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Como os movimentos oculares refletem a atenção em primatas e humanos

Estudo revela a conexão entre os movimentos oculares e a atenção visual em primatas e humanos.

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Sacadas em AçãoSacadas em Açãoatenção entre espécies.Estudo liga movimentos oculares e
Índice

A forma como os seres vivos interagem com o ambiente envolve um ciclo de ação e percepção. Essa é uma necessidade básica para todos os organismos: eles precisam sentir, interpretar e responder ao que tá rolando ao redor. Sentir não é só receber informações de forma passiva pelos sentidos. Muitas vezes, exige um esforço ativo pra afinar os sentidos de forma mais eficaz. Esse processo ativo é bem visível em animais, especialmente primatas, quando eles tão olhando pra tudo ao redor.

Uma das formas que os primatas usam pra coletar informações visuais ativamente é por meio de uma série de movimentos oculares rápidos chamados de sacadas. Esses movimentos sacádicos deslocam a área de visão mais nítida pra diferentes partes do que eles tão olhando, permitindo que eles coletem informações visuais detalhadas. Esse método mostra como o cérebro processa cenas complexas focando em uma parte de cada vez.

Durante a exploração normal, a área de foco tende a ser onde a visão mais nítida tá direcionada. Então, à medida que os olhos se movem durante as sacadas, isso reflete uma mudança em onde a Atenção tá indo. Os intervalos entre esses movimentos oculares podem dar uma ideia de como o sistema visual tá processando as informações. Curiosamente, a duração típica desses intervalos parece se alinhar com atividades cerebrais específicas observadas em primatas.

Esse padrão de atividade não é só dos primatas. Muitas espécies diferentes mostram tipos semelhantes de atividades rítmicas, incluindo os padrões vistos em seus movimentos de bigodes ou cheiros.

Sensação Ativa em Primatas

A sensação ativa é especialmente clara quando os primatas tão fazendo uma varredura atenta do ambiente. Por exemplo, os animais costumam ajustar o foco de acordo com onde veem algo interessante. É aí que as sacadas entram em cena, já que os olhos se movem rapidamente pra coletar mais informações.

A conexão entre esses movimentos oculares e a atenção é notável. O tempo das mudanças de atenção geralmente se alinha com o tempo dos movimentos oculares. Estudos mostraram que há intervalos típicos entre as sacadas, e esses intervalos sugerem uma forma rotineira de como o sistema visual opera.

Uma das descobertas interessantes é que durante um foco sustentado, pequenos movimentos oculares, chamados de micro-sacadas, acontecem. Acredita-se que esses ajudem a manter a clareza visual e podem ser influenciados por padrões rítmicos que ocorrem no cérebro. Alguns pesquisadores sugerem que tanto as sacadas maiores quanto as menores podem estar ligadas nos processos subjacentes que as geram.

O Estudo das Sacadas

Nesse estudo, os pesquisadores analisaram a dinâmica das sacadas em dois macacos adultos e um grupo de 22 participantes humanos. O objetivo era examinar como as cenas visuais e as tarefas influenciavam os padrões de movimentos oculares e o ritmo dessas mudanças.

Participantes e Metodologia

Vinte e cinco adultos participaram do estudo, a maioria com visão normal. Dois macacos também estavam envolvidos e foram treinados pra realizar tarefas que incluíam procurar alvos em uma tela. Cada tarefa exigia encontrar alvos dispostos em um padrão regular ou em um padrão randômico. Os humanos tinham tarefas semelhantes, mas com pequenas variações na forma como eram recompensados por suas respostas.

Dinâmica das Sacadas nas Tarefas

As tarefas criadas pra humanos e macacos tinham condições diferentes pra analisar os efeitos do arranjo espacial nos movimentos sacádicos. Os pesquisadores observaram como esses movimentos mudavam com base em se os alvos estavam em uma grade regular ou em um layout mais caótico.

Curiosamente, os participantes humanos mostraram padrões diferentes em seus ritmos sacádicos dependendo da estrutura espacial do que estavam vendo. Os macacos exibiram comportamentos semelhantes, indicando que a configuração espacial da tarefa impactou como ambas as espécies direcionavam sua atenção e faziam movimentos oculares.

Descobertas sobre Ritmicidade

Os pesquisadores criaram uma medida conhecida como índice de ritmicidade (RI) pra analisar o tempo das sacadas. Esse índice reflete quão regulares são os intervalos de tempo entre os movimentos oculares. Se as sacadas acontecem em momentos mais previsíveis, isso indica um nível mais alto de ritmicidade.

Quando compararam as tarefas, descobriram que o arranjo dos Estímulos Visuais influenciava significativamente os padrões das sacadas. Nos participantes humanos, o arranjo caótico gerou a maior ritmicidade, enquanto as cenas estruturadas, mas mais complexas, tiveram a menor regularidade. Os macacos mostraram tendências semelhantes, embora um dos macacos exibisse um padrão distinto.

O estudo mostrou que ambas as espécies tinham uma tendência a exibir uma estrutura de tempo mais organizada em suas sacadas do que o que seria normalmente visto se esses movimentos fossem aleatórios.

Correlação Entre Taxa de Sacadas e Ritmicidade

Os pesquisadores também analisaram se havia uma conexão entre a velocidade dos movimentos oculares e a ritmicidade desses movimentos. E descobriram que havia uma correlação positiva: sacadas mais rápidas tendiam a ser mais rítmicas. Em termos mais simples, quando os macacos e humanos faziam movimentos mais rápidos, esses movimentos eram mais previsíveis em termos de timing.

Essa relação ilumina como o processamento do cérebro pode influenciar os movimentos oculares. À medida que a taxa de sacadas aumentava, também aumentava a natureza rítmica desses movimentos, sugerindo que o sistema visual não tá só respondendo a estímulos imediatos, mas fazendo isso de uma maneira estruturada.

Movimentos Oculares e Impacto das Cenas Visuais

Durante o estudo, o foco inicial era em como o ambiente visual ao redor influenciava os movimentos oculares. Observou-se que, dependendo de os participantes estarem investigando estímulos com padrões regulares ou cenas naturais mais complexas, as características dos movimentos sacádicos mudavam.

Quanto às micro-sacadas, que são os pequenos movimentos rápidos dos olhos que ajudam a manter o foco, seus padrões também eram influenciados pela natureza das tarefas visuais. Quando os participantes se engajavam em tarefas que exigiam procurar itens específicos, os padrões de micro-sacadas mudavam dependendo dos períodos de fixação e busca subsequente.

As descobertas mostraram que o papel do contexto visual é crucial na determinação do timing e das características desses movimentos oculares, afetando tanto as macro quanto as micro-sacadas.

Investigando Micro-Sacadas

Uma área específica de foco foi em como as micro-sacadas se comportavam durante as diferentes condições de tarefa. Os pesquisadores queriam entender se certos tipos de tarefas levavam a micro-sacadas corretivas mais frequentes-aqueles que ajudam a ajustar o olhar após uma sacada maior.

Os participantes frequentemente mostraram padrões onde uma sacada maior era seguida por uma micro-sacada voltada pra ajustar o foco em um alvo. Esse comportamento indica uma espécie de mecanismo corretivo em ação no cérebro, projetado pra garantir que o sistema visual colete informações precisas.

Padrões de Sacadas ao Longo do Tempo

Um aspecto importante da pesquisa explorou como os movimentos oculares não são totalmente independentes entre si. Em vez disso, parece haver uma correlação entre sacadas subsequentes. Por exemplo, quando um participante faz uma sacada, isso pode influenciar o timing e a natureza da próxima.

Essa observação foi particularmente clara durante uma condição de visualização livre, onde os participantes puderam assistir a um vídeo naturalista. Os resultados mostraram momentos de movimentos oculares altamente rítmicos intercalados com períodos de menos previsibilidade, indicando uma natureza dinâmica do sistema visual que se ajusta com base no contexto.

Conclusão

A exploração da dinâmica das sacadas em humanos e macacos revela uma interação complexa entre o contexto visual, a estrutura das tarefas e as características dos movimentos oculares. Ambas as espécies exibem padrões rítmicos em suas sacadas que mudam com base no que estão olhando e quão rapidamente estão respondendo.

O estudo ilustra como processos cognitivos e sensoriais estão entrelaçados em moldar como os seres vivos percebem e interagem com o ambiente. Também convida a uma investigação mais profunda sobre os mecanismos por trás desses movimentos oculares e como eles se adaptam a diferentes estímulos visuais. Entender essas dinâmicas pode fornecer insights valiosos sobre as funções mais amplas do cérebro e sua capacidade de processar informações visuais de forma eficaz.

Fonte original

Título: Primate Saccade Rhythmicity

Resumo: Active sensing behaviors in rodents display theta (4-8 Hz) rhythmicity. Whether similar rhythmicity exists in primate saccadic eye movements has remained a matter of debate. We studied saccade dynamics in 22 human participants and two macaque monkeys, examining the influence of different visual stimuli and tasks. Inter-saccadic intervals (ISIs) reliably revealed a characteristic duration and under certain conditions clear theta rhythmicity. Rhythmicity was strongest for saccades with short ISIs. Surprisingly, the degree of rhythmicity was not due to spatial regularity of the visual scene, but it was shaped by task demands. Macro- and micro-saccade ISIs shared similar characteristic durations. Naturally occurring micro-saccades provided evidence that ISIs can become more regular without becoming faster. During free-viewing, subsequent ISIs show long-range correlation structure and the visual system switched between states of low and high rhythmicity. Humans and macaques showed similar saccade dynamics, suggesting a potential common evolutionary trait in primate active visual sensing.

Autores: Tim Näher, T. Näher, Y. Zhang, M. Pandinelli, P. Fries

Última atualização: 2024-06-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.27.559710

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.27.559710.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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