A Ameaça Contínua do Cólera no Quênia
A cólera continua no Quênia, afetando comunidades vulneráveis com saneamento precário.
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Colera é uma doença séria causada por uma bactéria chamada Vibrio cholerae. Ela se espalha principalmente em lugares onde a Saneamento e a higiene são ruins. Países com sistemas de saneamento fracos têm altas taxas de Cólera, resultando em muitas infecções e mortes. Em 2015, estimava-se que houve entre 1,3 a 4 milhões de casos no mundo, com cerca de 143 mil pessoas perdendo a vida.
A cólera ainda é um grande problema de saúde em 69 países, especialmente na África e na Ásia. Na África, cerca de 60% das pessoas vivem em áreas afetadas pela cólera. Na Ásia, essa porcentagem é de cerca de 29%. A cólera se espalha através de comida e Água contaminadas, ou diretamente de pessoa para pessoa. Quando alguém pega cólera, pode mostrar sintomas como vômito, diarreia aquosa, cãibras nas pernas, inquietação e irritabilidade em pouco tempo, geralmente entre 12 horas a 5 dias após a exposição. É crucial tratar a cólera rapidamente, pois casos graves podem levar à morte em poucas horas se não forem tratados.
O tratamento para a cólera foca em reidratar o paciente. Isso pode ser feito com fluidos intravenosos ou orais, especialmente em casos leves a moderados. Para casos mais graves, antibióticos como a doxiciclina são recomendados. Um tratamento rápido é essencial para salvar vidas.
Desde 1970, uma parte significativa dos casos de cólera foi relatada na África Subsaariana. De 1980 a 2011, 50% dos casos globais ocorreram nessa região. No Quênia, a doença afeta principalmente comunidades pobres que vivem em áreas superlotadas com saneamento limitado e acesso a água limpa. Assentamentos informais e campos de Refugiados são particularmente vulneráveis, pois as condições de vida geralmente não permitem fontes seguras de água ou práticas adequadas de higiene.
O campo de refugiados de Dadaab no Quênia é um exemplo de uma área de alto risco para Surtos de cólera. Em assentamentos informais como Mukuru e entre refugiados, a falta de acesso a água limpa e a instalações sanitárias inadequadas aumentam as chances de espalhar a cólera. Práticas de armazenamento de água suja podem levar a infecções, e a higiene precária pode aumentar ainda mais os riscos.
A região do Lago Vitória também vê altos níveis de surtos de cólera, em grande parte devido às atividades pesqueiras. As pessoas costumam se mover para diferentes áreas enquanto pescam, o que pode levar à exposição à água contaminada. Chuvas fortes também podem levar a infecções por cólera, pois as bactérias podem grudar em plantas e outras superfícies, contribuindo para a propagação da doença.
Nos últimos anos, o Quênia testemunhou vários surtos de cólera. O surto de 2022 foi relatado em 25 condados, mostrando que muitas pessoas vivem em áreas propensas a essas infecções. Esforços têm sido feitos globalmente para reduzir as mortes por cólera em 90% até 2030 e trabalhar para eliminar a doença. O Quênia está entre os países-alvo desses esforços, focando em melhorar os serviços de água, saneamento e higiene (WASH) e usar vacinas orais contra a cólera em áreas de alto risco.
Na luta contra a cólera, o mapeamento de hotspots se tornou uma ferramenta essencial para identificar as áreas mais vulneráveis. Isso ajuda a planejar respostas eficazes. No Quênia, hotspots foram identificados em assentamentos informais urbanos, campos de refugiados e regiões próximas a corpos d'água. No entanto, mais dados são necessários para entender totalmente os padrões de cólera em áreas de alto risco.
O estudo teve como objetivo analisar surtos de cólera em três áreas: o campo de refugiados de Dadaab, os condados que fazem fronteira com o Lago Vitória e o assentamento informal de Mukuru em Nairóbi. Essas áreas foram escolhidas com base em sua vulnerabilidade à cólera devido à superlotação e ao saneamento precário. O estudo analisou os casos de cólera relatados de 2012 a 2022, focando em quantas pessoas foram infectadas em cada área.
Os dados foram coletados reunindo relatórios sobre casos de cólera, tanto suspeitos quanto confirmados, bem como números populacionais nos sub-condados afetados. Essas informações foram organizadas para ajudar a entender onde e quando ocorreram os surtos de cólera. A análise usou métodos estatísticos para identificar padrões na propagação da doença ao longo do tempo e do espaço.
Os resultados revelaram tendências preocupantes. Mais de 7.372 casos de cólera foram relatados nas áreas selecionadas durante o período do estudo. O pico de surtos foi no ano de 2015, com uma queda significativa nos casos até 2020. As áreas mais afetadas incluíram Fafi, Dadaab e Suna West. Algumas regiões relataram menos casos, provavelmente devido a melhorias no acesso à água limpa e instalações sanitárias.
A análise espacial revelou cinco clusters de alto risco para a cólera em Dadaab, Fafi, Suna West, Nyatike e Ugunja. Os moradores dessas áreas tinham mais chances de contrair cólera em comparação com aqueles que vivem em outras partes do país. O estudo também encontrou diferenças nos padrões de cólera com base em fatores geográficos e econômicos nas comunidades.
Uma análise espaço-temporal foi realizada para ver se os surtos eram temporários ou contínuos. Dadaab e Fafi registraram consistentemente altos números de casos e permaneceram hotspots significativos durante todo o período do estudo. A análise destacou que os casos de cólera no Quênia seguem um padrão de altas e baixas, com picos ocorrendo aproximadamente a cada três anos.
As condições climáticas desempenham um grande papel nos surtos de cólera. Por exemplo, chuvas fortes podem levar à contaminação da água e ao aumento dos casos de cólera. Em 2015, chuvas intensas resultaram em um grande surto, enquanto a seca em 2022 levou à escassez de água, contribuindo para a propagação da doença.
Abordar a situação da cólera exige entender os fatores geográficos e socioeconômicos envolvidos. Assentamentos informais, campos de refugiados e áreas rurais têm diferentes níveis de risco com base na densidade populacional e no acesso à água limpa. Estratégias de prevenção eficazes devem considerar essas diferenças para serem bem-sucedidas.
O estudo mostra que a cólera é um desafio contínuo no Quênia, com riscos significativos em certas áreas. Dadaab e Fafi estão entre os lugares mais afetados, destacando a necessidade de intervenções específicas para lidar com o problema. Melhorar os serviços de água e saneamento, junto com educação em saúde em áreas de alto risco, pode ajudar a reduzir os casos de cólera.
Em resumo, a cólera continua sendo um problema de saúde pública significativo, especialmente em áreas com recursos limitados. Entender os padrões da doença e os fatores que contribuem para sua propagação é crucial para medidas de prevenção e controle eficazes. Esforços contínuos são necessários para aumentar a conscientização, melhorar o saneamento e garantir que as comunidades tenham acesso a água limpa para reduzir os surtos de cólera no futuro.
Título: Spatial and temporal analysis of cholera cases in high-risk areas of Kenya
Resumo: Cholera outbreaks remain an important public health challenge in Kenya, especially in areas with poor sanitation and hygiene including urban informal settlements, refugee camps and rural areas bordering large water bodies. Even in endemic settings, the distribution of cases exhibits spatial and temporal variations. Utilizing a Poisson discrete space-time scan statistic (SaTScan), this study investigated the temporal trends and the nature of spatial spread of cholera within selected high-risk areas in Kenya. The study was conducted in an urban informal settlement in Nairobi (Mukuru), a refugee camp in Northern Kenya (Dadaab) and the four counties bordering Lake Victoria region. Retrospective cholera line list data from January 2012 to December 2022 in the selected high-risk areas was used. SaTScan v10.1.2 was used to carry out Spatiotemporal analysis and generate spatial clusters. Throughout the study period, a total of 7,372 cholera cases were reported, corresponding to a lower annual incidence rate of 12.2 per 100,000 people compared to a mean annual incidence of 25 cases per 100,000 population previously reported in Kenya. The highest number of cases (n=5934) were reported between 2015 and 2018 with an annual incidence rate of 27.0 per 100,000 people, indicating a relative risk (RR) of 7.22 and a log-likelihood ratio (LLR) of 3015.17 (p< 0.001). The risky clusters (RR>1) were in Dadaab, Fafi, Suna West, Nyatike, Ugunja, Ndhiwa and Suna East sub counties with annual cases of 111.6, 164.1, 28.4, 19.9, 19.4, 14.0 and 13.9 per 100,000, respectively. The sub-counties of Nyakach, Nyando, Rachuonyo East, Kisumu East and Kisumu Central were reported as low-risk clusters, with a relative risk of 0.055 and an annual incidence rate of 1.1 cases per 100,000 individuals. Out of the thirty-two sub-counties included in the study, ten of them did not report any cases of cholera during the study period. Cholera cases waxed every three years in the selected high-risk areas. This data on hotspots specific to endemic settings forms a basis for prompt public health response and resource allocation by prioritizing the significantly high-risk clusters to control and eventually eliminate the disease.
Autores: Lydia Moraa Mageto, M. Nyamai, G. O. Aboge, P. Gathura, E. Okunga, A. Muange, C. Mbae, S. M. Thumbi, S. Kariuki
Última atualização: 2023-10-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.13.23296989
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.13.23296989.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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