Medindo a Adesão ao Tratamento de HIV
Estudo compara testes de urina e sangue para acompanhar a adesão ao tratamento de HIV.
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Índice
Monitorar como as pessoas com HIV seguem o tratamento é super importante pra saúde delas. A terapia antirretroviral (ART) ajuda a controlar o vírus, e muita gente toma um remédio específico chamado Tenofovir disoproxil fumarato (TDF), geralmente em combinação com outros medicamentos. Esse tratamento é bem comum em países de baixa e média renda. Pra garantir que o tratamento tá funcionando direitinho, a gente precisa saber se a galera tá tomando a medicação como foi prescrita. Por isso, medir os níveis de tenofovir pode ajudar a identificar quem pode não estar seguindo o plano de tratamento.
Como o TDF Funciona
O TDF é convertido dentro do corpo em outra forma chamada tenofovir, que depois se transforma em tenofovir difosfato (TFV-DP). Testes de urina podem mostrar quanto de tenofovir tá sendo excretado, dando uma ideia de aderência no curto prazo. Isso porque o tenofovir fica no corpo por um tempo curto, cerca de 12 a 15 horas. Por outro lado, o TFV-DP se acumula nas células vermelhas do sangue e permanece muito mais tempo, até 17 dias, então é útil pra avaliar a aderência no médio prazo.
Pesquisas mostraram que medir essas substâncias na urina e no sangue pode se correlacionar com o quão bem o vírus tá controlado em pessoas que fazem ART. Porém, nenhum estudo comparou diretamente os dois métodos de medição ou definiu diretrizes claras sobre quais níveis indicam boa aderência e supressão viral eficaz.
O Foco do Nosso Estudo
Nosso estudo teve como objetivo comparar a relação entre os níveis de tenofovir na urina e os níveis de TFV-DP no sangue com a quantidade de vírus presente em pessoas que tomavam ART baseada em Dolutegravir ou efavirenz. A gente queria ver qual medição previa melhor se os indivíduos tinham Carga Viral alta ou baixa. Também buscamos encontrar limites ideais para os testes de urina e sangue pra ajudar a detectar altos níveis do vírus.
Pra isso, analisamos dados de participantes de um estudo sobre teste rápido de carga viral do HIV. Incluímos pessoas que estavam tomando TDF como parte do tratamento de primeira linha e que tinham tido uma carga viral alta recentemente antes de entrar no estudo. Todos os participantes deram relatos sobre como estavam seguindo o tratamento, e coletamos amostras de urina, sangue e plasma pra análise posterior.
Testes e Análise
Pra medir os níveis de tenofovir na urina e no sangue, usamos um método chamado cromatografia líquida com espectrometria de massa. Também medimos a carga viral usando uma ferramenta de teste especializada e fizemos testes adicionais pra checar se havia resistência a medicamentos.
Usamos modelos estatísticos pra ver como as medições de urina e sangue se relacionavam com a carga viral dos participantes. Dividimos a análise com base em se os participantes estavam tomando dolutegravir ou efavirenz pra ver se havia diferenças na aderência.
Participantes e Resultados
Entre agosto de 2020 e março de 2022, inscrevemos 124 participantes. A maioria eram mulheres, e a idade média era em torno de 39 anos. Uma parte significativa relatou que havia perdido doses recentemente, sugerindo níveis variados de aderência. Descobrimos alguns problemas técnicos com os testes que afetaram várias medições iniciais de carga viral, o que não impactou nossa análise, mas significou que mais participantes tinham cargas virais mais baixas do que esperávamos.
No total, 35,5% dos participantes tinham cargas virais maiores que 1000 cópias/mL no início do estudo, indicando que não estavam bem controlados. Entre os que passaram por testes de resistência a medicamentos, uma alta porcentagem mostrou mutações que poderiam afetar seu tratamento. Notavelmente, havia um contraste grande na resistência entre os que usavam efavirenz (com a maioria mostrando resistência) e os que usavam dolutegravir (com muito poucos mostrando resistência).
Quando olhamos os níveis de tenofovir, vimos que concentrações mais altas na urina e no sangue estavam ligadas a cargas virais mais baixas. Isso sugere que uma Adesão maior ao tratamento leva a um melhor controle do vírus. Porém, a relação foi mais forte pra quem estava tomando dolutegravir, provavelmente por conta das baixas taxas de resistência a medicamentos nesse grupo.
Comparando Medições de Urina e Sangue
A gente também avaliou o quão bem os testes de urina e sangue podiam prever as cargas virais. Embora ambos os testes mostrassem alguma capacidade de indicar a presença do vírus, o teste de sangue (TFV-DP) geralmente foi melhor que o teste de urina (tenofovir). Pra quem tava tomando dolutegravir, o teste de sangue teve uma capacidade preditiva muito boa, enquanto o teste de urina foi menos eficaz.
Usando pontos de corte específicos, encontramos que pra pessoas usando dolutegravir, um nível de tenofovir na urina de 3495 ng/mL estava associado a uma boa sensibilidade e especificidade em prever altas cargas virais. Da mesma forma, uma concentração de TFV-DP de 483 fmol/punch também podia prever efetivamente cargas virais elevadas.
Aderência Autorreferida
A gente também olhou como as doses perdidas autorreferidas se relacionavam com os níveis de tenofovir na urina e no sangue. Aqueles que relataram perder doses mostraram níveis mais baixos de tenofovir e TFV-DP, reforçando a relação entre adesão e controle viral.
Conclusão
Esse estudo destaca a importância de medir a adesão ao medicamento em pessoas com HIV. A gente descobriu que tanto os níveis de tenofovir na urina quanto os de TFV-DP no sangue se correlacionaram negativamente com as cargas virais, com uma ligação mais forte observada com dolutegravir em comparação ao efavirenz. O teste de sangue geralmente superou o teste de urina em prever cargas virais, indicando que ele poderia ser uma ferramenta melhor pra monitorar a adesão.
Os resultados estão alinhados com pesquisas anteriores sobre a eficácia de testes de sangue em medir a adesão e sua correlação com a supressão viral. Embora nosso estudo seja limitado por um tamanho de amostra menor, ele traz insights valiosos que podem ajudar a melhorar as práticas de monitoramento da adesão.
À medida que o dolutegravir se torna mais amplamente utilizado, desenvolver métodos de teste simples e econômicos para TFV-DP poderia aprimorar ainda mais nossa capacidade de monitorar a adesão ao tratamento e melhorar os resultados de saúde em pessoas vivendo com HIV.
Título: Urine tenofovir and dried blood spot tenofovir diphosphate concentrations and viraemia in people taking efavirenz and dolutegravir based antiretroviral therapy
Resumo: ObjectiveWe aimed to determine whether urine tenofovir (TFV) and dried blood spot (DBS) tenofovir diphosphate (TFV-DP) concentrations are associated with concurrent HIV viraemia. DesignCross-sectional study among people with HIV (PWH) receiving tenofovir disoproxil fumarate (TDF)-based antiretroviral therapy (ART). MethodsWe used dual tandem liquid chromatography and mass spectrometry to measure urine TFV and DBS TFV-DP concentrations, and evaluated their associations with concurrent viraemia [≥] 1000 copies/mL using logistic regression models. In exploratory analyses, we used receiver operating curves to estimate optimal urine TFV and DBS TFV-DP thresholds to predict concurrent viraemia. ResultsAmong 124 participants, 68 (54.8%) were women, median age was 39 years (interquartile range [IQR] 34-45) and 74 (59.7%) were receiving efavirenz versus 50 (40.3%) receiving dolutegravir. Higher concentrations of urine TFV (1000 ng/mL increase, odds ratio [OR] 0.97 95%CI 0.94-0.99, p=0.005) and DBS TFV-DP (100 fmol/punch increase, OR 0.76, 95%CI 0.67-0.86, p
Autores: Jienchi Dorward, K. Govender, P. Moodley, R. J. Lessells, N. Samsunder, Y. Sookrajh, T. Fanshawe, P. Turner, C. Butler, P. K. Drain, G. Hayward, N. Garrett
Última atualização: 2023-09-28 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.27.23296217
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.27.23296217.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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