Novas descobertas sobre prevenção de infecções do trato urinário através da pesquisa do FimH
A pesquisa sobre FimH dá esperança para vacinas eficazes contra infecções do trato urinário.
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Índice
Infecções do trato urinário (ITU) são comuns e afetam cerca de metade de todas as mulheres pelo menos uma vez na vida. Essas infecções podem levar a complicações sérias, incluindo sepse, que é uma condição que pode ameaçar a vida. As bactérias que costumam causar ITUs são resistentes a muitos medicamentos, o que dificulta o tratamento. O principal culpado da maioria das ITUs é um tipo de bactéria conhecido como Escherichia coli uropatogênica (UPEC), que é responsável por um grande número de casos simples e complexos de ITUs.
Comportamento Bacteriano nas ITUs
UPEC geralmente vive nos intestinos, mas pode se mover do intestino para o trato urinário. Uma vez lá, ela pode grudar nas células da bexiga e causar infecções. A habilidade dessas bactérias de aderir às células da bexiga é crucial para o desenvolvimento das ITUs. Elas usam estruturas pequenas semelhantes a pelos chamadas fímbriae, que contêm proteínas que ajudam a se fixar nas células da bexiga.
As fímbriae do tipo 1 são o tipo mais comum e são essenciais para a capacidade da UPEC de se prender ao revestimento da bexiga. Elas funcionam se ligando a moléculas específicas encontradas nas células da bexiga. Essa adesão é fundamental para as bactérias estabelecerem uma infecção.
Importância das Fímbriae
As fímbriae são estruturas complexas feitas de várias proteínas. A ponta da fímbria tem uma proteína especial chamada FimH que é chave para a capacidade das bactérias de se fixarem. Essa fixação permite que a UPEC invada as células da bexiga, sobreviva às respostas imunológicas e forme biofilmes, que são aglomerados protetores que aumentam sua capacidade de causar infecção. O FimH é importante porque ajuda a UPEC a grudar nas células, invadi-las e escapar da destruição pelas células imunológicas.
Pesquisas mostram que o FimH está sob pressão seletiva em certas infecções, o que significa que mudanças nessa proteína podem afetar o quanto as bactérias causam a doença. Cientistas descobriram que medicamentos que visam o FimH podem ajudar a tratar e prevenir ITUs em modelos animais, mostrando seu potencial como alvo para novas terapias.
Estrutura do FimH
O FimH tem duas partes principais: o domínio de ligação à lectina N-terminal (FimHLD), que ajuda a se ligar às células da bexiga, e o domínio C-terminal de pilina (FimHPD), que conecta o FimH ao resto da estrutura da fímbria. O FimH pode mudar de forma dependendo se está ligado a uma molécula de açúcar, o que afeta sua habilidade de aderir às células. Quando ligado ao açúcar, o FimH assume uma forma de alta afinidade, permitindo que grude de forma mais eficaz.
Pesquisadores estudaram a estrutura do FimH em detalhes. Eles descobriram que o local de ligação para açúcares pode adotar formas diferentes, o que afeta o quanto o FimH pode se prender às células da bexiga. Entendendo essas formas, os cientistas podem projetar medicamentos que possam bloquear essa ligação, potencialmente prevenindo ITUs.
Vacinas
Desenvolvimento deO FimH também é um alvo promissor para vacinas que visam prevenir ITUs. Vacinas que incentivam o corpo a produzir Anticorpos contra o FimH podem impedir que as bactérias grudem nas células da bexiga e comecem uma infecção. Alguns estudos iniciais em animais mostraram que vacinas contendo FimH podem reduzir o número de ITUs.
No entanto, desenvolver uma vacina eficaz baseada em FimH enfrentou desafios. Um grande problema é que a produção de FimH em bactérias de laboratório é baixa, dificultando a produção suficiente para as vacinas. Além disso, as vacinas precisam desencadear uma forte resposta imunológica para serem eficazes, e o FimH sozinho nem sempre leva a isso.
Novas Abordagens para Desenvolvimento de Vacinas
Para melhorar a eficácia da vacina, os pesquisadores têm explorado maneiras de aumentar a resposta imunológica ao FimH. Ao engenheirar o FimH para estabilizar certas formas, os cientistas acreditam que pode levar a melhores projetos de vacinas. Essas versões modificadas do FimH podem ser produzidas em células de mamíferos, que ajudam a criar a estrutura correta da proteína e obter quantidades maiores.
Uma abordagem envolve o uso de mutações específicas para manter o FimH em uma forma que provoca uma forte resposta imunológica. Essas proteínas engenheiradas podem ajudar a produzir anticorpos que impedem a UPEC de grudar nas células da bexiga, reduzindo assim o risco de infecção.
Produção de FimH Modificado
Em estudos recentes, um novo sistema foi usado para produzir FimH em células de mamíferos, proporcionando um aumento significativo na produção e a capacidade de criar proteínas corretamente dobradas. Os pesquisadores se concentraram em criar FimH com alterações específicas para melhorar seu desempenho como candidato a vacina. Eles descobriram que, quando o FimH é expresso em células de mamíferos, ele mantém sua estrutura e função, tornando-o adequado para o desenvolvimento de vacinas.
Essas versões modificadas do FimH foram testadas em camundongos para avaliar sua capacidade de gerar uma resposta imunológica. Os resultados mostraram que algumas das proteínas FimH modificadas levaram a níveis mais altos de anticorpos que poderiam bloquear a ligação bacteriana, o que é crucial para prevenir infecções.
Estudos de Resposta de Anticorpos
Nos estudos com animais, os pesquisadores usaram várias versões modificadas do FimH e monitoraram as respostas imunológicas geradas. Eles descobriram que certas mutações no FimH levaram a uma produção de anticorpos mais forte, que poderia inibir efetivamente a UPEC de se fixar nas células da bexiga.
O estudo também identificou anticorpos específicos que funcionaram melhor contra a UPEC. Esses anticorpos podem ser indicadores úteis de quão bem um candidato a vacina pode desempenhar na prevenção de ITUs. Os pesquisadores usaram técnicas avançadas, incluindo análise molecular e estudos estruturais, para entender como esses anticorpos interagem com o FimH.
Análise Estrutural de Anticorpos
Para entender melhor a interação entre os anticorpos e o FimH, os cientistas empregaram técnicas como microscopia eletrônica criogênica. Isso permitiu visualizar como diferentes anticorpos se ligavam à proteína FimH e identificar locais de ligação únicos. Compreender essas interações de ligação fornece insights sobre como projetar melhores candidatos a vacina que possam provocar uma forte resposta imunológica.
Vários locais de ligação de anticorpos distintos no FimH foram descobertos. Cada um desses locais desempenha um papel em como um anticorpo pode bloquear eficazmente a capacidade da bactéria de se aderir às células. Essa informação pode ajudar na criação de vacinas que visem múltiplos locais na proteína FimH, aumentando sua eficácia geral.
Avançando nas Trilhas de Vacinas
As descobertas destacam o potencial de um candidato a vacina promissor que poderia reduzir significativamente a ocorrência de ITUs. Com a capacidade de produzir proteínas FimH modificadas em grandes quantidades e uma compreensão mais clara de como estimular uma resposta imunológica robusta, os pesquisadores estão otimistas sobre avançar para ensaios clínicos.
O objetivo é demonstrar a eficácia dessas vacinas melhoradas em populações maiores, determinando sua segurança e capacidade de prevenir ITUs. Se bem-sucedido, isso poderia representar um grande avanço na prevenção de infecções do trato urinário, reduzindo a carga sobre os sistemas de saúde e melhorando os resultados dos pacientes.
Conclusão
As ITUs continuam sendo uma preocupação significativa de saúde que afeta milhões de pessoas, especialmente mulheres. O foco no FimH como alvo para vacinas representa uma avenida promissora para prevenir essas infecções. A pesquisa e o desenvolvimento contínuos de proteínas FimH modificadas e vacinas associadas podem, em última análise, fornecer soluções eficazes para combater as ITUs. Com resultados iniciais promissores, há esperança de que uma vacina bem-sucedida possa estar disponível em um futuro não muito distante, melhorando a qualidade de vida daqueles em risco de infecções recorrentes.
Título: Structure-Based Design of a Highly Immunogenic, Conformationally Stabilized FimH Antigen for a Urinary Tract Infection Vaccine
Resumo: Adhesion of E. coli to the urinary tract epithelium is a critical step in establishing urinary tract infections. FimH is an adhesin positioned on the fimbrial tip which binds to mannosylated proteins on the urinary tract epithelium via its lectin domain (FimHLD). FimH is of interest as a target of vaccines to prevent urinary tract infections (UTI). Previously, difficulties in obtaining purified recombinant FimH from E. coli along with the poor inherent immunogenicity of FimH have hindered the development of effective FimH vaccine candidates. To overcome these challenges, we have devised a novel production method using mammalian cells to produce high yields of homogeneous FimH protein with comparable biochemical and immunogenic properties to FimH produced in E. coli. Next, to optimize conformational stability and immunogenicity of FimH, we used a computational approach to design improved FimH mutants and evaluated their biophysical and biochemical properties, and murine immunogenicity. This approach identified a highly immunogenic FimH variant (FimH-DSG TM) that is produced at high yields in mammalian cells. By x-ray crystallography, we confirmed that the stabilized structure of the FimHLD in FimH-DSG TM is similar to native FimH on the fimbrial tip. Characterization of monoclonal antibodies elicited by FimH-DSG TM that can block bacterial binding to mannosylated surfaces identified 4 non-overlapping binding sites whose epitopes were mapped via a combinatorial cryogenic electron microscopy approach. Novel inhibitory epitopes in the lectin binding FimH were identified, revealing diverse functional mechanisms of FimH-directed antibodies with relevance to FimH-targeted UTI vaccines. Author summaryEscherichia coli is the primary cause of urinary tract infections. Adherence to uroepithelial surfaces is mediated by the pilus adhesin protein FimH, which is of interest as a vaccine candidate. We developed a method for producing recombinant FimH at bioprocess scale, previously a barrier to commercial development. Structure-based design and screening was used to identify a novel FimH vaccine candidate with improved stability and immunogenicity in mice. Structure of this full-length protein was determined by X-ray crystallography and shown to closely resemble the pilus adhesin present in its native form on the bacterial surface. Binding sites of biologically active FimH monoclonal antibodies were determined by X-ray crystallography or by cryo-electron microscopy, providing insights into mechanisms by which antibodies block binding of the bacteria to urinary tract receptors. One sentence summaryStructure-based design of a conformationally stabilized E. coli FimH vaccine candidate capable of eliciting antibodies to diverse epitopes with the ability to block bacterial binding to bladder epithelial cells.
Autores: Natalie Clare Silmon de Monerri, Y. Che, J. A. Lees, J. Jasti, H. Wu, M. C. Griffor, S. Kodali, J. C. Hawkins, J. Lypowy, C. Ponce, K. Curley, A. Esadze, J. Carcamo, D. Keeney, A. Illenberger, Y. V. Matsuka, S. Shanker, L. Chorro, A. V. Gribenko, S. Han, A. S. Anderson, R. G. K. Donald
Última atualização: 2024-06-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598184
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598184.full.pdf
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