Controle Cognitivo na Doença de Parkinson: Um Estudo
Pesquisa destaca desafios no controle cognitivo para pessoas com doença de Parkinson.
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A Doença de Parkinson (DP) é um transtorno cerebral que afeta principalmente o movimento. Quem tem DP geralmente enfrenta dificuldades para controlar o corpo e os movimentos. Essa condição também impacta as habilidades de pensamento e a memória. Pesquisas mostram que problemas de pensamento podem ser ainda mais prejudiciais à qualidade de vida de pessoas com DP do que as dificuldades de movimento.
Indivíduos com DP podem ter dificuldades para controlar seus impulsos, aprender com recompensas e gerenciar seus pensamentos de forma eficaz. Não está claro se as pessoas com DP têm menos habilidade de adaptar seu pensamento com base no que está acontecendo ao redor.
O que é Controle Cognitivo?
Controle cognitivo é a capacidade de gerenciar pensamentos e ações de uma maneira que ajude a gente a alcançar objetivos. Uma maneira comum que os pesquisadores medem o controle cognitivo é através de tarefas que exigem que as pessoas se concentrem em certas informações enquanto ignoram distrações.
Por exemplo, em uma tarefa clássica chamada tarefa de Stroop, as pessoas veem o nome de uma cor escrito em uma cor diferente. Os participantes devem dizer a cor da tinta em vez de ler a palavra. Se a palavra “VERMELHO” estiver impressa em tinta vermelha, é fácil responder corretamente. No entanto, se a palavra “VERDE” estiver impressa em tinta vermelha, fica mais difícil por causa da informação conflitante. As pessoas precisam de controle cognitivo para resolver esse conflito.
Os pesquisadores analisam quanto tempo demora para alguém dar uma resposta correta e quantos erros cometem para medir o controle cognitivo. Quando as pessoas têm que lidar com mais conflitos, geralmente leva mais tempo para responder, e elas podem cometer mais erros.
Controle Adaptativo: Ajustando-se aos Conflitos
Controle adaptativo refere-se à capacidade de ajustar as habilidades de pensamento com base em experiências repetidas em um ambiente estável. Uma maneira de medir o Controle Proativo, que é a capacidade de se preparar para desafios futuros, é observar com que frequência alguém vê itens com conflitos em comparação com aqueles sem. Quando as pessoas veem muitos itens conflitantes, tendem a ficar melhores em lidar com eles porque aprendem a esperar conflitos. Isso é chamado de “efeito de congruência de proporção em toda a lista”.
Por outro lado, o Controle Reativo acontece quando as pessoas respondem a conflitos após encontrá-los. Os pesquisadores podem medir isso mudando a forma como os itens conflitantes aparecem e vendo como as pessoas se adaptam em uma escala menor. Isso é conhecido como “efeito de congruência de proporção específica do item”.
Doença de Parkinson e Controle Adaptativo
A pesquisa sobre quão bem as pessoas com DP podem adaptar seu controle cognitivo é mista. Alguns estudos mostram que a capacidade de ajuste proativo está intacta, enquanto outros sugerem que pode estar comprometida. O controle proativo muitas vezes foi examinado através de métodos que observam como indivíduos respondem a conflitos com base no que aconteceu na tarefa anterior.
Ao analisar o controle proativo, alguns estudos descobriram que pessoas com DP que estão em medicação regular têm tempos de resposta similares aos de indivíduos saudáveis. No entanto, outras pesquisas mostram que pessoas com DP podem ter dificuldades com o controle geral de suas habilidades cognitivas em situações imprevisíveis.
Infelizmente, não há muitas pesquisas sobre controle reativo em indivíduos com DP, mas descobertas iniciais sugerem que eles ainda podem conseguir gerenciar seu controle cognitivo ao reagir a conflitos.
Importância da EEG no Estudo do Controle Cognitivo
Para entender como o controle adaptativo funciona no cérebro, os pesquisadores usam eletroencefalografia (EEG), que mede a atividade elétrica no cérebro. Essa técnica pode fornecer insights sobre como as pessoas processam conflitos e adaptam seu controle cognitivo.
Ao analisar padrões de EEG, os pesquisadores descobriram que certas ondas cerebrais, especialmente na faixa theta (4-8 Hz), estão ligadas à forma como as pessoas lidam com conflitos. Em indivíduos saudáveis, essas ondas theta são geralmente reduzidas quando eles estão gerenciando conflitos de forma eficaz. Para pessoas com DP, a pesquisa mostra resultados inconsistentes em relação a esses padrões theta durante tarefas cognitivas.
Explorando o Estudo Atual
Dado os resultados variados de pesquisas anteriores, o estudo atual teve como objetivo determinar se pessoas com DP apresentam diferenças no controle proativo e reativo em comparação com indivíduos saudáveis. Os pesquisadores desenharam uma tarefa de Stroop usando números para simplificar o processo. Também se preocuparam em controlar qualquer aprendizado que pudesse ocorrer a partir de tarefas simples de estímulo-resposta.
O estudo envolveu 31 participantes com DP e 34 pessoas saudáveis, todos com idade e gênero parecidos. Os participantes foram triados para questões neurológicas adicionais e precisavam ter visão normal ou corrigida. Os pesquisadores registraram o tempo que cada participante levou para responder e suas taxas de erro durante as tarefas.
A Tarefa Experimental
Durante a tarefa numérica de Stroop, os participantes viam dois números e eram convidados a indicar qual era maior. Para criar conflitos, os tamanhos dos números foram manipulados. Por exemplo, em um dos cenários, o número maior pode ser mostrado fisicamente menor que o outro número.
Os participantes completaram vários blocos de testes que incluíam diferentes porcentagens de itens conflitantes e não conflitantes. Isso ajudou a avaliar tanto o controle proativo quanto o reativo.
Analisando os Dados Comportamentais
A análise de como os participantes performaram indicou que aqueles com DP cometeram mais erros em comparação aos controles saudáveis. Embora ambos os grupos possam usar controle proativo até certo ponto, os indivíduos com DP tiveram dificuldades em aplicar esse controle a novas situações. Os resultados mostraram que, enquanto ambos os grupos podiam gerenciar conflitos nas tarefas que praticaram, apenas os participantes saudáveis conseguiam levar esse controle aprendido para novos itens.
Descobertas de EEG
Os dados de EEG coletados mostraram padrões específicos de atividade theta ligados a como os participantes gerenciaram conflitos. Indivíduos saudáveis demonstraram uma redução mais acentuada na atividade theta quando os conflitos eram antecipados, indicando um controle proativo eficaz. Em contraste, os participantes com DP mostraram inconsistências na atividade theta que sugeriram que não eram tão eficazes em gerenciar conflitos.
Interpretações e Implicações
Os resultados sugerem que, enquanto indivíduos com DP podem adaptar seu controle com base em tarefas imediatas, eles têm dificuldade em generalizar essas habilidades para outras situações. Isso destaca uma possível lacuna em seu processamento cognitivo relacionado a situações de conflito. As descobertas indicam a necessidade de mais pesquisas para determinar se essas dificuldades estão ligadas à doença em si ou aos efeitos da medicação.
Direções para Pesquisas Futuras
Futuras pesquisas devem explorar como participantes com DP gerenciam o controle cognitivo em diferentes ambientes e com várias características. Expandindo a pesquisa sobre controle proativo e reativo, pode-se ter uma melhor compreensão dos desafios cognitivos enfrentados por aqueles com DP.
Incorporar tamanhos de amostra maiores e tarefas diversificadas será essencial para tirar conclusões mais definitivas sobre controle cognitivo em pessoas com doença de Parkinson. Isso também ajudará a identificar intervenções potenciais que poderiam ajudar indivíduos com DP a melhorar suas habilidades cognitivas, assim melhorando sua qualidade de vida.
Conclusão
Em resumo, indivíduos com doença de Parkinson enfrentam desafios únicos ao gerenciar o controle cognitivo em comparação com pessoas saudáveis. Compreender essas diferenças pode guiar futuras pesquisas e levar a um melhor suporte para aqueles afetados pela condição. O estudo atual destaca a necessidade de examinar tanto o controle proativo quanto o reativo para entender completamente as capacidades cognitivas daqueles que vivem com DP.
Título: Impaired Proactive Cognitive Control in Parkinson's disease
Resumo: Adaptive control has been studied in Parkinsons disease (PD) mainly in the context of proactive control and with mixed results. We compared reactive- and proactive control in 30 participants with Parkinsons disease (PD) to 30 age matched healthy control participants (HC). The electroencephalographic (EEG) activity of the participants was recorded over 128 channels while they performed a numerical Stroop task, in which we controlled for confounding stimulus-response learning. We assessed effects of reactive- and proactive control on reaction time-, accuracy- and EEG time-frequency data. Behavioral results show distinct impairments of proactive-reactive control in participants with PD, when tested on their usual medication. Participants with PD were unable to adapt cognitive control proactively and were less effective to resolve conflict using reactive control. Successful reactive and proactive control in the HC group was accompanied by a reduced conflict effect between congruent and incongruent items in midline-frontal theta power. Our findings provide evidence for a general impairment of proactive control in PD and suggest that the same may be the case for reactive control.
Autores: Julius Kricheldorff, J. Ficke, S. Debener, K. Witt
Última atualização: 2023-04-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.04.14.23288567
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.04.14.23288567.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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