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# Ciências da saúde# Dermatologia

Aprendizado Profundo e Doenças Tropicais Negligenciadas da Pele

A IA mostra potencial em diagnosticar doenças de pele, especialmente em comunidades carentes.

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O deep learning é uma forma moderna de inteligência artificial que ajuda os computadores a aprenderem com grandes quantidades de informação. Essa tecnologia tem mostrado resultados incríveis em tarefas como reconhecer imagens, o que também é útil para prever doenças de pele. Na dermatologia, o deep learning pode ajudar os médicos a tomarem decisões melhores, às vezes até melhores que o julgamento humano.

Muitas doenças estudadas com deep learning focam em condições de pele que geralmente afetam pessoas com pele mais clara. Isso é importante porque certas doenças, conhecidas como doenças tropicais negligenciadas (DTNs), afetam comumente pessoas de pele mais escura e podem não ser diagnosticadas adequadamente devido à falta de recursos.

O Que São Doenças Tropicais Negligenciadas de Pele?

As DTNs de pele são doenças infecciosas que mostram sinais na pele. A Organização Mundial da Saúde reconhece pelo menos nove dessas doenças. Mais de um bilhão de pessoas estão em risco ou infectadas por essas condições, principalmente em comunidades mais pobres, onde profissionais de saúde são escassos. Essas doenças afetam mais pessoas de cor. Ter ferramentas para diagnóstico e tratamento precoce é fundamental para prevenir deficiências a longo prazo.

O Desafio de Diagnosticar DTNs de Pele

Há um crescente interesse em usar deep learning para diagnosticar DTNs de pele, mas a pesquisa nessa área ainda é limitada. Este estudo tem como objetivo desenvolver modelos de deep learning usando imagens de cinco DTNs específicas: Úlcera de Buruli, hanseníase, Micetoma, sarna e framboesia. Essas doenças não foram tão estudadas, especialmente em populações com pele mais escura.

As imagens usadas para treinar esses modelos foram coletadas em clínicas de países da África Ocidental, onde ferramentas de saúde digital ajudam na coleta de dados. As fotos, tiradas com tablets, incluíam informações clínicas para ajudar os médicos a fazer diagnósticos à distância. Os aspectos éticos do estudo foram aprovados pelas autoridades de saúde relevantes.

Selecionando as Imagens Certas

Para o estudo, as imagens de pacientes diagnosticados com uma das cinco doenças foram cuidadosamente escolhidas. Dermatologistas com anos de experiência fizeram esses diagnósticos. Alguns casos passaram por testes adicionais para confirmar suas condições. O objetivo era ter um conjunto de dados confiável para treinar os modelos de deep learning de forma eficaz.

Desenvolvendo os Modelos de IA

Redes neurais convolucionais (CNNs) são técnicas comuns de deep learning usadas para esse propósito. Duas CNNs específicas, ResNet-50 e VGG-16, foram usadas para ver qual delas tinha um desempenho melhor no diagnóstico de doenças de pele. Ambos os modelos analisam imagens para extrair características importantes que ajudam a identificar as doenças.

As imagens foram redimensionadas para se ajustarem aos modelos, e várias técnicas de pré-processamento foram aplicadas para prepará-las para análise. Os modelos foram treinados usando uma parte das imagens, enquanto o resto foi reservado para avaliar o desempenho. O estudo visava determinar se a confirmação laboratorial dos diagnósticos melhoraria a precisão dos modelos.

Avaliando o Desempenho

O desempenho dos modelos foi medido usando dois critérios: precisão Top-1 e o coeficiente de correlação de Matthew (MCC). A precisão Top-1 indica com que frequência o modelo identifica corretamente a doença. O MCC avalia quão bem o modelo se saiu em diferentes categorias de diagnósticos.

Os resultados foram coletados para duas configurações: uma usando todos os casos diagnosticados clinicamente e outra focada apenas naqueles confirmados por testes laboratoriais. Em ambas as configurações, ter mais amostras de treinamento levou a um desempenho melhor.

Analisando os Resultados

Para entender melhor como os modelos se saíram, foram usadas matrizes de confusão. Essas matrizes mostram quantas vezes o modelo previu corretamente uma doença em comparação com quantas vezes fez previsões incorretas. A análise revelou que os modelos treinados com casos confirmados em laboratório alcançaram maior precisão em comparação com os treinados em casos diagnosticados clinicamente.

O estudo descobriu que a úlcera de Buruli e a sarna tiveram as maiores taxas de diagnóstico correto, enquanto a hanseníase e o micetoma tiveram taxas mais baixas, provavelmente devido ao menor número de imagens disponíveis para análise.

Análise Qualitativa das Previsões Incorretas

Algumas imagens foram mal identificadas pelos modelos. Isso é destacado através de um conjunto de exemplos, mostrando a probabilidade de previsões incorretas e quão incerto o modelo estava sobre suas escolhas. Um score de incerteza mais alto indica que o modelo não estava confiante em sua previsão.

Visualizando Características

Para explorar por que os modelos se saíram melhor em algumas doenças, foi usada uma técnica chamada Análise de Componentes Principais (PCA). Esse método ajuda a visualizar quão bem o modelo aprendeu a distinguir entre diferentes doenças de pele. Os resultados mostraram que o modelo conseguiu identificar características nos dados de treinamento de forma eficaz, mas seu desempenho caiu quando enfrentou novos dados de teste.

Principais Descobertas

O estudo mostrou que o deep learning pode ser útil para diagnosticar DTNs de pele, especialmente para comunidades com tons de pele mais escuros. A capacidade dos modelos de diferenciar entre doenças variou dependendo da quantidade de dados de treinamento e da complexidade da apresentação de cada doença.

A úlcera de Buruli, por exemplo, mostrou um desempenho forte devido à abundância de imagens disponíveis para treinamento. Em contraste, doenças com menos imagens, como a hanseníase, tiveram menor precisão diagnóstica.

Os resultados indicam que usar imagens de casos diagnosticados com mais precisão no treinamento pode melhorar o desempenho dos modelos. Uma combinação de dados clínicos e imagens poderia melhorar a eficácia geral dessas ferramentas de IA.

Desafios e Limitações

Apesar dos resultados promissores, há desafios que precisam ser abordados. O estudo enfrentou limitações, como o número pequeno de imagens para certas doenças e variações na qualidade das imagens devido a diferentes condições em que foram tiradas. Esses fatores podem afetar a precisão geral dos modelos.

Há uma necessidade de um conjunto de dados de imagens maior e mais diversificado para aumentar a robustez dos modelos de IA. Abordar o viés no conjunto de dados também é crucial para garantir uma representação justa entre os diferentes tipos de pele.

Conclusão e Direções Futuras

Este estudo destaca tanto o potencial quanto os desafios do uso do deep learning para diagnosticar DTNs de pele. Os resultados mostram que ferramentas de IA podem ajudar na triagem dessas doenças, especialmente em comunidades carentes. Contudo, ainda há muito trabalho a ser feito para refinar esses modelos e superar os desafios existentes.

Pesquisas futuras devem focar em expandir o conjunto de dados e melhorar a capacidade dos modelos de integrar dados clínicos diversos. O objetivo final é criar ferramentas de IA precisas, confiáveis e acessíveis que possam ajudar os profissionais de saúde a melhorar os resultados para os pacientes, particularmente em áreas com acesso limitado aos cuidados médicos.

Fonte original

Título: Deep learning for AI-based diagnosis of skin-related neglected tropical diseases: a pilot study

Resumo: BackgroundDeep learning, which is a part of a broader concept of artificial intelligence (AI) and/or machine learning has achieved remarkable success in vision tasks. While there is growing interest in the use of this technology in diagnostic support for skin-related neglected tropical diseases (skin NTDs), there have been limited studies in this area and fewer focused on dark skin. In this study, we aimed to develop deep learning based AI models with clinical images we collected for five skin NTDs, namely, Buruli ulcer, leprosy, mycetoma, scabies, and yaws, to understand how diagnostic accuracy can or cannot be improved using different models and training patterns. MethodologyThis study used photographs collected prospectively in Cote dIvoire and Ghana through our ongoing studies with use of digital health tools for clinical data documentation and for teledermatology. Our dataset included a total of 1,709 images from 506 patients. Two convolutional neural networks, ResNet-50 and VGG-16 models were adopted to examine the performance of different deep learning architectures and validate their feasibility in diagnosis of the targeted skin NTDs. Principal findingsThe two models were able to correctly predict over 70% of the diagnoses, and there was a consistent performance improvement with more training samples. The ResNet-50 model performed better than the VGG-16 model. Model trained with PCR confirmed cases of Buruli ulcer yielded 1-3% increase in prediction accuracy over training sets including unconfirmed cases. ConclusionsOur approach was to have the deep learning model distinguish between multiple pathologies simultaneously - which is close to real-world practice. The more images used for training, the more accurate the diagnosis became. The percentages of correct diagnosis increased with PCR-positive cases of Buruli ulcer. This demonstrated that it may be better to input images from the more accurately diagnosed cases in the training models also for achieving better accuracy in the generated AI models. However, the increase was marginal which may be an indication that the accuracy of clinical diagnosis alone is reliable to an extent for Buruli ulcer. Diagnostic tests also have its flaws, and they are not always reliable. One hope for AI is that it will objectively resolve this gap between diagnostic tests and clinical diagnoses with addition of another tool. While there are still challenges to be overcome, there is a potential for AI to address the unmet needs where access to medical care is limited, like for those affected by skin NTDs. AUTHOR SUMMARYThe diagnosis of skin diseases depends in large part, though not exclusively on visual inspection. The diagnosis and management of these diseases is thus particularly amenable to teledermatology approaches. The widespread availability of cell phone technology and electronic information transfer provides new potential for access to health care in low-income countries, yet there are limited efforts targeting these neglected populations with dark skin and consequently limited availability of tools. In this study, we leveraged a collection of skin images gathered through a system of teledermatology in the West African countries of Cote dIvoire and Ghana, and applied deep learning, a form of artificial intelligence (AI) - to see if deep learning models can distinguish between different diseases and support their diagnosis. Skin-related neglected tropical diseases, or skin NTDs, prevail in these regions and were our target conditions: Buruli ulcer, leprosy, mycetoma, scabies, and yaws. The accuracy of prediction depended on the number of images that were fed into the model for training with marginal improvement using laboratory confirmed cases in training. Using more images and greater efforts in this area, it is possible that AI can help address the unmet needs where access to medical care is limited.

Autores: Rie Roselyne Yotsu, Z. Ding, J. Hamm, R. Blanton

Última atualização: 2023-03-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.14.23287243

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.14.23287243.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

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