Mudanças nas Tendências de Transmissão do HIV entre os Gêneros
Dados recentes mostram mudanças nos padrões de infecções por HIV e nas lacunas de tratamento entre homens e mulheres.
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Índice
Em 2021, teve cerca de 1,5 milhão de Novas Infecções por HIV e uns 680 mil óbitos relacionados ao HIV no mundo todo. Uma parte significativa dessas novas infecções e mortes rolou no leste e sul da África, afetando principalmente mulheres jovens entre 15 e 24 anos. Embora a taxa geral de novos casos de HIV tenha caído 43% desde 2010 nessas regiões, os programas de prevenção do HIV não são tão eficazes para alcançar as metas de saúde internacionais. Esse progresso lento levanta preocupações sobre os custos futuros do Tratamento ao longo da vida, especialmente porque não existe cura para o HIV. A disseminação contínua do HIV traz sérios riscos, como mostra a relação entre o HIV e o coronavírus SARS-CoV-2, que evoluiu entre pessoas com falhas no tratamento do HIV. O aumento da resistência a drogas e o investimento global estagnado em controle do HIV significam que a situação é crítica.
Importância de Serviços Eficazes para o HIV
Oferecer serviços eficazes de prevenção e tratamento do HIV é super importante agora. Nos últimos dez anos, vários programas de controle do HIV na África, incluindo o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da AIDS (PEPFAR), tentaram aumentar o acesso ao tratamento para quem vive com HIV e reduzir novas infecções entre mulheres jovens. No entanto, estudos recentes indicam uma mudança na idade média das novas infecções por HIV. As taxas de novas infecções estão caindo mais rápido entre homens do que entre mulheres, mostrando uma paisagem em evolução na transmissão do HIV.
Para entender essa mudança, pesquisadores analisaram dados sobre incidência e transmissão do HIV de 2003 a 2018. O estudo focou em diversas comunidades em Uganda, abrangendo homens e mulheres de 15 a 49 anos. Ao monitorar indivíduos HIV-negativos e documentar novas infecções, os pesquisadores puderam acompanhar como as dinâmicas de transmissão do HIV estavam mudando ao longo do tempo.
Descobertas sobre Incidência de HIV
Os dados mostraram que de 2003 a 2018, a taxa de novas infecções por HIV entre homens em comunidades do interior caiu significativamente, com uma redução de 67,8%. Entre mulheres jovens de 15 a 24 anos, as taxas também caíram, mas bastante, 74,5%. No entanto, entre mulheres mais velhas, a queda nas novas infecções foi muito mais lenta, com taxas diminuindo apenas 43,9% entre mulheres de 25 a 34 anos e 37,4% entre aquelas de 35 a 49 anos. Essa queda mais lenta indica que, enquanto mulheres jovens estão enfrentando menos novas infecções, mulheres mais velhas ainda estão em maior risco.
Mudanças nas Fontes de Transmissão
As fontes de novas infecções também mudaram com o tempo. A maioria dos novos casos de HIV não está mais concentrada entre mulheres jovens; em vez disso, o peso das novas infecções está caindo cada vez mais sobre mulheres de 25 a 34 anos. Além disso, os homens responsáveis por transmitir o HIV estão ficando mais velhos, com a idade média dos parceiros masculinos transmissores aumentando significativamente durante esse período.
Em 2018, os dados mostraram que a idade média dos parceiros masculinos que transmitiram HIV era de cerca de 33 anos, comparado a cerca de 28,7 anos em 2003. Essa mudança destaca uma tendência preocupante, onde mulheres jovens estão frequentemente sendo infectadas por homens mais velhos, o que tem implicações importantes para as estratégias de prevenção do HIV.
A Diferença de Gênero no Tratamento do HIV
Está rolando uma diferença crescente no tratamento do HIV entre homens e mulheres. As mulheres estão experimentando aumentos mais rápidos na Supressão Viral em comparação com os homens. Até 2018, o número de mulheres com cargas virais suprimidas era significativamente maior do que o dos homens. Essa diferença no tratamento sugere que os homens estão contribuindo mais para novas infecções, já que muitos têm cargas virais não suprimidas que aumentam o risco de transmissão.
Por exemplo, entre os homens, a porcentagem com cargas virais não suprimidas era notavelmente maior do que entre as mulheres. Consequentemente, enquanto as mulheres com HIV estão conseguindo gerenciar melhor sua condição, os homens ainda estão atrasados na adesão ao tratamento e na obtenção da supressão viral.
Efeitos da Transmissão Masculina nas Mulheres
O aumento de parceiros masculinos contribuindo para a transmissão é significativo. Até 2018, os homens eram responsáveis por 62,8% das novas infecções por HIV. Essa mudança significa que, enquanto as taxas gerais de novas infecções entre mulheres estão caindo, os caminhos pelos quais elas se infectam agora estão predominantemente ligados a parceiros masculinos que podem não estar gerenciando bem seu próprio HIV.
Pesquisas indicam que, se esforços fossem feitos para melhorar o tratamento entre os homens, poderia haver reduções consideráveis na taxa de novas infecções entre mulheres. Análises mostram que, se os homens tivessem taxas de supressão viral semelhantes às das mulheres, isso poderia levar a uma redução significativa nas novas infecções entre mulheres. Esses achados ressaltam a necessidade de intervenções direcionadas que abordem o envolvimento dos homens na prevenção e tratamento do HIV.
A Importância de Intervenções Direcionadas
Há uma necessidade clara de os programas de HIV na África focarem mais nos homens. Apesar do foco histórico em mulheres jovens nas iniciativas de prevenção do HIV, dados recentes revelam que abordar a diferença de tratamento entre homens é essencial para reduzir novas infecções entre mulheres. Programas projetados para alcançar os homens de forma mais eficaz podem melhorar os resultados de saúde geral e diminuir a carga do HIV.
Uma recomendação é criar opções de teste e tratamento mais acessíveis especificamente para homens. Isso pode incluir iniciativas de autoteste e abordagens comunitárias que facilitem o engajamento dos homens com os serviços de saúde. Manter os homens em programas de tratamento também é vital para garantir que eles alcancem e mantenham a supressão viral.
Conclusão
As evidências apresentadas destacam os padrões em mudança na incidência e transmissão do HIV, especialmente em relação à idade e dinâmica de gênero. Enquanto as mulheres jovens historicamente foram o foco dos esforços de prevenção, as tendências recentes mostram que a maior parte das novas infecções está ligada aos homens. Esforços para melhorar o tratamento e a supressão viral entre os homens poderiam reduzir significativamente as novas infecções entre mulheres, ressaltando a necessidade de uma abordagem mais equitativa para os serviços de HIV.
Ao abordar as disparidades de gênero no tratamento do HIV e mudar o foco de volta para os homens, os programas de HIV têm o potencial de trazer mudanças significativas na redução da incidência de novas infecções. O objetivo continua claro: alcançar um mundo onde novas infecções por HIV sejam mínimas, a discriminação esteja ausente e as mortes relacionadas à AIDS sejam coisa do passado.
Título: Longitudinal population-level HIV epidemiological and genomic surveillance highlights growing gender disparity of HIV transmission in Uganda
Resumo: HIV incidence in eastern and southern Africa has historically been concentrated among girls and women aged 15-24 years. As new cases decline with HIV interventions, population-level infection dynamics may shift by age and gender. Here, we integrated population-based surveillance of 38,749 participants in the Rakai Community Cohort Study and longitudinal deep sequence viral phylogenetics to assess how HIV incidence and population groups driving transmission have changed from 2003 to 2018 in Uganda. We observed 1,117 individuals in the incidence cohort and 1,978 individuals in the transmission cohort. HIV viral suppression increased more rapidly in women than men, however incidence declined more slowly in women than men. We found that age-specific transmission flows shifted, while HIV transmission to girls and women (aged 15-24 years) from older men declined by about one third, transmission to women (aged 25-34 years) from men that were 0-6 years older increased by half in 2003 to 2018. Based on changes in transmission flows, we estimated that closing the gender gap in viral suppression could have reduced HIV incidence in women by half in 2018. This study suggests that HIV programs to increase HIV suppression in men are critical to reduce incidence in women, close gender gaps in infection burden and improve mens health in Africa.
Autores: Oliver Ratmann, M. Monod, A. Brizzi, R. M. Galiwango, R. Ssekubugu, Y. Chen, X. Xi, E. N. Kankaka, V. Ssempijja, L. Abeler Dörner, A. Akullian, A. Blenkinsop, D. Bonsall, L. W. Chang, S. Dan, C. Fraser, T. Golubchik, R. H. Gray, M. Hall, J. C. Jackson, G. Kigozi, O. Laeyendecker, L. A. A. Mills, T. C. Quinn, S. J. Reynolds, J. S. Santelli, N. K. Sewankambo, S. E. Spencer, J. Ssekasanvu, L. Thomson, M. J. Wawer, D. Serwadda, P. Godfrey-Faussett, J. Kagaayi, M. K. Grabowski, Rakai Health Sciences Program, PANGEA-HIV
Última atualização: 2023-11-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.16.23287351
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.16.23287351.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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