Entendendo a Agrupamento dos Canais de Cálcio CaV1.3
Esse estudo revela como os canais CaV1.3 se agrupam e interagem nas células do coração.
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Índice
Os canais de cálcio do tipo L (LTCC) têm um papel fundamental no coração, regulando como o músculo cardíaco se contrai. Quando um nervo envia um potencial de ação (um sinal) para as células do coração, esses canais se abrem e permitem a entrada de cálcio nas células. Esse influxo repentino de cálcio ativa as proteínas que fazem o músculo cardíaco contrair. O CaV1.3 é um tipo de LTCC que ajuda a controlar tanto o ritmo do coração quanto a força das suas contrações. Ele é encontrado principalmente nas câmaras superiores do coração e é ativado em potenciais elétricos mais baixos comparado a outro tipo, o CaV1.2.
Esses canais não ficam soltos por aí; eles costumam se agrupar em áreas específicas da membrana celular. Esse agrupamento ajuda na liberação de cálcio e garante que todas as proteínas do canal possam trabalhar juntas de forma eficaz. Pesquisas anteriores sobre o CaV1.3 em células nervosas mostraram que seu comportamento pode mudar dependendo da sua estrutura e das relações com outras proteínas. Isso dá pistas aos cientistas de que regras semelhantes podem se aplicar a como ele age nas células do coração.
Experimentos recentes esclareceram como outro tipo de LTCC, o CaV1.2, é regulado. Os pesquisadores descobriram que as ideias antigas sobre como a atividade do canal aumenta por meio de modificações químicas diretas estavam erradas. Em vez disso, uma proteína conhecida como Rad parece ajudar a aumentar a atividade do canal sem precisar adicionar tags químicas extras. Outra forma de regular esses canais pode envolver seu comportamento de agrupamento. No entanto, como isso acontece e os movimentos exatos desses agrupamentos ainda não são bem compreendidos. Experimentos anteriores sugeriram isso quando mostraram que uma proteína específica chamada Calmodulina interage com os canais para ajudar no agrupamento. No entanto, não houve provas sólidas desse agrupamento em um nível microscópico.
Recentemente, foi descoberto que canais como o CaV1.2 se tornam mais agrupados quando uma certa parte de sua estrutura é modificada por uma proteína chamada PKA em células dos vasos sanguíneos. Por outro lado, o CaV1.3 não foi estudado a fundo quando se trata de agrupamento nas células do coração, principalmente porque não é encontrado nas células das câmaras inferiores do coração.
Objetivos da Pesquisa
Neste estudo, os pesquisadores se propuseram a usar um tipo de célula chamada hiPSC-aCM, derivada de células-tronco humanas, para examinar como os canais CaV1.3 se agrupam. Eles criaram uma proteína especial que combina um sistema de marcação com o canal CaV1.3, que permite acompanhar e visualizar esses agrupamentos em tempo real usando técnicas de imagem avançadas. Eles também criaram uma versão marcada semelhante do canal usando um sistema de marcação diferente para imagens ainda mais detalhadas em uma escala minúscula.
Por meio dessas técnicas de imagem, eles buscaram analisar de perto como esses canais se agrupam em áreas específicas da membrana celular, algo que não havia sido claramente definido antes para esses tipos de canais.
Encontrando Agrupamentos de CaV1.3
Para começar, os pesquisadores pegaram as células hiPSC-aCM e introduziram uma versão marcada do canal CaV1.3. Depois de confirmar que essa versão marcada funcionava corretamente em relação à resposta da célula a mudanças de voltagem, eles usaram métodos de imagem avançada para ver como os canais estavam organizados em células vivas.
A imagem de células vivas revelou sinais distintos em forma de pontos onde o CaV1.3 marcado estava localizado na membrana. Esses agrupamentos eram difíceis de ver com métodos tradicionais de imagem, mas ficaram claros usando técnicas mais avançadas. Ao analisar essas imagens, descobriram que, em média, os sinais agrupados tinham cerca de 120 nanômetros de diâmetro e continham cerca de 9 desses canais por agrupamento.
Técnicas Avançadas de Imagem
Os pesquisadores usaram duas técnicas avançadas de imagem: STED e DNA-PAINT. O STED permitiu que eles vissem estruturas menores do que a microscopia confocal tradicional poderia mostrar, revelando arranjos agrupados de canais que haviam sido negligenciados anteriormente. Com o DNA-PAINT, conseguiram identificar as localizações precisas de proteínas individuais do canal, confirmando que os canais formaram Grupos, mas esses grupos não estavam totalmente compactos.
Usando o DNA-PAINT, puderam observar as posições dos canais com grande detalhe, permitindo que avaliassem a distância entre as proteínas individuais dos canais dentro desses agrupamentos. Curiosamente, descobriram que a maioria dos canais estava espaçada com uma distância significativa entre eles, desafiando ideias anteriores de que poderiam estar totalmente compactados.
Mobilidade dos Canais
Para aprofundar, os pesquisadores queriam ver quanto esses canais se moviam dentro de seus agrupamentos. Eles desenharam um experimento para marcar tanto canais individuais quanto os agrupamentos como um todo e rastrearam seus movimentos. Descobriram que os canais individuais eram muito mais móveis do que os agrupamentos que formavam. Isso sugeriu que, enquanto os agrupamentos em si eram estáveis, os canais dentro deles podiam se mover bastante.
Alguns canais mudavam de móveis para imóveis, indicando que às vezes conseguiam alternar entre diferentes áreas dentro da membrana celular. Esse movimento e alternância também sugeriram uma natureza dinâmica de como os agrupamentos poderiam se formar e se desfazer ao longo do tempo.
Interações com Outras Proteínas
Os pesquisadores também analisaram como os canais CaV1.3 poderiam trabalhar juntos com outras proteínas na célula. Eles estudaram especificamente como os canais CaV1.3 se associavam a proteínas que são conhecidas por formar estruturas chamadas unidades de liberação de cálcio (CRUs) em células cardíacas. Essas CRUs são essenciais para a liberação de cálcio de áreas de armazenamento dentro das células, o que é crítico para as contrações do músculo cardíaco.
Usando um método de microscopia confocal, descobriram que o CaV1.3, junto com outras duas proteínas, JPH2 e RyR2, formavam associações estáveis na superfície da membrana celular, indicando uma parceria forte que é crítica para a função cardíaca.
O Papel da Região C-terminal
Uma parte importante do canal CaV1.3 é sua região C-terminal, que pode variar dependendo da forma específica do canal. Os pesquisadores investigaram se essa região era necessária para o agrupamento dos canais. Eles projetaram novas proteínas com uma versão marcada da cauda C-terminal e testaram se essas também se agregariam. Eles descobriram que mesmo uma versão encurtada dessa cauda poderia formar agrupamentos, embora não tão eficientemente quanto a forma mais longa.
Os resultados sugeriram que, enquanto a cauda C-terminal é importante para o agrupamento, não era o único fator em jogo. Existem provavelmente outras interações proteicas que também contribuem para quão bem esses canais se agrupam. Essa descoberta mostra que o processo de agrupamento é complexo e pode envolver várias proteínas e elementos estruturais diferentes.
Conclusão e Direções Futuras
O trabalho realizado neste estudo destaca a importância de entender como os canais de cálcio do tipo L como o CaV1.3 se agrupam e interagem com outras proteínas celulares. Esses insights são cruciais para entender a função cardíaca em nível celular e podem abrir caminho para novos tratamentos para condições cardíacas. Esta pesquisa demonstra o potencial de usar técnicas avançadas de imagem para explorar interações complexas dentro das células.
Estudos futuros podem continuar a investigar a dinâmica desses canais e suas interações, buscando ver como diferentes fatores podem afetar seu agrupamento e função. Isso pode levar a descobertas importantes sobre como as células cardíacas funcionam e como podem ser tratadas quando algo dá errado.
O potencial para esses insights se estende além do coração para outras áreas da biologia onde a sinalização de cálcio é crítica. Compreender esses sistemas em um nível tão detalhado pode ajudar os pesquisadores a direcionar tratamentos de forma mais eficaz e possivelmente levar a novas estratégias terapêuticas.
Título: Nanoscale architecture and dynamics of CaV1.3 channel clusters in cardiac myocytes revealed by single channel nanoscopy
Resumo: The clustering of L-type calcium channels in cardiac myocytes presents an important mechanism for functional regulation of calcium signaling. Here we applied targeted super-resolution imaging techniques for the study of atrial-specific CaV1.3 channel clusters in human iPSC-derived atrial cardiomyocytes (hiPSC-aCM). We thereby clarified cluster localization, dimensions, architecture, and dynamics, which were largely unexplored previously. Live-cell STimulated Emission Depletion (STED) imaging identified that cell surface-localized clusters contained 9 channel molecules within 120 nm diameter on average. DNA Points Accumulation for Imaging in Nanoscale Topography (DNA-PAINT) optimized for molecular mapping revealed an irregular arrangement of channels with significant spacing. Single Particle Tracking (SPT) further evidenced that clustered channels do not associate into rigidly packed structures (oligomers or lattices), but rather co-diffuse in confined and stationary membrane nanodomains. Immunofluorescence showed consistent cell-surface colocalization with Ryanodine Receptor type 2 and Junctophilin-2 forming stable calcium release units, similar to dyadic junctions containing CaV1.2 in ventricular cardiomyocytes. Lastly, novel genetic constructs for live-cell imaging showed that the cytosolic C-terminal tail of CaV1.3 by itself is sufficient for cluster formation. In conclusion, a novel strategy for LTCC clustering studies in atrial cells was established, suitable for a wide range of super-resolution imaging techniques. Based on live-cell STED, DNA-PAINT and SPT data, we propose that CaV1.3 channel clusters consist of mobile individual channels inside defined membrane nanodomains.
Autores: Stephan E. Lehnart, N. Schwenzer, R. Tsukanov, T. Kohl, S. Basak, F. Seibertz, N. Voigt, J. Enderlein
Última atualização: 2024-02-28 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.26.582084
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.26.582084.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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