O Papel do CDK12 na Progressão do Câncer
O impacto do CDK12 na biologia do câncer e nas estratégias de tratamento tá ganhando destaque.
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Índice
As quinases dependentes de ciclina (CDKs) são proteínas importantes nas nossas células que ajudam a controlar o ciclo celular e a expressão gênica. Existem dois tipos principais de CDKs. O primeiro grupo, chamado de CDKs regulatórias do ciclo celular, inclui CDK4 e CDK6, que ajudam as células a progredir no ciclo de crescimento e divisão. O segundo grupo é conhecido como CDKs transcricionais, que inclui CDK7, CDK8, CDK9, CDK12 e CDK13. Essas proteínas estão envolvidas na regulação de como os genes são expressos.
CDK12 é um membro desse segundo grupo e é conhecido por se ligar ao DNA em áreas que contêm instruções para fazer proteínas. Quando CDK12 se liga ao seu parceiro, a ciclina K, ele modifica outra proteína chamada RNA polimerase II, que é necessária para fazer RNA a partir do DNA. Essa mudança permite que outras proteínas que ajudam no processo de fazer genes mais longos sejam recrutadas. CDK12 também está envolvido em gerenciar como os genes são emendados e processados. Ele desempenha um papel crítico no controle de genes que ajudam a responder a danos no DNA.
Estudos mostraram que quando CDK12 é alvo em diferentes sistemas, ele atua como um regulador chave de genes que ajudam a célula a responder a danos no DNA. A perda de CDK12 pode reduzir a formação de certas estruturas proteicas necessárias para responder a tais danos, resultando em mudanças que podem afetar o crescimento celular.
CDK13 e Sua Relação com CDK12
CDK13 é parecido com CDK12 e compartilha um alto grau de semelhança em estrutura e função. Ele também interage com a ciclina K para realizar tarefas semelhantes. Quando os pesquisadores analisaram as mudanças na expressão gênica em células cancerosas do cólon com níveis reduzidos de CDK12 ou CDK13, eles encontraram uma sobreposição significativa nos genes afetados. Usando técnicas avançadas, os cientistas conseguiram criar linhagens de células cancerosas onde podem inibir CDK12, CDK13 ou ambos, revelando que bloquear ambas as quinases juntas leva a uma redução maior em processos celulares importantes em comparação com bloqueá-las individualmente.
Além disso, CDK12 e CDK13 foram ligados a vários tipos de Câncer, incluindo cânceres de ovário e próstata, onde mutações bialélicas (ambas as cópias afetadas) em CDK12 foram encontradas. Essas mutações são particularmente comuns em certos subtipos desses cânceres e frequentemente resultam em um padrão diferente de comportamento tumoral em comparação com aqueles impulsionados por outras mudanças genéticas.
A Importância de CDK12 na Progressão do Câncer
Pesquisas recentes destacaram o papel que CDK12 desempenha no câncer. Em diversos estudos, mutações em CDK12 foram identificadas em diferentes tipos de câncer, sugerindo que ele pode atuar como um gene supressor de tumor. Isso significa que quando CDK12 não funciona corretamente, as células podem ter uma chance maior de se tornarem cancerosas.
Por exemplo, em cânceres ovarianos serosos, um subtipo onde a instabilidade genômica é frequentemente observada, a perda de CDK12 é encontrada em cerca de 4% dos casos. No câncer de próstata, mutações em CDK12 foram notadas em um subconjunto de amostras, indicando que essas mutações podem ser enriquecidas em formas mais agressivas da doença. De fato, tumores com mutações em CDK12 mostraram se comportar de maneira diferente em comparação com aqueles com mutações em outros genes envolvidos na reparação do DNA.
Em estudos envolvendo câncer de próstata, encontrar mutações em CDK12 foi associado a alterações na resposta imunológica, particularmente a presença de células T no ambiente tumoral, destacando o potencial para entender como esses tumores podem responder a tratamentos.
Investigando a Função de CDK12 em Modelos de Camundongo
Para explorar o papel específico de CDK12 no câncer de próstata, os pesquisadores desenvolveram modelos de camundongo onde CDK12 foi removido especificamente das células epiteliais da próstata. Eles notaram que essa perda induziu várias mudanças preneoplásicas, que são sinais precoces de que um tumor pode se desenvolver. Camundongos jovens não mostraram mudanças significativas, mas à medida que envelheceram, a perda de CDK12 levou a alterações notáveis na estrutura do tecido prostático.
Esses camundongos exibiram sinais de hiperplasia, onde as células crescem excessivamente, e outras características atípicas. Os pesquisadores tomaram medidas para reduzir a variabilidade genética criando uma linhagem pura de camundongos knockout de CDK12. Nesse modelo, mudanças mais significativas foram notadas no tecido prostático, incluindo a presença de neoplasia intraepitelial prostática de alto grau, que indica um maior risco de desenvolvimento de câncer.
Experimentos adicionais focaram em derivar organoides-versões em miniatura de órgãos-das células prostáticas dos camundongos. Os organoides feitos a partir de células knockout de CDK12 mostraram características anormais, como estruturas celulares desorganizadas e menor responsividade a hormônios como a testosterona.
Resposta Imune e Perda de CDK12
A perda de CDK12 não só teve implicações estruturais para as células, mas também influenciou a resposta imunológica dentro dos tumores. No modelo de camundongo, áreas ao redor das lesões tumorais foram encontradas cheias de várias células imunes, principalmente células T. Essa observação espelha descobertas em tumores humanos com mutações em CDK12, sugerindo que a resposta do sistema imunológico a essas células tumorais desempenha um papel significativo em como elas se desenvolvem.
Para entender melhor essas respostas imunes, os pesquisadores avaliaram as características dos tumores derivados de células knockout de CDK12. Os tumores demonstraram uma presença proeminente de células T em comparação com outros tipos de células imunes, indicando que a perda de CDK12 pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de reconhecer e infiltrar essas células tumorais.
CDK13 e Sensibilidade a Inibidores
Dado que CDK12 compartilha semelhanças funcionais com CDK13, os cientistas investigaram como a ausência de CDK12 poderia afetar a sensibilidade a tratamentos que visam CDK13. Eles descobriram que células que não têm CDK12 eram especialmente sensíveis à inibição de CDK13. Essa resposta destaca o potencial para estratégias terapêuticas que se concentram em CDK13 no contexto de mutações em CDK12.
Em estudos de laboratório, quando CDK12 foi inibido, as células tumorais resultantes mostraram uma vulnerabilidade aumentada a compostos projetados para direcionar CDK13. Isso indica um possível caminho para desenvolver novos tratamentos voltados especificamente para tumores com mutações em CDK12.
Implicações para Estratégias de Tratamento
As descobertas sobre CDK12 e CDK13 têm implicações importantes sobre como certos cânceres podem ser tratados no futuro. Ao entender a relação funcional entre essas quinases e seus papéis na progressão do câncer, os pesquisadores podem explorar o desenvolvimento de medicamentos que direcionem seletivamente essas proteínas, particularmente em casos onde CDK12 não está funcionando.
A identificação de uma sensibilidade acentuada a inibidores de CDK13 apresenta uma via promissora para terapia, especialmente à medida que a compreensão do papel de CDK12 como gene supressor de tumor continua a crescer. A esperança é aproveitar esse conhecimento em contextos clínicos, particularmente para pacientes com câncer de próstata avançado marcado por mutações em CDK12.
Conclusão
As evidências acumuladas nos últimos anos colocam CDK12 firmemente em destaque como um jogador significativo no desenvolvimento do câncer de próstata. Ao funcionar como um gene supressor de tumor, sua perda leva a mudanças que não apenas promovem a progressão do câncer, mas também alteram a paisagem imunológica dos tumores.
Explorar mais sobre CDK12 e sua relação com proteínas relacionadas como CDK13 abre caminho para estratégias de tratamento inovadoras que podem melhorar os resultados para os pacientes. À medida que a pesquisa continua, o objetivo será traduzir essas descobertas em terapias tangíveis que efetivamente visem tumores com mutações em CDK12, melhorando, em última análise, a qualidade do atendimento para aqueles afetados por essas formas agressivas de câncer.
Título: CDK12 Loss Promotes Prostate Cancer Development While Exposing Vulnerabilities to Paralog-Based Synthetic Lethality
Resumo: Biallelic loss of cyclin-dependent kinase 12 (CDK12) defines a unique molecular subtype of metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC). It remains unclear, however, whether CDK12 loss per se is sufficient to drive prostate cancer development--either alone, or in the context of other genetic alterations--and whether CDK12-mutant tumors exhibit sensitivity to specific pharmacotherapies. Here, we demonstrate that tissue-specific Cdk12 ablation is sufficient to induce preneoplastic lesions and robust T cell infiltration in the mouse prostate. Allograft-based CRISPR screening demonstrated that Cdk12 loss is positively associated with Trp53 inactivation but negatively associated with Pten inactivation--akin to what is observed in human mCRPC. Consistent with this, ablation of Cdk12 in prostate organoids with concurrent Trp53 loss promotes their proliferation and ability to form tumors in mice, while Cdk12 knockout in the Pten-null prostate cancer mouse model abrogates tumor growth. Bigenic Cdk12 and Trp53 loss allografts represent a new syngeneic model for the study of androgen receptor (AR)-positive, luminal prostate cancer. Notably, Cdk12/Trp53 loss prostate tumors are sensitive to immune checkpoint blockade. Cdk12-null organoids (either with or without Trp53 co-ablation) and patient-derived xenografts from tumors with CDK12 inactivation are highly sensitive to inhibition or degradation of its paralog kinase, CDK13. Together, these data identify CDK12 as a bona fide tumor suppressor gene with impact on tumor progression and lends support to paralog-based synthetic lethality as a promising strategy for treating CDK12-mutant mCRPC.
Autores: Arul M. Chinnaiyan, J. C.-Y. Tien, Y. Chang, Y. Zhang, J. Chou, Y. Cheng, X. Wang, J. Yang, R. Mannan, P. Shah, X.-M. Wang, A. J. Todd, S. Eyunni, C. Cheng, R. J. Rebernick, L. Xiao, Y. Bao, J. Neiswender, R. Brough, S. J. Pettitt, X. Cao, S. J. Miner, L. Zhou, Y.-M. Wu, E. Labanca, Y. Wang, A. Parolia, M. Cieslik, D. R. Robinson, Z. Wang, F. Y. Feng, C. J. Lord, K. Ding
Última atualização: 2024-03-21 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.20.585990
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.20.585990.full.pdf
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