Novos Métodos para Avaliar a Viabilidade Microbiana Usando Sequenciamento por Nanoporos
Pesquisadores desenvolvem técnicas para descobrir se micróbios estão vivos usando sequenciamento avançado.
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Índice
- O Lado Oculto dos Micróbios
- Metagenômica: Uma Abordagem Mais Ampla
- Entendendo o Sequenciamento por Nanoporo
- A Importância do Teste de Viabilidade
- Novas Abordagens para Avaliar a Viabilidade Microbiana
- Construindo e Treinando Redes Neurais
- IA Explicável: Entendendo os Dados
- Aplicação à Clamídia Patogênica
- Implicações da Pesquisa
- Direções Futuras
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
A cultivação microbiana é um método chave em microbiologia que ajuda os cientistas a estudarem organismos minúsculos como as bactérias. Essa técnica permite que os pesquisadores vejam quais tipos de micróbios estão presentes em diferentes ambientes e entendam como eles se comportam e interagem com o que está ao redor. Mas, o problema é que só uma pequena quantidade desses micróbios pode ser cultivada em laboratório. Essa limitação significa que muitas funções importantes e tipos diversos de micróbios ainda são desconhecidos em várias partes do mundo.
Embora os pesquisadores tenham se concentrado bastante nos micróbios do corpo humano, especialmente os que estão relacionados à saúde e doenças, os métodos que eles usam para estudar esses organismos costumam ser bem trabalhosos e demorados. Isso dificulta a identificação rápida de micróbios nocivos em ambientes clínicos.
O Lado Oculto dos Micróbios
O termo “matéria escura microbiana” se refere aos muitos tipos de micróbios que os cientistas não conseguiram estudar por causa dessas dificuldades de cultivo. Para aprender mais sobre esses micróbios escondidos, os pesquisadores começaram a usar novas técnicas que não precisam que eles sejam cultivados em laboratório. Esses métodos se concentram no material genético, como genes de RNA ribossômico, para identificar quais micróbios estão presentes em uma amostra.
Mas, esses métodos têm suas desvantagens. Eles geralmente não conseguem detectar tipos específicos de bactérias e dependem da disponibilidade de bancos de dados genéticos. Além disso, podem introduzir erros, pois nem todo DNA pode ser copiado de forma igual durante os testes. Isso pode dar uma ideia errada da comunidade microbiana.
Metagenômica: Uma Abordagem Mais Ampla
A metagenômica é outra técnica que permite que os cientistas investiguem todo o DNA encontrado em uma amostra sem precisar cultivar os organismos. Ela oferece uma visão mais completa da vida microbiana e pode revelar novas espécies e suas funções. Usando esse método, os pesquisadores podem reunir informações genéticas valiosas que ajudam a classificar os organismos e entender seus papéis potenciais nos ambientes.
Métodos de sequenciamento de longas leituras, como o que usa a tecnologia de nanoporo, tornaram a metagenômica ainda mais poderosa. Essas tecnologias conseguem ler longas sequências de DNA, proporcionando melhores insights sobre os genomas microbianos.
Entendendo o Sequenciamento por Nanoporo
O sequenciamento por nanoporo funciona observando como as cadeias de DNA se movem através de pequenos poros em uma membrana especial. À medida que o DNA passa, ele interrompe uma corrente elétrica. Medindo essas mudanças, os cientistas conseguem decifrar a sequência de nucleotídeos no DNA. Os avanços recentes nessa tecnologia tornaram possível obter dados de alta qualidade rapidamente e a um custo menor, o que pode ser útil para identificar micróbios em vários ambientes, inclusive lugares com menos recursos.
Diferente dos cultivos que só identificam micróbios vivos, os métodos moleculares podem identificar qualquer DNA presente, incluindo o de organismos mortos. Isso pode ser um problema na hora de entender o controle de infecções ou estudar micróbios ambientais.
A Importância do Teste de Viabilidade
Para interpretar corretamente os dados metagenômicos, é essencial saber se os micróbios presentes estão vivos ou mortos. Os métodos tradicionais para determinar se um micróbio é viável podem ser trabalhosos e não funcionar bem para certos tipos de bactérias.
Vários métodos foram desenvolvidos para testar a viabilidade microbiana. Alguns envolvem cultivar micróbios específicos em ambientes seletivos, enquanto outros medem a atividade metabólica, que pode indicar vida. O RNA, por ser instável, também pode ser usado para saber se um micróbio está vivo. No entanto, essas abordagens têm limitações, e os pesquisadores têm buscado métodos melhores.
Um método promissor envolve uma técnica chamada PCR de viabilidade (vPCR), que pode ajudar a distinguir células vivas de mortas com base em seu DNA. Ela usa corantes especiais que só entram em células mortas, permitindo que os cientistas identifiquem quais micróbios estão vivos.
Novas Abordagens para Avaliar a Viabilidade Microbiana
O estudo propõe uma nova ideia: usar dados brutos do sequenciamento por nanoporo para determinar se os micróbios são viáveis. Como micróbios mortos podem deixar sinais específicos nos dados, os pesquisadores querem ver se conseguem analisar esses sinais para descobrir se os micróbios estão vivos ou não. Esse método poderia diminuir a necessidade de testes complexos e permitir resultados mais rápidos.
Nesse estudo, os cientistas realizaram experimentos com E. coli, uma bactéria comum. Eles expuseram E. coli a diferentes fatores de estresse, como calor e luz UV, para matá-los. Depois, sequenciaram o DNA de culturas vivas e mortas usando tecnologia de nanoporo para reunir os dados.
Construindo e Treinando Redes Neurais
Os pesquisadores construíram um tipo de inteligência artificial chamada Rede Neural para analisar os dados. Eles treinaram a rede para reconhecer padrões nos sinais de nanoporo que poderiam indicar se uma amostra continha bactérias vivas ou mortas. Testaram vários tipos de arquiteturas de redes neurais para achar a que funcionou melhor nessas previsões.
Usando os dados de treinamento, o modelo que teve melhor desempenho conseguiu identificar corretamente o estado dos micróbios com um bom nível de precisão. A análise mostrou que os padrões detectados pela rede neural iam além da sequência do DNA, indicando que a qualidade do DNA também tem um papel significativo.
IA Explicável: Entendendo os Dados
Um aspecto importante desse estudo é entender como o modelo faz suas previsões. Usando um método chamado Mapas de Ativação de Classe (CAM), os pesquisadores conseguiram visualizar quais partes dos sinais de nanoporo eram mais importantes para determinar se um micróbio era viável. Isso dá insights sobre as características dos dados que levam às conclusões do modelo.
Os pesquisadores também desenvolveram uma regra simples com base na presença de quedas repentinas no sinal de nanoporo, que eles descobriram que frequentemente indicavam um micróbio morto. Eles testaram essa regra junto com sua rede neural para ver como cada uma se saía. Enquanto a regra simples teve um desempenho satisfatório, a rede neural foi melhor em detectar padrões mais complexos.
Aplicação à Clamídia Patogênica
O próximo passo foi aplicar esse método à Clamídia abortus, uma bactéria que causa doenças em animais e também pode afetar humanos. Os pesquisadores precisavam avaliar se as bactérias estavam vivas ou mortas após aplicar um tratamento térmico. Eles usaram sequenciamento por nanoporo para analisar o DNA de amostras viáveis e mortas de Clamídia.
Os resultados mostraram que a rede neural conseguiu prever com precisão a viabilidade da Clamídia com base nos dados de nanoporo, alcançando níveis de desempenho bons, similares aos observados com E. coli. Isso indica que o modelo pode ser aplicado a diferentes tipos de bactérias e situações.
Implicações da Pesquisa
Essa pesquisa abre novas possibilidades para avaliar rapidamente a viabilidade microbiana em várias áreas, incluindo monitoramento ambiental e diagnósticos clínicos. A habilidade de usar dados de sequenciamento por nanoporo oferece uma forma custo-efetiva e eficiente de analisar comunidades microbianas sem a necessidade de extenso trabalho laboratorial.
À medida que os pesquisadores continuam a aprimorar esses métodos e testá-los em diferentes tipos de micróbios, o impacto potencial pode ser significativo. A capacidade de determinar rapidamente quais micróbios estão vivos pode ajudar no controle de infecções, gestão de segurança alimentar e estudo das funções dos ecossistemas.
Direções Futuras
Embora esse estudo ofereça um começo promissor, os pesquisadores reconhecem que mais trabalho é necessário para confirmar a precisão do modelo em uma gama mais ampla de organismos e circunstâncias. Estudos futuros poderiam explorar como diferentes tipos de estressores afetam a viabilidade microbiana e se o modelo pode ser adaptado para outras categorias de micróbios, como fungos e bactérias formadoras de esporos.
Conforme os cientistas coletam mais dados e melhoram seu entendimento dos padrões subjacentes, eles esperam criar uma estrutura robusta e amplamente aplicável para avaliar a viabilidade microbiana. Isso poderia levar a avanços significativos em microbiologia e áreas relacionadas, tornando as avaliações microbianas mais rápidas e fáceis.
Conclusão
A pesquisa destaca o potencial de usar sequenciamento por nanoporo e aprendizado de máquina para avaliar a viabilidade microbiana, fornecendo novas ferramentas para entender comunidades microbianas. Ao combinar tecnologias avançadas com aprendizado profundo, os cientistas estão dando passos importantes para desvendar os mistérios da vida microbiana e melhorar os resultados de saúde pública. O futuro do estudo microbiano parece promissor, com esses métodos abrindo caminho para descobertas e aplicações práticas mais significativas.
Título: Nanopore- and AI-empowered metagenomic viability inference
Resumo: The ability to differentiate between viable and dead microorganisms in metagenomic samples is crucial for various microbial inferences, ranging from assessing ecosystem functions of environmental microbiomes to inferring the virulence of potential pathogens. While established viability-resolved metagenomic approaches are labor-intensive as well as biased and lacking in sensitivity, we here introduce a new fully computational framework that leverages nanopore sequencing technology to assess microbial viability directly from freely available nanopore signal data. Our approach utilizes deep neural networks to learn features from such raw nanopore signal data that can distinguish DNA from viable and dead microorganisms in a controlled experimental setting. The application of explainable AI tools then allows us to robustly pinpoint the signal patterns in the nanopore raw data that allow the model to make viability predictions at high accuracy. Using the model predictions as well as efficient explainable AI-based rules, we show that our framework can be leveraged in a real-world application to estimate the viability of pathogenic Chlamydia, where traditional culture-based methods suffer from inherently high false negative rates. This application shows that our viability model captures predictive patterns in the nanopore signal that can in principle be utilized to predict viability across taxonomic boundaries and indendent of the killing method used to induce bacterial cell death. While the generalizability of our computational framework needs to be assessed in more detail, we here demonstrate for the first time the potential of analyzing freely available nanopore signal data to infer the viability of microorganisms, with many applications in environmental, veterinary, and clinical settings. Author summaryMetagenomics investigates the entirety of DNA isolated from an environment or a sample to holistically understand microbial diversity in terms of known and newly discovered microorganisms and their ecosystem functions. Unlike traditional culturing of microorganisms, metagenomics is not able to differentiate between viable and dead microorganisms since DNA might readily persist under different environmental circumstances. The viability of microorganisms is, however, of importance when making inferences about a microorganisms metabolic potential, a pathogens virulence, or an entire microbiomes impact on its environment. As existing viability-resolved metagenomic approaches are labor-intensive, expensive, and lack sensitivity, we here investigate our hypothesis if freely available nanopore sequencing signal data, which captures DNA molecule information beyond the DNA sequence, might be leveraged to infer such viability. This hypothesis assumes that DNA from dead microorganisms accumulates certain damage signatures that reflect microbial viability and can be read from nanopore signal data using fully computational frameworks. We here show first evidence that such a computational framework might be feasible by training a deep model on controlled experimental data to predict viability at high accuracy, exploring what the model has learned, and applying it to an independent real-world dataset of an infectious pathogen. While the generalizability of this computational framework needs to be assessed in much more detail, we demonstrate that freely available data might be usable for relevant viability inferences in environmental, veterinary, and clinical settings.
Autores: Lara Urban, H. Urel, S. Benassou, T. Reska, H. Marti, E. Rayo, E. J. Martin, M. Schloter, J. M. Ferguson, S. Kesselheim, N. Borel
Última atualização: 2024-06-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598221
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598221.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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