Dolutegravir vs. Efavirenz: Um Olhar Mais Próximo
Estudo revela que a adesão é fundamental para pacientes em uso de dolutegravir com viremia.
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Dolutegravir é um tipo de medicamento usado pra tratar o HIV. Ele funciona bloqueando o vírus de fazer cópias dele mesmo. Esse remédio tá se tornando mais comum em países de baixa e média renda, onde muita gente vive com HIV. Estudos mostram que dolutegravir é geralmente mais eficaz e mais fácil de tolerar do que os tratamentos mais antigos, que eram baseados em outra classe de drogas.
Um problema que aparece pra algumas pessoas que usam dolutegravir é a viremia, que significa que ainda tem HIV detectável no sangue delas, mesmo tomando o remédio. Pra algumas pessoas, isso acontece porque elas não estão tomando as doses certinhas. Em áreas onde o teste de Resistência a drogas não é comum, os médicos podem ter dificuldade em gerenciar esses casos de viremia.
Diretrizes Atuais e Desafios
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem diretrizes pra profissionais de saúde sobre como tratar pessoas com HIV que tão enfrentando falha viral. Se alguém tomando medicamentos mais antigos, como efavirenz, tiver dois resultados de Carga Viral alta seguidos, é recomendado que mude pra outra opção de tratamento. No entanto, as diretrizes pra quem tá usando dolutegravir não são tão claras porque não tem dados suficientes sobre quão frequente a resistência a drogas ocorre com esse medicamento.
Dado essa situação, é importante olhar de perto pra quem tá usando dolutegravir e quem tá usando efavirenz pra comparar os resultados de saúde em relação à viremia e resistência a drogas.
Desenho do Estudo
Esse estudo usou dados de um programa chamado POwER, que analisou pacientes com HIV que têm cargas virais detectáveis apesar do tratamento. O POwER aconteceu na África do Sul, onde dolutegravir é recomendado pra tratamento de HIV desde dezembro de 2019. Pacientes com cargas virais altas são aconselhados a receber apoio especial pra ajudar a seguir com os planos de tratamento.
Os participantes do estudo eram adultos acima de 18 anos que estavam usando dolutegravir ou efavirenz e estavam enfrentando viremia. Eles foram inscritos no estudo, receberam apoio e foram testados para cargas virais em intervalos específicos.
Participantes do Estudo
Um total de 80 participantes entrou no estudo entre agosto e março de 2022. A média de idade era em torno de 39 anos, e pouco mais da metade dos participantes eram mulheres. A maioria dos pacientes estava em tratamento há cerca de três anos. Dentre esses participantes, quase metade estava usando efavirenz há mais de três anos, enquanto os outros estavam com dolutegravir há menos de um ano.
No início do estudo, mais pessoas que estavam com efavirenz tinham cargas virais altas comparadas àquelas que estavam com dolutegravir. Enquanto ambos os grupos recebiam a mesma medicação de base, as pessoas usando dolutegravir eram geralmente mais saudáveis em alguns aspectos, como ter melhores contagens de células imunológicas.
Descobertas sobre Viremia e Resistência a Drogas
No começo do estudo, um número significativo de participantes usando efavirenz mostrou que o HIV deles era resistente ao tratamento que estavam fazendo. Em contraste, apenas um pequeno número dos que estavam com dolutegravir mostrou quaisquer sinais de resistência a drogas. Isso sugere que a carga viral alta nos pacientes de efavirenz era muitas vezes devido ao vírus ter se tornado resistente ao medicamento, enquanto aqueles com dolutegravir ainda eram vulneráveis à doença, possivelmente por não tomarem o tratamento regularmente.
Após 12 semanas no estudo, o número de pacientes com cargas virais altas diminuiu substancialmente no grupo de dolutegravir. Apenas uma pequena porcentagem de pacientes de dolutegravir tinha cargas virais altas nesse acompanhamento, em comparação com uma porcentagem muito maior de pacientes de efavirenz. A maioria dos pacientes de efavirenz com cargas virais altas havia desenvolvido resistência aos seus medicamentos, enquanto os pacientes de dolutegravir não mostraram resistência ao remédio.
Resultados Após a Troca de Tratamentos
Depois de 12 semanas, alguns pacientes de efavirenz foram trocados pra tratamentos de segunda linha, que geralmente incluíam outros medicamentos que não tinham sido usados antes. Na hora de um acompanhamento de 24 semanas, alguns participantes foram perdidos nos acompanhamentos, mas entre os que ainda estavam ativos no estudo, aqueles com dolutegravir continuaram a ter um nível maior de supressão viral em comparação com aqueles que mudaram de efavirenz.
Os poucos pacientes de efavirenz que permaneceram com viremia detectável muitas vezes apresentaram resistência aos medicamentos anteriores, enquanto os pacientes de dolutegravir mantiveram boas taxas de resposta com pouca evidência de resistência a drogas.
Conclusão e Implicações
Os resultados desse estudo mostram que entre as pessoas que estão usando dolutegravir, problemas com viremia são principalmente por falta de adesão ao tratamento, em vez de resistência a drogas. Isso é uma descoberta importante que sugere que, quando surgem problemas de tratamento em pacientes de dolutegravir, o foco deve ser em ajudar eles a seguir seus planos de tratamento ao invés de apressar a troca pra terapias alternativas.
Na África do Sul e em regiões semelhantes, onde o teste de resistência a drogas custa caro e não é amplamente disponível, essas descobertas apoiam práticas atuais que priorizam o apoio à adesão. Mais pesquisas são necessárias pra avaliar como a resistência pode se desenvolver ao longo de períodos mais longos entre pacientes usando dolutegravir, mas por agora, a mensagem é clara: ajudar os pacientes a manterem seus medicamentos é crucial pra controlar o HIV.
Áreas para Futuras Pesquisas
Embora esse estudo ofereça insights valiosos, ele também aponta que mais trabalho é necessário pra entender completamente os efeitos a longo prazo do dolutegravir sobre a carga viral e a potencial resistência a drogas. Também destaca a importância de um acompanhamento consistente e monitoramento das pessoas que tomam esse medicamento pra garantir que elas estejam recebendo o melhor cuidado e apoio possível.
Abordar questões de adesão diretamente provavelmente levará a melhores resultados de saúde, e focar em entender a dinâmica do tratamento em populações diversas ajudará os profissionais de saúde a desenvolverem estratégias melhores para o manejo do HIV em países de baixa e média renda.
Título: Viraemia and HIV drug resistance among people receiving dolutegravir versus efavirenz-based first-line antiretroviral therapy
Resumo: Limited data exists to inform management of viraemia among people receiving dolutegravir-based first-line ART in low- and middle-income countries. Among South-Africans with viraemia [≥]1000copies/mL receiving dolutegravir (n=43) and efavirenz (n=37), we found no dolutegravir resistance, but high efavirenz resistance (66.7%). 12-week resuppression was higher with dolutegravir (85%) versus efavirenz (38%).
Autores: Jienchi Dorward, Y. Sookrajh, R. J. Lessells, E. Bulo, N. Bodley, L. Singh, P. Moodley, N. Samsunder, P. K. Drain, G. Hayward, C. C. Butler, N. Garrett
Última atualização: 2023-06-19 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.16.23291523
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.16.23291523.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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