Informações e Aceitação da Vacina COVID-19 em Maláwi
Estudo revela impacto da informação nas taxas de vacinação no Malawi diante dos desafios da desinformação.
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Índice
- Design e Local da Pesquisa
- Tópicos e Questões da Pesquisa
- Coleta de Dados
- Análise de Dados
- Exposição à Informação sobre a Vacina contra COVID-19
- Fontes de Informação Mais Confiáveis
- Exposição à Informação e Tomada da Vacina
- Exposição à Desinformação sobre COVID-19
- Associação entre Desinformação e Tomada da Vacina
- Conclusões
- Fonte original
Durante crises de saúde, a informação é super importante pra como as pessoas veem as medidas de saúde e como agem. A pandemia de COVID-19 trouxe um montão de informações, verdadeiras e falsas, sobre o vírus e as vacinas. Essa enxurrada de informações foi chamada de "infodemia" pela Organização Mundial da Saúde. A Desinformação sobre vacinas pode fazer com que as pessoas fiquem com pé atrás na hora de se vacinar. Durante a pandemia, a desinformação sobre vacinas se espalhou rápido e foi ligada a menos pessoas querendo se vacinar.
Mesmo dois anos depois que a vacina contra COVID-19 ficou amplamente disponível, muita gente em países de baixa renda não tomou a vacina. Em lugares como o Malaui, entender a informação que as pessoas recebem sobre a COVID-19 e como isso afeta as taxas de vacinação ainda é confuso. No Malaui, um país no sudeste da África, só cerca de um em cada quatro pessoas tomou a vacina contra a COVID-19. Mal-entendidos e teorias de conspiração sobre a vacina são comuns por lá.
A maior parte das pesquisas sobre a "infodemia" da COVID-19 vê como a informação se espalha online. Mas não tá claro se a internet é a principal fonte de informações sobre COVID-19 em países de baixa renda. Com o uso da tecnologia crescendo em lugares como o Malaui, é importante entender como isso afeta a troca de informações durante crises de saúde. Saber que tipo de informação as pessoas recebem, de onde vem, e como isso afeta suas decisões pode ajudar a melhorar a promoção da vacina em áreas com baixa taxa de vacinação.
Pra isso, foi feita uma pesquisa pra juntar informações sobre o ambiente em torno da COVID-19 e das vacinas no Malaui. A pesquisa queria ver como a exposição das pessoas a diferentes tipos de informação se relaciona com suas taxas de vacinação.
Design e Local da Pesquisa
A pesquisa aconteceu em 32 unidades de saúde no Malaui que eram apoiadas por uma ONG. Essas unidades foram escolhidas pra incluir diferentes tipos de atendimento em áreas urbanas, peri-urbanas e rurais ao longo do Malaui. Adultos com 18 anos ou mais que visitaram essas unidades para atendimento ambulatorial ou outros serviços durante o período em que as vacinas contra COVID-19 estavam disponíveis foram convidados a participar.
Os participantes foram selecionados de forma sistemática, chamando cada segunda pessoa na fila pra entrar na pesquisa.
Tópicos e Questões da Pesquisa
A pesquisa incluiu perguntas sobre se os participantes tinham recebido informações sobre vacinas de várias fontes, e se sim, se essa informação era positiva, negativa ou neutra. Também foi perguntado se estavam cientes de dez teorias de conspiração comuns sobre COVID-19 e as vacinas e se acreditavam nelas.
A pesquisa investigou as experiências pessoais dos participantes com a COVID-19 e a vacina, incluindo detalhes sobre seu status vacinal. A pesquisa foi criada em inglês e traduzida para o Chichewa, a língua local. Foi revisada pra garantir que estava clara e compreensível.
Os participantes foram perguntados se ouviram informações sobre vacinas de várias fontes como jornais, rádio, profissionais de saúde, líderes comunitários, família e redes sociais. As informações foram contadas pra ver quantas fontes cada pessoa reportou.
O tom da informação foi classificado como positiva, mista ou negativa. Os participantes também indicaram em quem mais confiavam pra conselhos sobre a vacina.
Tomar a vacina foi definido como se a pessoa tinha recebido pelo menos uma dose de qualquer vacina contra COVID-19.
Coleta de Dados
A pesquisa foi feita cara a cara por assistentes de pesquisa treinados em áreas privadas das unidades de saúde. Os participantes deram consentimento verbal para o estudo, e suas respostas foram gravadas usando uma plataforma digital de coleta de dados. Cada participante recebeu uma pequena compensação pelo seu tempo.
Os dados foram coletados entre maio e junho de 2022, quando todos os adultos no Malaui eram elegíveis pra receber a vacina contra COVID-19. O estudo recebeu aprovação ética dos comitês de saúde relevantes.
Análise de Dados
A análise olhou as características dos participantes, a exposição à informação da vacina contra COVID-19 e crenças sobre teorias de conspiração. Vários testes estatísticos foram usados pra examinar as relações entre os dados e diferentes fatores sociodemográficos. O estudo analisou se a exposição à informação e crença em teorias de conspiração estavam ligadas à probabilidade de se vacinar.
Um total de 944 pessoas foram abordadas para a pesquisa, e 895 completaram. Cerca de 43% dos participantes relataram ter recebido pelo menos uma dose da vacina contra COVID-19. A maioria dos respondentes era mulher, casada e morava em áreas rurais.
Exposição à Informação sobre a Vacina contra COVID-19
Quase todos os respondentes ouviram informações sobre a vacina de pelo menos uma fonte. Em média, os respondentes relataram exposição a cerca de sete diferentes fontes de informação. As fontes mais comuns incluíam amigos, trabalhadores de saúde e rádio. Muito poucos relataram ter ouvido informações de praticantes de medicina tradicional ou redes sociais.
Homens, moradores de áreas urbanas e pessoas com mais educação relataram ter ouvido mais informações sobre vacinas em comparação a mulheres, moradores de áreas rurais e aqueles com menos educação.
A maior parte da informação de fontes confiáveis como profissionais de saúde foi vista de forma positiva, enquanto informações de redes sociais eram muitas vezes consideradas negativas. Mulheres tendiam a ver uma maior parte de suas fontes como negativas em comparação aos homens, e respondentes menos educados viam menos fontes como negativas.
Fontes de Informação Mais Confiáveis
Quando perguntados em quem mais confiavam pra conselhos sobre a vacina contra COVID-19, 69% dos respondentes escolheram profissionais de saúde, seguidos por agentes de saúde comunitários. Muito poucos confiavam em amigos, familiares ou celebridades. Indivíduos não vacinados tendiam a confiar mais em membros da família ou líderes religiosos do que aqueles que foram vacinados.
Exposição à Informação e Tomada da Vacina
Respondentes que receberam informações de mais fontes eram mais propensos a se vacinar. Cada fonte adicional de informação aumentou as chances de vacinação em cerca de 9%. Isso foi particularmente verdadeiro para homens, pessoas mais velhas, pessoas vivendo com HIV e aqueles com maior educação.
Ao controlar outros fatores como gênero e educação, a conexão entre o número de fontes de informação e a tomada da vacina ainda se manteve. Participantes que relataram mais informações positivas também eram mais propensos a se vacinar.
Exposição à Desinformação sobre COVID-19
Os participantes relataram ter ouvido sobre uma média de cinco das dez teorias de conspiração comuns relacionadas à COVID-19. As teorias de conspiração mais frequentemente ouvidas incluíam crenças de que o vírus era uma farsa e que sua propagação era um plano pra reduzir a população global.
Homens, aqueles com mais educação e moradores urbanos relataram ter ouvido mais teorias de conspiração. Embora a maioria dos participantes não acreditasse que alguma das teorias de conspiração fosse verdadeira, indivíduos mais jovens e mais educados tendiam a endossar mais mitos.
As teorias de conspiração mais acreditadas incluíam alegações sobre exagero do governo em mortes por COVID-19 e que grandes empresas farmacêuticas criaram a COVID-19 pra lucro.
Associação entre Desinformação e Tomada da Vacina
Ouvir mais teorias de conspiração estava ligado a chances aumentadas de se vacinar, enquanto acreditar nessas teorias estava ligado a chances diminuídas. Pessoas que acreditavam que vacinas poderiam mudar o DNA tinham as menores chances de se vacinar.
Conclusões
A pesquisa destaca como a exposição a diferentes fontes de informação sobre COVID-19 e vacinas afeta o comportamento vacinal no Malaui. Os respondentes quase sempre ouviram informações de fontes confiáveis, e informações positivas estavam fortemente associadas a taxas de vacinação mais altas. A pesquisa também mostrou que, embora a desinformação sobre as vacinas não fosse amplamente endossada, ainda tinha um efeito no comportamento vacinal.
As descobertas sugerem a necessidade de estratégias de comunicação personalizadas que promovam informações positivas sobre vacinas através de fontes confiáveis, focando em populações menos expostas. Monitorar de perto a desinformação é essencial pra combater crenças negativas sobre vacinas.
Esse estudo contribui com percepções valiosas sobre como os ambientes de informação locais podem influenciar comportamentos de saúde durante crises de saúde pública na África Subsaariana. Mais esforço é necessário pra desenvolver estratégias eficazes pra informar e educar comunidades sobre vacinas e combater a desinformação.
Título: COVID-19 vaccine information, misinformation, and vaccine uptake in Malawi.
Resumo: BackgroundCOVID-19 vaccine information - including source, content, and tone - may be an important determinant of vaccination, but this dynamic is not well-understood in low-income countries where COVID-19 vaccine uptake remains low. We assessed the COVID-19 vaccine information environment in Malawi, and its correlation with vaccine uptake. MethodsA survey was administered among 895 adult ([≥]18 years) clients at 32 Malawian health facilities in mid-2022. Respondents reported their COVID-19 vaccination history, exposure to information about the COVID-19 vaccine from different sources and its tone (positive, negative, or neutral/factual), and whether they had heard of and believed in ten COVID-19 and COVID-19 vaccine conspiracy theories. We described the COVID-19 vaccine information environment in Malawi and used logistic regression analyses to assess the association of exposure to information sources and conspiracy theories with uptake of the COVID-19 vaccine. ResultsRespondents had received information about the COVID-19 vaccine most commonly from friends and neighbors, healthcare workers, and radio (each reported by >90%). Men, urban residents, and respondents with a higher education level were exposed to more COVID-19 vaccine information sources. COVID-19 vaccine uptake was positively associated with exposure to a greater number of COVID-19 vaccine information sources (aOR 1.09, 95% CI 1.03-1.15), and more positive information (aOR 4.33, 95% CI 2.17-8.64) - and was negatively associated with believing COVID-19 vaccine conspiracy theories to be true (OR 0.76, 95% CI 0.68-0.87). ConclusionsMalawian adults were exposed to a variety of COVID-19 vaccine information sources, with less access to information among women, rural residents, and people with lower educational attainment. Exposure to misinformation was common, though infrequently believed. Vaccination was associated with exposure to high number of COVID-19 vaccine information sources, exposure to positive vaccine information and endorsing fewer conspiracy theories. Vaccination programs should disseminate communication with positive messaging, through multiple information sources, prioritizing the less exposed groups we identified.
Autores: John Songo, H. S. Whitehead, K. Phiri, P. Kalande, E. Lungu, S. Phiri, J. J. van Oosterhout, A. Moses, R. M. Hoffman, C. Moucheraud
Última atualização: 2023-07-16 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.14.23292688
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.14.23292688.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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