Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Biologia vegetal

Entendendo a Resistência a Sclerotinia sclerotiorum em Brassica juncea

A pesquisa foca em melhorar a resistência das plantas contra o fungo nocivo Sclerotinia sclerotiorum.

― 7 min ler


Ameaça Fúngica paraAmeaça Fúngica paraCulturas de BrassicaBrassica juncea.contra Sclerotinia sclerotiorum emNovas pesquisas buscam resistência
Índice

Sclerotinia Sclerotiorum é um fungo prejudicial que pode infectar vários tipos de plantas, mais de 600 espécies no total. Esse fungo causa uma doença conhecida como apodrecimento do caule por Sclerotinia ou SSR, que pode resultar em perdas significativas nas colheitas, especialmente na agricultura de colza. Quando o SSR se espalha, os rendimentos da colza podem cair drasticamente, e a qualidade do óleo e das sementes também fica comprometida. Devido à sua capacidade de infectar uma grande variedade de plantas e viver no solo por períodos prolongados, controlar esse fungo é um baita desafio.

Como o Sclerotinia sclerotiorum Ataca as Plantas

Pesquisas mostraram que o S. sclerotiorum usa várias estratégias para atacar as plantas. Um método é mudando o ambiente ao redor, tornando-o mais ácido. Esse fungo reduz a atividade de enzimas protetoras importantes nas plantas e produz substâncias nocivas que danificam as células vegetais. Ele também cria enzimas que quebram a camada externa da planta, levando à morte celular e sinais visíveis de dano.

Além disso, o S. sclerotiorum tem várias proteínas pequenas que ajudam a evitar as defesas da planta. Essas proteínas podem ser liberadas para fora da planta ou entrar nas células vegetais, atrapalhando a capacidade da planta de reagir e permitindo que o fungo infecte mais facilmente.

Defesas das Plantas Contra o Sclerotinia sclerotiorum

Quando o S. sclerotiorum ataca, as plantas têm maneiras de reagir. Nas plantas de colza, conhecidas como Brassica napus, genes específicos são ativados para ajudar a defender contra o fungo. Ferramentas modernas, como sequenciamento de RNA, ajudaram os cientistas a entender diferentes sinais de defesa. Esses sinais incluem aqueles desencadeados por hormônios vegetais, como ácido giberélico, etileno, jasmonato e ácido salicílico. Muitos desses sinais aumentam sua atividade à medida que a planta reage ao fungo.

Quando uma planta percebe um ataque, ela pode ativar defesas para limitar o crescimento do fungo. Isso inclui a produção de substâncias químicas que afastam invasores e a reparação de áreas danificadas. Algumas pesquisas mostraram que alterar certos genes pode aumentar a resistência de uma planta ao S. sclerotiorum. Por exemplo, modificar genes específicos envolvidos na construção de paredes celulares protetoras pode fortalecer suas defesas.

As plantas da família Brassica, que incluem a colza, também produzem substâncias naturais chamadas glucosinolatos que ajudam a afastar o S. sclerotiorum. Esses compostos têm mostrado desempenhar um papel na proteção de várias plantas do gênero Brassica.

A Necessidade de Melhorar a Resistência em Brassica juncea

Atualmente, não existem variedades de plantas altamente resistentes que possam se livrar completamente do S. sclerotiorum. Portanto, é crucial encontrar novos recursos genéticos e métodos para criar plantas mais resistentes. A maioria dos estudos se concentrou em Brassica napus e em outro parente próximo, Brassica oleracea. No entanto, Brassica juncea é a quarta cultura de oleaginosa mais importante, e a pesquisa sobre sua resistência a esse fungo é limitada.

Para identificar plantas resistentes, os pesquisadores usaram duas abordagens principais: testar as folhas e os caules de plantas Brassica. Testar as folhas pode ser mais eficiente porque permite a identificação mais precoce da resistência. Assim que linhas potencialmente resistentes são encontradas, elas podem ser confirmadas por meio de testes em caules.

Neste estudo, uma linha específica de Brassica juncea, chamada H83, mostrou forte resistência ao S. sclerotiorum. Os pesquisadores analisaram como essa linha reagiu ao fungo em diferentes momentos após a infecção em comparação a uma linha menos resistente, L36. O objetivo era entender melhor como H83 resiste à doença, o que pode ajudar a melhorar programas de melhoramento voltados para o desenvolvimento de plantas mais resistentes.

Métodos para Estudar a Resistência das Plantas

Materiais Vegetais e Inoculação do Patógeno

Os pesquisadores coletaram múltiplas cepas de S. sclerotiorum de várias localidades. Eles confirmaram que as cepas eram as mesmas usando marcadores específicos. Depois, usaram uma dessas cepas, chamada gz1, para infectar diferentes linhas de Brassica juncea a fim de fazer triagem para resistência. O fungo foi cultivado em um laboratório e pequenos pedaços foram colocados nas folhas de plantas jovens para a infecção. Amostras foram retiradas em diferentes momentos após a infecção para estudar como as plantas reagiram.

Extração e Sequenciamento de RNA

O RNA total foi extraído das amostras de plantas infectadas. Esse RNA foi checado quanto à qualidade antes de ser enviado para sequenciamento. O objetivo era ver como os níveis de Expressão Gênica mudaram à medida que as plantas respondiam à infecção ao longo do tempo.

Análise de Dados

Os pesquisadores analisaram os dados do sequenciamento de RNA para identificar quais genes foram expressos de forma diferente entre as linhas resistentes e suscetíveis. Eles procuraram genes que mostraram mudanças significativas após a infecção e os classificaram como genes diferencialmente expressos (DEGs). Esses DEGs foram estudados mais a fundo para entender seus papéis na resposta da planta ao fungo.

Análise da Rede de Co-expressão Gênica

Para entender as interações entre os genes, os pesquisadores usaram um método chamado análise de rede de correlação ponderada (WGCNA). Essa abordagem ajudou a identificar grupos de genes que trabalharam juntos em resposta ao fungo. Eles procuraram genes centrais, que são importantes para regular as defesas da planta.

Principais Descobertas sobre os Mecanismos de Resistência das Plantas

Identificação de Genes Centrais

Por meio da análise, os pesquisadores identificaram 12 genes centrais que desempenham papéis importantes na resistência de Brassica juncea ao S. sclerotiorum. Alguns desses genes estavam envolvidos em interações planta-patógeno, enquanto outros estavam associados à produção de glucosinolatos. As relações entre esses genes centrais sugerem que eles trabalham juntos para ajudar a planta a se defender do fungo.

Validação dos Genes Centrais

Para garantir a precisão de suas descobertas, os pesquisadores usaram PCR quantitativo em tempo real para confirmar os níveis de expressão dos genes centrais. Eles observaram que alguns genes estavam mais ativos na linha resistente (H83) em comparação com a linha suscetível (L36) em momentos específicos após a infecção. Isso demonstrou ainda mais o papel desses genes em fortalecer as defesas da planta.

Conclusão

Sclerotinia sclerotiorum é uma ameaça significativa para muitas colheitas, especialmente na família Brassica. Embora ainda haja muito a ser feito, a identificação de linhas resistentes e a compreensão da expressão gênica podem ajudar a moldar futuros programas de melhoramento. O estudo destacou a importância de Brassica juncea, que recebeu menos atenção, no contexto do desenvolvimento de resistência ao S. sclerotiorum.

Ao focar em recursos genéticos e nas vias de sinalização envolvidas na defesa das plantas, os pesquisadores podem trabalhar para criar colheitas mais resilientes que consigam suportar melhor os desafios impostos por patógenos como o S. sclerotiorum. As descobertas deste estudo podem abrir caminho para novas estratégias voltadas a aumentar a resistência ao S. sclerotiorum em várias culturas de Brassica, beneficiando, em última análise, a agricultura global e a produção de alimentos.

Fonte original

Título: Disease resistance of Brassica juncea to Sclerotinia sclerotiorum is established through the induction of indole glucosinolate biosynthesis

Resumo: Sclerotinia stem rot (SSR), caused by Sclerotinia sclerotiorum, is the main disease threat to oilseeds in Brassiceae, causing significant yield losses and reduction in oil content and quality. The studies on S. sclerotiorum require a great focus and extensive research on B. juncea compared to those on B. napus and B. oleracea. Transcriptome analysis revealed a large number of defense-related genes and response processes in B. napus and B. oleracea. However, similarities and differences in the defense responses to S. sclerotiorum on B. juncea are rarely reported. In the present study, we reported a B. juncea breeding line of H83 with high S. sclerotiorum resistance, which was used for transcriptome analysis compared to L36 with low resistance. A novel regulatory network was proposed to defend against S. sclerotiorum invasion in B. juncea. Upon infection of S. sclerotiorum, a series of auxin and MAPK signaling pathways were initiated within 12 h, and then defenses were activated to restrict the development and spread of S. sclerotiorum by inducing the massive synthesis of indole glucosinolates after 24 h. Twelve hub genes involved in the network were identified by the weighted gene co-expression network (WGCNA), which are involved in plant-pathogen interaction, signaling pathway genes, indole glucosinolate biosynthesis and cell wall formation. The hub genes were further validated by qRT-PCR. The research revealed a new resistant line of H83 against S. sclerotiorum and a different regulatory network in B. juncea, which would be beneficial for the future effective breeding of Sclerotinia-resistant varieties.

Autores: Entang Tian, J. Zhang, X. Yang, Y. Jiang, H. Jin, K. Yu, L. Xiao, Q. Ouyang

Última atualização: 2024-01-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.29.577696

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.29.577696.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes