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# Ciências da saúde# Malattie infettive (eccetto HIV/AIDS)

Altas taxas de hepatite A na força de trabalho do Catar

Estudo revela alta prevalência de Hepatite A entre trabalhadores manuais e de artesanato no Catar.

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O vírus da hepatite A (HAV) é uma das principais causas de inflamação aguda do fígado no mundo todo. Enquanto muita gente que pega o HAV pode sentir apenas um mal-estar leve, existem casos raros em que isso pode levar a uma falência hepática grave e até morte. Apesar de existir uma vacina que pode prevenir o HAV, mais de 150 milhões de pessoas no mundo todo devem ser infectadas a cada ano, e mais de 39.000 mortes foram relatadas só em 2019.

Como o HAV é Transmitido?

O HAV é principalmente espalhado pela via fecal-oral, ou seja, pode ser transmitido quando alguém come ou bebe alimentos e água contaminados com o vírus. Outras formas de pegar o HAV incluem contato com fluidos corporais infectados ou interações físicas próximas com alguém que tem o vírus, como durante sexo oral ou anal.

A maioria das infecções acontece em países de baixa e média renda, onde as condições de saneamento são ruins. Muitas crianças nessas regiões podem contrair o HAV sem apresentar sintomas. Por causa da exposição repetida na infância, muitos adultos nessas áreas desenvolvem imunidade. Em países de alta renda, no entanto, os adultos que não foram expostos correm o risco de ficar doentes, especialmente durante surtos entre viajantes e certos grupos de alto risco, como homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas e pessoas em situação de rua. Recentemente, houve um aumento de surtos relacionados a alimentos contaminados, provavelmente devido ao sistema de comércio global.

Estratégia do Setor de Saúde Global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um plano chamado Estratégia do Setor de Saúde Global 2022-2030, com o objetivo de eliminar a hepatite viral como um problema de Saúde Pública até 2030. A OMS recomenda a Vacinação contra o HAV em países onde o risco de Infecção é moderado. Atualmente, eles sugerem focar grupos de alto risco em países com taxas de infecção mais baixas. Em áreas onde o HAV é comum, a vacinação de rotina não é recomendada, pois pode levar a um aumento de casos entre os não vacinados.

Até maio de 2021, apenas 34 países tinham planos para introduzir a vacinação contra o HAV em crianças. Alguns países do Oriente Médio, como Bahrein, Omã, Qatar, Arábia Saudita e Tunísia, conseguiram incluir vacinas contra o HAV em seus programas nacionais de imunização. No Iraque, também existem planos de vacinação direcionados a grupos de alto risco. No entanto, em muitos outros países da região, as vacinas contra o HAV só podem ser encontradas em estabelecimentos de saúde privados, a um custo.

HAV no Oriente Médio e Norte da África

Na região do Oriente Médio e Norte da África (MENA), evidências mostram uma diminuição nos casos relatados de HAV entre crianças nos últimos 20 anos. Ainda assim, alguns países, como Egito, Marrocos e Paquistão, continuam a ver altas taxas de infecção, especialmente em áreas com conflitos em andamento.

Devido à falta de dados globais sobre infecções por HAV em populações migrantes, um estudo recente visou verificar quantos trabalhadores manuais e de ofício no Qatar tinham anticorpos para o HAV. O Qatar tem uma população diversificada, com cerca de 89% das pessoas sendo expatriadas de mais de 150 países diferentes. Essa força de trabalho, composta principalmente por homens solteiros com idade entre 20 e 49 anos, é significativa em projetos de construção, incluindo os para a Copa do Mundo de 2022.

A maioria desses trabalhadores vem de regiões onde o HAV é comum, e as crianças geralmente se infectam antes de completar 10 anos. O objetivo do estudo é melhorar o conhecimento sobre o HAV e contribuir com informações que possam ajudar a atingir metas para eliminar a hepatite viral globalmente.

Processo do Estudo

Os pesquisadores testaram amostras de sangue que já haviam sido coletadas durante uma pesquisa realizada entre 26 de julho e 9 de setembro de 2020. Essa pesquisa anterior foi focada em checar a presença do SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, entre trabalhadores manuais e de ofício.

Para escolher os participantes do estudo, os pesquisadores analisaram registros da Sociedade do Crescente Vermelho do Qatar (QRCS), que fornece cuidados de saúde a esses trabalhadores. Eles têm quatro centros ao redor do Qatar que atendem as necessidades desses trabalhadores, operando por longas horas e oferecendo serviços gratuitamente ou com suporte significativo.

Para representar os trabalhadores de forma precisa, os pesquisadores cuidadosamente escolheram uma amostra que refletisse a idade e a nacionalidade da população. Como mais de 99% dos trabalhadores manuais e de ofício são homens, o estudo não considerou especificamente o sexo na sua estratégia de amostragem.

Os trabalhadores foram convidados a participar enquanto visitavam os centros de saúde, com cada quarta pessoa abordada até que o número necessário de amostras fosse atingido. Para garantir a participação entre trabalhadores mais jovens de certas nacionalidades, a abordagem foi ajustada no final do estudo.

Entrevistadores treinados forneceram consentimento por escrito e coletaram informações básicas de fundo. Amostras de sangue foram coletadas dos participantes e armazenadas corretamente antes de serem enviadas para armazenamento a longo prazo e testes.

Teste Laboratorial

As amostras de sangue foram levadas para um laboratório para testar anticorpos de HAV. Os testes utilizados são conhecidos pela alta precisão e confiabilidade. Os resultados foram categorizados como negativos, positivos ou incertos. Amostras que foram incertas não foram incluídas na análise posterior.

Resultados do Estudo

Entre as amostras de sangue testadas, um total de 2.616 estavam disponíveis para teste de HAV. Desses, 2.393 testaram positivo para HAV, indicando uma prevalência muito alta do vírus entre os trabalhadores.

A maioria dos participantes era jovem, com cerca de 70% com menos de 40 anos. A idade média estava em torno de 35 anos. Mais de 40% dos participantes tinham um nível intermediário de educação ou menos, enquanto outros tinham completado o ensino médio ou tinham ensino superior.

Os resultados mostraram que a prevalência de HAV era geralmente alta entre diferentes nacionalidades, com algumas variações. Por exemplo, alguns grupos tinham uma taxa de infecção mais baixa em comparação com outros. Por exemplo, os trabalhadores do Sri Lanka mostraram a menor prevalência, enquanto paquistaneses e egípcios tinham taxas muito mais altas.

Fatores específicos foram encontrados relacionados à infecção por HAV, como idade, nacionalidade e nível de educação. À medida que a idade aumentava, a probabilidade de infecção também aumentava. Trabalhadores com mais de 50 anos apresentaram taxas de HAV significativamente mais altas. Nacionalidades diferentes também mostraram riscos variados, com alguns grupos tendo taxas de infecção mais altas em comparação com outros.

Importância dos Resultados

Esse estudo revela que uma porcentagem muito alta de trabalhadores manuais e de ofício no Qatar foi exposta ao HAV, sugerindo que a maioria adquiriu o vírus na infância em seus países de origem antes de vir para o Qatar.

Essa alta prevalência enfatiza a necessidade de medidas eficazes para prevenir infecções por HAV, que devem incluir a promoção de práticas seguras de água potável e saneamento. As diretrizes da OMS para vacinação também devem ser seguidas, especialmente em países onde o risco permanece significativo.

Embora os números gerais sejam altos, as variações encontradas entre diferentes grupos podem ajudar a informar o planejamento e as políticas de saúde. Compreender essas diferenças pode levar a melhores serviços e iniciativas voltadas para reduzir o impacto do HAV e trabalhar em direção ao objetivo de eliminar a hepatite viral até 2030.

Limitações do Estudo

Houve desafios na forma como o estudo foi conduzido, como questões logísticas que afetaram a estratégia de amostragem inicial. Embora tenha sido feito um esforço para garantir que a amostra refletisse a população mais ampla, é essencial reconhecer que nem todos os aspectos do plano original puderam ser seguidos.

Outra limitação foi a dificuldade em manter registros consistentes das taxas de participação, mas estimativas sugeriram alta participação. Apesar desses desafios, os resultados do estudo fornecem insights valiosos sobre a prevalência de HAV entre trabalhadores no Qatar, preenchendo uma lacuna importante no conhecimento sobre hepatite na região.

Em resumo, o estudo destaca a alta prevalência de HAV entre os trabalhadores manuais e de ofício do Qatar, enfatizando a necessidade de esforços contínuos de saúde pública para lidar com os riscos associados a essa infecção viral.

Fonte original

Título: Prevalence of hepatitis A virus among migrant workers in Qatar: A national study

Resumo: BackgroundHepatitis A virus (HAV) is the predominant cause of acute viral hepatitis worldwide; however, data on HAV antibody prevalence (seroprevalence) among migrant populations are limited. This study aimed to investigate HAV seroprevalence among Qatars migrant craft and manual workers (CMWs), constituting approximately 60% of the countrys population. MethodsHAV antibody testing was conducted on stored serum specimens obtained from CMWs during a nationwide severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) population- based cross-sectional survey between July 26 and September 9, 2020. Associations with HAV infection were investigated through regression analyses. ResultsOf the 2,607 specimens with HAV antibody test results, 2,393 were positive, and 214 were negative. The estimated HAV seroprevalence among CMWs was 92.0% (95% CI: 90.9- 93.1%). HAV seroprevalence was generally high but exhibited some variation, ranging from 70.9% (95% CI: 62.4-78.2%) among Sri Lankans to 99.8% (95% CI: 98.2-99.9%) among Pakistanis. The multivariable regression analysis identified age, nationality, and educational attainment as statistically significant factors associated with HAV infection. Relative to CMWs aged [≤]29 years, the adjusted relative risk (ARR) was 1.06 (95% CI: 1.03-1.10) in CMWs aged 30- 39 years and reached 1.15 (95% CI: 1.10-1.19) in those aged [≥]50 years. In comparison to Indians, the ARR was lower among Sri Lankans, assessed at 0.81 (95% CI: 0.72-0.91), but higher among Nepalese at 1.07 (95% CI: 1.04-1.11), Bangladeshis at 1.10 (95% CI: 1.07-1.13), Pakistanis at 1.12 (95% CI: 1.09-1.15), and Egyptians at 1.15 (95% CI: 1.08-1.23). No evidence for differences was found by geographic location or occupation. ConclusionsHAV seroprevalence among Qatars CMW population is very high, with over nine out of every ten individuals having been exposed to this infection, likely during childhood.

Autores: Gheyath K. Nasrallah, N. Younes, H. Chemaitelly, P. B. Nizamuddin, T. Al-Hamad, M. Abdallah, H. M. Yassine, L. J. Abu-Raddad

Última atualização: 2024-03-04 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.27.24303440

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.27.24303440.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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