Impacto das variantes de COVID-19 nas transferências de pacientes para UTI na Alemanha
Estudo revela diferenças nos resultados dos pacientes entre as variantes Delta e Omicron da COVID-19.
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Índice
Desde o começo de 2020, a pandemia de COVID-19 causou vários problemas pro sistema de saúde na Alemanha. As UTIS ficaram sobrecarregadas, principalmente durante os picos de casos de COVID-19. Em alguns momentos, mais de 5.000 pacientes adultos com COVID-19 estavam nas UTIs do país. Mais de 60% desses pacientes precisavam de formas avançadas de suporte, como ventilação invasiva. Infelizmente, o número de mortes nas UTIs chegou a mais de 200 por dia, somando mais de 50.000 mortes entre pacientes com COVID-19 nas UTIs alemãs até maio de 2022. Pra evitar que o sistema de saúde entrasse em colapso, era crucial alocar recursos de forma eficaz, o que incluía transferir pacientes entre hospitais quando necessário.
Uma das principais razões pra falta de capacidade nas UTIs foi o surgimento de várias variantes preocupantes do vírus SARS-CoV-2. No final de 2020, a variante Delta apresentava um risco maior de doença grave em comparação com a variante Alpha, que era a predominante até então. Isso levou a um aumento na ocupação das UTIs e à necessidade de suporte respiratório. Por outro lado, a Variante Omicron, que começou a se espalhar no final de 2021, estava ligada a doenças mais leves, mas era altamente contagiosa. Apesar de ser menos severa, o aumento nas infecções fez com que mais pacientes precisassem de cuidados nas UTIs.
Embora se saiba que essas variantes afetaram os resultados dos pacientes, tem pouca informação sobre como isso impactou as transferências entre hospitais nas UTIs alemãs. Pra tentar preencher essa lacuna, um estudo foi feito pra avaliar o efeito das variantes Delta e Omicron nas transferências de pacientes e nos resultados nas UTIs, visando melhorar a gestão dos pacientes e reduzir as taxas de mortalidade.
Coleta de Dados
O estudo coletou dados do Instituto de Remuneração Hospitalar, que tem registros de todos os hospitais na Alemanha que precisam reportar seus dados. Os dados abrangem de 1º de julho de 2021 a 30 de abril de 2022, incluindo contagens diárias de casos de COVID-19 nas UTIs, separadas por idade e sexo. Como os dados representavam apenas pacientes que haviam completado seu tratamento, os números no final do período do estudo podem estar incompletos.
Pra analisar a situação em relação às variantes Delta e Omicron, foram usados períodos específicos: os casos de Delta foram examinados de setembro de 2021 a novembro de 2021, enquanto os casos de Omicron foram estudados de fevereiro de 2022 a abril de 2022. Esse jeito ajudou os pesquisadores a entender melhor o impacto de cada variante nos resultados clínicos.
Modelo de Trajetória Clínica
Os pesquisadores usaram um modelo pra avaliar como os pacientes com COVID-19 progrediam na UTI. Os pacientes começavam na UTI e podiam ser transferidos pra outro hospital, receber alta ou morrer. O modelo ajudou a examinar o risco desses eventos baseado na variante que afetava os pacientes, sua faixa etária e seu sexo.
Análise Estatística
Pra analisar os dados, os pesquisadores usaram uma técnica estatística chamada regressão de Poisson. Isso ajudou a estimar as taxas de transferências de pacientes, altas e mortes associadas a cada variante. A análise também ajustou as diferenças de idade e sexo.
Principais Descobertas
Durante o período de observação, um total de 6.046 transferências de pacientes, 35.425 altas e 12.114 mortes foram registradas. A análise revelou que pacientes infectados com a variante Omicron tinham taxas de transferência e alta mais altas em comparação com aqueles com a variante Delta. Isso sugere que os pacientes com Omicron tinham casos menos graves, resultando em melhores resultados.
Pacientes mais jovens eram mais propensos a serem transferidos da UTI, enquanto pacientes mais velhos sofreram mais com taxas de mortalidade. Em relação ao sexo, os pacientes do sexo masculino tiveram taxas de transferência e alta mais baixas em comparação com as pacientes do sexo feminino, mas tiveram taxas de morte semelhantes.
Avaliação de Risco
A análise também avaliou o risco associado a cada variante. Inicialmente, pacientes com Omicron tinham maior probabilidade de serem transferidos, mas esse risco diminuiu com o tempo, enquanto o risco para pacientes com Delta permaneceu maior. A probabilidade de alta foi consistentemente melhor para pacientes com Omicron em todos os grupos etários. Em contrapartida, pacientes mais velhos tinham chances maiores de morrer na UTI, destacando a necessidade de monitoramento e cuidado mais próximos.
Entendendo o Impacto das Variantes
O estudo destaca as diferenças entre as variantes Delta e Omicron em termos de impacto na assistência aos pacientes nas UTIs. Enquanto Omicron estava associado a taxas mais altas de transferência e alta, também apresentava um risco menor de morte quando comparado à Delta. Isso indica que a gravidade da doença era menor com a Omicron, apoiando descobertas de estudos anteriores.
Implicações pra Cuidado do Paciente
As descobertas dessa análise podem ajudar a informar estratégias de gestão de pacientes nas UTIs. Entender as diferenças nos resultados dos pacientes com base nas variantes pode guiar a alocação de recursos, melhorando o cuidado geral prestado aos pacientes com COVID-19. Os resultados também enfatizam a importância de considerar a idade ao avaliar riscos e planejar intervenções para pacientes em estado crítico.
Forças e Limitações do Estudo
Um ponto forte do estudo é a fonte de dados abrangente, que reflete a maioria da atividade hospitalar na Alemanha. Isso permitiu uma análise robusta do panorama de cuidados nas UTIs durante a pandemia.
Porém, certas limitações existem. As suposições feitas durante a análise, como taxas constantes de transferência, alta e morte, podem não retratar com precisão a complexidade do cuidado ao paciente. Além disso, enquanto o estudo se concentrou nos impactos das variantes, outros fatores como status de vacinação e medidas de saúde pública poderiam ter influenciado os resultados dos pacientes, mas esses dados não estavam disponíveis pra análise.
Conclusão
Esse estudo oferece uma visão de como diferentes variantes de COVID-19, especificamente Delta e Omicron, afetaram o cuidado dos pacientes nas UTIs alemãs. Os resultados mostram que pacientes com Omicron tiveram melhores resultados em termos de transferências e altas, enquanto pacientes com Delta enfrentaram doenças mais severas e taxas de morte mais altas. A idade se destacou como um fator crítico na determinação dos resultados dos pacientes, enfatizando a necessidade de estratégias de cuidado direcionadas. No geral, as descobertas podem ajudar os prestadores de saúde a tomar decisões informadas e melhorar a gestão dos pacientes durante ondas contínuas e futuras de COVID-19.
Título: A nationwide multistate analysis estimating the rates and risks of transferring critically ill COVID-19 patients during the Delta and Omicron waves in Germany
Resumo: BackgroundThe spread of several SARS-CoV-2 variants of concern (VOC) led to increasing numbers of patients with coronavirus disease 2019 (COVID-19) in German intensive care units (ICU), resulting in capacity shortages and even transfers of COVID-19 ICU patients between federal states in late 2021. Comprehensive evidence on the impact of predominant VOC, in this case Delta and Omicron, on inter-hospital transfers of COVID-19 ICU patients remains scarce. MethodsA retrospective cohort study was conducted from July 01, 2021 until May 31, 2022 using nationwide reimbursement inpatient count data of COVID-19 ICU patients and weekly sequence data of VOC in Germany. A multivariable Poisson regression analysis was performed to estimate incidence rates and incidence rate ratios (IRR) for competing events of transfer, discharge and death, adjusted for VOC infection, age group and sex. For corresponding risk estimation, a multistate model for the clinical trajectory in ICU was applied. ResultsOmicron versus Delta infection yielded estimated adjusted IRR of 1.23 (95% CI, 1.16 - 1.30) for transfer, 2.27 (95% CI, 2.20 - 2.34), for discharge and 0.98 (95% CI, 0.94 - 1.02) for death. For death in ICU, estimated adjusted IRR increased progressively with age up to 4.09 (95% CI, 3.74 - 4.47) for those 90 years and older. COVID-19 ICU patients with Omicron infection were at comparatively higher estimated risk of discharge, whereas the estimated risk of transfer and death were higher for those with Delta infection. ConclusionsInter-hospital transfers and discharges occurred more frequently in COVID-19 ICU patients with Omicron infection than in those with Delta infection, who in turn had a higher estimated risk of death. Age emerges as a relevant determinant for fatal clinical trajectories in COVID-19 ICU patients and imposes close therapeutic care.
Autores: Matthäus Lottes, M. Grodd, L. Grabenhenrich, M. Wolkewitz
Última atualização: 2023-04-03 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.31.23287964
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.31.23287964.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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