéticos semelhantes, não houve diferenças significativas entre homens e mulheres em relação a como essas condições afetavam a saúde do coração.
O Que Isso Significa?
Os achados sugerem que os THGs podem levar a consequências de saúde a longo prazo, incluindo doenças cardíacas. Isso destaca a importância de monitorar mulheres com histórico de THGs. Também levanta questões sobre como os riscos genéticos podem afetar homens sem histórico de gravidez.
Pesquisas Anteriores
Estudos mostraram que os THGs estão relacionados a um risco aumentado de doenças cardíacas. Por exemplo, mulheres com formas severas de pré-eclâmpsia mostraram ter riscos muito mais altos de problemas cardíacos. Achados semelhantes foram notados para hipertensão gestacional.
Além disso, análises anteriores indicaram que pressão arterial mais alta está ligada a chances aumentadas de doenças cardíacas em homens e mulheres. Isso ainda apoia a conexão entre THGs e saúde cardiovascular.
Conclusão
A relação entre transtornos hipertensivos da gravidez e doenças cardíacas é significativa. O estudo descobriu que os riscos genéticos ligados à pré-eclâmpsia e à hipertensão gestacional estão associados a maiores riscos de problemas cardiovasculares. Embora esses riscos fossem evidentes em ambos os gêneros, a conscientização e o monitoramento das mulheres durante e após a gravidez são especialmente cruciais.
Entender essas conexões oferece uma oportunidade para melhores estratégias de manejo de saúde, enfatizando a necessidade de cuidados de acompanhamento para mulheres que experimentam THGs durante a gravidez. Ao identificar indivíduos em maior risco desde cedo, os prestadores de saúde podem ajudar a gerenciar e mitigar os riscos de futuras doenças cardíacas para essas pacientes, levando a melhores resultados de saúde a longo prazo.
Direções Futuras
Dados os achados deste estudo, mais pesquisas são necessárias para esclarecer os mecanismos biológicos precisos que ligam os transtornos hipertensivos e doenças cardiovasculares. Estudos futuros devem focar em uma variedade maior de populações para avaliar esses riscos mais a fundo. Além disso, entender o papel de fatores ambientais e de estilo de vida em conjunto com riscos genéticos poderia oferecer insights mais profundos sobre como gerenciar a saúde do coração naqueles com histórico de THGs.
Resumindo, os transtornos hipertensivos da gravidez não são apenas questões temporárias que se resolvem após o parto. Eles podem ter efeitos duradouros na saúde de uma mulher, indicando uma necessidade maior de conscientização e medidas de saúde proativas ao longo da vida de uma mulher, especialmente para aquelas com histórico dessas condições.
Título: Hypertensive disorders of pregnancy and risk of cardiovascular disease: A Mendelian Randomisation study in the UK Biobank
Resumo: BackgroundObservational studies show that hypertensive disorders of pregnancy (HDPs) are related to unfavourable maternal cardiovascular disease (CVD) risk profiles later in life. We investigated whether genetic liability to pre-eclampsia/eclampsia and gestational hypertension is associated with CVD risk factors and occurrence of CVD events. MethodsWe obtained genetic associations with HDPs from a genome-wide association study and used individual-participant-data of women and men from the UK Biobank to obtain genetic associations with CVD risk factors and CVD events (defined as myocardial infarction or stroke). The rationale for including men and nulligravidae was to study genetic liability to HDPs and CVD risk without experiencing the underlying phenotype. We applied Mendelian Randomisation analysis using inverse variance weighted regression in our primary analysis. ResultsWe included 264,160 women (mean age 56.4 [SD 8.0]) and 223,043 men (mean age 56.7 [8.2]) with available genetic data. Genetically proxied pre-eclampsia/eclampsia was related to higher risk of CVD with odds ratios of 1.20 (1.01, 1.43) and 1.29 (1.08, 1.53) in women and men, respectively. For genetically proxied gestational hypertension, odds ratios for CVD were 1.22 (1.10, 1.36) and 1.28 (1.16, 1.42) in women and men, respectively. Furthermore, genetically proxied HDPs were associated with higher levels of systolic and diastolic blood pressure and younger age at hypertension diagnosis in both women and men. ConclusionsGenetic liability to HDPs including pre-eclampsia/eclampsia and gestational hypertension is associated with higher CVD risk, implying biological mechanisms relating to these disorders are causally related to CVD risk in both women and men.
Autores: Sanne Peters, L. Tschiderer, Y. T. van der Schouw, S. Burgess, K. Bloemenkamp, L. Seekircher, P. Willeit, N. C. Onland-Moret
Última atualização: 2023-03-15 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.14.23287281
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.14.23287281.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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