Método de Coleta Pessoal para Teste de DSTs em Uganda
Explorando a auto-coleta para ISTs em locais com poucos recursos.
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Índice
- O que é Coleta de Amostras por Conta Própria?
- Por que considerar a auto-coleta?
- Desafios atuais na África subsaariana
- A necessidade de mais informações
- O Estudo
- Participantes e Análise de Dados
- Considerações éticas
- Experiências dos participantes
- Preferências dos Participantes
- Implicações dos Resultados
- Comparação com Outros Estudos
- Conclusão
- Fonte original
Em muitos países da África subsaariana, uma forma comum de lidar com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que não estão ligadas ao HIV é através de um método chamado manejo sindrômico. Esse método analisa os sintomas que a pessoa tem e trata esses sintomas. No entanto, essa abordagem tem suas limitações, pois não inclui testes precisos para infecções. Para melhorar essa situação, os pesquisadores estão analisando um método chamado amostras coletadas por conta própria (SCS). Isso envolve indivíduos coletando uma amostra de seus próprios fluidos ou swabs e enviando para um laboratório para teste.
O que é Coleta de Amostras por Conta Própria?
A coleta de amostras por conta própria permite que as pessoas peguem as amostras sozinhas, seja em casa ou em uma clínica. Essa abordagem mostrou-se promissora em países ricos, onde estudos indicam que os resultados são muitas vezes tão precisos quanto os coletados por um profissional de saúde. Muitas pessoas também acham que a auto-coleta é uma maneira conveniente e aceitável de testar ISTs. Embora a coleta por conta própria não substitua o exame de um profissional de saúde, pode ajudar a tornar o manejo de ISTs mais flexível e acessível.
Por que considerar a auto-coleta?
Uma das principais razões para considerar amostras coletadas por conta própria é reduzir as barreiras que podem impedir as pessoas de fazer os testes. Algumas pessoas podem se sentir envergonhadas ou constrangidas em se despir na frente de um profissional de saúde. Outras podem se preocupar com Privacidade e confidencialidade. Ao permitir que as pessoas coletem amostras sozinhas, essas preocupações podem ser diminuídas. Por causa dessas vantagens, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a auto-coleta como outra opção para testes de IST.
Desafios atuais na África subsaariana
Apesar do potencial das amostras coletadas por conta própria, elas não são comumente usadas na África subsaariana. Isso se deve, em grande parte, à falta de testes diagnósticos acessíveis e precisos, além de instalações de laboratório limitadas. No entanto, nos últimos 15 anos, houve um aumento significativo nos cuidados e tratamentos para HIV na região. Isso levou a uma infraestrutura de saúde mais forte, tornando mais viável o uso de tecnologias mais acessíveis para testes de IST, especialmente em países como Uganda.
A necessidade de mais informações
Para criar programas eficazes de auto-coleta, é essencial ter informações mais detalhadas sobre como as pessoas nessas comunidades se sentem em relação ao método. No entanto, poucas pesquisas examinaram quão aceitáveis as amostras coletadas por conta própria são entre o público em geral em ambientes de poucos recursos.
O Estudo
Um estudo qualitativo foi realizado para entender melhor como as swabs genitais coletadas por conta própria são aceitáveis para testes de IST entre homens e mulheres em um ambiente de poucos recursos. A pesquisa ocorreu em Rakai, Uganda, onde um estudo de coorte baseado na comunidade envolveu residentes de 15 a 49 anos. Os participantes incluíram aqueles que vivem em comunidades rurais, semi-urbanas e pesqueiras. O estudo reuniu informações de saúde de 1.825 homens e mulheres sexualmente ativos e os testou para várias ISTs.
Processo de Coleta de Amostras
Para os homens, profissionais de saúde coletaram três amostras, e então uma quarta amostra foi obtida por um subgrupo de homens que se auto-coletaram. Para as mulheres, três swabs vaginais coletadas por conta própria foram obtidas sem nenhuma amostra coletada por um profissional. Os participantes receberam instruções de um profissional de saúde, e foi garantida privacidade durante o processo de coleta de amostras.
Entrevistas foram realizadas para obter insights sobre as experiências dos participantes com a auto-coleta. Isso ocorreu depois que os participantes receberam alguns de seus resultados de teste, mas antes que todos os resultados fossem compartilhados.
Participantes e Análise de Dados
O estudo incluiu 36 adultos, 15 homens e 21 mulheres, de uma das comunidades rurais. Os participantes relataram vários sintomas de IST, como corrimento genital, dor ao urinar e verrugas genitais. Entrevistas semi-estruturadas permitiram uma exploração mais profunda de suas experiências e opiniões sobre amostras coletadas por conta própria.
Todas as entrevistas foram conduzidas na língua local, transcritas e traduzidas para análise. A equipe de pesquisa revisou os dados para identificar temas e insights comuns.
Considerações éticas
Antes do estudo, aprovações éticas foram obtidas de instituições relevantes. Os participantes deram consentimento antes de participar das entrevistas e coleta de amostras.
Experiências dos participantes
Pensamentos gerais sobre a auto-coleta
A maioria dos participantes relatou que se sentiu confortável durante a coleta das amostras. Eles mencionaram que as instruções dadas pelos profissionais de saúde foram úteis, e o processo foi, em geral, indolor. No entanto, algumas mulheres expressaram desconforto com o novo método, indicando que não era algo com o que estavam acostumadas.
Vantagens da auto-coleta
Os participantes destacaram várias vantagens da auto-coleta:
Privacidade e Confidencialidade: Muitos sentiram que a auto-coleta lhes permitiu evitar o constrangimento de se despir na frente de um profissional. Essa visão foi compartilhada entre homens e mulheres.
Gentileza do Processo: A auto-coleta foi vista como menos dolorosa, especialmente para aqueles que estavam experimentando sintomas.
Eficiência: A auto-coleta poderia economizar tempo e dinheiro, especialmente se realizada em casa, facilitando para os indivíduos se testarem.
Desvantagens da auto-coleta
Apesar dos aspectos positivos, algumas preocupações foram levantadas:
Falta de Envolvimento do Profissional: Alguns participantes se preocuparam que não poderiam coletar as amostras corretamente sem orientação de um profissional de saúde.
Medo de Autolesão: Havia preocupações sobre a possibilidade de se machucar durante o processo de coleta.
Preocupações de Higiene: Alguns sentiram que a auto-coleta pode não ser tão higiênica quanto ter um profissional coletando as amostras.
Preferências dos Participantes
Quando os participantes foram perguntados sobre suas preferências, mais pessoas escolheram amostras coletadas por profissionais em vez da auto-coleta. No entanto, as mulheres, especialmente aquelas com sintomas, estavam mais inclinadas a escolher a auto-coleta em comparação com os homens. Quase todos os participantes afirmaram que recomendariam a auto-coleta a outros e estavam abertos a usá-la novamente no futuro.
Implicações dos Resultados
O estudo descobriu que as amostras coletadas por conta própria eram geralmente aceitáveis entre os participantes em Uganda. Eles apreciaram a privacidade, o conforto e a eficiência que a auto-coleta poderia proporcionar. No entanto, havia preocupações sobre a falta de envolvimento do profissional e medos sobre higiene e autolesão.
Embora muitos indivíduos preferissem a coleta por profissionais, ainda reconheceram o valor da auto-coleta como uma ferramenta potencial para o manejo de IST. Isso sugere que a auto-coleta pode ser uma opção importante ao lado dos métodos de teste tradicionais.
Comparação com Outros Estudos
Poucos estudos têm investigado a auto-coleta, especialmente em ambientes de poucos recursos, mas pesquisas existentes apoiam as conclusões deste estudo. Trabalhos anteriores em Rakai mostraram que swabs vaginais coletadas por conta própria para mulheres eram válidas e aceitáveis. Observações semelhantes foram notadas em outros estudos onde privacidade e segurança eram preocupações comuns entre os participantes.
Conclusão
Esta pesquisa indicou que as amostras coletadas por conta própria para testes de IST são aceitáveis tanto para homens quanto para mulheres em um ambiente de poucos recursos, apesar de algumas preocupações. A maioria dos participantes preferiu a coleta por profissionais, mas reconheceu a utilidade da auto-coleta. À medida que a África subsaariana continua enfrentando desafios relacionados às ISTs, a auto-coleta pode desempenhar um papel na melhoria do acesso aos testes e tratamentos. Uma melhor comunicação e o tratamento das preocupações dos usuários serão essenciais para promover a auto-coleta no futuro.
Título: The Acceptability of Self-Collected Samples for STI Testing: A Qualitative Study Among Adults in Rakai, Uganda
Resumo: IntroductionSelf-collected samples (SCS) for sexually transmitted infection (STI) testing have been shown to be feasible and acceptable in high-resource settings. However, few studies have assessed the acceptability of SCS for STI testing in a general population in low-resource settings. This study explored the acceptability of SCS among adults in south-central Uganda. MethodsNested within the Rakai Community Cohort Study, we conducted semi-structured interviews with 36 symptomatic and asymptomatic adults who self-collected samples for STI testing. We analyzed the data using an adapted version of the Framework Method. ResultsOverall, participants did not find SCS physically uncomfortable. Reported acceptability did not meaningfully differ by gender or symptom status. Perceived advantages to SCS included increased privacy and confidentiality, gentleness, and efficiency. Disadvantages included the lack of provider involvement, fear of self-harm and the perception that SCS was unhygienic.Most participants preferred provider-collected samples to SCS. Nevertheless, almost all said they would recommend SCS and would do it again in the future. ConclusionDespite a preference for provider-collection, SCS are acceptable among adults in this setting and support expanded access to STI diagnostic services. Key QuestionsO_ST_ABSWhat is already known on this topicC_ST_ABSTimely diagnosis is critical for STI control, with testing being the gold standard for diagnosis. Self-collected samples (SCS) for STI testing offer an opportunity to expand STI testing services and are well accepted in high-resource settings. However, patient acceptability of self-collected samples in low-resource settings is not well described. What this study addsWe found that SCS was acceptable to both male and female participants in our population, regardless of whether they reported STI symptoms. Perceived advantages to SCS included: increased privacy and confidentiality, gentleness, and efficiency; disadvantages included lack of provider involvement, fear of self-harm and the perception that SCS was unhygienic. Overall, most participants preferred provider collection over SCS. How this study might affect research, practice or policyPatient education addressing perceived disadvantages may increase SCS acceptability and support the use of SCS as a means to identify cases and control STIs in low-resource settings.
Autores: Yasmin P. Ogale, M. K. Grabowski, P. Nabakka, W. Ddaaki, R. Nakubulwa, N. Nakyanjo, F. Nalugoda, J. Kagaayi, G. Kigozi, J. A. Denison, C. A. Gaydos, C. E. Kennedy
Última atualização: 2023-02-23 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.02.17.23286055
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.02.17.23286055.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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