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Nova Esperança para Tratamento da Doença de Stargardt

Pesquisas mostram técnicas avançadas de edição genética pra combater a doença de Stargardt.

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Lutando contra a DoençaLutando contra a Doençade Stargardtsoluções para a perda de visão.A edição genética oferece novas
Índice

A doença de Stargardt é um tipo de problema ocular que geralmente começa na infância ou na juventude. Ela causa problemas de visão e pode levar à cegueira. Essa doença é causada por alterações em um gene específico chamado ABCA4. Esse gene é importante para remover certas substâncias prejudiciais das células do olho. Quando o gene ABCA4 não funciona direito, substâncias tóxicas se acumulam, levando a danos nas células que processam a luz. Como resultado, pessoas com a doença de Stargardt podem ter perda severa da visão.

Causas da Doença de Stargardt

A principal causa da doença de Stargardt são Mutações no gene ABCA4. Mais de 1.200 mudanças diferentes nesse gene foram ligadas à doença. Essas mudanças podem vir em diferentes formas, como pequenas alterações nas letras do gene (mutações missense) ou mudanças maiores que atrapalham a função do gene (mutações truncantes). Algumas dessas alterações afetam como o gene é spliced, que é um processo que ajuda a produzir a proteína correta que o corpo precisa. Se o splicing não acontece corretamente, a proteína fica defeituosa, levando aos problemas vistos na doença de Stargardt.

Pesquisas e Tratamentos Atuais

Os pesquisadores estão trabalhando em várias estratégias para tratar a doença de Stargardt. Uma das áreas de foco é encontrar maneiras de corrigir os erros de splicing que acontecem devido às mutações do gene ABCA4. O splicing é importante porque determina como os genes são expressos no corpo. Quando o splicing dá errado, as proteínas são feitas de forma incorreta, o que pode levar a doenças.

Tecnologia CRISPR na Edição Genética

Um método promissor para corrigir erros de splicing é uma tecnologia chamada CRISPR-Cas. Esse sistema pode ser projetado para atingir e cortar certas partes do DNA ou RNA. Enquanto os métodos tradicionais do CRISPR editam o DNA, versões mais novas podem trabalhar com RNA. Como o RNA é temporário e não muda o material genético de forma permanente, esse tipo de CRISPR pode ser mais seguro para tratamentos.

Por exemplo, os pesquisadores testaram sistemas de CRISPR que visam o RNA, o que pode potencialmente corrigir problemas no splicing. Esses sistemas mostraram sucesso em outras condições e poderiam ser adaptados para tratar a doença de Stargardt.

Avanços Recentes em CRISPR para Splicing

Estudos recentes mostraram que sistemas de CRISPR que miram o RNA podem regular o splicing de forma eficaz. Usando esses sistemas, os cientistas conseguiram incluir exons que estavam faltando no produto final de RNA, o que ajuda a produzir uma proteína funcional. Isso foi testado em várias doenças e mostrou resultados promissores.

Em um estudo, os pesquisadores usaram uma versão específica do CRISPR chamada Cas13, que pode mirar RNA. Essa versão foi modificada para torná-la eficaz na modulação do splicing. Ao acoplá-la com fatores que promovem o splicing, os pesquisadores melhoraram sua capacidade de incluir os exons corretos no RNA.

U1 SnRNAs Projetados

Outra estratégia envolve usar formas projetadas de RNA pequeno nuclear U1 (snRNA). O snRNA U1 desempenha um papel crucial em reconhecer os locais de splicing dentro do RNA. Ao projetar o snRNA U1 que visa mutações específicas, os pesquisadores podem promover o splicing correto e ajudar a produzir proteínas funcionais.

Avanços recentes na tecnologia U1 se concentraram em criar versões que miram áreas problemáticas no RNA. Esses snRNAs U1 projetados mostraram sucesso em ambientes laboratoriais para corrigir erros de splicing.

Foco do Estudo: Mutações no Gene ABCA4

Este estudo se concentra em duas mutações específicas no gene ABCA4, c.5461-10T>C e c.4773+3A>G. Essas mutações levam a pular certos exons, resultando na produção de proteínas defeituosas. Os pesquisadores tentaram testar várias técnicas para corrigir o splicing causado por essas mutações.

Testando Diferentes Abordagens

Os pesquisadores testaram vários métodos para ver qual funcionava melhor para promover o splicing correto das variantes do gene ABCA4. Usaram sistemas de CRISPR que miram o RNA, incluindo diferentes proteínas Cas13 e snRNAs U1 projetados.

Resultados dos Sistemas CRISPR que Miram RNA

  1. Sistemas CASFx: Essa abordagem usou versões modificadas do Cas13 para mirar regiões específicas do RNA. Os resultados mostraram que um dos sistemas conseguiu reduzir produtos mal spliced em mais de 50%. No entanto, outro não mostrou eficácia significativa para a segunda mutação.

  2. snRNAs U1 Projetados: Esses foram projetados para mirar áreas específicas no RNA que precisavam de correção. Os resultados indicaram que um dos designs U1 conseguiu reduzir o RNA mal spliced em até 84%, demonstrando seu forte potencial.

Insights sobre a Estrutura da Proteína

Para entender o impacto dessas mutações na função da proteína, os pesquisadores observaram a forma e estrutura esperadas da proteína ABCA4 quando as mutações estavam presentes. Usaram modelos computacionais para prever como a proteína se dobrava. Os resultados indicaram que as mutações levaram a uma dobra incorreta, o que impediria a proteína de funcionar corretamente.

Discussão sobre os Resultados

Os achados deste estudo destacam o potencial de usar sistemas de CRISPR que miram o RNA e snRNAs U1 projetados para corrigir defeitos de splicing no gene ABCA4. Essas abordagens podem abrir novas possibilidades para tratar a doença de Stargardt e possivelmente outros distúrbios genéticos relacionados a erros de splicing.

Este estudo mostra que corrigir erros de splicing não só melhora a função do gene afetado, mas também pode abrir caminho para tratamentos que sejam específicos e eficazes. Enquanto as terapias genéticas tradicionais se concentram em mudar diretamente o DNA, esses novos métodos oferecem uma alternativa mais flexível e potencialmente mais segura.

Direções Futuras na Pesquisa

Daqui pra frente, a pesquisa vai se concentrar em otimizar ainda mais as estratégias que miram RNA e testá-las em modelos animais. O objetivo final é desenvolver terapias que possam ser traduzidas para ambientes clínicos, oferecendo esperança para indivíduos com a doença de Stargardt e condições semelhantes.

Os pesquisadores também vão explorar diferentes métodos para entregar essas terapias na retina, já que isso poderia aumentar significativamente sua eficácia. Além disso, novas tecnologias podem ser desenvolvidas que poderiam melhorar a precisão do targeting de RNA, levando a melhores resultados em aplicações clínicas.

Conclusão

A doença de Stargardt representa um grande desafio devido ao seu impacto na visão e na qualidade de vida. A pesquisa apresentada aqui mostra métodos inovadores para lidar com as questões genéticas subjacentes através de técnicas avançadas de edição genética. Ao focar na correção de defeitos de splicing no gene ABCA4, essas abordagens trazem promessas para futuras terapias que podem mudar a vida das pessoas afetadas por essa condição. Os avanços nos sistemas de CRISPR que miram RNA e snRNAs U1 projetados marcam um passo empolgante rumo ao desenvolvimento de tratamentos eficazes e à ampliação do nosso entendimento sobre distúrbios genéticos relacionados ao splicing.

Fonte original

Título: Using RNA-targeting CRISPR-Cas13 and engineered U1 systems to reduce ABCA4 splice variants in Stargardt disease

Resumo: Dysregulation of the alternative splicing process results in aberrant mRNA transcripts, leading to dysfunctional proteins or nonsense-mediated decay that cause a wide range of mis-splicing diseases. Development of therapeutic strategies to target the alternative splicing process could potentially shift the mRNA splicing from disease isoforms to a normal isoform and restore functional protein. As a proof of concept, we focus on Stargardt disease (STGD1), an autosomal recessive inherited retinal disease caused by biallelic genetic variants in the ABCA4 gene. The splicing variants c.5461-10T>C and c.4773+3A>G in ABCA4 cause the skipping of exon 39-40 and exon 33-34 respectively. In this study, we compared the efficacy of different RNA-targeting systems to modulate these ABCA4 splicing defects, including four CRISPR-Cas13 systems (CASFx-1, CASFx-3, RBFOX1N-dCas13e-C and RBFOX1N-dPspCas13b-C) as well as an engineered U1 system (ExSpeU1). Using a minigene system containing ABCA4 variants in the human retinal pigment epithelium ARPE19, our results show that RBFOX1N-dPspCas13b-C is the best performing CRISPR-Cas system, which enabled up to 80% reduction of the mis-spliced ABCA4 c.5461-10T>C variants and up to 78% reduction of the ABCA4 c.4773+3A>G variants. In comparison, delivery of a single ExSpeU1 was able to effectively reduce the mis-spliced ABCA4 c.4773+3A>G variants by up to 84%. We observed that the effectiveness of CRISPR-based and U1 splicing regulation is strongly dependent on the sgRNA/snRNA targeting sequences, highlighting that optimal sgRNA/snRNA designing is crucial for efficient targeting of mis-spliced transcripts. Overall, our study demonstrated the potential of using RNA-targeting CRISPR-Cas technology and engineered U1 to reduce mis-spliced transcripts for ABCA4, providing an important step to advance the development of gene therapy to treat STGD1.

Autores: Raymond CB Wong, R. H.-C. Liu, D. Urrutia-Cabrera, I. M. Westin, I. Golovleva, G.-S. Liu, S. Kumar, S. McLenachan, F. K. Chen, F.-T. Hsu, T. Edwards, K. R. Martin, A. Cheng

Última atualização: 2024-03-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.08.584155

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.08.584155.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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