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Células Progenitoras Retinais: Metabolismo e Desenvolvimento

Explorando a conexão entre metabolismo e diferenciação das células da retina.

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A retina, que fica na parte de trás do olho, é super importante pra nossa visão. Ela é composta de vários tipos de células que trabalham juntas pra processar as informações visuais. Numa retina saudável, tem células essenciais, incluindo os Fotorreceptores (bastões e cones), que captam a luz; as células ganglionares, que mandam sinais pro cérebro; e as células de suporte chamadas de glia de Müller. Todas essas células precisam ser formadas nas quantidades certas e na hora certa pra nossa visão funcionar bem.

O Papel das Células Progenitoras Retinianas

Antes dessas células especializadas aparecerem, elas vêm de um tipo de célula conhecida como células progenitoras retinianas (RPCs). As RPCs podem se desenvolver em qualquer tipo de célula necessária na retina. Pesquisas mostraram que as RPCs passam por várias etapas, onde elas se dividem e depois se diferenciam nos diferentes tipos de células.

Em camundongos, por exemplo, as RPCs começam a mudar por volta do dia 12 da embriogênese e terminam de se desenvolver entre os dias 10 a 12 após o nascimento. No começo, as RPCs se dividem simetricamente, gerando duas RPCs, mas com o tempo, elas começam a se dividir assimetricamente, produzindo uma RPC e uma célula diferenciada. No final do processo de desenvolvimento, elas podem se dividir em duas células que não se dividem mais.

Esse desenvolvimento não rola tudo de uma vez. Diferentes tipos de células retinianas nascem em momentos sobrepostos. Por exemplo, as células ganglionares, horizontais e cones aparecem primeiro, seguidas pelas células amacrinas, bipolares, bastões e glia de Müller.

Apesar dos avanços nas pesquisas, como as RPCs interpretam os sinais do ambiente pra produzir a mistura certa de células retinianas ainda não é totalmente compreendido.

Produção de Energia na Retina

As RPCs precisam de energia pra crescer e se dividir, e elas produzem essa energia principalmente através de um processo chamado Glicólise. Na glicólise, a glicose é quebrada em piruvato, que pode ser usado pra mais energia nas mitocôndrias ou transformado em lactato. Enquanto outras células muitas vezes dependem de um processo diferente chamado fosforilação oxidativa, as células retinianas geralmente ficam na glicólise, mesmo quando tem oxigênio disponível. Essa dependência da glicólise às vezes é chamada de efeito Warburg, que também é visto em algumas células cancerosas.

Curiosamente, em diferentes espécies, as RPCs usam várias fontes pra glicólise. Por exemplo, em rãs, as RPCs dependem de glicogênio armazenado, enquanto nas células retinianas humanas, a glicose é crucial pro desenvolvimento inicial. Estudos em camundongos mostraram que certos processos, como mitofagia, ajudam as RPCs a mudarem pra glicólise, apoiando seu crescimento inicial em células ganglionares.

Apesar de sabermos como a energia é produzida, ainda não está claro como esses processos metabólicos afetam a diferenciação das RPCs em estágios mais avançados de desenvolvimento.

Metabolismo e Diferenciação

O reprogramação metabólica pode impactar como as células-tronco e células progenitoras se desenvolvem. Em algumas linhagens, o metabolismo já mostrou que influencia a diferenciação. Por exemplo, a glicólise pode alterar a expressão gênica e influenciar o destino das células nos músculos esqueléticos e nas células imunes.

Pra investigar como o metabolismo se cruza com o desenvolvimento na retina, os pesquisadores focaram numa proteína chamada PTEN, que pode inibir a glicólise. Quando a PTEN não tá funcionando direito, as RPCs se dividem mais rápido, levando a uma diferenciação mais rápida dos fotorreceptores. As observações indicam que um aumento na glicólise tá associado a mudanças mais rápidas nas RPCs, resultando numa depleção mais rápida dessas células.

Em modelos onde a atividade glicolítica é aumentada, os pesquisadores viram uma diferenciação acelerada dos fotorreceptores em bastão. No entanto, quando a glicólise foi inibida, aconteceu o oposto: a proliferação das RPCs e a diferenciação dos fotorreceptores diminuíram. Além disso, descobriu-se que a glicólise é necessária pra Sinalização WNT, uma via crucial pro crescimento e diferenciação celular.

Mudanças na Atividade Glicolítica Durante o Desenvolvimento

Pesquisas mostraram que a atividade glicolítica nas RPCs muda durante o desenvolvimento. Ao examinar os dados de sequenciamento de células únicas, os cientistas conseguiram identificar diferentes populações de RPCs em várias etapas, junto com as expressões gênicas glicolíticas. A expressão gênica glicolítica atingiu o pico durante janelas de desenvolvimento específicas, indicando uma relação entre a atividade metabólica e o timing da diferenciação celular.

Efeitos da Inibição da Glicólise

Pra entender melhor a importância da glicólise nas RPCs, foram feitos experimentos usando tecido retiniano. Quando os explantes retinianos foram tratados com um inibidor de glicólise, houve uma redução significativa na proliferação das RPCs. Isso foi visto através da diminuição dos níveis de RPCs proliferantes marcadas com BrdU.

Além disso, tratar os explantes com altas doses de inibidores também afetou a diferenciação celular, causando uma queda no número de precursores de fotorreceptores CRX+. Esses resultados indicam que a glicólise é vital tanto pro crescimento quanto pra diferenciação das RPCs.

A Importância dos Níveis de pH na Destinação Celular

Outro aspecto interessante da glicólise é como ela afeta o pH dentro das células. À medida que a glicólise acontece, ela produz lactato e íons H+, o que pode aumentar o pH intracelular. Um pH mais alto pode promover a proliferação e a diferenciação nas RPCs. Estudos mostraram que ajustar o pH do ambiente onde as RPCs crescem influencia a capacidade delas de se dividir e se diferenciar.

Explorando a Sinalização Wnt

A sinalização Wnt é uma via essencial que influencia como as RPCs se desenvolvem. Pesquisas indicaram que a glicólise e a regulação do pH podem impactar a atividade da sinalização Wnt. Quando a glicólise aumenta, a sinalização Wnt também sobe, o que pode promover a proliferação e diferenciação das RPCs.

Experimentos mostraram que inibir a sinalização Wnt teve efeitos semelhantes aos de inibir a glicólise, sugerindo que a Wnt atua como um regulador crucial do comportamento das RPCs.

Maturação dos Fotorreceptores

Além de promover o crescimento das RPCs, a glicólise também tem um papel na maturação dos fotorreceptores. A atividade glicolítica elevada leva a um aumento na produção de fotorreceptores em bastão e apoia seu desenvolvimento em células totalmente funcionais. A presença de lactato e um pH mais alto melhora esse processo, levando à maturação das partes externas dos fotorreceptores, que são estruturas importantes pra detecção de luz.

Como Mudanças no PTEN Impactam o Desenvolvimento Retiniano

Quando a PTEN tá ausente ou não tá funcionando, as células progenitoras retinianas aceleram sua divisão e diferenciação. Isso leva a um número menor de bastões maduros e outras células retinianas. O estudo desse fenômeno ajuda a entender como várias vias metabólicas e processos de sinalização interagem pra ditar o destino das células retinianas.

Investigando Diferenças de Espécies no Metabolismo das RPCs

Comparamos os achados em camundongos e outras espécies, como rãs, e foi revelado que enquanto a glicólise é uma fonte de energia comum nas RPCs, diferentes organismos podem depender de estratégias metabólicas distintas. Por exemplo, enquanto as rãs dependem de glicogênio armazenado, as RPCs de camundongos precisam de um suprimento constante de glicose.

Conclusões e Direções Futuras

Entender como o metabolismo influencia o comportamento das RPCs e o desenvolvimento retiniano é essencial não só pra biologia básica, mas também pra possíveis abordagens terapêuticas em doenças retinianas. As vias discutidas criam uma rede complexa que regula como as células retinianas crescem, se dividem e se diferenciam.

À medida que a pesquisa avança, pode-se descobrir mais sobre como manipular esses processos em medicina regenerativa ou como lidar com transtornos de desenvolvimento da retina.

Com estudos em andamento, os cientistas buscam refinar nosso conhecimento sobre a interação entre metabolismo, sinalização celular e identidade das células retinianas, levando a possíveis avanços empolgantes na ciência da visão.

Fonte original

Título: Glycolytic flux controls retinal progenitor cell differentiation via regulating Wnt signaling

Resumo: Metabolic pathways are remodeled in response to energy and other homeostatic demands and are dynamically regulated during embryonic development, suggestive of a role in guiding cellular differentiation. Here, we show that glycolytic flux is required and sufficient to bias multipotent retinal progenitor cells (RPCs) to acquire a rod photoreceptor fate in the murine retina. In an RPC-specific conditional knock-out of Phosphatase and tensin homolog (Pten-cKO) and in an RPC-specific conditional gain-of-function of dominant active PFKB3 (cytoPFKB3), glycolytic gene expression and activity are elevated, correlating with precocious rod photoreceptor differentiation and outer segment maturation. Conversely, glycolytic inhibition in retinal explants, achieved either with 2-deoxy-d-glucose, a competitive inhibitor of glucose metabolism, by lowering media pH, which disables PKM2, a rate-limiting enzyme, or by inhibiting lactate/H+ symporters, which lowers intracellular pH, suppresses RPC proliferation and photoreceptor differentiation. Mechanistically, we show that Wnt signaling, the top-upregulated pathway in Pten-cKO retinas, is a glycolysis-dependent pathway. Pharmacological and genetic perturbation of Wnt signaling using a Ctnnb1-cKO phenocopies glycolytic inhibition, suppressing RPC proliferation, photoreceptor differentiation and outer segment maturation. Thus, developmental rewiring of glycolytic flux modulates Wnt signaling to drive rod photoreceptor differentiation and maturation, an instructive role that may be exploited therapeutically for cell replacement strategies. IMPACT STATEMENTTransgenic and pharmacological approaches reveal developmental elevations in glycolytic flux have an instructive role in promoting rod photoreceptor differentiation and maturation via activation of Wnt signaling.

Autores: Carol Schuurmans, J. Hanna, Y. Touahri, A. Pak, L. Belfiore, E. van Oosten, L. A. David, S. Han, Y. Ilnytskyy, I. Kovalchuk, D. Kurrasch, S. Okawa, A. del Sol, R. A. Screaton, I. Aubert

Última atualização: 2024-07-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.12.603298

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.12.603298.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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