Reduzindo Reinternações por Insuficiência Cardíaca em Pacientes Sem Seguro
Um programa piloto ajuda pacientes com insuficiência cardíaca sem seguro a evitar readmissões desnecessárias.
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Índice
A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma condição séria que afeta muita gente nos Estados Unidos. A internação por insuficiência cardíaca é um grande problema de saúde, levando a altas taxas de doenças e mortes. E ainda custa uma grana danada para o sistema de saúde. Os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS) pagam os hospitais em parte com base em quantos pacientes são readmitidos em até 30 dias depois de receber alta. Infelizmente, um número significativo dessas readmissões está relacionado à insuficiência cardíaca, e muitas delas poderiam ser evitadas. Os esforços atuais para reduzir essas readmissões não têm sido muito bem-sucedidos. Além disso, espera-se que o número de pessoas com insuficiência cardíaca aumente, especialmente entre os mais velhos.
O Problema
Cerca de 35% de todos os pacientes com insuficiência cardíaca são readmitidos no hospital em até 30 dias após a alta. A maioria dessas readmissões está ligada a motivos que poderiam ser evitados. Estudos mostram que a insuficiência cardíaca é bem menos comum em pessoas mais jovens, com menos de 1% daqueles com menos de 50 anos afetados. Muitos pacientes com insuficiência cardíaca vêm de origens de baixa renda, o que torna ainda mais difícil para eles receberem os cuidados que precisam.
Dados nacionais atuais estimam que as taxas de readmissão em 30 dias para insuficiência cardíaca variam de 18% a 23%. Essas taxas mudam com base em fatores como idade, gênero e saúde geral do paciente. A insuficiência cardíaca é a principal causa de readmissões entre todos os diagnósticos. De 2010 a 2017, quase 20% dos pacientes com insuficiência cardíaca foram readmitidos em até 30 dias após a alta.
Abordagens para Reduzir Readmissões
Pesquisas mostraram que certos Programas, como clínicas de manejo de doenças e visitas de enfermeiras em casa, ajudam a reduzir o número de readmissões para pacientes com insuficiência cardíaca. Um estudo que analisou 53 ensaios clínicos descobriu que as visitas de enfermeiras em casa diminuíram as readmissões em 35%. Outros métodos, como gerenciamento de casos por enfermeiras e clínicas de manejo de doenças, também reduziram as readmissões, mas não tanto. A maioria dos pacientes nesses estudos era mais velha e tinha seguro de saúde, o que cria uma lacuna de cuidados para quem não está segurado.
Pessoas Sem seguro ou que estão em desvantagem econômica enfrentam desafios ainda maiores ao lidar com a insuficiência cardíaca. Cerca de um terço dos que vivem abaixo da linha da pobreza também sofrem desta condição. Pacientes não segurados muitas vezes têm dificuldades para arcar com necessidades básicas como comida e transporte, o que dificulta o cumprimento dos planos de tratamento. Para melhorar os resultados de saúde desses pacientes, é crucial considerar fatores sociais como segurança no emprego e acesso a comida e moradia.
O Programa Piloto
Para enfrentar esses problemas, um novo programa foi criado para ajudar pacientes com insuficiência cardíaca que não têm seguro. Esse programa tem como objetivo fornecer cuidados de saúde gratuitos e apoio social para quem precisa. Ele foi oferecido na Clínica Gratuita de St. Vincent, e não houve grupo de controle para comparação. Isso foi necessário porque pacientes que não tinham seguro tinham poucas alternativas de cuidados. Aqueles que se qualificaram para o programa eram não segurados, tinham sido internados por insuficiência cardíaca e estavam dispostos a participar.
Os pacientes foram oferecidos o programa se tivessem alta do hospital entre 4 de janeiro de 2021 e 23 de dezembro de 2021. A inscrição aconteceu durante a primeira visita do paciente à clínica. O principal objetivo era checar os sinais vitais dos pacientes e a adesão à medicação duas vezes por semana durante 60 dias.
Detalhes do Programa
Ao receber alta, os pacientes foram agendados para receber cuidados na clínica todas as quartas e sábados. Com base na avaliação do médico, aqueles considerados "de baixo risco" poderiam reduzir as visitas para uma vez por semana após 30 dias. Os pacientes também foram avaliados para necessidades sociais e receberam medicamentos gratuitos, comida e transporte quando necessário.
Durante a primeira visita, os pacientes passaram por uma avaliação médica completa, e os médicos iniciaram o tratamento com base em diretrizes conhecidas por ajudar na insuficiência cardíaca. Os pacientes receberam medicamentos, e seus sinais vitais foram monitorados em cada visita. Se surgissem problemas de saúde, o clínico responsável era informado imediatamente. O programa também conectou os pacientes a outros serviços de saúde necessários, como nutrição e terapia.
No total, houve atividades específicas planejadas durante o programa, incluindo discussões com um farmacêutico, serviços sociais e enfermeiras. Os pacientes receberam uma avaliação de saída após quatro semanas para verificar seu progresso.
Coleta de Dados
Informações sobre os pacientes foram coletadas no início do programa, incluindo idade, sexo, raça e qualquer problema de saúde subjacente. Outros dados importantes incluíram exames laboratoriais, capacidade funcional e condições de saúde anteriores. O objetivo era ver se a participação no programa levou a menos readmissões em até 30 dias após a alta.
Os pesquisadores registraram quantos pacientes participaram do programa e quantos retornaram ao hospital no primeiro mês após a saída. Eles compararam aqueles que participaram do programa com aqueles que não participaram. Foi observado que aqueles que compareceram a mais visitas tinham menos chances de serem readmitidos.
Resultados do Programa
De janeiro a dezembro de 2021, 88 pacientes com insuficiência cardíaca e sem seguro foram internados em hospitais. Desses, 61 foram encaminhados para o programa. Um número significativo desses pacientes se envolveu com o programa, com quase 80% comparecendo a pelo menos duas visitas.
O número médio de visitas para os que se inscreveram foi de cerca de 8,3. Apesar de serem mais jovens do que os típicos pacientes com insuficiência cardíaca, os indivíduos inscritos tinham problemas de saúde sérios, com muitos mostrando sinais de doença avançada. Além disso, muitos relataram enfrentar dificuldades relacionadas à comida e transporte.
Ao analisar as taxas de readmissão, no geral, 13,6% dos pacientes foram readmitidos em até 30 dias. No entanto, apenas 8,5% dos pacientes inscritos enfrentaram readmissão nesse período, comparado a 33,3% que não se inscreveram. Os achados indicaram que a participação no programa reduziu significativamente as chances de ser readmitido.
Conclusão
O programa mostra potencial para ajudar pacientes não segurados com insuficiência cardíaca. Ele fornece os cuidados médicos e o apoio necessários para uma população que muitas vezes enfrenta dificuldades para acessar esses recursos. Os resultados sugerem que um programa ambulatorial bem estruturado e intensivo poderia levar a menos readmissões hospitalares para esses indivíduos vulneráveis.
Embora esse programa piloto tenha sido bem-sucedido em alguns aspectos, mais pesquisas são necessárias para entender completamente sua eficácia. Ainda há questões sobre se o programa pode funcionar para diferentes grupos de pacientes com insuficiência cardíaca, especialmente aqueles com fração de ejeção preservada.
Em resumo, a insuficiência cardíaca é um problema sério de saúde que afeta significativamente os pacientes sem seguro. Este programa é um passo positivo para melhorar o atendimento a esses indivíduos e pode servir como modelo para iniciativas semelhantes no futuro.
Título: The St. Vincent's Congestive Heart Failure Comprehensive Care Clinic: A Community-Based Intervention and Analysis
Resumo: IntroductionHeart Failure disease management clinics have been historically successful in reducing complications, but little has been done in uninsured settings. MethodsThis is a pilot program for uninsured HF patients following a recent hospitalization. Uninsured patients were offered enrollment in the disease management clinic during or immediately following hospitalization for a primary HF diagnosis at our institution during 2021. The program included twice-weekly visits with interprofessional support. Patients were scheduled 16 visits (2 months of follow-up) post-hospitalization. Patients who attended two visits were considered enrolled. ResultsOf 59 patients referred, 47(80%) were enrolled. Just four patients (8.5%,95%CI:2.5%,20.5%) were readmitted at 30 days, while four of twelve (33%,95%CI:13.6%,61.2%) were readmitted at 30 days in those who did not enroll. Program participants were readmitted significantly less frequently than national readmission rate estimates (23%,p=0.02). ConclusionThe CHFC3 program is feasible and holds promise for materially reducing 30-day readmissions for HF complications in the uninsured.
Autores: John Wiiam Davis, F. Ditmars, G. Manno, J. Reisler, J. Moran, N. M. Farr, K. Chatila, W. Khalife, R. D. Thomas
Última atualização: 2023-06-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.12.23.22283823
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.12.23.22283823.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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