Novas descobertas sobre a atividade da medula espinhal através de fMRI
Pesquisadores usam fMRI pra estudar a atividade da medula espinhal durante o movimento.
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Índice
A ressonância magnética funcional (FMRI) é uma técnica que ajuda os cientistas a ver como diferentes partes do cérebro e da Medula espinhal ficam ativas quando as pessoas fazem várias tarefas. Recentemente, os pesquisadores começaram a usar fMRI na medula espinhal para explorar como os neurônios funcionam sem precisar de cirurgia. Essa técnica foi usada em pessoas saudáveis para observar Atividades como mover os braços, sentir mudanças de temperatura e até respostas sexuais.
Em estudos com fMRI, os pesquisadores frequentemente descobrem padrões esperados de atividade na medula espinhal. Por exemplo, quando alguém faz um movimento com um lado do corpo, os neurônios do mesmo lado da medula tendem a ficar mais ativos. Isso faz sentido, já que o sistema nervoso é organizado dessa forma. Também houve estudos em que nenhuma tarefa específica foi dada, permitindo que os cientistas observassem a rede natural de como a medula espinhal opera enquanto está em repouso.
A maior parte das pesquisas até agora se concentrou na parte superior da medula espinhal (a medula cervical). Isso acontece porque é mais fácil obter Imagens claras nessa região devido ao design das máquinas de ressonância magnética. A parte inferior da medula espinhal, que é importante para andar e controlar funções intestinais e da bexiga, não foi estudada tanto. Isso se deve em grande parte ao seu tamanho menor e aos desafios de capturar imagens claras por causa de estruturas circundantes como os pulmões e as vértebras.
Em uma revisão da literatura, a maioria dos estudos foi sobre a medula cervical, e apenas um analisou a parte inferior. Esse estudo usou uma técnica específica de MRI para ver como os corpos das pessoas respondem a movimentos e outras tarefas. No entanto, mais evidências são necessárias para confirmar que a fMRI pode ser usada efetivamente na medula espinhal inferior.
Desafios na Imagem da Medula Espinhal
Um dos desafios significativos com fMRI na medula espinhal é que não existem métodos padronizados para fazer esses exames. Isso torna difícil comparar resultados de diferentes estudos. Embora algumas diretrizes gerais existam para MRI da medula espinhal, um conjunto semelhante de padrões para fMRI ainda não foi estabelecido. Para resolver isso, os cientistas estão tentando entender melhor como diferentes configurações na máquina de MRI afetam os resultados.
Para melhorar essa situação, alguns pesquisadores analisaram como sequências comumente usadas (as maneiras como as imagens são capturadas) funcionam na detecção de atividade na medula espinhal. No entanto, a maioria das comparações se concentrou na medula espinhal superior, então mais trabalho é necessário para a região inferior.
O objetivo deste estudo é duplo. Primeiro, queremos mostrar que conseguimos usar fMRI com sucesso na parte inferior da medula espinhal testando durante o movimento do tornozelo. Segundo, vamos examinar como diferentes configurações temporais na máquina de MRI afetam as imagens que obtemos.
Participantes do Estudo
Doze voluntários saudáveis participaram deste estudo, sendo oito homens e quatro mulheres, com uma idade média de 28,4 anos. Todos tinham o mesmo pé dominante para movimento. Antes de começar, garantimos a aprovação para o estudo e que todos os participantes entenderam e deram seu consentimento.
Processo de Aquisição de Imagens
Para coletar imagens, usamos uma máquina de MRI de alta potência que poderia tirar fotos detalhadas da medula espinhal. Os participantes foram posicionados cuidadosamente para reduzir quaisquer movimentos que poderiam borrar as imagens. Equipamentos especiais foram usados para ajudar a mantê-los parados enquanto moviam os tornozelos.
Começamos tirando imagens básicas da estrutura da medula espinhal para ajudar a planejar as imagens funcionais que viriam depois. Essas imagens estruturais foram tiradas primeiro para garantir que sabíamos onde focar ao avaliar as áreas de interesse.
Diferentes Tipos de Exames
Fizemos vários tipos de exames que focaram em diferentes qualidades da fMRI. Os principais exames que usamos foram projetados para medir a atividade cerebral enquanto os participantes realizavam tarefas com os tornozelos.
Os participantes foram convidados a mover o tornozelo direito para cima e para baixo, seguindo instruções mostradas em uma tela. Cada período de movimento foi alternado com períodos de descanso. Essa configuração nos permitiu comparar quão ativa estava a medula espinhal durante o movimento em comparação com o repouso.
Analisando os Dados dos Exames
Uma vez que os exames estavam completos, tivemos que processar os dados para corrigir quaisquer problemas potenciais. Por exemplo, ajustamos para quaisquer movimentos feitos pelos participantes durante os exames, garantindo que os dados fossem o mais precisos possível.
Também analisamos diversos fatores de ruído que poderiam afetar as imagens que coletamos. Esses ruídos vêm dos movimentos naturais do corpo e do ambiente ao redor da máquina de MRI. Modelando esse ruído, nosso objetivo era isolar o sinal real da medula espinhal que corresponde às tarefas realizadas.
Depois de limpar as imagens, comparamos elas com as imagens estruturais para garantir que identificamos corretamente quais partes da medula espinhal estavam ativas durante os movimentos.
Principais Descobertas
Qualidade das Imagens
As diferentes configurações de exame produziram imagens com níveis variados de clareza e detalhe. As tiradas com configurações de tempo mais curtas mostraram níveis de intensidade mais altos, enquanto outras tinham aparências mais suaves. No entanto, alguns exames revelaram artefatos ou distorções visuais indesejadas.
No geral, a configuração que usamos nos permitiu coletar dados de qualidade. No entanto, percebemos que, mesmo com medições cuidadosas, ainda havia pequenas variações no desempenho entre os participantes, especialmente aqueles menos familiarizados com os procedimentos de MRI.
Distribuição da Atividade Cerebral
Quando analisamos a atividade na medula espinhal durante os movimentos, encontramos um padrão claro. A maior parte da atividade ocorreu predominantemente no mesmo lado da medula espinhal que os movimentos, o que alinha com nossa compreensão de como o sistema nervoso funciona.
A atividade mais substancial foi encontrada nas áreas inferiores da medula espinhal, que correspondiam aos movimentos realizados. Isso reforça ainda mais a ideia de que o método da fMRI funciona como esperado.
Efeito de Diferentes Configurações
Durante a análise, observamos que diferentes configurações de tempo influenciaram a quantidade de atividade detectada durante o movimento. De modo geral, configurações de tempo mais longas geraram uma maior resposta nos níveis de ativação. No entanto, alguns padrões não seguiram essa tendência e exigiram mais investigação.
Nossos resultados mostraram que configurações de tempo mais curtas poderiam, às vezes, levar a leituras enganosas devido a influências de vasos sanguíneos próximos, em vez de apenas da atividade neural.
Aplicações Práticas
Este estudo mostra que a fMRI pode ser uma ferramenta útil para examinar como a medula espinhal opera durante atividades. Nossas descobertas ressaltam o potencial da fMRI para avaliar condições que afetam a função da medula espinhal, assim como para entender melhor como os movimentos funcionam em nível neurológico.
Além disso, com a necessidade de mais refinamento dos métodos usados, essa pesquisa pode levar a técnicas melhoradas no futuro, aprimorando nossa capacidade de ver como a medula espinhal influencia o movimento e outras funções corporais.
Conclusões
Nosso estudo demonstrou com sucesso que é possível detectar a atividade neuronal na parte inferior da medula espinhal usando técnicas de fMRI. Isso abre novas possibilidades para pesquisas, especialmente na compreensão de várias condições que podem afetar a medula espinhal e os movimentos corporais.
À medida que a pesquisa continua refinando os métodos e entendendo os efeitos de diferentes configurações de exames, esperamos que a fMRI se torne ainda mais poderosa na investigação de como nossos corpos funcionam em um nível fundamental. Estudos adicionais serão necessários para validar nossas descobertas e explorar como diferentes técnicas podem ser melhor utilizadas para a imagem da medula espinhal na saúde e na doença.
Título: Functional magnetic resonance imaging of the lumbosacral cord during a lower extremity motor task
Resumo: Blood-oxygen-level dependent (BOLD) functional magnetic resonance imaging (fMRI) can be used to map neuronal function in the cervical cord, yet conclusive evidence supporting its applicability in the lumbosacral cord is still lacking. This study aimed to (i) demonstrate the feasibility of BOLD fMRI in mapping neuronal activation in the lumbosacral cord during a unilateral lower extremity motor task and (ii) investigate the impact of echo time (TE) on the BOLD effect size. Twelve healthy volunteers underwent BOLD fMRI using four reduced-field-of-view single-shot gradient-echo echo planar imaging sequences, all with the same geometry but different TE values ranging from 20 to 42 ms. Each sequence was employed to acquire a single 6-minute rest run and two 10-minute task runs, which included alternating 15-second blocks of rest and unilateral ankle dorsi- and plantar flexion. We detected lateralized task-related neuronal activation at neurological levels S4 to L1, centered at the ipsilateral (right) ventral spinal cord but also extending into the ipsilateral dorsal spinal cord. This pattern of activation is consistent with our current understanding of spinal cord organization, wherein lower motor neurons are located in the ventral gray matter horn, while sensory neurons of the proprioceptive pathway, activated during the movement, are located in the dorsal horns. At the subject level, BOLD activation showed considerable variability but was lateralized in all participants. The highest BOLD effect size within the ipsilateral ventral spinal cord was observed at TE=42 ms. Sequences with a shorter TE (20 and 28 ms) also detected activation in the medioventral part of the spinal cord, likely representing a large vein effect. In summary, our results demonstrate the feasibility of detecting neuronal activation in the lumbosacral cord induced by voluntary lower limb movements. BOLD fMRI in the lumbosacral cord has significant implications for assessing motor function and its alterations in disease or after spinal cord injury.
Autores: Gergely David, C. W. Kündig, J. Finsterbusch, P. Freund
Última atualização: 2024-01-31 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.31.577917
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.31.577917.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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