Entendendo as Lacunas na Medicação em FA e HF
Estudo revela baixo uso de medicação entre pacientes com fibrilação atrial e insuficiência cardíaca.
― 6 min ler
Índice
A fibrilação auricular (FA) e a Insuficiência Cardíaca (IC) são dois problemas cardíacos bem comuns que costumam rolar juntos. Mais de 30% da galera com FA também tem IC, e mais de 25% dos que têm insuficiência cardíaca severa (classificada como classe funcional III ou IV da New York Heart Association) também têm FA. Quando a pessoa tem FA e IC ao mesmo tempo, isso pode piorar os sintomas e causar problemas de saúde mais sérios. Esses casos podem ser complicados de tratar porque muitos pacientes precisam tomar vários remédios diferentes.
Apesar do número alto de pessoas afetadas por essas condições, as diretrizes de tratamento não dão conselhos claros sobre como tratar esses pacientes da melhor forma. Estudos recentes mostraram que certos medicamentos são eficazes para tratar a insuficiência cardíaca, incluindo inibidores do co-transporte de sódio e glicose tipo 2 (SGLT2I) e inibidores do receptor de angiotensina-neprilisina (ARNi). As diretrizes atuais recomendam esses medicamentos para pacientes com diferentes tipos de insuficiência cardíaca, mas ainda rola uma incerteza sobre a eficácia deles em quem também tem FA.
Objetivo do Estudo e Fontes de Dados
Para entender melhor com que frequência esses medicamentos são prescritos para pacientes que têm tanto FA quanto IC, os pesquisadores analisaram um grande grupo de pacientes a partir de um banco de dados de reivindicações de saúde nos Estados Unidos. Os dados vieram dos bancos de dados MarketScan, que incluem informações sobre o uso de saúde de pacientes segurados por grandes empregadores e programas de saúde do governo.
O estudo focou em pacientes diagnosticados com FA e IC entre 1 de janeiro de 2021 e 30 de junho de 2022. Esse período foi escolhido para avaliar o uso desses medicamentos após serem aprovados pelo FDA para tratamentos de insuficiência cardíaca.
Identificando Pacientes com FA e IC
Para encontrar pacientes com FA e IC, os pesquisadores usaram códigos específicos que indicam essas condições. Para FA, eles procuraram pacientes com duas reivindicações ambulatoriais com o diagnóstico mais de uma semana, mas menos de um ano, apartadas ou uma reivindicação de internação. Para IC, exigiram uma reivindicação de internação como diagnóstico principal ou duas reivindicações ambulatoriais mais de uma semana apartadas. Os pacientes também foram categorizados com base no tipo de insuficiência cardíaca que tinham, se era HFrEF (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida) ou HFpEF (insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada).
Padrões de Uso de Medicamentos
O principal objetivo do estudo era ver com que frequência SGLT2i e ARNi eram prescritos para pacientes com FA e IC. Os pesquisadores também notaram outros medicamentos, como betabloqueadores e anticoagulantes, que esses pacientes poderiam estar tomando. Eles queriam ver quais medicamentos eram comumente dados e se havia padrões diferentes de uso com base nas características dos pacientes.
Eles descobriram que muitos pacientes não estavam recebendo os tratamentos recomendados. Por exemplo, apenas 11% dos pacientes foram prescritos com ARNi no momento do diagnóstico de insuficiência cardíaca. Os números eram particularmente baixos para pacientes com HFpEF. Apenas uma pequena porcentagem de pacientes estava recebendo a combinação de três ou mais medicamentos para insuficiência cardíaca.
O estudo também revelou que o uso de medicamentos aumentou ligeiramente com o tempo. Para ARNi, houve um pequeno aumento de 9% no início de 2021 para 12% em meados de 2022. Em contrapartida, o uso de SGLT2i teve um aumento mais significativo, com a proporção de pacientes tomando esses medicamentos quase triplicando no mesmo período.
Diferenças no Uso de Medicamentos
Os pesquisadores também olharam como idade, sexo e outras condições de saúde influenciaram o uso de ARNi e SGLT2i. Eles notaram que pacientes mais velhos e mulheres tinham menos chances de receber esses medicamentos. Por exemplo, pacientes com 85 anos ou mais eram significativamente menos propensos a ter esses remédios prescritos em comparação com pacientes mais jovens. Da mesma forma, pacientes do sexo feminino tinham menor chance de receber ARNi ou SGLT2i do que pacientes do sexo masculino.
Algumas condições de saúde pareciam influenciar o uso de medicamentos também. Pacientes com diabetes, AVCs e doenças crônicas eram menos propensos a ter ARNi prescritos, enquanto outras condições estavam ligadas a prescrições mais baixas de SGLT2i. No geral, os dados mostraram que pacientes com HFpEF eram menos propensos a receber esses medicamentos em comparação com aqueles com HFrEF.
A Importância da Gestão de Medicamentos
As descobertas desse estudo destacam as lacunas no tratamento para pacientes com FA e IC. Apesar das evidências mostrando que esses medicamentos podem ser eficazes para melhorar os resultados, muitos pacientes não estão recebendo eles. Isso pode levar a resultados de saúde piores para essas pessoas, como mais visitas ao hospital ou piora da condição cardíaca.
É crucial focar em melhorar o uso desses medicamentos em pacientes com FA e IC. Precisamos desenvolver estratégias para garantir que os pacientes recebam o tratamento apropriado, o que pode incluir abordar questões de acessibilidade e custo.
Forças e Limitações do Estudo
Esse estudo tem várias forças. Incluiu um grande número de pacientes, usou dados que refletem padrões de tratamento da vida real e abordou um grupo de pacientes importante, mas muitas vezes negligenciado. No entanto, também há algumas limitações. Os dados não incluíram informações sobre raça, etnia ou status socioeconômico, o que significa que não foi possível explorar como esses fatores afetam o uso de medicamentos. Além disso, a dependência de dados de reivindicações de saúde pode levar a classificação errada, e a falta de informações clínicas detalhadas pode resultar em insights incompletos sobre a saúde dos pacientes.
Conclusão
Resumindo, o estudo revelou que tem uma lacuna significativa no uso de ARNi e SGLT2i entre pacientes com fibrilação auricular e insuficiência cardíaca. A análise mostrou tendências sobre como esses medicamentos estão sendo prescritos e identificou fatores que contribuem para taxas de uso mais baixas. Abordar essas questões é vital para melhorar o atendimento a pacientes com essas condições cardíacas sérias. Pesquisas futuras devem continuar a avaliar como esses medicamentos são usados em ambientes do dia a dia e desenvolver estratégias direcionadas para melhorar a adesão ao tratamento.
Título: Use of SGLT2i and ARNi in patients with atrial fibrillation and heart failure in 2021-2022: an analysis of real-world data
Resumo: ObjectiveTo evaluate utilization of sodium-glucose cotransporter-2 inhibitors (SGLT2i) and angiotensin receptor neprilysin inhibitors (ARNi) in patients with atrial fibrillation (AF) and heart failure (HF). MethodsWe analyzed the MarketScan databases for the period 1/1/2021 to 6/30/2022. Validated algorithms were used to identify patients with AF and HF, and to classify patients into HF with reduced ejection fraction (HFrEF) or preserved ejection fraction (HFpEF). We assessed the prevalence of SGLT2i and ARNi use overall and by HF type. Additionally, we explored correlates of lower utilization, including demographics and comorbidities. ResultsThe study population included 60,927 patients (mean age 75, 43% female) diagnosed with AF and HF (85% with HFpEF, 15% with HFrEF). Prevalence of ARNi use was 11% overall (30% in HFrEF, 8% in HFpEF), while the corresponding figure was 6% for SGLT2i (13% in HFrEF, 5% in HFpEF). Use of both medications increased over the study period: ARNi from 9% to 12% (from 22% to 29% in HFrEF, from 6% to 8% in HFpEF), and SGLT2i from 3% to 9% (from 6% to 16% in HFrEF, from 2% to 7% in HFpEF). Female sex, older age, and specific comorbidities were associated with lower utilization of these two medication types overall and by HF type. ConclusionUse of ARNi and SGLT2i in patients with AF and HF is suboptimal, particularly among females and older individuals, though utilization is increasing. These results underscore the need for understanding reasons for these disparities and developing interventions to improve adoption of evidence-based therapies among patients with comorbid AF and HF.
Autores: Alvaro Alonso, A. A. Morris, A. I. Naimi, A. B. Alam, L. Li, V. Subramanya, L. Y. Chen, P. L. Lutsey
Última atualização: 2023-09-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.08.23295280
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.08.23295280.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.