Os Riscos à Saúde da Tinta de Tatuagem
Tatuagens estão na moda, mas as preocupações sobre a segurança e os riscos à saúde aumentam.
― 7 min ler
Índice
Nos últimos anos, as tatuagens ficaram super populares. Muita gente agora decide fazer uma, com estudos mostrando que cerca de 20-25% das pessoas em alguns países têm tatuagens, especialmente entre as gerações mais novas. Com esse boom, surgiram preocupações sobre a segurança delas, principalmente em relação à tinta usada e seus possíveis efeitos na saúde.
Tinta de Tatuagem e Riscos Potenciais
A tinta de tatuagem é feita de várias substâncias, algumas que podem ser prejudiciais. Pesquisas mostraram que partículas minúsculas da tinta podem se acumular nos gânglios linfáticos e até entrar na corrente sanguínea, podendo alcançar órgãos em outras partes do corpo. Isso levanta questões sobre se essas partículas podem causar danos à pele, ao sistema imunológico ou a outros órgãos internos.
Uma das tintas de tatuagem mais comuns é a tinta preta, que geralmente contém preto de carbono. Essa substância foi classificada como possivelmente prejudicial para os humanos, principalmente por causa de estudos que ligam a inalação dela ao câncer de pulmão. Quando o preto de carbono é criado, ele também pode produzir subprodutos perigosos conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs). Um PAH específico, o benzo[a]pireno, é reconhecido como cancerígeno. Outros produtos químicos nocivos que aparecem nas tintas de tatuagem incluem compostos azo, que podem liberar substâncias perigosas quando expostos à luz solar ou durante a remoção à laser.
O desafio de ligar a tinta de tatuagem ao câncer é que o câncer pode levar muitos anos para se desenvolver, e muitas vezes as pessoas são expostas a diversos fatores ambientais. Devido às lacunas de conhecimento nessa área, organizações como a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer pediram mais estudos para investigar as possíveis conexões entre tinta de tatuagem e riscos para certos tipos de câncer, como Linfoma e Câncer de pele.
Pesquisa Atual sobre Tatuagens e Câncer
Até agora, houve alguns estudos tentando encontrar evidências de uma conexão entre tinta de tatuagem e câncer. As pesquisas existentes analisaram linfoma, mieloma múltiplo e carcinoma de células basocelulares, com um estudo recente sugerindo um possível aumento no risco de câncer entre indivíduos tatuados. No entanto, nem todos os estudos mostraram links significativos, pedindo mais investigação.
Acredita-se que a tinta de tatuagem possa causar inflamação no local da tatuagem, levando a problemas crônicos e aumentando os riscos de células crescerem de forma anormal. Isso é preocupante para qualquer tipo de tinta devido à resposta imunológica do corpo a materiais estrangeiros. Além disso, tintas com propriedades nocivas conhecidas podem aumentar ainda mais esse risco com o tempo.
A pesquisa está focando na exposição à tinta de tatuagem e sua relação com certos tipos de câncer. Os tipos de câncer considerados incluem aqueles relacionados à pele e linfoma, além de câncer de bexiga e trato urinário, uma vez que partículas de tinta podem viajar pela corrente sanguínea para essas áreas.
O Estudo da Coorte de Gêmeos Tatuados da Dinamarca
Um estudo recente na Dinamarca tentou investigar essas hipóteses, usando um grupo único conhecido como Coorte de Gêmeos Tatuados da Dinamarca (DTTC). Esse grupo foi criado para reunir informações sobre a exposição à tinta de tatuagem entre gêmeos dinamarqueses. O estudo incluiu uma pesquisa detalhada, permitindo que os pesquisadores analisassem vários fatores que poderiam influenciar o risco de câncer.
O estudo recrutou pares de gêmeos nascidos entre 1960 e 1996. Os pesquisadores selecionaram gêmeos onde pelo menos um tinha sido diagnosticado com certos tipos de câncer, incluindo linfoma, câncer de pele e câncer de bexiga. Ao todo, 568 gêmeos individuais inicialmente atenderam aos critérios, e 316 deles responderam à pesquisa.
A pesquisa explorou o status de tatuagem deles, incluindo detalhes como quando fizeram a primeira tatuagem, as cores usadas e o tamanho das tatuagens. Também perguntou sobre fatores de estilo de vida, como fumar, exercícios e consumo de álcool, que são conhecidos por afetar a saúde.
Resultados dos Estudos de Gêmeos
Os resultados do estudo incluíram algumas estatísticas preocupantes. Por exemplo, entre os gêmeos com linfoma, aqueles que tinham tatuagens grandes pareciam ter um risco maior em comparação com os que não tinham tatuagens. Da mesma forma, o risco de câncer de pele parecia ser maior em indivíduos tatuados, com tatuagens maiores levando a um risco ainda maior.
Os dados indicaram que pessoas com tatuagens tinham cerca de 1,62 vezes mais chances de desenvolver câncer de pele em comparação com aquelas sem tatuagens. As informações também sugeriram uma possível ligação entre o tamanho da tatuagem e a probabilidade de câncer de pele ou linfoma.
Em outra parte do estudo, os pesquisadores analisaram especificamente o grupo da coorte de gêmeos, que incluía um número maior de participantes. Aqui, descobriram que indivíduos tatuados tinham 3,91 vezes mais risco de câncer de pele e 2,83 vezes mais risco de carcinoma de células basocelulares.
É importante notar que o estudo tomou medidas para considerar vários fatores que poderiam influenciar os resultados, como hábitos de fumar. Isso significa que os achados são mais confiáveis porque ajudam a esclarecer a relação entre tatuagens e risco de câncer.
Limitações do Estudo
Embora o estudo tenha mostrado algumas correlações significativas, ele tem suas limitações. Por exemplo, incluiu principalmente sobreviventes de câncer, o que significa que indivíduos que tiveram doenças graves e faleceram não foram representados. Isso poderia introduzir algum viés nos resultados.
Além disso, o estudo focou principalmente em tatuagens decorativas tradicionais. Como os participantes não foram questionados sobre o tipo de tatuagem, indivíduos com outros tipos, como tatuagens cosméticas, podem ter sido incluídos no grupo tatuado.
Ao examinar o fumo como um fator de risco, o estudo não capturou hábitos detalhados, como há quanto tempo os indivíduos fumavam ou quanto fumavam. Isso limita a profundidade das informações sobre como o fumo poderia potencialmente confundir os resultados.
A Necessidade de Mais Pesquisa
A relação entre a tinta de tatuagem e o câncer é complexa e requer mais investigação. Os achados do estudo ressaltam a importância de entender os possíveis riscos à saúde ligados às tatuagens, especialmente à medida que se tornam mais comuns. Os pesquisadores sugerem que estudos futuros explorem diferentes aspectos das tatuagens, incluindo as cores únicas da tinta e como elas podem impactar a saúde ao longo do tempo.
Com a tendência crescente de tatuagens, também é necessário considerar a segurança dos tratamentos de remoção de tatuagens. Por exemplo, quando a remoção a laser é feita, os pigmentos são quebrados em pedaços menores que podem migrar pelo corpo. Isso levanta questões sobre onde essas partículas podem acabar e se podem representar riscos à saúde ao longo do tempo.
Conclusão
Resumindo, as tatuagens estão mais populares do que nunca, mas vêm com potenciais riscos à saúde que precisam ser levados a sério. A pesquisa realizada até agora indica uma possível conexão entre a exposição à tinta de tatuagem e certos tipos de câncer, especialmente câncer de pele e linfoma. À medida que a conversa sobre a segurança das tatuagens evolui, mais estudos serão necessários para entender completamente as implicações da tinta de tatuagem na saúde e garantir a segurança do público à medida que as tatuagens se tornam mais prevalentes na sociedade.
Título: Tattoo ink exposure is associated with lymphoma and skin cancers - a Danish study of twins
Resumo: We aim to study the possible association between tattoo ink exposure and development of certain cancers in the recently established Danish Twin Tattoo Cohort. Tattoo ink is known to transfer from skin to blood stream and accumulate in regional lymph nodes. We are concerned that tattoo ink induce inflammation at deposit site that may eventually become chronic and increase risk of abnormal cell proliferation, especially skin cancer and lymphoma. We conducted two designs of study in twins in order to improve confounder control: A cohort study of 2,367 randomly selected twins and a case-control study of 316 twins born in the period 1960-1996. Cancer diagnoses (ICD-10) were retrieved from the Danish Cancer Registry and tattoo ink exposure from the Danish Twin Tattoo survey from 2021. The analysis addressed effects of time-varying exposure. In the case-control study, individual level analysis resulted in a hazard of skin cancer (of any type except basal cell carcinoma) that was 1.62 times higher among tattooed (95% CI: 1.08-2.41). Twin-matched analysis of 14 twin pairs discordant for tattoo ink exposure and skin cancer show HR=1.33 (95% CI: 0.46-3.84). For skin cancer and lymphoma, increased hazards were found for tattoos larger than the palm of a hand: HR=2.37 (95% CI: 1.11-5.06) and HR=2.73 (95% CI: 1.33-5.60), respectively. In the cohort study design, individual level analysis resulted in a hazard ratio of 3.91 (95% CI: 1.42-10.8) for skin cancer and 2.83 (95% CI: 1.30-6.16) for basal cell carcinoma. In conclusion, we are very concerned that tattoo ink interacting with surrounding cells may have severe consequences. Further studies are needed beneficial to public health - the sooner the better.
Autores: Signe Bedsted Clemmensen, J. Mengel-From, J. Kaprio, H. Frederiksen, J. v. B. Hjelmborg
Última atualização: 2024-07-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.05.24309993
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.07.05.24309993.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.